Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 21
O ciclo se fechou


Notas iniciais do capítulo

E aí, meu povo maravilhoso. Que saudades de vocês! Eu ainda nem respondi os comentários do capítulo anterior, mas irei fazer isso já já porque é uma das coisas que tenho gosto de fazer, né? ♥
Minha vida off é uma derrota que não consigo me organizar, então demorei novamente para atualizar TOF. Ok, não irei enche-los com meu bla bla, porém peço mais uma vez desculpas. 3
Se quiserem atacar pedrinhas em Cau, tudo bem, mas eu amo vocês.

PS- Se tiverem dúvidas sobre a história, podem perguntar que irei (tentar) responder sem soltar spoiler. Sei que demoro tanto para atualizar a fic que vocês esquecem do que se passa nos capítulos anteriores, eu sei disso porque também sou leitora, então estou disponível para responder perguntinhas, se tiverem. *U*

BOA LEITURA ♥

(CAPÍTULO NÃO REVISADO ,POR FAVOR, ME AVISEM DOS ERROS MAIS GRAVES)



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ANNE

Sem querer querendo, arrotei. Não tenho culpa da minha barriga agradecer o almoço delicioso que acabara de devorar. Poderia pensar assim, porém a expressão do Sr. Louis ao me encarar... Cacildes.

— Desculpa. — Ofereci um sorrisinho para disfarçar o meu modo sonso.

— Seus modos me assustam, mocinha.

Imagine se ele visse as macaquices que faço quando estou a sós com o Castiel? Tipo, apostar quem arrota mais alto ou quem peida por mais tempo. O velhote me mandaria para o quinto dos infernos. Pura certeza do cabaré!

Suspirei. Era fato que eu precisava me controlar para não frustrar ainda mais o homem com a minha forma estranha de ser. Sendo assim, tentei bancar a gente fina, passei o guardanapo na boca, dobrei o pano e o coloquei sobre a mesa, em seguida ajeitei os talheres e dei como finalizada minha refeição.

— Obrigada pelo almoço, Sr.  Muito gentil da sua parte me trazer para um restaurante como esse.

Era tudo tão chique que eu sentia que todos os pares de olhos estavam sobre mim. Por que? Meu povo, pobre chama atenção em que tudo que é lugar em que se enfia. Admitam!

— Você entendeu o que tem de fazer, certo?

Nem fiquei magoada por ignorar o meu agradecimento. Que isso! Agradeci de forma tão educada... Miserável, espero que acerte o dedinho do pé no sofá e cague de tanta dor! Pronto, vingança demonstrada em palavras.

— Só preciso pegar o... — Como é o nome do trem?  Fiquei matutando para lembrar, até que Louis estalou a língua, nervoso com tamanha lerdeza e me ajudou:

— O balancete, garota!

— Esse negócio aí mesmo! — Sorri parecendo uma mongoloide, só faltei bater palmas.

O coroa se atreveu a revirar os olhos e respirou bem fundo. Ai ai, está perdendo a paciência, meu bem? Cuidado que não sou eu quem está com a idade próxima de voltar a usar fraldinhas. Daqui a pouco vai estar cagando sem nem sentir. Gente, hoje estou com a macaca.

— Você tem alguma pergunta? — Ele questionou, após recuperar a postura calma.

— Como eu vou pegar a maçanete do Nathaniel?

Balancete, menina! --- Louis passou as mãos no cabelo grisalho, ele faltou arrancar os fios de tanta raiva — Pede para ele te mostrar, usa a desculpa que nunca viu um balancete na vida. — Me olhou dos pés à cabeça — Acho que você nunca viu um mesmo.

Falo nada, mas a vontade de mostrar o dedo do meio foi grande.

— De qualquer forma, diga que você sabe da atual situação da empresa e que gostaria de ver o balancete verdadeiro, afinal o que tem de mais? Você a secretária dele! — Por fim, ele perdeu de vez a paciência e finalizou: — Se vira, criança!

Todo nervosinho, ainda bem que eu estava numa NICE e nem me preocupei com aquele estresse todo, afinal era ele quem teria rugas, não eu. Chupa essa, cagão!

