Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 11
Os heróis


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas e maravilhosas ♥
Cau está chegando com mais um capítulo para vocês matarem as curiosidades. Eita noix//
Não tenho muito o que informar, mas achei muito gostoso de escrever este capítulo. Assim, como a sensação boa que tive ao escrevê-lo, espero que também sintam na hora de lê-lo. BUYATCHACA ooo/

Aguardo vocês nas notas finais, amores.

Boa Leitura ♥



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O uivar do lobo fez com que meu instinto de fuga se impulsionasse a não ficar parada. Comecei a movimentar-se há uma hora e a paisagem não mudava. Árvores, pista que as dividiam e eu no centro desta. Queria ficar o possível distante daquela mata, então me mantinha no meio da estrada onde sequer passava um carro. Isto me incomodava, mas junto a isto me incomodava a sensação de estar sendo observada.

Às vezes dava a impressão de tudo ser apenas um pesadelo. Oh como queria que nada fosse real. Naquele instante desejei nunca ter salvado a bolsa de Melody, assim não teria me aproximado de Nathaniel. Talvez, estivesse apenas em meu beco sã e salva e aqueles sentimentos não fariam parte de mim.

Respirei fundo e senti uma forte dor no peito. Fechei os olhos e por um momento o meu corpo quase cede à fraqueza, mas consegui manter-me em pé e voltar a caminhar, embora minhas pernas tremessem e protestassem por um descanso.

Minha vontade era de chorar e aninhar-me a espera de algum lobo me comer, desistir de vez. Não sabia de onde surgia aquela força de fazer-me seguir. Afinal, quem estaria me esperando? Para onde estava voltando? Nunca tive ninguém a minha espera e nenhum lugar concedido meu.

Esbofeteei meu próprio rosto punindo-me de ser boba. Respirei fundo e mais uma vez senti aquela dor no peito. Além de estar num lugar típico de filme de terror ainda estava mal da saúde. É o cacete!

Escutei latidos seguidos do barulho dos galhos das arvores sendo quebrados. Coração quase enfarta. Olhei para trás e avistei dois lobos pretos encarando-me enquanto rosnavam. Eles estavam cautelosos mantendo a guarda ativa. Encurralaram-me, se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, mas optei pela segunda. Sem pensar duas vezes corri o máximo que pude e os cachorros correram atrás de mim. Essa situação é típica de uma azarada.

De repente aquela rua silenciosa se tornou barulhenta, pois os lobos latiam e eu gritava. Iria agradecer as minhas pernas se saísse viva, visto que elas possuíam bastante velocidade. Na hora do medo é outra coisa, certo?

A pista fez uma curva para a direita, mas segui em linha reta onde o terreno passou a ser de terra e muito íngreme. A luz dos postes não iluminava aquela área, porém mantive o ritmo continuando a correr o máximo que podia naquele ambiente escuro.

Meus pulmões começaram a arder e a falta de ar ocorrer. Os animais estavam mais próximos. Não, não queria morrer daquele jeito. Veio à imagem do meu corpo sendo estraçalhado pelos dentes daqueles bichos. Por favor, meu deus! Fechei meus olhos dando um passo a mais para frente e acabei pisando de mau jeito. Segundos depois rolei abaixo pela ladeira de terra. Escutei o choro dos cachorros, pois eles também foram pegos de surpresa.

Eu e os lobos caímos da pior forma possível. Rolava sentindo o arder de meu corpo e as pedras batendo em meu rosto. Parecia não ter fim até sentir um forte impacto sobre minhas costas e depois nada.

~x~

Estou morta? O estimulo da minha consciência foi o meu primeiro desperto.

Quando abri os olhos minha visão foi ofuscada por uma luz clara. Tive dificuldade para enxergar, mas forcei minhas pálpebras a permanecerem abertas. Aos poucos o clarão foi sumindo e percebi que já era dia. Tentei me mover, mas não consegui. Meu corpo estava doendo em todas as partes. Senti que minha testa estava molhada e no chão a onde minha cabeça estava encostada tinha um borrão vermelho, estava ferida.

