-Não brinque com uma coisa dessas, homem! – exclamava Harry para um auror dois dias depois da conversa com as crianças – Isso é impossível, eu verifiquei tudo ontem!

-Desculpe senhor Potter – respondia o homem – mas é a verdade, eles pegarem o Sr. Emires, ninguém viu nada, ele simplesmente sumiu.

-Não, é claro que não, – continuava Harry descontrolado – ele estava bem protegido, ele estava, não pode ser...!

O Sr. Leonard Emires é um bruxo com grande conhecimento em história da magia e trabalhava na sessão dos inomináveis até ter ser aposentado, mas três dias atrás, ele havia contatado os aurores por suspeitar que estivesse sendo seguido e vigiado, Harry e Rony foram avisados do ocorrido, e após uma investigação rápida resolveram colocá-lo em um lugar mais seguro, um lugar que só o pessoal da sessão dos aurores sabia, e era isso que preocupava Harry, como tinham capturado aquele senhor bem embaixo dos olhos dos aurores...

-Harry!! – exclamou Rony entrando no cubículo – Tudo acaba de piorar, eu estou chegando agora da casa onde o Emires estava, e tudo indica que ele foi tirado de lá a força, e por magia!

-O que? – exclamou Harry – magia? Tem certeza?

-Absoluta, eu mesmo verifiquei, há bruxos envolvidos nisso Harry, só não consigo entender o porquê!

-Isso eu posso te explicar Rony – falou Hermione surpreendendo os dois – aqui! – a mulher mostrou a eles uns relatórios – os bruxos que estão ajudando, são nascidos trouxas procurando por vingança pelo que passaram ou sangues puros tentando livrar o mundo da impureza.

-Mais mesmo assim Mione – falou Harry – eles estão se colocando e nos colocando em perigo, isso que eu não entendo.

-Ora Harry, – explicou a mulher – ninguém entende a cabeça de um bruxo mal, mas eles são poucos e na maioria sem muito talento.

-Como você sabe tanto sobre eles? – perguntou Rony – E antes que nós?

-O ministro! – respondeu ela impaciente – Me pediu pra fazer um relatório sobre alguns bruxos e o que estão pretendendo, para ver como as nossas leis podem ser mais rígidas pra eles e em quais quebras das mesmas eles se enquadram.

-Hummm!! – responderam os dois com cara de bobos, o que fez Hermione olhar para o teto e sair dali.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

-Sr. ª Weasley! – chamou uma mulher loura, pouco mais baixa que Hermione, na porta da sala da morena – O ministro precisa vê-la, e também quer falar com seu marido e o com o Potter.

-Sim, – respondeu a mulher – mas qual é o problema?

-Não sei direito, mas parece que envolve crianças e perseguição também.

-Cri... crianças? – perguntou Hermione empalidecendo com um aperto no peito – e...

-Olha parece que o acontecido foi bem serio – continuou a loura – alguns feridos, e pelo visto foi perto da sua casa.

-Meu Deus! – Hermione levantou de um pulo com a mão no peito – perto de casa, envolvendo... crianças... não,outra vez não, não pode ser...

-Sr. ª Weasley, a senhora está bem?

-Sim, eu estou bem Carmem, por favor, avise o Harry eu chamo o Rony.

Terminando de falar ela saiu em direção ao cubículo de Rony, e pouco tempo depois os dois estavam com Harry se dirigindo à sala do ministro, os três com expressões muito preocupadas esperando pela noticia que viria.

-Ah, que bom que vieram rápido – disse Quin assim que eles abriram a porta – entrem, o assunto é serio.

-Isso envolve nossos filhos? – perguntou Hermione, o medo transbordando em sua voz.

-Um pouco – respondeu o ministro – não se preocupem eles estão bem, e estão vindo pra cá.

-Como assim? – perguntou Harry – Vindo, aqui? Os cinco?

-Isso mesmo, – falou o ministro – mas, o fato é: seis bruxos do leste foram perseguidos violentamente por pessoas que vestiam branco e se intitulavam CTEM, desses seis, dois sumiram, um saiu ileso da perseguição e três foram levados ao St Mungos com ferimentos que não se curam rapidamente, alias alguns ainda não fecharam, com dificuldade de movimento e muito sono.

-Não curam?- exclamou Rony – mais isso só pode ter sido feito por magia das trevas!

-Exatamente! – concordou Quin – E tem mais, ali pelas redondezas de Kindy, perto da saída do vilarejo, foi encontrada uma bruxa, quase inconsciente ao lado de um homem estuporado, em ambos os braços dela e também em uma das pernas havia uma espécie de dardo com a cabeça colorida e uma substancia consistente em seu interior até a ponta afiada, essa mulher nos relatou que estava saindo do vilarejo quando foi surpreendida por um homem do CTEM, que sabia muito sobre ela, esse homem pelo que ela disse atirou esses dardos nela, e ela ficou praticamente imobilizada, só o que ela conseguiu foi estuporá-lo.

-Mais como ela foi imobilizada? – questionou Harry – E o que são esses dardos, pra que eles servem?

- E o que nossos filhos têm haver com isso? – quis saber Hermione.

