(6 meses após o exame chuunin)

A atmosfera do lugar era interessante, não haviam cidades ou vilarejos próximos e nenhuma rota de comercio passava por ali dando um ar selvagem e inexplorado a aquela região, o maior trabalho que Shikaku tinha era encontrar um bom local para montar o acampamento dessa noite, precisava de um lugar que lhe desse cobertura quando necessário e liberdade de movimento quando conveniente e por fim finalmente achara uma clareira a 2km de distancia do local combinado para o encontro com os reforços que viriam em breve.

- Acho que eu deveria voltar para o ponto de encontro pra receber o pessoal – comentou um jounin que o acompanhava – ou eles podem pensar que fomos embora ou algo parecido.

- Não tem por que eles pensarem isso, além disso certamente os que virão juntos tem capacidade para nos localizar – respondeu Shikaku arrumando a tenda – sei que você é um jounin novato mas deveria saber dessas coisas.

- Tem razão senpai, essa é minha primeira missão como jounin e logo de cara pego um trabalho desses...

- Não se preocupe, provavelmente vamos passar o resto da semana sentados em alguma arvore vendo o tempo passar – ele mostrou um sorriso como se a idéia sugerida realmente lhe agradasse.

Shikaku e Ichiro terminaram de erguer o acampamento e o sol estava pela metade no horizonte, logo anoiteceria e os outros não tinham chegado ainda, somente quando o sol sumiu completamente e a fogueira foi acessa que eles chegaram revelando-se na escuridão.

- Em quê você estava pensando ao mudar o local de encontro? – reclamou Benkei de braços cruzados.

- Nada em particular, precisávamos de um local mais apropriado pro acampamento – Shikaku respondeu sem se importar com o mau humor dele.

- Foram só 2km, mal notasse a diferença – quem argumentou foi Shida tocando o ombro dele – além disso não foi difícil achamos ou foi?

Ela olhou para trás onde via os dois times sobre uma arvore, tanto o time 4 como o time 5 haviam sido convocados para ajudar na patrulha devido a suas habilidades e o excelente desempenho juntos no exame chuunin da nevoa, agora finalmente com o titulo de chuunins eles efetivamente trabalhavam para sua vila e tinham as responsabilidades que vinham junto com o reconhecimento.

- É um prazer trabalhar com vocês, meu nome é Ichiro – apresentou o rapaz sorrindo e estendendo a mão para Benkei.

- Apenas morra de uma vez – disse Benkei encarando com o olhar mais gelado que tinha disponível.

Quando ele disse isso a fogueira acessa começou a queimar com uma chama esverdeada sobrenatural, o jovem jounin recuou pálido achando que seria morto pelo homem mascarado do qual nunca ouvira falar.

- O sensei é assim mesmo, late mais do que morde – disse Yukie saltando para o lado do rapaz aterrorizado – mas no fundo ele é um cara bem legal não é sensei?

Ele respondeu agarrando a cabeça dela e acendendo fogo azul que queimou por alguns segundos sem ferira mas doendo igual a fogo verdadeiro.

- O que diabos está tentando fazer!? Queimar meu cabelo!? – gritou ela após as chamas apagarem.

- Não pense que só por que é chuunin agora que você pode ter essa intimidade comigo – respondeu ele encarando-a terrivelmente – você está mil anos adiantada pra se considerar alguma coisa que preste!

Agora Yukie juntava-se a Ichiro num canto ambos aterrorizados enquanto os outros se juntavam a fogueira que voltava ao normal.

- E ai vovô? Qual a nossa missão aqui? – perguntou Hantei.

- Tenha um pouco mais de respeito com os veteranos ok? Agora espero que todos estejam prestando atenção – disse ele encarando Benkei que apenas bufou e sentou-se próximo a fogueira.

Com todos reunidos Shikaku passou a explicar a situação.

- Como vocês já sabem a vila da cachoeira está em guerra contra a vila da grama, o motivo é a disputa pelas terras que pertencem ao país do arroz que fica entre eles – explicou Shikaku – já faz um mês que ambos lutam dentro daquelas terras e isso tem preocupado o país do fogo que faz fronteira com os três paises.

- A tia Anko me contou sobre isso, ela disse que graças ao fim do governo do país do arroz aquelas terras não têm mais dono e por isso ambos os paises vizinhos estão disputando o controle de lá – quem comentou foi Konoe.

