Caixa de Pandora [HIATUS] escrita por Selene Sumner


Capítulo 3
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorou............ mas finalmente vou postar o segundo ^^
Enjoy your chocolate time O/



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Depois suponho que desmaiei pois não me lembro de mais nada. Quando recuperei os sentidos na sala de enfermaria pensei que fosse tudo um sonho. Mas ainda tinha o sangue que ficou na minha roupa quando caí de joelhos e o desespero voltou a tomar conta de mim. Corri para a sala da prova e não encontrei o corpo de Emily, mas o sangue ainda la permanecia. Uma mistura de sentimentos que não conseguia controlar, juntamente com tonturas e uma dor de cabeça, possuíram o meu corpo e a minha mente. Penso que foi nesse mesmo instante que vi pela primeira vez o fantasma dela. Ela mostrava uma cara de desilusão enquanto dizia:

–Não me protegeste! Como me pudeste matar?

Um grito estridente saiu dos meus lábios. Levei as mãos à cabeça e comecei a recuar até me encostar numa parede. O fantasma desapareceu, mas as frases continuavam na minha cabeça. Durante muito tempo conseguia ver o espírito dela para onde quer que fosse, sempre com a mesma expressão na cara: dor e desilusão. Ainda hoje o vejo, ainda que seja apenas em determinadas situações.

Não conseguia continuar mais naquele lugar. Arrumei as minhas coisas e fugi da organização. Durante um grande período de tempo estava no meu modo mais “dark”. Fechei todas as minhas emoções dentro de uma caixa cheia de cadeados no mais profundo do meu ser. Não falava com ninguém, não me aproximava de ninguém e, principalmente, não deixava ninguém entrar no meu coração. Sentia-me completamente impotente, limitava-me simplesmente a deambular por todo o lado. Não permanecia muito tempo no mesmo lugar e o meu orgulho não me permitia ligar aos meus pais, além disso, eles iriam pensar que era uma história minha para que me prestassem mais atenção.

Este estado durou cerca de seis meses. A partir daí foi melhorando lentamente quando conheci uma idosa chamada Rose, que me permitiu dormir na casa dela enquanto eu passava por uma situação difícil, não tendo sitio onde dormir ou o que comer. Ela cuidou de nunca me pressionando para que eu lhe revelasse o porque de eu estar naquele estado. Sempre lhe estarei grata por isso. Aos poucos ela conseguiu abrir alguns dos cadeados que fechavam a caixa, e por isso o meu estado de impotência foi desaparecendo pouco a pouco.

Houve uma ocasião em que ela me contou a razão pela qual cuidara de mim. Ela disse que a sua filha tinha anemia e num dia em que tivera uma febre ligeira, ela saíra para ir comprar mais medicamentos deixando o marido a cuidar dela. Enquanto se dirigia para a farmácia, o estado da filha piorou rapidamente e o marido decidiu leva-la para o hospital no seu carro. O que ele não poderia prever é que Rose lhe ligaria e que quando fosse para atender lhe apareceria um carro em contra mão, do qual ele ainda tentara desviar-se, dirigindo-se para a outra, via porém tudo culminara num terrível acidente letal para ele e para a filha, pois acabou por colidir com o carro que vinha na via em que ele se encontrava. Rose sempre achou que fora culpa dela e entrou no mesmo estado de impotência que eu. No dia que ela me viu provavelmente sentiu que via o seu “eu” do passado.

Apesar de as nossas histórias serem diferentes, senti que tínhamos algo em comum. Tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes. Ambas perdemos seres queridos, ambas entramos naquele estado de infortúnio e infelicidade, a diferença é que ela conseguiu superá-lo com as suas próprias forças, ao contrario de mim pois foi algo que eu não consegui fazer. Além de o superar, conseguiu aceitá-lo e aproveitar a sua vida tal como tenho a certeza que o marido deveria ter querido. Penso que foi a partir desse momento que se criou uma conexão entre nós. Com o passar do tempo foram-se quebrando as correntes que me impediam de voltar a ter uma vida normal. No entanto a minha felicidade foi temporária. Fiquei tão apegada àquela mulher, que não me apercebi do risco e do perigo no qual a estava a envolver.Quando passeava na rua, vi ao longe um dos membros da organização que muito possivelmente andava à minha procura. Foi difícil, mas para a segurança de Rose tive que me ir embora sem lhe dar qualquer explicação, pois quanto mais soubesse mais perigo correria.