Ergui lentamente minha cabeça e percebi que a minha frente os dois lobos estavam deitados com os olhos fechados. Tive um sobressalto, mas algo estava errado. Eles estariam desmaiados? Logo, constei que na boca dos cachorros havia sangue e suas patas tinham sido quebradas, estavam mortos. Por que eu não estava também?

Desisti de mover-me e fiquei deitada de bruços no chão. Meu corpo doía tanto que era impossível movimentar-se. Escutei as pessoas conversando, mas permaneci de olhos fechados. Não lembro a onde tinha caído, contudo não estava sozinha. Poderia pedir ajuda, entretanto não tinha mais esperanças. Pessoas são complicadas. Apenas queria ficar quieta e aguardar o que destino me reservava.

Os rostos anônimos murmuraram:

— Triste ver uma garota no mundo das drogas. Olha o estado que se encontra!

A criatura percebe minha situação, mas não age. Sequer ajuda! Como disse: Pessoas são complicadas.

As vozes continuavam, mas a cada sentença se tornavam mais distantes. Era como se eu estivesse longe, viajando para outro mundo, mas lembro de que antes de adormecer escutei:

— Anne? É a Anne, cara!

Talvez estivesse delirando, contudo escutei o chamar de meu nome desesperado. Depois disto a escuridão foi minha companheira por um longo prazo.

~x~

— Eu disse que seria o seu herói, querida! — Demandava uma voz grossa sedutora.

Esta pertencia a Kentin que segurava o meu corpo em seus braços. O pior é que minha mão se apoiava em seu peito nu totalmente suado e musculoso. Flores voavam ao nosso redor e a paisagem era branca destacando nós dois.

O olhar do moreno estava brilhando enquanto me encarava. Ele encarava o que, meu deus? Pois eu não tinha os membros do rosto, estava sem os olhos, nariz e a boca. Sonhos e suas surpresas. Talvez, porque não consigo me imaginar tendo tais sentimentos pelo rapaz. Parecíamos um casal apaixonado após uma temporada de guerra. Kentin estava vestido de armadura e eu de princesa. Única coisa a dizer: Que merda!

Espera! Por que estou sonhando com essa criatura?

Abri os olhos e respirei ofegante. Deparei-me com um teto branco e escutei um som similar a isso: “Pi, Pi, Pi.” Olhei para a esquerda e vi a máquina preta com uma linha verde se movimentando. Depois concluí que estava no hospital.

Suspirei. Alguém teria me salvado. A sorte estava voltando, querido deus? Percebi uma sombra ao meu lado, virei meu rosto e avistei Kentin sentado em uma cadeira lendo uma revista. Gritei.

O rapaz deu um pulo e a revista foi parar longe. Ele me olhou com os olhos arregalados e indagou:

— O que foi? Você está sentindo alguma coisa? — Estava preocupado.

Apontei tremula em sua direção e questionei:

— Você é real? Você é um sonho, não é? Como você saiu dele e veio parar aqui na minha frente?

Não conseguia acreditar. Tamanha coincidência e sorte para encontra-lo. A queda me fez dizer tais coisas bestas. Desculpa esfarrapada, né?

Rapidamente um sorriso de lado se formou nos lábios do mesmo. Kentin pareceu gostar do que escutou. O moreno segurou meu queixo erguendo meu rosto para fitar os seus olhos verdes.

—Anne, eu sou o sonho de qualquer garota. Como você é especial, irei conceder o seu desejo quando quiser, baby. — Piscou. — Sinta-se livre para possuir o meu corpo, visto que tem fantasias comigo. Até sonhando comigo estar! — O brilho de convencimento o cercava. Pobre alma.

Kentin era real. Só ele para ser abusado e ainda transformar aquele ambiente numa situação daquelas. Aproveitei a proximidade e dei-lhe um soco no estômago. A magia fora quebrada num instante.