- O problema é que o povo ainda vive lá e estão sendo pegos no fogo cruzado, alguns simplesmente não têm para onde ir e não podem deixar suas terras, outros não conseguem partir sem passar pelo campo de batalha que é muito perigoso – agora era Shida quem explicava – é lamentável mas aquele país está condenado e só os inocentes irão sofrer desse jeito.

Por alguns segundos um silencio mórbido se formou como se fosse um tributo ao sofrimento dos civis.

- Mas o que estamos fazendo tão longe da região do conflito? – perguntou Kouta – não deveríamos estar ajudando lá de alguma forma?

- Essa guerra não é do país do fogo e não temos o direito de ajudar algum lado, nossos ninjas estão mobilizados para evitar que o conflito se estenda para nossas terras e nada mais – Shikaku falou seriamente – um punhado de chuunin e jounins não fariam diferença nenhuma lá mas aqui temos utilidade, essa região não tem um posto de guarda e segundo algumas informações ninjas desconhecidos tem sido vistos por aqui, nossa missão é pelos próximos 5 dias vigiar essa área.

- SÓ ISSO?? – gritaram todos os jovens chuunins.

As vozes deles ecoaram para bem longe e isso fez Shikaku suspirar pesadamente imaginando o trabalho que viria pela frente.

- Todos nós passamos pro trabalhos enfadonhos como esse, conformem-se que nem sempre a vida de vocês será cheia de glorias.

- Mas do que adianta ficar parados nesse fim de mundo sem saber se algo vai acontecer enquanto tem uma guerra estourando a centenas de quilômetros daqui? – quem reclamou foi Yukie.

- Você prefere ficar perto do conflito e não poder fazer nada? – ele perguntou encarando-a seriamente.

Percebendo a situação ela calou-se imediatamente, realmente deveria ser muito mais frustrante ver a batalha acontecendo e não poder fazer nada por causa de regras ou ordens, enquanto os dois paises em conflito não atacassem o país do fogo ou o país do arroz não contratasse a ajuda de Konoha seria impossível interferir.

- Encare dessa forma, mesmo sem fazer nada estaremos protegendo nossa vila e nosso país – quem comentou foi Shida – assim vocês não ficam tão chateados.

Embora soubessem a importância dessa missão não deixavam de achá-la enfadonha, mesmo assim todos concordaram em aceita-la, então uma vez entendido o que precisava ser feito Shikaku passou a distribuir tarefas para todos.

- Amanhã ao raiar do dia a missão se inicia, o time 4 ficará responsável pela monitoração da área já que essa é sua especialidade, Ichiro e Benkei percorrerão a área instalando armadilhas e checando os pontos mais vulneráveis – e voltando-se para o jounin novato ele continuou – sua técnica de alarme será muito útil para nos avisar de invasores, os membros do time 5 irão cuidar de procurar mantimentos e ajudarão nas outras tarefas.

- Por que ficamos com a pior parte? - questionou Sora.

- Desde que vocês não possuem um farejador ou um byakugan não podem vigiar perímetros, e os outros estarão ocupados com as tarefas mais sérias – explicou Shikaku apenas para ver a reação dele.

Com todas as tarefas dadas eles foram dormir para o dia seguinte, na barraca dos mais jovens eles discutiam e conversavam sobre um pouco de tudo.

- Todos vocês de colete fica um pouco esquisito – comentou Mikoto – faz parecer que são mais velhos!

- Nós somos mais velhos que vocês, esqueceu? – respondeu Hantei ajeitando seu colete chuunin – um ano mais velho mas somos.

- Eu não acho que vou ficar bem com esse colete, no nosso time só o Kouta usa – disse Yukie olhando o companheiro.

- É bem legal pra mim, além do mais os bolsos extras servem pra levar rações pro koudaku e uns chocolates pra mim.

O cão concordou plenamente com seu dono e ambos riram, os outros apenas ficaram indignados com o propósito dado por Kouta a algo que tinha um significado simbólico para eles.

- Hei Yukie, você sabe de alguma coisa sobre essa guerra? Sendo filha do Hokage você deve ouvir uma ou duas coisinhas por ai não é? – Konoe parecia bem interessada sobre isso.

A garota ativou sua linhagem para ter certeza que os outros não estavam ouvindo, Ichiro, Shikaku e Shida dormiam dentro da outra barraca, Benkei estava encostado a uma arvore sem dar sinal de que estava acordado ou dormindo, sentindo-se segura ela contou o que ouviu ultimamente.

- Ao que parece essa guerra começou por que a vila da grama quer o país do arroz para crescer mais, a vila da cachoeira por outro lado quer destruir a vila da grama já que sempre foram inimigas e por isso quer conquistar o país do arroz para usar como base pra invadir a vila da grama.

