Eu estava segurando na pedra, já perdendo as forças.

Se eu tivesse que me salvar, deixaria Annabeth. Mas, tentei usar somente um braço para escalar, mas a picada daquela cobra fazia meu braço arder se eu forçar.

–Desista semideus, seus amigos não vão te salvar, paralisei eles no tempo.-Declarou Cronos.

Ele começou a jogar pedras em mim, mas resisti firme. Protegi Annabeth das pedras, o que fez eu enfraquecer mais. Talvez, não resistiria.

Uma pedra bateu em minha cabeça, e fez ela latejar.

Entretanto, Cronos/Luke parou. Só pude ver ele pegando a foice. Quando me dei conta, ele jogou aquela lâmina no meu braço ardido, o tal que estava segurando na rocha. Ficou uma ferida enorme, do tamanho de, mais ou menos, uma espada.

Perdi minhas forças. Meus dedos soltaram de um por um da rocha, até que me soltei da rocha. Começamos a cair.

–Eu te amo Sabidinha.-Falei.

–Eu te amo Cabeça-de-Alga.-Ela respondeu.

Estávamos quase no fundo do poço.

Pensei no que eu podia fazer. Pensei nos meus poderes. Água? Não havia nenhuma para eu controlar, além do meu suor e da minha saliva, mas era muito pouco.

Eu era, e ainda sou filho de Poseidon. Tinha que saber de algum poder que tenha utilidade naquela hora. Poseidon é deus dos mares, dos terremotos e dos cavalos.

E daí, tive uma ideia. Uma ideia louca, mas uma boa ideia.

–Annabeth, se segure firme em mim. Quando eu disser pra você me soltar, você solta.-Falei sem certeza se meu plano ia dar certo.

Ela assentiu. Comecei a girar o mais rápido possível, até eu fazer uma espécie de terremoto.

–Me solte. Agora!-Gritei para tentar fazer ela ouvir.

Ela me sotou, e saiu voando. Ela saiu do tártaro.

–Percy!-Ela gritou.

Tateei meu bolso, e peguei Contracorrente. O mais rápido possível, eu enfiei ela na parede. Consegui me segurar. Tive sorte, pois eu já estava quase no fim do poço.

Comecei a escalar a parede. Agradeci a Quíron a nos treinar escalada. Nunca soube se aquilo era útil.

Enquanto eu subia, meu corte mais dolorido ficava. Eu precisava de água, de néctar ou de ambrosia. Mas mantive minha coragem e continuei a escalada.

Cheguei na borda. Juntando minhas forças. Vi Annabeth lutando com Cronos/Luke e meus amigos sem nem mexer o dedo mindinho.

Corri para a minha mochila, peguei meu restante de água e joguei no meu braço. Ele começou a melhorar, mas eu corri até Cronos. Ele deu um estalo e meus amigos acordaram e tropeçaram, fazendo eu caí e minha espada caiu no tártaro.

–Você fez isso de propósito.-Falei.

–Sim-Respondeu Cronos.-E agora? Como o bebezinho vai lutar sem a sua espada?

–Caso não saiba.-Coloquei minha mão no bolso, e a caneta estava lá.-Minha espada é mágica. Ela volta para o meu bolso.

Destampei Contracorrente e comecei dei um golpe nele. Bem no coração. Esperei ele morrer, mas nada aconteceu.

–Ora, semideus, Luke também se banhou no Rio Estige.-Revelou com tal sinceridade.

Fiquei com raiva. Meus amigos começaram a lutar comigo e com Annabeth. Tais atacaram o inimigo por todas as partes, mas ele não morria.

O titã atacava todos, machucando-os, com movimentos rápidos.

Cortei seu cabelo com minha espada. Daí, Contracorrente cortou abaixo do braço esquerdo de Luke, e sangrou um pouco. E percebi que aquele era seu calcanhar de Aquiles.

Ele olhou para mim com raiva.

Cronos/Luke enfiou Mordecostas no peito de Annabeth, fazendo ela cair.

–E aí, vai me matar ou salvar sua namorada? Lembrando que eu sei onde fica seu calcanhar de Aquiles.

Fiquei nervoso. Se eu salvasse Annabeth, ele enfiaria sua espada nas minhas costas e eu morreria.

–Scoot!! Cuida dela!!-Gritei.

Ele assentiu e saiu correndo pra pegar ambrosia.

–Você é um idiota. Traiu Annabeth. Machucou ela duas vezes, um no sentimento e outro no peito.-Falei.

–Ué, Luke não a ama.-Falou Cronos.-Fez bem em machucar Annabeth.

–Ora, seu...

–Percy, por favor, me mate.-Falou, mas não era a voz de Cronos. Era de Luke.-Não mereço viver. Magoei a todos. Sou um traidor.-Depois, sua voz mudou para a do titã.-Vem, morra, filho de Poseidon.

–Você machucou minha namorada. Se eu morrer, morrerei por ela.-Corri e fiquei atrás do inimigo. Enfiei minha espada no braço esquerdo dele.

Luke caiu.

–Percy.-Falou o garoto com sua própria voz.-Me perdoe. Trai sua confiança. Cronos me enlouqueceu. Sinto muito mesmo. Mas você fez o certo. Você matou Cronos. Mas eu vou morrer também.

Ele olhou para Annabeth.

–Sinto muito Annabeth. Sinto muito mesmo.-Ele começou a chorar.-V-você me amava?

Ela ficou pensativa.

–Talvez Luke. Mas c-como amigo.-Ela gaguejou.

–Cuide de Annabeth, Percy. Eu confio em você.-Disse, já enfraquecendo.-Me perdoem todos. Me perdoem mesmo.

Então, ele fechou os olhos, e logo parou de respirar.

Virei-me para Annabeth. Scoot estava cuidando dela. Corri até ela, largando minha espada e a beijei.

–Conseguimos!-Exclamei.

Todos levantaram suas armas-até mesmo Miranda e Scoot, que as armas deles eram paus pontiagudos-e comemoraram.

–E agora-surgiu a voz de Tyson-O que faremos com o corpo?

Peguei minha blusa e espremi a ponta dela, afinal ela estava encharcada de suor. Ficou uma poça de água. Peguei meu último dracma de ouro e joguei na poça. Eu ia mandar uma mensagem de Íris para Hermes.

Hermes atendeu. Vi George e Marta nos seus ombros, brigando como sempre.

–Olá Percy.-Ele falou.

–Olá Lorde Hermes.-Respondi.-Temos uma notícia urgente. Seu filho, Luke Castellan morreu.

Ele ergueu as sobrancelhas. Baixou a cabeça. Uma lágrima insistiu em sair de seus olhos.

–Onde está Hades? Ele pode ajudar vocês enquanto chego aí.

A imagem desfocou e a ligação foi encerrada.

–Nico.-Olhei para ele.-Chame seu pai.

Ele desapareceu, e em fração de minutos, voltou já com Hades, o deus dos metais e do Mundo Inferior.

Hermes chegou. Fizemos tudo o que tinha que fazer, e Luke já estava no lugar certo do mundo inferior.

Saímos de do Mundo Inferior com um clima tenso, e chegamos em Hollywood.

–Hora de voltar para casa, heróis.-Falei.