O celular de Louis começou a tocar. Nós dois olhamos para o aparelho em cima da mesa, até que ele o pegou e viu quem era e silenciou o toque. Em seguida, pegou o guardanapo disposto ao lado do nosso prato e escreveu algumas coisas, depois me entregou.

— Me ligue só quando for necessário!

Ele se levantou, deixou o dinheiro sobre a mesa e foi embora. Fiquei observando aquela figura. Cada peça que existe nesse mundo, cruzes.

— Nada elegante. — Comentei ao ver que pagou o nosso almoço com dinheiro vivo — Que eu saiba ricos só usam cartão!

Se achando a sabichona, né? Gente, não me aguento e depois dessa é até melhor voltar ao trabalho. Espera! O Louis foi embora e agora como irei retornar para a empresa? VELHO MALDITO!

~x~

Já era noite. Tive que voltar andando — miséria essa é a vida de quem não tem dinheiro. Estava xingando tudo que é nome, mas os meus olhos brilharam quando se depararam com o nome “BMD Concepts”. Cheguei nessa bagaça! Poderia sair correndo de felicidade, contudo minhas canelinhas estavam doendo, por conta disso, continuei a andar como um pato.

Quando me aproximei da porta de vidro, consegui ver o meu reflexo. Choque duplo! Meu cabelo estava mais rebelde do que de costume, sem contar a minha cara que brilhava que poderia usar aquele óleo para fritar um ovo. Olha o drama! Nem tive tempo para me arrumar, pois a porta se abriu e me deparei com Armin e Nathaniel.

Congelei. Observei o Gamer dar um passo para ficar atrás do executivo, depois começou a movimentar os lábios, sem emitir um único som e falou para que só eu entendesse sua frase, porém não estava entendendo porra nenhuma. Apertei meus olhos para compreender melhor o que a anta dizia e sem querer repeti o que entendi em voz alta:

— “Otária, você está l-a-s-c-a-d-a.”

Nathaniel olhou para Armin com um olhar que fez o abestado parar com sua estupidez. Sem jeito, o sonso se despediu às pressas e pegou o seu rumo. Como desejei estar na pele daquele infeliz ao invés da minha.

Estalei os meus dedos, nervosa. O meu almoço com o velhote bipolar era segredo, então como poderia explicar a minha saída para almoçar e o pior: A demora para retornar. Poxa vida, passava das sete da noite. Comecei a soar de tanto esforço, além que faltei fritar o meu cérebro para pensar numa resposta decente, porém Nathaniel me livrou do meu sofrimento.

— Conseguiu entregar as correspondências?

Hã? Em que capítulo estar essa parte, pois nem eu estou sabendo.

O loiro estranhou minha atitude, então acrescentou:

— Suellen me disse que como você estava “atoa”, pediu para você entregar as correspondências da empresa no lugar dela.

Pensei no Sr. Louis. Ele deve ter pedido para a Suellen me acobertar. Ao menos, esse velhote me salvara e fiquei muito grata.

— Claro que entreguei! — Consegui responder, porém minha voz saiu mais fina que o normal. Acho que isso é resultado de quem não sabe mentir. Oh derrota.

— Da próxima vez, não leve tanto tempo, mocinha! — Nathaniel ergueu uma sobrancelha e prosseguiu de modo brincalhão: — Saiba que fui forçado a jogar fora o almoço que mandei preparar para nós dois, depois ainda tive que tomar o café horrível feito pelo Armin. Sem contar que fiquei sem comer nada o dia inteiro, pois “um certo alguém” não estava ao meu lado para puxar minha orelha e me forçar a comer.

E esse showzinho todo? Parecendo menino do buxão.

Pela primeira vez eu vi um lado seu que não conhecia. Gostei de vê-lo vestido de terno, porém sem a postura de malvado. Tanta coisa que eu não sei e gostaria de saber a seu respeito. Eu queria descobrir mais, vê-lo sorrir, vê-lo desabafar, conhecer seus medos... olhei para seu rosto, ele ainda estava sorrindo. Pensei no que Sr. Louis disse sobre a pressão que ele vinha sofrendo por causa da empresa. Nathaniel guardara tudo para si. Se ao menos eu pudesse...

— Então, o que me diz, Anne?

Socorro! Ele falou alguma coisa e eu não escutei. Fiquei perdida em meus pensamentos e me submeti a essa vergonha. Senhor, acuda aqui?