- Mas não é só isso que estão dizendo, meu tio Konohamaru estava conversando com minha mãe recentemente – era Hantei que completava a informação – parece que todos os paises menores estão com medo de uma guerra que vai começar em alguns anos e por isso estão se armando – os outros se aproximaram pra ouvir melhor – e por causa disso velhos inimigos começaram a se atacar pra tentar roubar o poder dos outros.

O que eles ouviram era a pura verdade, a noticia de uma guerra eminente vazou e os pequenos paises entraram em pânico e começaram a lutar uns com os outros vendo-os como inimigos que poderiam ameaça-los durante a grande guerra, para evitar que o caos se espalhasse os grandes paises se ocuparam em proteger suas fronteiras pra conter o avançado da bagunça que se formou, todos esses conflitos espalhados pelo continente tiveram dois efeitos terríveis: estão esgotando recursos que seriam úteis a longo prazo e deram oportunidades dos invasores circularem dentro do continente com menos trabalho que antes.

- Se as coisas continuarem assim talvez o país do fogo entre em guerra com alguém também – comentou Mikoto tristemente – minha mãe me contou que mesmo com a política de não agressão do Hokage ainda assim seriamos forçados a atacar para evitar o pior.

- Meu pai vai dar um jeito nisso, ele não vai deixar que a guerra continue! – disse Yukie convicta.

Os garotos foram dormir para acordar bem cedo, o dia seguinte seria trabalhoso e por um motivo que eles não compreendiam ainda a missão já não parecia mais tão ruim, talvez fosse o senso de dever para com sua nação que despertava aos poucos o orgulho de servir a vila.

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Do alto da colina era possível ver as tropas ninjas se movendo pelo terreno abaixo distante, eram centenas que se dirigiam ao centro do país do arroz onde o conflito era mais intenso, no caminho havia uma vila de médio porte que certamente seria tomada e usada como base de operações, porém quem iria sofrer mais com isso era a população que não podia deixar seu lar para fugir da guerra, o país do arroz que já era bem miserável antes agora virava um inferno cuja pobreza e morte se espalhava rapidamente, além da guerra ainda havia o problema com a criminalidade que se antes já era ruim agora era insuportável, a maior parte da população culpava a vila do som que deixara o país e se mudara pra terras melhores, outros culpavam os políticos corruptos que não trabalhavam pelo povo e quando os problemas se tornaram grandes demais simplesmente fugiram levando as riquezas do país.

Aquele que já vivera uma guerra sabia muito bem o que todos do país do arroz passavam agora, do alto da colina enquanto observava as tropas ninjas se movimentando Nagato relembrava sua infância anterior onde ele vivia no país da chuva que passava por situação semelhante, cada dia era pior que o outro e sempre poderia ser o ultimo.

- Olhe só pra eles, guerreando e destruindo sem se importar com quem vai ser pego no fogo cruzado, quantos anos levariam pra essa guerra acabar por si só? Seria preciso uma das 5 nações intervir esmagando-os para que não lutassem mais? – ele parecia revoltado com a situação.

- Se uma das 5 nações intervir só vai piorar a situação, vai gerar uma desunião e descrença no propósito de paz que eles tentam sustentar – era Konan ao lado dele que falava – além disso o que aconteceria com o perdedor? E o que o vencedor faria em seguida?

Konan estava bem diferente de como era antes, agora ela estava rejuvenescida e mais forte do que nunca graças aos kinjutsus de Nagato, ele havia extraído a força vital de inúmeros criminosos detestáveis e transferido para ela afim de restaurar sua força e juventude além de restabelecer sua saúde que se deteriorava a cada instante, graças a isso ela estava a salvo do problema que tinha no coração, a situação só desagradava Yuzuhina que tinha que conviver com pessoas mais jovens que ela.

- Não me diga que você está pensando em usá-los agora não é? Eles não estão nem perto de estarem prontos – perguntou ela encarando os dois.

- Quando o Jiraya-sensi nos treinou nós lutávamos em batalhas reais logo nos primeiros meses – comentou Nagato – mas não se preocupe, não tenho a menor intenção de colocar nossas crianças em perigo agora, mas ainda assim eles vão nos acompanhar na batalha.