-Os dardos, – continuou o ministro – pelo visto são o que paralisam as pessoas, no momento eles estão sendo estudados na sessão de acidentes mágicos e também no departamento de mistérios, e o St Mungos também esta verificando as propriedades mágicas dos dardos.

-E as crianças – perguntou Rony – onde elas entram nisso?

-Bom...

Uma batida na porta interrompeu o ministro, quando um rapaz baixinho entrou e pediu permissão para deixar os visitantes entrarem, o que foi concebido pelo ministro.

-Vocês podem perguntar a eles o que aconteceu – respondeu Quin indicando as cinco crianças que entravam em sua sala parecendo estar em casa.

-Boa tarde Sr. Ministro – cumprimentaram as crianças educadamente.

-Boa tarde crianças – respondeu o homem – podem, por favor, nos contar o que aconteceu essa tarde com vocês, seus pais e eu estamos ansiosos para saber.

Antes que qualquer uma das crianças pudesse abrir a boca, Harry, Rony e Hermione fizeram uma vistoria completa para ver se estava tudo bem com os filhos. Só então, depois de alguns abraços e suspiros dos pais foi que eles começaram a contar o ocorrido.

-Bem, - começou Tiago meio sem graça ao ver todos olhando para ele – estávamos lá em casa brincando no quintal, correndo, quando a Lily ouviu um barulho perto da casa da Sr.ª Chang e nós fomos ver o que era...

-Isso – concordou Hugo que estava no colo de Hermione, no sofá próximo ao ministro – ai lá no muro não tinha nada, mas o barulho ainda continuava, e ficando mais alto sempre.

-Que tipo de barulho que era – indagou Harry – com o que parecia?

-Agente tava chegando ai pai – falou Alvo que estava ao lado de Rony – sabe, no começo pensamos que era um bicho papão, o barulho parecia que rugia...

-Humhum! – continuou Rosa do colo de Rony – mais ai o barulho sumiu, e achamos que era coisa da nossa cabeça, ai voltamos a brincar, ali perto das árvores da frente, foi ai que apareceu um homem de branco no muro.

-Um o que??? – perguntaram os adultos presentes na sala

-Um homem de branco... dah – respondeu Lily – esses que o papai falou esses dias, sabe, os que perseguem bruxos.

-Um desses, digo o CTEM, apareceu lá em casa! – Harry quase gritou – e onde estava o responsável por vocês?

-Bom, ela ficou até as 02h30min – contou Tiago – ai fez café e disse pra irmos comer quando o relógio despertasse, ai ela foi dormir, quando a Rosinha chamou a Mei, ela não tava mais lá em casa.

-Eu disse que a mamãe podia ficar com eles – disse Hermione com um olhar penetrante – mais não, vocês tinham que chamar uma babá!

-O que exatamente esse homem queria? – perguntou Rony ignorando o que Hermione dizia e olhando para ruivinha em seu colo – o que ele falou?

-Ah papai – respondeu Rosa – ele fez umas perguntas, ele queria que elas parecessem não fazer sentido, mas na verdade queria que disséssemos quem nós éramos pra nos levar em borá.

-É – concordou Al – ele queria nos seqüestrar, e com certeza ele não estava sozinho...

-Não mesmo – continuou Tiago orgulhoso – mas nós enganamos ele!

-Enganaram? – perguntou Hermione – Como?

-Ora mamãe, – falou Hugo – nós não respondemos o que ele queria ouvir...

-Ele perguntou nossos nomes – disse Lily – e nós dissemos que éramos Flora, Carly, Ket e Ken e Lipe.

-Ai, – continuou Tiago – ele perguntou se conhecíamos bruxos, e nós perguntamos se era verdade então, se bruxos realmente existiam...

-E eu e a Rosinha – falou Al com entusiasmo – dissemos: ‘viu, eu disse que eles existiam’, na maior alegria.

- E por fim – disse Hugo – ele perguntou nosso sobrenome, e a Lily ia responder Po...

-Ai o Tiago me cutucou – disse Rosa – e eu pisei no pé dela e disse liveira, ele não entendeu e perguntou de novo ai nós respondemos juntos Poliveira.

-E ele foi embora – terminou Tiago.

Foi nessa hora que a porta se abriu novamente e uma ruiva muito preocupada entrou por ela observando tudo ao redor.

-Desculpe a demora, o memorando demorou a chegar no Profeta – falou Gina confusa olhando os filhos e o marido – o que está acontecendo aqui?

-Seus filhos conheceram o CTEM – respondeu o ministro impressionado – e se saíram muito bem por sinal. Acho que terei excelentes futuros aurores!

-Nem pensar!!! – responderam Rony, Harry e Hermione em coro.

-Como assim... – perguntou a mulher ruiva apavorada analisando os filhos para ter certeza de que estavam inteiros – conheceram...

-Tudo bem Gina – acalmou Harry – eles estão bem.

Harry contou a Gina toda a história e depois de uma longa conversa com o ministro os nove foram para casa esperando que mais nenhum problema chegasse naquela velocidade, pelo menos, não naquela noite.