Serial Killer - O Despertar. escrita por Caio V
Notas iniciais do capítulo
Me senti na obrigação de traduzir esse título, pq nem eu saberia o que tá escrito: "A Medula Espinhal".
Espero que gostem ^^
Caio
– Não temos muito tempo – disse Agatha. Ela puxou Caio para dentro da sala de reuniões. Lá esperavam Gislaine, Rodrigo e Samuel.
Ele corou. Já passaram duas semanas desde o natal, quando os dois se beijaram pela primeira vez, no Central Park. Desde então, Caio não tinha falado ou visto ela; não por opção – Mirella e o treinamento árduo estavam tomando todo seu tempo. Samuel logo entendera o clima tenso, ele enviou um olhar de “Controle-se”; algo que o anjo sabia fazer muito bem quando necessário. Já Rodrigo... era esse quem preocupava Caio. Ele não estava machucado, nem sangrando, nem nada parecido; apenas preso com correntes e segurado por dois anjos. O da direita tinha cabelos negros e olhos castanhos; um par de asas enormes nas costas, e o corpo era cheio de cicatrizes. A da esquerda era uma garota; uma bela morena de olhos dourados e pele alva; o corpo bem definido e as asas brancas com detalhes vermelhos – um pouco menores que as asas do garoto.
– O que vocês acham que tão fazendo com meu irmão? – perguntou Caio, extremamente exaltado.
– Acalme-se, Serial Killer – disse o anjo que segurava Rodrigo. Caio o encarou ferozmente. – Seu irmão foi infectado, ele está tentando matar todos nós. Até que encontremos uma forma de curá-lo, permanecerá em nossos domínios. Assim poderemos vigiá-lo.
– Ele foi o que? Por quem? Como? – Caio disparou as perguntas.
– Infectado – disse a garota, tomando a frente da questão. – Provavelmente pela feiticeira, quando ela lançou o feitiço sobre ele, deve ter infectado para que trabalhasse para Mateus. Quanto ao “como”; isso só seu irmão poderá dizer. Caso ele se recupere, o que não é provável.
– Como assim “não é provável”? – Caio fez aspas com os dedos.
– Outros já foram infectados antes – disse Samuel, finalmente abrindo a boca. – Nenhum sobreviveu. Eles fazem o que Mateus manda, e isso faz com que eles sejam acusados de traição.
– Traição? – Caio encarou Agatha. – Acusam um doente de traição?
– Na maior parte das vezes, não notamos a infecção a tempo – disse Agatha. Ela o olhou meio triste. – E, da última vez que notamos...
Agatha engoliu em seco. Samuel colocou a mão no ombro dela e tomou a frente.
– É perigoso, Caio – disse ele. Samuel olhou tristemente para o garoto. – Da última vez que tentamos manter um infectado preso, ele tirou a vida de Elizete.
– Quem? – perguntou Caio.
– A deusa, Elizete. Mãe de Agatha – disse Gislaine. Ela não parecia tão incomodada com a presença de Caio. Até sorriu para ele, por mais que mostrasse uma tristeza na voz, ao tocar no assunto. – Era um anjo. Ele era de grande confiança, até que...
– Até que se apaixonou por uma bruxa e foi infectado – concluiu Agatha. – É isso o que elas fazem, Caio. E é por isso que você está aqui.
– Por quê? – perguntou Caio, ainda confuso.
– Porque você pode detectar quem fez isso – disse Gislaine. Ela se aproximou. – Ele é seu irmão, e seja quem for que está por trás disso, eu prometo que não viverá para infectar mais ninguém.
Caio olhou para Gislaine. Ele não queria vingança. Não queria matar a bruxa. Não queria matar mais ninguém.
– Não – disse ele. Assumiu seu tom firme novamente, sabia que seria necessário; por mais que partisse seu coração falar com Gislaine daquela forma. A caçadora de bruxas o encarou confusa. – Como você disse, ele é meu irmão. Eu cuidarei disso, e mais ninguém.
Gislaine sorriu e deu um passo atrás.
– Certo.
– Antes, tenho uma pergunta – disse Caio. Ele olhou para Agatha. – Por que Mirella não está aqui?
– Bem, ela é uma bruxa...
– Mentira – interrompeu o garoto. Ele olhou para Agatha. – Vocês sabem quem foi. Não precisam que eu faça nada.
– Só queremos uma confirmação – disse Samuel.
– Eu conseguirei a confirmação – disse Caio. Os olhos dele ficaram vermelhos. – Mas, não será dessa forma.
– E o que vai fazer? – perguntou o anjo que segurava Rodrigo.
– Perguntarei gentilmente. E, se isso não der certo... – Caio correu para a janela e saltou, alcançando o chão em alguns segundos. Ele olhou ao redor, todos os anjos olhavam para o garoto. Caio suspirou e pegou o telefone, discou um número rápido e ligou para a treinadora. – Mirella? Onde está?
– Em casa, por quê? – perguntou na outra linha.
– Porque eu preciso falar com você, imediatamente – disse Caio.
Mirella desligou o telefone, em dois segundos, ela estava na frente de Caio. Que tomou um pequeno susto.
– Como...?
– Não importa – disse a garota. – Qual o problema?
– Você é uma bruxa, então me responda uma coisa: como vocês infectam alguém? – perguntou Caio.
– Bem, antes de infectar a pessoa, é preciso fazer um pacto com Mateus – disse Mirella. – Assim, ele será responsável pelas ações da pessoa. Esse pacto é o que dá força à bruxa para realizar o feitiço, uma fonte de poder. É o primeiro passo.
– Qual o segundo?
