Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oláá bonitas, tudo certinho? Estou aqui trazendo mais um capítulo de Segure minha mão, espero que estejam gostando, pra quem leu no orkut ela como MIC III e agora continua comigo, muito muito muito obrigada vadia



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Capítulo 8

Gabriel

Ver o Bruno e a Luiza se beijando me fez sentir tanta coisa dentro de mim, era como se o meu coração tivesse se partindo aos poucos, foi naquela boate que realmente percebi que estava gostando dela, gostando bastante dela. Disse que pararia de cheirar por ela e eu fiz isso, mas ela nem se importou. Ver a pessoa que mexe com você com outro não é fácil, dói Eu quero esquecer. Esquecer.

Eu preciso daquilo que me alivia, não pelo meu pai, mas pelo que eu sinto dentro do peito agora, só aquilo vai fazer a dor passar. Queria sair de casa naquele momento mesmo e procurar o Diogo pela boate mas alguma coisa ainda me impedia de sair de casa. Tirei a camiseta e deitei na cama, a janela do meu quarto estava aberta e um vento fresco entrava no quarto. Logo adormeci.

Acordei tarde no sábado mas ainda era de manhã, tomei um banho e troquei de roupa, vesti uma bermuda e saí na sacada do meu quarto. Na frente da casa da Luiza, ela e Bruno se abraçavam. Fiquei observando aquela cena que fazia meu coração doer, na hora senti raiva, ódio de ver aquilo, ontem a noite os dois estavam bêbados, era uma boate, mas agora...

— Droga de vida! To cansado disso. — falei para mim mesmo.

Voltei para dentro do quarto, peguei uma camiseta e desci as escadas, minhas mãe estava saindo da cozinha.

— Bom dia, filho. — ela sorriu.

— Péssimo dia. — mal olhei para ela.

— O que houve?

— Nada. To saindo. — falei pegando as chaves do carro e indo para a garagem.

Eu preciso tirar ela da cabeça. Preciso. Não vou e não quero aguentar ver ela com o Bruno. Dirigi até o beco, deixei o carro por lá e fui encontrar com a turma. Já era quase meio dia, não comi nada quando saí de casa, cheguei onde os caras estavam sentados em uma rodinha.

— Eu disse, passa meus dez reais ai. — Diogo disse para o Dinho, um dos caras da turma quando eu cheguei neles.

— Dez reais do que? — perguntei sentando ao lado do Diogo.

— Eu apostei com ele que até segunda-feira você estava de volta. — Diogo deu de ombros.

— Pois é, vim pra ficar.

— Beleza irmão. — ele disse me passando um cigarro para comemorar.

Dei uma tragada e depois outra, sentindo um alívio grande dentro de mim.

Passamos a tarde ali fumando e bebendo vodka enquanto ríamos de qualquer coisa. Já era noite quando o Diogo convidou a turma para ir para um poit (lugar onde grupos se reúnem para apostar corridas, beber e usar drogas).

— Vamos lá no poit do G.K galera?

— Opa, fechou. Só vou passar em casa antes pra trocar de roupa.

— Vou contigo. — Diogo se levantou.

Eu fui com o meu carro e ele com o dele, entrei rápido, tomei um banho, avisei minha mãe que estava saindo e não tinha hora para voltar, guardei meu carro na garagem e fomos no carro do Diogo.

— Quer correr no meu lugar hoje? — ele perguntou.

— Claro. — afirmei.

— Não arranha meu carro hein.

— Tá zoando maluco? Dirijo melhor do que você. — falei e dei risada.

— Mas tem que ganhar hein, vou apostar quinhentos.

— Contra quem? — quis saber.

— O Alex.

— Ele é bom... mas eu ganho. — falei me achando.

— É bom ganhar mesmo.

Chegamos logo no point e ficamos zoando com umas garotas por lá, logo começaram os rachas, cada um ia para um lugar com o desafiador.

— Pronto pra me perder quinhentos pau? — Alex chegou em mim todo marrento e cheio de si.

— Vamos ver. — respondi e entrei no carro do Diogo.

Coloquei o cinto e ajeitei os espelhos, estávamos numa avenida, já era madrugada e não tinha muitos carros, era uma corrida de mais ou menos um quilômetro. Peguei no volante com uma mão, Alex colocou seu carro ao lado do meu, estávamos esperando o sinal abrir, acelerei o carro e ele também acelerou, apertei o volante com uma mão e com a outra segurei as marchas, fazia tempo que eu não sentia aquela adrenalina. Diogo parou do meu lado e me deu um cigarro para fumar, era maconha. Aquilo só fez meus pensamentos e meus instintos se acenderem mais rápido. Não era trapaça, Alex também usava drogas. Apertei o volante mais forte e voltei a dar uma acelerada. O sinal abriu, larguei em alta velocidade, a rua é larga, com quatro pistas, começamos a corrida e a adrenalina tomou conta do meu corpo, eu sentia falta daquilo, de provocar o perigo, de chamar a morte. Provocá-la.

O som do rádio estava ligado mas eu podia ouvir o ronco do motor, era revigorante. Comecei a cantar a música que tocava enquanto dirigia, era Cyanide, do Metallica, desviei de um carro, depois de outro, pela direita e pela esquerda, Alex estava junto comigo, estávamos a cento e setenta quilômetros por hora. A adrenalina tomava conta, mas eu era acostumado a dirigir assim. E cantava para não me distrair com outros pensamentos. Mais a frente iam três carros, um cada pista, ou seja, só uma pista totalmente livre, entrei rapidamente nela e consegui tirar proveito. Cheguei um pouco mais de vinte metros na frente do Alex. Saí do carro e as pessoas que estavam lá esperando a chegada me cercaram comemorando.