Nagato levantou-se e olhou para trás dele, lá estavam outras 4 crianças que aceitaram ajudar a proteger o país contra todos os males que ameaçavam os inocentes, Yuzuhina não deixava de ficar surpresa pelo fato deles voluntariamente escolherem essa vida depois que Nagato perguntava e oferecia as opções de continuar em frente ou voltarem para seus lares e esquecerem tudo isso, comovida e decidida a protege-los ela aceitou treina-los intensamente para que ficassem prontos o mais rápido possível, já os via como irmão menores.

- Alguém acorde a Eria e o Jikuta, esses dois não param de dormir! – reclamou Konan.

- Mantê-los acordados por mais de uma hora já é uma façanha! – brincou Kasuga sacolejando os dois companheiros – mas o que se podia esperar de uma lesma e uma tartaruga?

- Acho que parte da personalidade do bijuu passa pra eles através do selamento – comentou Nagato como se achasse um assunto curioso – não esperava por isso, vou trabalhar mais nesse detalhe.

- Um pouco tarde pra isso já que passamos da metade – disse Yuzuhina nervosa por ele pensar em fazer mais experimentos.

- Muito bem crianças, o que vocês estão vendo ali embaixo é o avanço das tropas do país da grama – começou Nagato voltando ao assunto principal – nosso objetivo é impedi-los de avançar e proteger aquela vila que é o alvo deles.

A menina de cabelo longo e volumoso levantou a mão mesmo com uma cara sonolenta, ela era a jinchuriki do rokubi (bijuu de seis caudas) e assim como o ser que carrega dentro de si ela era meio lenta.

- Nós vamos ter que lutar agora? – perguntou ela com uma voz arrastada.

- Não, ainda não, vocês só vão nos acompanhar – explicou Nagato – mas se algo der errado vocês talvez precisem se defenderem, por isso sempre fiquem perto da Yuzuhina e só façam o que ela mandar entenderam?

Os quatro responderam juntos, alguns mais empolgados que outros, logo Yuzuhina estava passando instruções a eles e ensinando o que fazer caso se separassem, Nagato e Konan estavam prontos pra lutar.

- Evitem ao máximo mata-los, não precisamos de nenhuma vitima de qualquer lado nessa guerra, nosso objetivo é proteger os inocentes e encerrar o conflito.

Assim que ele deu o sinal todos saltaram da colina e num instante atravessaram a distancia que os separavam do batalhão que atacava, eles se interpuseram no caminho para a vila assustando os ninjas da grama que logo reconheceram o manto negro com nuvens vermelhas que todos vestiam, o mais velho dos ninjas tomou a dianteira.

- Parece que os boatos sobre uma nova akatsuki eram verdadeiros afinal, mas são todos crianças? – perguntou ele.

- Eu sou adulta aqui! – reclamou Yuzuhina.

- E essa é uma vovó que voltou fingindo ser adolescente – brincou Kasuga apontando pra Konan que respondeu com um cascudo nele.

- Concentração pessoal, vamos receber bronca do Nagato-sama de novo – pediu o garoto que portava o sanbi (bijuu de três caudas)

- Você falando sobre concentração? Estamos ferrados mesmo! – comentou Sari das 7 caudas.

Sem se importarem com a discussão das crianças atrás o jounin da grama atacou primeiro usando um grande katon de larga escala, o jutsu teve grande impacto mas foi totalmente ineficaz quando as chamas foram engolidas por Nagato rapidamente.

- Ele absorveu o jutsu inteiro! Como se derrota alguém assim? – perguntou um chuunin já nervoso.

- Dessa forma! – disse outro chuunin tomando a dianteira.

O novo atacante usou um jutsu doton que fez estacas de pedra saltarem do chão violentamente, Konan usou seu jutsu para voar pra longe enquanto as crianças e Yuzuhina saltaram pra trás, Nagato apenas ergueu uma mão na direção do jutsu.

- Shinra tensei! – disse ele com grande naturalidade.

A onda de impacto não só dispersou o jutsu inimigo como arremessou vários deles pra longe, a técnica de Nagato ainda não estava em seu poder máximo mas já era mais que suficiente.

- Desistam dessa luta sem sentido, voltem agora para seu país e deixem o povo daqui em paz – advertiu Nagato – essa guerra absurda só traz mal para os inocentes e para vocês mesmos.

- De forma alguma vamos recuar, se não conquistamos esse país cachoeira o fará e nós seremos destruídos – disse o jounin líder – nós não podemos desistir depois de chegarmos tão longe!

- Não permitirei que cachoeira conquiste esse país, da mesma forma que impedirei vocês eu também não permitirei que eles destruam essa nação, essa terra pertence ao povo que nela vive e trabalha, não aos estrangeiros que simplesmente chegam e tomam o que querem.