— Como trata o seu herói assim? — Perguntou entre gemidos.

Em seguida, um médico moreno junto a Lysandre adentrou no quarto. Quando o branquelo observou a situação de Kentin quase morrendo com a falta de ar, ele sorriu.

— A bela adormecida já despertou?

Depois disto, o profissional me examinou. Ele sorria tentando me acalmar, mas estava nervosa. Tinha um medo danado de médico. Ficava tensa a cada toque. Logo, percebi que minha testa estava enfaixada e algumas regiões de meu corpo tinham esparadrapos. O médico disse que tive muita sorte. Ele afirmou que eu ficaria bem depois de um descanso, mas diagnosticou que eu estava com pneumonia. Isso explica a dor no peito que havia sentindo. Cacete! Fora isso, tá tudo tranquilo.

Quando o homem saiu do quarto, Kentin, Lysandre e eu ficamos em silencio. Momento tenso. Fiquei de cabisbaixa observando o esparadrapo em meu pulso e no tornozelo. Franzi a testa ao pensar o porquê dos meus dois heróis me ajudar. Eles não sabiam?

— O que aconteceu, Anne? — Indagou o branquelo.

Foi o que pensei.

Encarei os dois e fiz bico. Novamente aquela vontade de chorar veio à tona e foi o que eu fiz, chorei como uma criança. Kentin e Lysandre me encaravam surpresos, percebi que eles estavam confusos. Porém, ambos sentaram na cama ao meu lado e tentaram me confortar. De fato, eles estavam por fora do assunto.

Quando me acalmei, consegui explicar o que tinha acontecido. Foi uma luta, pois a cada palavra era um chororô, mas Kentin ameaçou a punir-me se eu continuasse. Ou seja, rapidinho engoli o choro.

Enquanto fungava e limpava as lagrimas de meu rosto, o silêncio novamente encobriu o quarto. Lysandre estava de testa franzida trabalhando em algum pensamento, Kentin parecia perturbado e logo demandou:

— Não acredito! Só é eu ficar longe daquela casa que perco uma treta como essa? Cara, que azar! — Ainda dizia irritado. Pode uma coisa dessas, gente?

O moreno percebeu o comentário desnecessário e calou-se encolhendo os ombros.

— Está claro que o policial foi subornado. — Lysandre aclamou — Fico assustado ao pensar que nossa gente é protegida por pessoas de baixo nível como esse sujeito.

Arqueei as sobrancelhas e encarei intensamente o branquelo. Tinha pouca fé neles. Depois de Nathaniel e Rosa, pensei que eles não acreditariam em mim.

— Vocês acreditam em mim?

Os dois rapazes sorriram e Kentin confirmou.

— Claro que acreditamos em você, Anne. Aliás, assim que encontrar o Nathaniel irei parti-lo ao meio. Como ele ousa duvidar de você?

— Obrigada, gente! — Murmurei mais para mim do que para eles.

Estava grata por tê-los ao meu lado. Minha vida ainda tinha um sentido. Não me permitir pensar no executivo. Era claro que precisava dar um jeito naqueles meus sentimentos.

— Como vocês estavam por fora dessa situação toda? — Perguntei curiosa.

— Na verdade, eu e Lysandre estávamos querendo fugir do Nathaniel. Ele nos dá férias, mas sempre liga para a gente voltando atrás. Eu e Lysandre somos modelos, entretanto o loiro desgraçado nos vê como garotos propagandas para a sua empresa. — Deu de ombros. — Então, desligamos o nosso telefone e sumimos da nossa casa para ele não nos encontrar.

Tive a impressão que Kentin queria me surpreender com a profissão dele, mas não expressei nenhuma reação. Eles eram belos e eu não precisava confirmar isso. Alias, explicou como se fosse uma coisa simples. Olha a solução que as criaturas encontraram para viver na gandaia. Depois refleti sobre a frase deles e perguntei:

— Como me encontraram? Ou melhor, onde estamos?