— Ai cara! — Diogo chegou em mim. — Metade do prêmio é teu!

— Quero a metade mais cem, eu que corri. — reclamei brincando.

— Pô, beleza. — ele riu e concordou.

— Alex desceu do carro e começaram a tirar sarro da cara dele por ter perdido, ele veio até mim cheio de marra, parou em minha frente e me olhou com a cara torcida de raiva, depois cuspiu no chão.

— Tem revanche se você quiser. — falei segurando o riso.

— Cala a boca moleque, ou eu calo ela pra você. — ele falou irritado.

— Vem então. — Provoquei.

— Quietinho, Alex, pode passando meus quinhentos ai. — Diogo se colocou entre nós.

— Toma. — Alex entregou o dinheiro e saiu dali com raiva.

— Eu disse, ele é bom mas eu sou melhor. — Falei me achando.

— Aqui cara, teus quinhentos. — Diogo me entregou.

— Valeu.

— E ai, vamos lá cheirar hoje?

— Não sei cara. Queria parar mesmo.

— Mas que maricas. — ele riu.

— Rá-rá. To zoando. Vamos lá.

Fomos para a roda da galera e começamos a cheirar, logo a Sandra veio sentar no meu colo, ela estava muito gostosa, mostrando tudo quase.

— Assim eu não resisto. — falei dando um beijo no pescoço dela.

— Vamos sair daqui então. — ela apertou um pouco o corpo contra o meu.

— Nossa, tá necessitada. — falei rindo do jeito dela, eu riria de qualquer coisa naquele momento mesmo.

— Idiota. — ela levantou braba, nem dei bola, não estava a fim de ficar com ela mesmo.

— Dando o fora na Sandra seu viado? — Diogo perguntou tirando.

— Enjoei já, me arruma uma bonitinha ai. — falei para ele dando uma baforada com o cigarro. — To merecendo hoje.

— Vou ver se acho alguma ai. — Diogo também riu. — Só porque você ganhou. — ele apontou pra mim e piscou.

— Fiquei lá sentado no capo do carro com o resto do pessoal que estava ali, eu já estava bastante maluco aquela hora e o Diogo apareceu lá com uma morena que parecia a Luiza, fiquei olhando o rosto da garota e estava vendo a Luiza na minha frente, mas a Luiza não estaria ali, ela nem saberia chegar ali, balancei um pouco a cabeça o que só piorou minha visão, a menina chegou mais perto de mim e sorriu de um jeito encabulado, não era a Luiza, mas me fazia lembrar dela.

— Oi, gata. — falei puxando ela pela cintura.

— Oi, foi você que ganhou a corrida, não é?

— Eu mesmo. — pisquei.

— Hum... você corre bem. — ela falou e no final a boca dela parecia pedir para que eu a beijasse. Puxei a garota para mim e entramos no carro com os vidros escuros do Diogo.

— Quem era a garota? — perguntei

— Duvido que você adivinhe. — ele riu.

— Fala logo, pô.

— A garota que o Alex estava pegando.

— Sério? Caraca, vou arrumar encrenca com ele.

— Só se ele descobrir. — Diogo deu de ombros.

— Então tá né. — dei de ombros também. — Me leva pra casa agora que já está quase amanhecendo.

— Vamos lá.

Fomos embora e o Diogo me deixou em casa, já eram quatro horas da madrugada, entrei quieto e subi para o meu quarto, deitei na cama, fechei os olhos e meu estômago começou a se torcer dentro de mim, parecendo subir para a garganta. Corri para o banheiro e comecei a vomitar, o vômito estava amarelado, eu não havia comido nada o dia todo praticamente. Logo vi que aquilo era a droga, tinha ficado muito tempo sem cheirar e hoje usei bastante sem ter nada no estômago, então o organismo não aguentou... Lavei a boca e depois voltei para o quarto e deitei na cama, fiquei me revirando um pouco até conseguir pegar no sono. Acordei mais tarde, já passava do meio dia. Era Domingo. Levantei, desci e fui almoçar, estava faminto. Logo depois o Diogo bateu na porta de casa.

— Filho, aquele seu amigo... — minha mãe falou me olhando feio, ela não gosta do Diogo.

— To indo. — falei.

— Ah, filho, a Luiza esteve aqui ontem. — minha mãe me parou antes de eu passar por ela.

— Esteve? — perguntei achando estranho.

— É, ela veio saber de ti... — deu de ombros.

— E o que a senhora disse?

— Que você tinha saído, ora.

— E ela?

— Não disse mais nada, mas ficou conversando comigo um pouco...

— Sobre?

— Nada de mais.

— Hum. Tá.

Fui até a porta receber o Diogo.

— Ei, e aí. — cumprimentei com um toque de mão.

— Beleza. Vamos dar uma saída por ai?

— Não sei...

— Vamos lá maluco.

— Beleza. — dei de ombros. — Só vou trocar de roupa, já volto.

Subi para o meu quarto e troquei de roupa, desci e avisei minha mãe que estava saindo, ela me olhou feio e eu dei de ombros.

Fomos dar uma volta de carro até Petropólis e passamos a tarde por lá em uns amigos do Diogo. Ficamos com umas meninas num piscinão e só voltamos quando já era noite. Não vi a Luiza desde sexta a noite quando nos despedimos no portão da casa dela.


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Notas finais do capítulo

Contem-me o que estão achando, sério mesmo, quero ver vocês nos comentários, se não fico sem inspiração para postar mais u.u Isso mesmo u.u ~chantagista~ kkkk

Beeijos e ótima semana!



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