O Jogo da Mentira escrita por MrsEvans


Capítulo 6
Episódio 06 - Love's To Blame


Notas iniciais do capítulo

Olá amoras, como foi o Ano Novo? Tudo bem com vocês? Obrigada por todos os comentários lindos, até o próximo capítulo. Beijos MrsEvans



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–ANNABETH! –Grita Thalia quando entro no nosso quarto depois de jantar, acho que fiquei resfriada com o súbito nado que fiz hoje para “salvar" o Percy.

–Que porra é essa? –Pergunto olhando o nosso quarto completamente destruído, com coisas no chão, quebradas e roupas por todo o lado.

–Você fez isso? –Thalia ignorou minha pergunta, suas mãos tremiam era visível a raiva nela.

–Lógico que não, por que raios eu destruiria o meu quarto? –Arqueio a sobrancelha, cruzando os braços para ela.

–Porque só as minhas coisas foram destruídas. –Fala irritada, antes que eu responda o meu computador apita, indicando que uma nova mensagem foi recebida.

De: A Cobra

Para: AChase

Envenenei o seu amigo, a próxima é você.

–Que droga é essa? –Pergunto olhando um pircing prateado que está do lado do teclado pingando sangue.

–É da Clarisse, ela colocou há um ano, eu mesma furei. –Respondeu Thalia pegando o pequeno objeto prateado e o analisando. –Que nojo.

Ela limpa os dedos em uma blusa jogada no chão.

–Será que aconteceu algo com ela? –Digo tentando controlar o meu nervosismo, se essa for mais uma brincadeira da Clarisse, eu juro que arranco a cabeça dela!

–Tipo o que? Uma cobra gigante mordeu ela? Se bem que ela esta com o Chris então... –Ela deixou a frase morrer com um sorriso malicioso.

–Thalia sua pervertida! –Exclamo dando um tapa no braço dela. -Mas esse sangue falso deve ter sido feito pelo Frank, ele tem uma receita que usamos no halloween. –Thalia pega o celular e liga para alguém.

–FRANK! –Grita para ele do outro lado da linha. –Como conseguiu fazer a Clarisse te emprestar o pircing dela? Você vai limpar o computador da Annie!

Ela fica quieta com o celular no ouvido.

–O que ouve? –Pergunto e Thalia me entrega o celular. –Oi.

–Hey Annie, já falei para a Thalia, passei o dia todo estudando matemática com a Hazel. –Diz Frank com a voz cansada.

–Não estava treinando esgrima? –Pergunto lembrando que Percy disse a algumas horas atrás.

–Não, o campeonato só vai ser daqui a seis meses e se eu não passar nas provas não tem nem porque treinar. –Respondo rindo no final. –Por quê?

–Ninguém. –Respondo entregando o celular para Thalia. Me livro do uniforme, vestindo uma calça jeans escura, regata branca e meu tênis no lugar, pego minha mochila e deixo Thalia confusa no quarto indo até o dormitório dos meninos.

–Hey Annie, onde você vai? –Pergunta Nico quando o encontro no corredor masculino.

–Estou procurando o Percy, o viu por ai?

–Ele não esta no quarto, disse que ia para a biblioteca. –Respondeu pensativo.

–Obrigada. –Digo dando a volta e indo para a biblioteca.

A linda biblioteca de Westlake estava acesa, uma lamparina a cada lado das grandes portas duplas de mogno abertas. Dentro estava um clima aconchegante e me dava uma enorme vontade de me afundar nas centenas de livros ali expostos.

Encontrei Percy na terceira estante, por mais estranho que pareça lá ficavam os livros de romance.

–Porque você faz isso? –Pergunto chegando perto dele.

–Aqui não, vem comigo. –Percy segura minha mãe, nos guiando para uma escadaria de ferro no fundo da biblioteca com documentos, dentro tinha uma segunda bíblica com documentos, só que diferente da outra onde se passam horas e você ainda quer ficar mais, essa só me dava vontade de sumir, toda branca, com prateleiras de aço e luzes automática que apagam quando você sai e acendem quando chega.