Os argumentos de Nagato estavam certos e isso só motivava mais Konan e Yuzuhina, as pessoas que constroem o país são os únicos donos de direito de suas terras, e para defender o lar daqueles que a merecem era justo usar a força para proteção.

- E quem lhe deu o direito de julgar quem está certo ou errado? Você só o faz por que tem o poder para decidir quem está certo não é?

- Então você diz que é errado proteger os inocentes que não tem o poder para lutarem por eles mesmos?

Nagato juntou as mãos num selo doton e uma rachadura se formou no solo criando uma linha divisória, nada que atrapalhasse o caminho mas suficiente para marcar o terreno.

- Pois a partir de agora quem atravessar essa linha para invadir aquela vila será repelido com toda minha força, se vocês temem por suas vidas voltem agora – explicou Nagato – mas se vocês acham que sua causa é justa e vale o sacrifício dos inocentes então testem sua força contra a nossa.

O impasse estava formado, de um lado 140 ninjas da vila da grama se reuniam para discutir o avanço com seu superior, do outro lado estavam todos os atuais membros da akatsuki que se juntaram ao seu líder para proteger a causa pela qual arriscariam suas vidas, e as crianças jinchurikis estavam tão decididas quanto os adultos mesmo que a pouco mais de 6 meses fossem crianças comuns que jamais sonhariam em estar numa guerra.

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O impasse já durava horas na opinião de Naruto, aquela deveria ser a situação mais tensa e complicada em qual já se metera e ele analisava todos os riscos e conseqüências do seu próximo passo, observando mais uma vez a adversária a sua frente ele decidiu que não seria nada esperto fazer seu movimento daquela forma, mais uma vez ele começou a suar imaginando que tudo estaria perdido se cometesse mais um erro, afinal de contas estava encurralado e sem ajuda alguma, estava por um fio e nunca viu a derrota de tão perto assim, por fim decidiu fazer seu movimento.

- Não precisa ter pressa, temos a noite toda – disse Hinata quando ele ia mexer na peça.

- Mas já faz horas que não faço uma jogada! Eu não suporto esperar tanto assim! – respondeu Naruto quase chorando de agonia.

- Na verdade só faz 5 minutos desde a minha jogada, mas jogar shogi não tem haver com tempo e sim com estratégia – explicou ela carinhosamente – não pense tanto na jogada que está prestes a fazer e sim nas próxima 4 ou 5 jogadas que fará depois disso.

Ele entendia perfeitamente bem o que Hinata tentava explicar, mas ele não conseguia pensar tão a frente assim, pra ele não era possível adivinhar o que o oponente faria a cada jogada dele, mas assim mesmo ele se esforçava pra tentar adivinhar o que Hinata faria quando ele simulava em sua cabeça um movimento com uma peça, ele tinha que dizer em voz alta que odiava esse jogo.

- Você teria mais sorte ensinando isso ao akamaru Hinata-sama – comentou Neji entrando na sala – ele pelo menos se esforçaria em tentar pensar.

- Eu juro que vou aprender a jogar isso Neji! E ai vou virar um grande estrategista igual ao Shikamaru! – esbravejou Naruto apontando o dedo pra ele.

- Quando estiver próximo de escolher o sétimo eu imagino, mas ao menos já conseguiu pegar metade das peças dela?

- Ainda não, meu recorde até agora são de quatro peças – respondeu ele perdendo o animo – mas a Hinata é uma profissional nisso e eu só estou começando hoje!

- Na verdade eu não jogo isso a anos – confessou Hinata timidamente – a ultima vez foi com o Shino-kun e ele sempre me derrotava rapidamente... mas você está indo bem para quem começou hoje!

- Sim, ele resistiu meia hora contra você Hinata-sama, ninguém pode dizer que ele não lutou bravamente.

Mesmo Hinata não conseguiu disfarçar o riso ao ouvir isso e Naruto sem palavras apenas desabou deprimido, era a terceira partida contra ela e das outras vezes perdia em 10 ou 15 minutos, ele achava que tinha superado seus limites duelando contra ela por horas mas na verdade só fazia 35 minutos desde que começaram.

- Veio apenas me destruir ou tem algo a tratar comigo Neji? – perguntou Naruto deprimido.

- Chegaram os relatórios de hoje enviados pelos postos de fronteira – disse Neji colocando a grossa pasta sobre uma mesinha – dentro do que se espera de uma guerra num país vizinho pode-se dizer que está tudo tranqüilo.