— Poderia repetir o que disse, baby?

Nathaniel franziu a testa. Lá vem a bomba! Fechei os olhos com força. Já estava preparada para a bronca que estava por vir, porém nada ele disse, apenas senti dois braços me enlaçando e os meus pés se distanciando do chão. Abri os olhos, estava no colo dele.

~x~

— Vai ficar emburrada? — O sonso perguntou enquanto colocava o cinto de segurança.

Aumentei ainda mais o meu bico.

— Me desculpe por ter pego você no colo. Não pensei que isso te deixaria tão chateada.

— Só estou assim porque foi na frente do Charles e da Suellen.  — Respondi, mas logo percebi que não escolhi as palavras apropriadamente. Droga, tarde demais. Nathaniel ergueu uma sobrancelha e ainda me ofereceu um sorriso cheio de charme.

— Quer dizer, que se eles não tivessem visto, você teria gostado?

Pronto. O meu autocontrole se desmoronou. Meu rosto voltou a queimar e procurei evitar de olha-lo diretamente.

— Para onde você está me levando mesmo? — Desconversei.

— Para a minha casa.

~x~

Nathaniel jogou as chaves do carro em cima do sofá enquanto eu permaneci parada no centro da sala. Ele acendeu as luzes, foi neste ato que tive uma visão nítida do cômodo. Fiquei surpresa, pois na primeira vez que estive em sua casa, uma das primeiras coisas que notei foi a organização. Sorri ao lembrar que naquele dia tive medo de sentar no sofá e suja-lo com minha imundice. Oh céus!

Dessa vez, as coisas estavam diferentes. Um dos sofás tinha um travesseiro e um edredom dobrado, era como se o móvel tivesse se tornado uma cama. Sem contar a mesinha a frente, estava coberta de jornais, tinha um prato com restante de comida e uma taça junto a duas garrafas de vinho pela metade. Enquanto eu não sabia mais o que era ter o silêncio como companheiro, aquela casa era preenchida apenas por ele.

Sempre tive uma visão contorcida do executivo. Sua imagem é de um galã de Hollywood rodeado por mulheres, cheio de amigos, recheado de dinheiro e que só vive na farra, mas seria essa a verdade? Quando nos conhecemos oficialmente, ele me parecia ser essa pessoa que a mídia apresenta, mas pensando melhor... Ele é um E.T!

Balancei a cabeça. Não era o momento para ficar pensando nessas coisas.

Muito bonito, o dono me trouxe para a sua casa e me largou sozinha na sala. Nathaniel se entocou na cozinha e por curiosidade fui atrás para saber o que tanto fazia. Só coloquei a cabeça para dentro e me deparei com a criatura bizoiando o armário e pegando um monte de coisa.

— O que é isso tudo? — Não me contive, entrei de vez na cozinha e perguntei ao ver aquela bagunça em cima do balcão.

— Estou com fome. — Respondeu enquanto analisava as coisas que tinha pego e escolheu a dedo o que usaria em sua gororoba.

Ele nem tinha trocado de roupa. Os seus olhos se encontravam vermelhos, denunciando o cansaço. É nessas horas que uma pessoa normal se oferece para cozinhar? Pena que sou uma catástrofe na cozinha, experiência própria. Uma vez, Rosalya tentou me ensinar a fazer uns trens e não deu muito certo.

— Quer me ajudar a preparar a comida, Anne? — Nathaniel colocou as panelas em cima do fogão. Pobre coitado, não sabe a merda em que vai se enfiar. — Não se preocupe, cozinhar não é um bicho de sete cabeças, basta fazer o que digo.

40 MINUTOS DEPOIS.

Os pratos tinham sido postos na mesa e estávamos sentados um na frente do outro em silêncio. Aquela comida era rodeada por uma atmosfera negra. Gororoba do cacete! A questão é: quem de nós teria coragem de provar primeiro? Nathaniel foi a vítima. Ele arriscou no arroz, deu uma garfada e enfiou na boca. O Boy tentou disfarçar, mas teve dificuldades para engolir aquela coisa, depois tomou uns três goles de água e tossiu.

— Incrível como conseguimos deixar o arroz duro feito pedra.