– É um feitiço complexo, exige alguns encantamentos – disse ela. – Geralmente, anos de investimento; cria-se uma ligação com a pessoa, isso facilita o controle.
– Uma ligação... – Caio suspirou. – Qual o terceiro passo?
– O último passo é... – Mirella corou. – Bem, é um feitiço que exige muita proximidade, por isso...
– Sexo – deduziu Caio. Mirella assentiu. – A infecção é causada pelo sexo... é óbvio.
– O que aconteceu, Caio?
– Serei direto – disse o garoto, olhando nos olhos de Mirella. – Sua irmã infectou o Rodrigo.
– Ela o quê?
– Não sei quando, nem sei o motivo dela – disse Caio. – Mas, precisamos encontrá-la e descobrir como reverter o feitiço, ou...
– Ou Agatha o matará – disse Mirella. – Eu conheço as regras. Por sorte, sei exatamente onde Gabriela está. Eu a deixei em casa, estávamos tomando um chá e discutindo alguns assuntos familiares... ela disse que tinha algo para me contar.
– Acho que sei o que era, agora – disse Caio. – Vamos para lá.
– Eu vou sozinha – disse a bruxa, decidida. Caio a encarou incrédulo. – Se você perder o controle, a matará. Não posso deixar que isso aconteça.
– Certo. – Caio assentiu.
Só que não. No momento em que Mirella virou-se de costas, Caio atingiu o pescoço dela com a mão e a garota caiu no chão, desmaiada. Ele não sabia explicar como havia feito aquilo, apenas sabia onde e como deveria atingi-la.
– Desculpe, Mirella. – Caio se abaixou e beijou a testa da treinadora. – Mas, ele é meu irmão.
Caio correu até a beirada do Reino dos Deuses e saltou. Ele não sabia como fazer aquilo, mas algo lhe dizia que aquela queda o levaria exatamente aonde queria.
Quando atingiu o solo suavemente, Caio olhou ao redor. Um campo florido, com muitas árvores e uma varanda, onde uma garota aguardava pacientemente segurando um livro em uma mão e uma xícara de chá na outra.
– Eu estava esperando por você, irmã – disse ela. Então olhou para Caio, ela levantou assustada e sacou a espada. – O que faz aqui? Cadê a Mirella?
– Descansando. – Os olhos do garoto brilharam. – O que você fez com meu irmão?
– Acho que você já sabe – disse Gabriela, sorrindo. – Afinal, é por isso que está aqui.
– Como eu reverto o feitiço?
– Por que eu te diria?
– Porque eu perguntei gentilmente – tentou Caio. Ele realmente não queria lutar. Sabia que viriam muitas lutas pela frente, e não queria começar uma antes da hora. – Por favor, não me faça deixar de ser gentil.
– Quer saber como reverter o feitiço? Talvez deva procurar no Google. Ele costuma ter respostas.
– Diga de uma vez, ou eu juro por tudo que é mais sagrado... – Caio suspirou. As garras apareceram. – Eu vou arrancar seu coração e alimentar os poodles do meu vizinho com ele.
– O assassino mostra as garras – brincou a bruxa. – Venha, criança. Mostre-me do que é capaz.
Caio caminhou lentamente em direção à Gabriela. Ela sorriu e ergueu a espada e atacou, ferozmente. A espada estava prestes a atingir o ombro de Caio, quando ele ergueu a mão direita e a segurou, entortando a lâmina sem o menor esforço. Ele arrancou a espada da mão de Gabriela e a atirou longe, então levantou a garota pelo pescoço e a imprensou contra a parede.
– Sua última chance.
– Caio, acalme-se – disse a garota. Sua voz agora era suave e encantadora. Ela segurou o braço do Serial Killer e o olhou charmosamente. – Não faça isso, solte-me e vamos conversar civilizadamente.
– Boa tentativa, mas eu passei os últimos anos resistindo a você, porque era namorada do meu irmão e sua beleza não podia me atrair – disse Caio, decididamente. Ele apertou o pescoço de Gabriela, que assumiu uma expressão mais séria. – Seus poderes não funcionam em mim.
– Caio...
– Como eu reverto o feitiço? – perguntou Caio, mais uma vez.
– É impossível – Gabriela sussurrou, enquanto Caio prendia o pescoço dela à parede. – Não existe antídoto, ele ficará infectado até a morte.
Caio afrouxou a mão, então olhou nos olhos de Gabriela, que respirava, apesar de ainda estar presa à parede. Ele levou a mão esquerda até as costas da garota.
– Você sabia que uma fratura séria nessa região do corpo pode causar um dano permanente? – disse Caio. Ele sorriu friamente, enquanto Gabriela o olhava assustada. – É onde fica a medula espinhal, se eu danificá-la nessa região, você perderá o movimento das pernas eternamente. Imagino que isso seja muito chato.
– Caio, por favor... não – ela implorou.
– Certo, certo – disse o assassino. – Não te deixarei paraplégica. Farei melhor. – Ele sorriu, levantando a mão até a nuca da garota. – Exatamente aqui. Uma fratura nesse osso, seria o necessário. A boa notícia: ela não te deixaria paraplégica. A má notícia: seria muito pior.
– Caio, não.
– Como será ficar tetraplégica? – Caio a olhou curiosamente. – Bem... conte-me quando estiver com tempo.
Ele aprofundou os dedos na nuca da garota, atingindo-a exatamente onde queria. A fratura fora grande e Caio sabia que era irreparável, mesmo para uma bruxa. Ele tirou a mão e Gabriela gritou de dor, até desmaiar.
– A justiça está feita.
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Estamos chegando à reta final da primeira temporada da fic ^^
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