Naruto encarou a pasta sobre a mesinha pensando se deveria lê-la agora, mas ele tinha prometido a si mesmo que essa noite ele se dedicaria a sua família e por isso sabendo que não havia nada urgente podia esperar até o dia seguinte.

- Alguma noticia do time do Shikaku? – perguntou ele movendo uma peça adiante.

- Aquele tal de Ichiro já nos enviou o relatório a 4 horas atrás, nenhum movimento suspeito – disse Neji – eles também pedem por novas ordens pra amanhã.

- Aposto que a Yukie e os outros estão nervosos por não fazerem nada – disse Naruto após ver Hinata fazer outra jogada – ela estava empolgada achando que receberia uma missão rank S.

- O Shikaku incluiu uma observação especial no relatório dessa vez, ele disse que os jovens chuunins estão empenhados e atentos a tudo e mereciam serem remanejados para onde fossem mais úteis.

O sorriso que Naruto abriu valeu por todo aquele tempo em que ele jogava e perdia, ele na verdade esperava que os ex-gennins dessem trabalho ou estivessem causando problemas a Shikaku, afinal eles só estavam começando a adquirir responsabilidades, mas agora eles demonstravam maturidade e senso de dever correspondente ao cargo que ocupavam.

- Isso é ótimo não é Naruto-kun? Talvez seja hora de dar uma missão separada pros dois times – comentou Hinata tão empolgada quanto ele.

- Pois é, preciso mesmo mandar alguém checar pessoalmente os postos da fronteira, acho que vou remanejá-los pra isso, o que você acha Neji?

- Acho que é uma boa decisão, eles já deram mostras de que podem dar conta do serviço – respondeu ele se dirigindo a porta – e mais uma coisa, talvez você não seja o mais brilhante e estrategista Hokage que já governou Konoha, mas você tem um instinto muito apurado e nunca falhou em escolher o caminho certo.

Neji saiu deixando os dois sozinhos, Naruto por outro lado parecia confuso com o que ele disse.

- Sobre o que ele estava falando?

- Talvez seja por que você capturou três peças minhas sem nem olhar direito pro tabuleiro – respondeu Hinata sorrindo – talvez a capacidade pra formular uma decisão certa esteja mais no seu instinto do que no raciocínio.

Naruto olhou para o tabuleiro e se deu conta de que havia mesmo feito jogadas enquanto conversava com Neji, ele nem se dera conta do que estava fazendo e verdadeiramente havia conseguido antecipar alguns movimentos dela e conseguido fazer jogadas perfeitas.

- Uau! Isso quer dizer que eu estou ganhando? – perguntou ele animado.

- Ainda não, você deixou uma abertura aqui – respondeu Hinata movendo uma peça e capturando o rei.

Naruto observou horrorizado Hinata “devorando” sua peça principal e tentava entender como e porquê aquilo tinha acontecido, por fim ele desistiu de tentar entender.

- Pai, pode me ajudar com o treino de shurikens? – perguntou Hajime que entrava na sala.

- Posso sim meu filho, sua mãe já terminou de acabar comigo – respondeu ele se levantando.

- Está jogando shogi? A filha do tio Shikamaru ta tentando me ensinar a jogar – disse o menino olhando o tabuleiro.

- E como você está se saindo? – perguntou Naruto interessado.

- Ela é um monstro! Não ganho dela nunca!

Naruto sorriu e pegou seu filho nos braços, com quase 6 anos ele era muito inteligente e já demonstrava os mesmos talentos que Yukie mostrava quando treinava, Hinata também mostrava o quanto estava orgulhosa dele a medida que ele avançava no aprendizado, Hajime dizia que queria se tornar um ninja tão bom quantos seus pais e sua irmã que era chuunin.

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- Hei Yukie, dê uma olhada 3km a sua direita – pediu Kouta farejando o ar – estou sentindo um cheiro de uma pessoa desconhecida.

A menina concentrou seu chakra e ativou seu doujutsu, 5 segundos depois suspirou cansada.

- É só um viajante comum, mal tem chakra – respondeu ela saltando da arvore – bem que um bandido poderia aparecer por aqui e nos dar um pouco de ação.

Já faziam três dias desde que se instalaram naquela região e começaram a vigília, e nesse tempo todos não aconteceu nada que pudesse tira-los da rotina.

- Olha só, o Ichiro-san vai enviar outro relatório – avisou Kouta vendo a movimentação – tenho pena dele, acabou de se tornar jounin e nem mesmo tem uma mensagem importante pra enviar com seu jutsu especial!