–E-eu estava na cidade. –Percy disse encostando em uma estante, joguei minha mochila no chão, era apenas para não parecer tão estranha indo para a biblioteca sem os cadernos.

–Por quê? –Pergunto me apoiando no estande de frente para ele.

–Estava visitando a minha mãe.

–Sua mãe estava fazendo o que lá?

–Nós moramos lá, eu sou da cidade, não sou como você ou os outros que vieram de Londres ou cidades importantes, já eu nasci em Alde. –Ele parecia com vergonha de falar isso.

–E porque dizia aos outros que nasceu em Londres? –Perguntei confusa.

–Porque em Westlake o que conta e o quanto você tem na conta bancaria, eu sou bolsista e só vou conseguir uma boa universidade se passar no campeonato de natação. –Responde olhando os próprios pés. –Sou apenas o filho de uma doceira do vilarejo que se mata de trabalhar para pagar metade do preço mensal da escola.

–Não precisa se envergonhar disso Percy, sua mãe se importa com você, o que é bem melhor do que a maioria das mães que conheço, devia se orgulhar dela. –Digo segurando sua mão.

–E eu me orgulho, só não posso dizer o mesmo do sobrenome Jackson. –Percy sorri de lado olhando nossas mãos juntas, solto a dele e coloco as mãos nos bolsos da calça, elas já estavam começando a suar.

–Por... –O incentivo o falar.

–Meu pai era violento, um bêbado, vivia batendo em mim e na minha mãe, até que uma noite ele sumiu, é ruim dizer que aquele foi um dos melhores dias da minha vida.

–Você tem uma lista de melhores dias da sua vida? –Percy desencosta da estante de aço e fica na minha frente, colocando uma mão de cada lado da minha cabeça.

–Tenho. –Respondeu, seu cheiro de maresia me inebriava. –O dia em te vi chegar em Westlake esta nela.

–Não brinque comigo Percy. –Digo olhando para baixo, ele segura meu queixo levantando até que eu o encare nos olhos.

–Não vou dizer que te amo, ainda somos novos demais para saber o que é amar, eu gosto de você, gosto de como me sinto completo com você ao meu lado, de como fica linda sorrindo, pensando em algo e como sua inteligência surpreende a todos, gosto também quando fica zangada, quando briga comigo por alguma idiotice. –Percy respira fundo e com um sorriso de canto continua a falar. –Não estou me declarando ou jurando amor eterno, porque isso não existe, só sei que gosto de você, mais do que podia ser saudável para minha sanidade.

Estávamos muito próximos, sua respiração quente batia levemente em meu rosto se misturando com a minha, meu coração martelava alto, é tarde demais para fugir, eu estou irrevogavelmente apaixonada por Percy, sei que se apaixonar é como se jogar de um precipício sem uma corda para te puxar e que muitos se iludem acham que estão voando, mas na verdade estão caindo, e eu não me importo, porque me apaixonar por ele aquece até a parte mais fria que existia em mim.

Só uma luz estava acesa, foi quando do nada todas acenderam e um vulto passou pelo corredor.

–Viu isso? –Pergunto olhando para o corredor entre as outras estantes.

–O que era aquilo. –Percy segura minha mão, me colocando atrás de si e saindo de entre as estantes. –Uma cobra?

No chão estava uma cobra verde em uma poça de sangue.

–Que nojento. –Digo e do outro lado dessa biblioteca de documentos as luzes acendem.

–Vamos embora. –Percy me puxa pela mão correndo para fora, saindo da biblioteca andando, lá fora estava mais frio, vazio do que antes, quando eu entrei.

E de novo estávamos muito próximos, arfando devido a corrida, milhas bochechas esquentaram pela forma com que ele me olhava, dos olhos aos lábios, mas antes que nos beijássemos alguém apareceu.