Voltei por um tempo para a casa da minha bisavó e foi ai que me deparei com a sua pesquisa secreta dentro de um velho envelope. Afinal, apesar de inconscientemente, não tinha mentido quanto a isso. Mas uma coisa, era certa não tinha a menor intenção de a entregar. Fui embora daquela casa com o envelope e até agora ainda não retornei lá. Deambulei por mais um ano, mas como eles não desistiam de me procurar, a única saída que me passou pela cabeça na altura foi fingir a minha própria morte. E assim fiz. Foi uma situação um pouco arriscada que envolveu uma casa em chamas. A minha encenação quase se ia tornando real, mas correu tudo bem e eles ao menos acho, pensam que eu morri.

Quando me senti finalmente segura, decidi abrir o envelope e ver o que guardava no seu interior, revelando apenas um número de telefone e um papel com um conjunto de números binários. Primeiramente, fiquei desconfiada, mas depois ganhei coragem e decidi ligar. E é assim que aqui estou a olhar para um homem esguio que também olha para mim com um olhar impaciente. Levantei-me da cadeira, na qual estava sentada e, lentamente, comecei a recuar nunca deixando de fazer contacto visual.

– Não precisas estar tão alerta! É verdade que sei quem és, mas não te preocupes não tenho intenções de te fazer mal.- Informou o homem com um sorriso divertido. O seu olhar não demonstrava mentira, mas ainda assim não podia confiar nele.

Levou à boca um cigarro que tinha num dos seus bolsos e ofereceu-me outro, o qual recusei imediatamente.

–A verdade é que eu pertenço à Story Works.-Continuou-Mas também é verdade que a tua bisavó trabalhou com o meu pai na sua pesquisa e que o conhecimento dos dois passou para mim. O mais provável é que nunca tenhas ouvido falar de mim porque pertenço à divisão de pesquisa e datamento de materiais antigos.

Olhava para ele surpresa mas ainda restavam algumas duvidas, que queria ver esclarecidas.

–Assumindo que o que dizes é verdade, concluo que eles não sabem que possuis as informações que dizes ter. Afinal se assim fosse, não teriam andado atrás de mim. A pergunta é: porque não lhes contaste nada?? De certeza que eles te dariam uma grande recompensa.

–Hum!!- coçou com o dedo indicador a bochecha esquerda perto do lábio- Digamos que os métodos utilizados na nossa organização vão mudando ao longo dos anos e não estou de acordo com os que eles utilizam agora.

Não precisava que ele me explicasse a que tipo de métodos se referia, pois eu mesma os experienciara. Decidi confiar no homem à minha frente, pois algo me dizia que ele também passara por uma experiência algo desagradável. Podem chamar-lhe sexto sentido ou o que quiserem.

–Por certo!-O homem estendeu a mão - O meu nome é Fred.- Um sorriso simpático aparece no seu rosto.

–Samanta - Segurei-lhe a mão - Prazer em conhecê-lo.

–Bem, Samanta, posso dizer-te que a informação que te dei é verdadeira, mas posso questionar algo?

–Claro! Responderei a tudo o que puder!-Disse amigavelmente.

–Porque é que o teu amigo ficou la fora?

–Amigo!?-Perguntei surpresa – Eu vim sozinha. Não trouxe ninguém comigo.

No exacto momento em que terminei a frase ,vi Fred a tirar uma pistola de um dos bolsos das calças, perto do tornozelo e a apontar para o lado direito da janela. De seguida, o som de um disparo ecoa por todo o quarto e a bala acerta na parede junto à janela. Não demorou muito até um homem vestido de negro, com um gorro que apenas deixava os olhos à mostra aparecesse.


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, acompanhem e recomendem
Eu agradeço ^^



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