Os dois foram até onde os outros estavam e viram a alta torre de rocha se erguendo do chão através do jutsu doton do Ichiro, após subir 100m ele apontou a mão na direção onde ficava Konoha e aumentou seu chakra ao máximo.

- Eu ainda não entendi como esse jutsu funciona, ele realmente está falando com alguém em Konoha? – perguntou Konoe interessada.

- Está falando com o irmão dele, ambos possuem o mesmo jutsu – respondeu Shikaku – Ichiro e seu irmão concentram seu chakra raiton ao máximo e com um controle excepcional desse chakra enviam um sinal elétrico que só eles captam, desde que não aja uma obstrução eles podem se comunicar assim livremente.

- Por isso ele usa o jutsu doton pra criar uma torre tão alta – comentou Hantei.

- Na guerra contra a akatsuki usávamos amplificadores elétricos pra fazer o que eles fazem naturalmente – continuou Shikaku – é muito pratico mas custa muito chakra e quanto maior for a distancia maior o desgaste, por isso só enviamos relatórios uma vez por dia.

Ichiro desfez a torre de pedra e se juntou aos outros, dava pra notar que ele teve uma baixa tremenda no seu chakra e estava cansado mas satisfeito.

- Temos novas ordens da vila, devemos deixar o nosso posto e ir até o país do arroz – informou ele – a vila do som vai interferir na guerra e o Hokage quer uma equipe especifica pra checar a situação e avisa-lo dos movimentos de ambos os lados.

- O que quer dizer que nossa missão subiu do rank B para o rank A – comentou Shikaku – vocês ouviram as ordens, desfaçam o acampamento e vamos para o país do arroz.

Os chuunins gritaram exaltados e rapidamente trabalharam para desfazer o acampamento, estavam mais do que satisfeitos por terem uma missão mais emocionante.

- Não é perigoso entramos na área de conflito? – perguntou shida arrumando suas coisas.

- Konoha não vai interferir, por isso nenhum ninja da cachoeira ou grama nos atacaria – explicou Shikaku – a vila do som só vai se meter por que antigamente protegiam aquele país e se sentem em divida com eles.

- Pois pra mim parece que eles estão procurando a jinchuriki deles que foi vista lá – comentou Benkei – o tal de Nagato andou atrapalhando os dois lados e isso fez ambos os exércitos recuarem.

- Aquele garoto com os olhos doidos? O que ele está fazendo no país do arroz? – perguntou Yukie.

- Aparentemente ele está impedindo os dois lados de lutarem dentro do país do arroz, ele aparece de repente e da uma surra em quem está lutando dando tempo das pessoas fugirem da batalha – explicou Ichiro – como ele tem 7 bijuus e uma jinchuriki do lado dele as batalhas diminuíram e talvez acabem logo.

- Então ele está fazendo uma coisa boa não é? Se ele está protegendo o país inteiro... – Sora parecia feliz com isso.

- Nunca é tão simples, a interferência dele pode bagunçar a situação ainda mais – explicou Shikaku – se cachoeira ou grama se sentirem encurraladas podem fugir do controle e tentar algo extremo, mas é verdade que pode ser possível encerrar a guerra mais cedo se houver uma força que intimide os dois lados.

A equipe de Konoha terminou de arrumar suas coisas e seguiram para o país do arroz, levaram um dia inteiro pra chegar lá e mais um dia cumprindo a ordem, a cada cidade ou vila que passavam encontravam rastros de destruição e refugiados sendo ajudados por ninjas de Konoha ou do som, ouviram inúmeras historias tristes e chegaram a testemunhar um conflito entre ninjas das duas vilas em guerra onde um massacre aconteceu afetando ninjas e civis, quando os soldados sobreviventes recuaram eles foram ajudar os civis sobreviventes.

- Porque uma coisa dessas aconteceu? As pessoas daqui nem tiveram tempo de fugir! – gritou Hantei nervoso.

Shida estava socorrendo os feridos com seus ninjutsu médicos enquanto o time 4 procurava sobreviventes nos escombros, os membros do time 5 ajudavam no resgate e transporte.

- Não existe piedade para com os fracos numa guerra, essas pessoas foram massacradas por que não possuíam poder para se protegerem – respondeu Benkei indiferente.

- Pare de falar dessa forma sensei, não é culpa delas que duas vilas resolveram se destruir nas terras deles! – censurou Mikoto nervosa – quer dizer que eles são culpados por preferirem viver em paz ao invés de se armarem pra guerra?

