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Anteriormente em “What If”:

– CASTLE! – ela grita e eu me vejo caindo no meio do asfalto. Tudo acontece tão rápido e ao mesmo tempo tão devagar que eu não consigo assimilar nenhuma das ideias e tudo que eu vejo é o céu acima de mim. Também não demora muito para isto mudar porque instantes depois eu sinto um peso abaixo da minha cabeça e um crack. Eu havia alcançado o chão novamente.

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Link: https://www.youtube.com/watch?v=DthUgRl15yc

Rick POV.

Meu corpo todo está doendo, porém minha cabeça está em outro estágio da dor. Conseguia sentir a vida se esvaindo do meu corpo e das vozes que eu ouvia eu não conseguia escutar nenhuma. Era isto. Eu estava morrendo sem ao menos ter ela nos meus braços. Bom... Pelo menos nós tivemos uma noite em outro universo... Se é que aquilo realmente contava.

– Cas... Fique comigo! – eu consigo escutar e tento abrir um sorriso, mas não tenho forças para isto. A única coisa que posso fazer agora é esperar pelo momento em que eu não conseguiria ouvir mais nada. A morte.

Não demora nem segundos para que sinta uma mão acariciando os meus cabelos e um calor se aproximando do meu corpo. Eu queria tanto abrir os olhos e dizer para ela com todas as palavras: irá ficar tudo bem. No entanto, eu sabia que desta vez eu não ficaria bem.

– Eu não posso deixar você ir embora deste jeito! – a escuto com a voz embriagada e aquilo corta meu coração: ela estava sofrendo. Se ao menos eu pudesse morrer em outras circunstâncias... Infelizmente nós não escolhemos quando e nem onde isto irá acontecer.

Havia passado por tantos obstáculos com ela: tiroteios, um freezer com uma temperatura desumana, um tigre, um banco explosivo, mas quem diria que seria uma moto a responsável por isto?

– Rick! – ela me dá um selinho e sinto um molhado ao meu lado. Aquilo seria meu sangue? Porque era a única coisa que faria sentido já que minha cabeça havia abandonado meu corpo desde a queda.

Kate POV.

Eu mal conseguia respirar. Eu não consegui ver a moto se aproximando e agora olha como ele está? Meu cérebro doía e meus ouvidos estavam a ponto de explodir. Eu estava a ponto de explodir. Seguro em sua mão e imploro para que ele não desista de viver. Para que ele volte para mim com aquele olhar cafajeste que eu amava tanto, porém não recebo resposta alguma, nem um piscar de olhos sequer.

Minha garganta já estava fechada devido à quantidade de lágrimas que saiam dos meus olhos a cada segundo então encosto minha mão no seu rosto e delicadamente dou um selinho nele, já que aquela seria a última oportunidade mesmo...

Havia acabado de abrir os olhos quando vejo uma poça vermelha aparecer da parte de trás da cabeça de Rick... Era sangue. Fecho os olhos involuntariamente como se meu corpo soubesse o quanto aquilo me fazia sofrer. Sinto uma mão no meu ombro esquerdo, porém quando me viro encontro um rosto desconhecido.

– Você precisa se afastar! – ele grita e só agora eu reparo no seu uniforme. Ele era um paramédico.

– O mantenha vivo pelo amor de deus. – imploro para um desconhecido sobre a vida de Castle.


Rick POV.

Sinto meu corpo ser movido, perfurado, remexido e até mesmo eletrocutado em questão do que eu acho que sejam segundos. Em resposta a única coisa que eu conseguia fazer era respirar, e ainda assim com muita dificuldade.

Ouço o barulho dos carros passando por mim em uma velocidade estrondosa e nem consigo me lembrar do que havia me atingido. Aquilo era uma moto? Tudo ocorreu tão rápido e ao mesmo tempo em câmera lenta.

– 1! 2! 3! – ouço um grito ao meu lado. De quem era esta voz? Meu corpo se rebate pela última vez e assim que alcanço o colchão eu não tenho mais forças para lutar. Na realidade a única coisa que posso esperar é o óbvio: eu morri.


Kate POV.

Desabado no chão assim que sou parada por uma porta branca onde estava escrito: Centro Cirúrgico NÃO ULTRAPASSAR. Olho pra minhas mãos e consigo ver o sangue misturado com as lágrimas que eu tentava inutilmente limpar. Precisava avisar alguém sobre ele. Alexis, Martha. – as ruivas vêm na minha cabeça imediatamente. Como elas reagiriam a isto?

Quem diria que aquela famosa frase: “A dureza da minha dor, já virou anestesia para outros impactos?” iria ser o meu lema de vida. Quer dizer as poucas pessoas que eu realmente amava sempre acabavam sofrendo. Então eu realmente devia amar outras pessoas? Minha mãe e Castle eram os exemplos perfeitos para isto.

A enfermeira se aproxima de mim sendo seguida por 4 vultos que só consigo reconhecer quando ouço as vozes.

– Kate? – Lanie pergunta e toca no meu rosto forçando-me a levanta-lo. Eu não queria encarar ninguém além daquele par de olhos azuis.

– Levante daqui Kate! – Esposito e Ryan me seguram e na contagem de três eu sinto o meu corpo saindo do chão e sendo arrastado pelo corredor do hospital.

– O que aconteceu Kate? – Lanie pergunta, no entanto eu não sei nem se tenho força para responder isto no momento.

– La-ni-ie ele está morto. –respondo me engasgando com a minha própria saliva.

– Oh girlfriend. – ela me puxa para mais perto e eu encosto meu rosto no peito dela. – Ele irá ficar bem. Castle é forte.

– Porq-u-eu isto só acontece comigo Lanie? – pergunto a encarando desta vez. –Quero dizer... – enxugo as lágrimas com as mãos cheias de sangue pouco me importando sobre minha aparência. – O universo irá parar de me testar quando? Primeiro foi minha mãe e agora... – respiro fundo. – E agora Castle.

– Eu prometo que ele irá ficar bem. – ela sussurra no meu ouvido. – Agora você precisa descansar Kate, eles estão fazendo o possível e o impossível para salva-lo lá dentro. – ela aponta para o centro cirúrgico. – Vamos lavar este rosto e suas mãos. – ela me levanta e eu me forço a caminhar até o banheiro.


Rick POV.

A dor que antes eu sentia agora passou. Fazia tanto tempo que estava com ela que isto já havia se tornado parte do meu ser na situação que eu me encontrava. Os choques haviam cessado havia algum tempo, porém sentia minha cabeça ser perfurada por todos os objetos possíveis. Tento abrir os olhos para enxergar o que me espera no céu. Será que você veio para o céu? – me pergunto intrigado em como seria olhar nos olhos de Deus. Força Richard! – grito em silêncio para meu próprio corpo tentando ignorar a dor que o simples pensar me fazia. – ABRA OS OLHOS! – tento me concentrar nesta única atividade.

Aos poucos a claridade começa a me cegar, mas tento ignorar isto. Eu preciso abrir os olhos! Por uma última vez ao menos! – grito comigo mesmo. Encaro uma parede que até então eu assumo ser branco... Pera ai... Tudo está branco no momento. Lentamente meus olhos vão focando no que está ao meu redor e posso dizer... Não poderia ser melhor... Aquela era a visão que eu pedi a Deus.

– K-a-a-te? – pergunto a encarando e vejo-a virar o rosto rapidamente.