Derrota. O loiro desistiu de cozinhar e pediu uma pizza. Enquanto a delícia não chegava, ficamos na sala. Me sentei ao lado do Nathaniel e parecíamos duas bestas caladas. Aproveitei para olhar o meu celular e o coração faltou parar de bater. Tinha 50 chamadas não atendidas, metade era da Rosalya e a outra do Kentin. Vala me deus!

Certeza que o objetivo dos dois era saber onde eu estava e por que da demora para voltar, então levei quase cinco minutos para mandar a seguinte mensagem para ambos:

“Estou com o Nathaniel. Não precisa se preocupar, logo estarei em casa”.

Céus, como era difícil digitar naquela tela. Não estou acostumada com essa tecnologia. Antes que guardasse o meu aparelho no bolso, este vibrou e já era a resposta da Rosalya. Nada desesperada minha amiga, né?

“Não demora porque o Ken está virado no bicho aqui. Amiga, você fez ele ir te buscar e não estava na empresa. Bicha má! kkkk

PS – Cuidado com esse lobo mal aí. Qualquer coisa me liga que eu vou te buscar imediatamente e como brinde ainda arranco os dentes desse loiro metido”!

Sorri com as palavras da branquela. Oh bichinha bruta. Guardei o celular no bolso da minha saia e quando olhei para o Nathaniel, a surpresa. Parecia estar olhando para uma criança de cinco anos emburrada, só faltou o bico nos lábios. Acreditam que ele estava de braços cruzados e com a cara do tamanho do mundo? É cada uma que me aparece!

— O que é, menino?

— Já acabou de mexer no celular?

Revirei os olhos.

— Tive que explicar para as crianças onde eu estava, né querido!

O loiro se debruçou no sofá e ficou encarando o teto.

— Você está estranho. — Fui sincera. — Qual o motivo disso tudo?

Ele suspirou e finalmente virou o rosto para me olhar nos olhos.

— Você me acharia estranho se eu dissesse que estou com vontade de largar tudo e sumir do mapa?

Ele estava se referindo aos problemas da empresa?

— Não adianta fugir dos problemas, meu caro. — Aconselhei.

O Nathaniel me olhou com uma cara tipo de: “Você não entende”. E acho que não entendo mesmo.

— Sabe por que te trouxe aqui hoje, Anne?

— Na verdade, não.

— A partir de amanhã as coisas irão mudar, porém o que mais me incomoda é não ter sido sincero com você.

Estou com o pressentimento que o que estar por vir será uma bomba daquelas!
O som da campainha surgiu. O Boy foi receber a Pizza enquanto eu agilizei o progresso para saciar a nossa fome. Era preciso manter a minha mente ocupada, assim não perderei a calma. Peguei a caixinha de suco e enchi os copos, após olhei para os jornais que se encontravam ao lado da mesa. Por que tem um monte dessas coisas por aqui? Incomodada, retirei o noticiário, teria jogado fora senão fosse a foto do Nathaniel na primeira página. Pronto, minha curiosidade fora despertada. Abri o jornal e li o título em destaque da manchete principal: O empresário Sr. Bonimond tem uma filha!

O-L-H-A A B-O-M-B-A!

Caralho, o babado dessa vez foi tão forte que eu poderia cair durinha no chão. Até coloquei a mãozinha no coração, minha gente, não aguento um trem desse. Abana aqui, carniça! Qual foi a parte que pulei para não saber que o homem que admirei por anos tem uma filha? Que tipo de Stalker eu fui? Produção, me explica porque senão vocês terão que chamar o SAMU.


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Notas finais do capítulo

Resolvi parar de enrolar e abrir o jogo de uma vez. A filha do Nathaniel irá aparecer e estou com umas ideias aí. HAHA
Porém, gostaria de saber qual idade vocês achariam legar para a filha dele? Não pode ser velha demais u.u - Posso implementar na história, então deixo a decisão com vocês. CASO ME DEIXEM NO VÁCUO, EU IREI ESCOLHER SOZINHA A IDADE. COFF COFF ~Fazendo drama mesmo~ kkkkkkkkkkkkk

PS - O nome da empresa do Nathaniel é BMD (Abreviação do seu sobrenome) Concepts. Explicando porque sim.

BEIJOS~
Agora vou responder os comentários pendentes