- Você me entendeu errado, não disse que é errado ser fraco, mas os fracos não possuem direitos contra os fortes e por isso se quiserem sua paz elas devem ter poder para isso – explicou o demônio – a paz não se constrói com sonhos ingênuos, até mesmo para existir paz é preciso ter poder para mantê-la.

- Você tem uma forma de pensar bem distorcida – comentou uma voz sobre eles – me lembra o meu antigo eu.

Todos voltaram sua atenção para onde estava a voz e viram o jovem rapaz ruivo com o rinengan sentando sobre o telhado destruído de uma casa, imediatamente os chuunins assumiram posição de luta mas foram contidos por Shikaku.

- Nós não viemos aqui para lutar, apenas para ajudar os feridos – disse Shikaku como se negociasse uma cessar fogo – por isso não há razão para lutarmos, se você compreende isso...

- Eu também não vim lutar senhor Nara, na verdade estou deixando esse país hoje mesmo – avisou Nagato – agora que Konoha e som estão ajudando os refugiados não é mais necessário que eu esteja aqui.

- Você realmente é aquela mesma pessoa que destruiu Konoha anos atrás? Não se parece em nada com alguém que planejava mergulhar o mundo em dor e medo para cessar com todas as guerras.

- O mundo nunca ficaria em paz daquela forma, pelo menos não a paz verdadeira, mas seu amigo demônio tem razão sobre uma coisa: a paz é a coisa mais frágil do mundo, para protegê-la é preciso ter força e determinação.

O jovem levantou-se e tirou a poeira do manto, erguendo a mão para o alto ele liberou uma luz esverdeada que formou uma aura sobre toda a vila, as pessoas feridas começaram a se recuperar rapidamente.

- Um iryouninjutsu que abrange uma área tão grande? – perguntou shida espantada – esse é o poder do tão falado rinengan?

- Avisem Konoha que todos os ninjas da vila da grama recuaram de volta para seu país – disse Nagato – eles pretendem realizar uma ultima ofensiva com todas as suas forças, se não fizerem nada esse país será destruído.

- Espere um pouco! Que tipo de ofensiva eles estão planejando? – gritou Shikaku nervoso.

- 380 ninjas da grama estão se reunindo na fronteira e esperam pelas forças militares do seu próprio país e desse país que se uniram a eles – explicou Nagato – dentro de 24 horas eles estarão marchando exatamente pra cá, e vocês são os únicos ninjas no caminho deles.

Nagato então subiu aos céus com seu poder e desapareceu logo, Shikaku nervoso ordenou ao Ichiro pra entrar em contato com Konoha imediatamente pedindo ajuda e instruções, os outros por outro lado logo imaginaram, se aquela vila quase foi arrasada num único ataque o que aconteceria agora que um exercito inteiro marcharia por cima dela? O que seria dos sobreviventes que nem sequer tiveram tempo de enterrar seus mortos?

- Vamos protegê-los, nós somos a única esperança deles! – pediu Yukie.

- Você está louca? Não tem como pararmos um exercito inteiro! – disse Shikaku diante da idéia deles – sem receber reforços com certeza morreríamos e não faríamos nada!

- Você está pronta pra encarar uma morte inevitável em prol de pessoas que você sequer conhece? – perguntou Benkei sério.

- Vão sei se estamos prontos pra morrer, pode ser que a gente amarele no final – continuou Hantei certo de que os outros pensavam igual – mas eu não vou sair daqui sem fazer nada pra ajudar essa gente.

- Então estejam preparados pra isso, a partir de agora eu considero vocês ninjas de verdade – disse Benkei após gargalhar.

- Sou eu quem decide aqui Benkei! Eu sou o líder dessa missão! – insistiu Shikaku.

- Foda-se você e sua liderança, Konoha não pode interferir oficialmente – disse ele sarcástico – por isso nós vamos fazer isso por conta própria, quem tiver medo caia fora, quem quiser lutar venha conosco!

Todos os jovens chuunins se puseram do lado dele, Shida jamais abandonaria Yukie num campo de batalha e por isso se juntou a eles, Ichiro mais do que tudo queria lutar pelo que acreditava e juntou-se a eles, sem alternativa Shikaku cedeu.

- Se vocês vão fazer essa loucura pelo menos vão ter que fazer direito – disse ele rendendo-se a maioria – vamos planejar uma forma de segurar quase 400 ninjas até os reforços chegarem, depois estejam prontos pra encarar a morte ou um Hokage puto da vida!

Continua.