–Percy, Annabeth, não esta na hora de irem dormir? –Perguntou Rachel com um sorriso amigável. –Com um possível assassino a solta todo cuidado é pouco.

–É, tchau Annie, até amanhã. –Percy da um beijo na minha bochecha e corre em direção ao dormitório masculino, Rachel sorri mais e vai embora. Volto para a biblioteca para pegar minha mochila.

Depois de olhar lá em baixo, volto para onde a senhora Donna cuida da biblioteca.

–Sério que não viu? –Pergunto chateada.

–Desculpe Annabeth, se algum funcionário achar na limpeza amanhã eu te entrego, não tinha ninguém lá em baixo? –Pergunta colocando os óculos meia lua no lugar.

–Não, até amanhã. –Sorrio para ela e saio da biblioteca. Disco o número da telefonista, que me passa para o campus da faculdade do Chris.

–Alo? –Atende bocejando.

–Oi Chris, é a Annabeth uma amiga da Clarisse, posso falar com ela? –Pergunto e o cara responde parecendo bem mais acordado.

–Ela não veio essa semana, não esta ai? -Ele parecia preocupado.

–Não, ela foi te visitar a dois dias. –Digo assustada.

–Vou tentar falar com ela, tchau. –Ele desliga. Caramba onde a Clarisse foi? Será que A Cobra a pegou? Tenho que falar com o Percy.

–Onde esta indo Annabeth? –Jason pergunta ao me ver na entrada do dormitório masculino, sorte que foi ele e não algum professor ou o treinador.

–Procurando o Percy. –Respondo.

–Ele divide quarto comigo, e não esta lá. –Diz coçando a nuca.

–Sabe onde ele esta? É muito importante. –Pergunto com as mãos um pouco tremulas.

–Sei, a professora Rachel o chamou para resolver uma coisa sobre o trabalho dele, parece que ficou incompleto e ela vai dar as notas amanhã. –Responde e eu o abraço.

–Obrigada. –Me solto de Jason e corro para a sala de Rachel, dou a volta não querendo entrar na escola, paro de frente para a janela, estava claro lá dentro, iluminado por algumas velas, a noite se estendia como um céu de veludo com pontinhos brilhantes, o vento frio arrepiava meus braços e deixava minhas bochechas vermelhas.

Dentro da sala os dois conversavam, Percy estava de braços cruzados, os músculos ressaltados e parecia com raiva, Rachel a fundava seus dedos nos cabelos ruivos com lágrimas cristalinas nos olhos, sorri vendo que eles pareciam discutir, mas meu sorriso morreu ao mesmo tempo que surgiu, em um piscar de olhos Rachel se jogou sobre Percy roubando um beijo que ele correspondeu.

Eu não consigo ver mais, meu coração não agüenta, parecia que eu estava em milhões de pedaços, me sentia vazia e tão quebradiça quando cristal, o famoso coração partido dói, dói tanto quanto levar uma surra, e pensar que há poucas horas ele estava dizendo que gosta de mim.

Eu nunca aprendo? Amar é perder todo o seu eu, estou tão diferente da Annabeth Chase que chegou aqui, com o nariz empinado e o orgulho a mostra, agora aqui estou sentada na grama mais escondida do jardim, abraçando minhas pernas e soluçando de tanto chorar em silencio, parecia que eu nunca daria a volta por cima, ele havia chegado tão devagar, com seu jeito simples e roubado meu coração, queria acreditar que aquela vez era o certo, mas ele me quebrou e nada foi real.

Nenhum beijo, nenhum olhar, nada foi de verdade e as lágrimas que escapavam não diminuíam a dor que eu sentia, como pode algo que nem ao menos começou?

Por uma noite, apenas por uma noite vou me permitir chorar, e ser fraca.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? O que acham que a Annabeth vai aprontar?