Subimos apressadamente no barco, pois Caronte naquele dia estava muito impaciente. Ele começou a remar naquele rio imenso. No caminho, encontramos vários objetos, jogados no rio. Scoot olhava atentamente pra paisagem.

–O que são esses objetos jogados no rio? Não me diga que poluíram o Rio Estige!-Falou Scoot indignado.

–Claro que não.-Respondeu Caronte.- Esses objetos eram as coisas mais valiosas que os mortos tinham, que as pessoas que conviviam com o morto joga no rio para fazer tipo uma oferenda a o falecido.-Continuou.

Scoot passou a mão no rio, e pega um colar de prata com um pingente de coração. Estava escrito alguma coisa. Scoot estremeceu. Cheguei mais perto dele e estava escrito: Scoot Johnson e Lyan Johnson.

–Esse colar...-Ele murmurou-Era da minha mãe.-Ele continuou. Então ele pega um taco de beisebol no rio.-E esse taco era do meu irmão...

Eu dei um tapinha nas costas dele, e eu não pude deixar de perguntar:

–Você tinha um irmão?

–PERCY!-Gritou Annabeth.-Isso são modos?

–Sim.-Respondeu ele ignorando Annabeth.- Ele era meu irmão gêmeo. Ele morreu juntamente com a minha mãe...

–Que pena...

Continuamos nosso percurso calados. Tyson e Grover estavam conversando sobre pégasos-Que Tyson chama de pônei-galinha-, Scoot estava chorando se lamentando por não ter morrido pela mãe e Luke dormiu. Annabeth estava olhando para o rio sem fazer nada, e eu aproveitei. Sentei ao lado dela. Ela me deu um sorriso, e eu retribui.

–Annabeth...

–Diz Cabeça-de-Alga.-Falou ela.

–Bem, eu...

–Espera Percy.-Ela me interrompeu.-O que você ia falar pra mim nos campos de morangos?

Eu corei. Ela tinha que me lembrar disso?

–Não é nada demais. Já é tarde. Devia ter falado naquele dia.-Eu me afastei, e ela puxou meu braço. Estávamos com as bocas a dois centímetros frente-a-frente. Me afastei um pouco, mas se ela não tivesse namorado, eu puxaria ela para um beijo. Ela colocou a mão no meu cabelo, o que me fez corar.

–Me diz seu Cabeça-de-Alga, mesmo sendo tarde demais.

Eu suspirei. Não saberia a reação dela depois de dizer isso.

–Bem Annabeth, eu...

O barco parou do nada, num freio assustador. Annabeth caiu em cima de mim, mas logo se levantou. Scoot quase caiu do barco, Tyson caiu no colo de Caronte e Grover caiu em cima de Luke, mas ele não acordou. Caronte soltou o ciclope inocente e gritou:

–PORCARIA DE TRÂNSITO INFERNAL!!

Olhei para frente. Estava lotado de objetos na frente. Uma montanha gigante de tralhas.

Fiquei preocupado. Precisávamos chegar o mais rápido possível no Tártaro. Cronos logo logo iria atacar. Precisávamos agir.

–Como iremos passar?-Perguntou Grover.

–Só temos duas opções: continuar o trajeto nadando ou tirar esses objetos da nossa frente.-Retrucou Annabeth.

Luke acordou.

–Uah... O que aconteceu?-Ele perguntou. Logo olha pra frente e continua-Ah, parece que nós temos um probleminha.

Ignorei Luke. Nós iríamos demorar muito se nós fossem tirar os objetos de um por um. Então tínhamos que nadar.

–Bem Caronte, você não precisa mais no levar. Nós vamos nadando.-Eu decidi.

–Como?-Ele perguntou.-O Rio Estige é muito perigoso, e o Mundo Inferior fica daqui a dois quilômetros.

–Eu sou Percy Jackson, filho de Poseidon.-Eu respondi.-Eu crio uma bolha de ar para todos e ainda peço para meu pai que o caminho seja seguro.

Dito e feito. E nós continuamos o percurso.