— Estamos em uma cidadezinha vizinha de onde moramos. Uma hora para chegar aqui. — Explicava sereno. — Você estava caída na beira da padaria onde tínhamos acabado de comprar pão. Sorte e tanto, garota! — Kentin radiava sorridente.

A partir de hoje irei considerar as padarias um lugar sagrado.

— Por que vieram para essa “cidadezinha”?

— Mulheres, Anne! Mulheres... — O moreno piscou.

Sorri com aquela figura. Aqueles dois conseguiam me deixa mais animada apesar da merda que estava passando. Sentia-me confortável ao lado deles.

Lysandre ainda continuava trabalhando em algum plano. Ele estava até suando, meu povo. O que está pensando, homem? Como se lesse minha mente, ele finalmente diz:

— Certo, baseando que você estava morando com o Nathaniel... — Notei Kentin bufar nessa hora. — Alguém te ver como uma ameaça. Assim, elaborou esse plano estupido para se livrar de você. Quem mais poderia se baixar para esse nível, Ken?

Ui o macho é inteligente. O incrível foi na hora da comunicação pelo olhar que ambos tiveram. Era obvio que o moreno estava entendo o contexto explicado pelo amigo, enquanto eu ficava boiando que nem bosta no assunto. Como sou lerda às vezes.

O fortão ergueu uma sobrancelha e os dois afirmaram:

— Melody!

Rapidamente a voz de Rosalya me surgiu na consciência:

“— Ela faz de tudo para ficar com ele”.

Gritei. Os dois se assustaram com minha ação.

— Aquela vaca de tetas grandes. — Comecei a rosnar.

Como não tinha pensando nessa probabilidade? Anne burrona.

— Precisamos provar que foi ela quem te fez isso. — Lysandre argumentava me observando surpreso com meu jeito animal de agir. Oh deus, esse homem deve pensar que sou doida.

— Mas como? — Perguntei começando a me empolgar. As duas criaturas estavam deixando a bagaceira interessante.

— O seu amigo! — Desta vez alegou Kentin. — Precisamos encontra-lo e constar o que lhe aconteceu. Será que a polícia já o encontrou? Se Melody quer sucesso com seu plano diabólico, acredito que ela tentará se livrar de qualquer evidência.

Castiel? Ele teria sido jogado em algum outro lugar como eu? Um aperto se formou em meu peito guiando-me a pensar o pior. Somos azarados demais, ele poderia ter sido pego e lutado contra o policial. Afinal, o ruivo não se deixaria ser levado facilmente. E o oficial revoltado pode ter batido nele. Ah céus! Comecei a respirar com dificuldade pensando nessas hipóteses.

— Anne, fique calma! — Kentin despertou-me segurando minha mão. — Vamos pensar positivo, ok? Agora, estamos com você para te ajudar. — Aconselhou com um sorriso gentil. — Não te deixaremos sozinha.

A mão dele era quente e acolhedora. Fechei os olhos conseguindo me acalmar. Senti-me protegida ao lado do moreno, mas não iria lhe dizer isso. Imagine? Ele iria me atormentar e ficar ainda mais convencido.

Tentei demonstrar o máximo de confiança e assenti concordando com o plano. Desta vez, estava com um bom pressentimento. Não sei se era a presença dos meninos que me deixava mais forte, mas pelo menos me mantinha otimista.

Melody, você conseguiu despertar a onça que vive em mim. Tadinha de mim. Gente, eu estou tentando bancar a mulher feroz. Ela seria o coelho e eu a felina. Minhas ideias não tem limite. Só sei que estava rindo maleficamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que vocês esperam? *OO*

Quero agradecer as leitoras que sempre estão comentando. Saibam, que vocês que me mantém no ritmo. Graças as palavras de vocês que consigo abrir o word e começar a escrever. É muito importante saber que o meu trabalhado estar sendo reconhecido e divertindo aqueles que leem. Muito obrigada pelos recadinhos que vocês deixam a cada capítulo, é muito importante para mim.