Human World Observation escrita por Lady Pompom


Capítulo 15
Capítulo 14: Futuro Ominoso


Notas iniciais do capítulo

Esta obra não tem qualquer relação com fatos, pessoas ou lugares da vida real. É um trabalho de ficção voltado para puros fins de entretenimento.



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Eileen Sanders estava sentada em sua cadeira. No escritório da empresa, onde trabalhava. Encarava o nada, os olhos vazios, sua mente não parecia estar na realidade.

Comandante Gilbert... E os soldados... Sumiram... E aquele alien... Não é possível que ele tenha morrido só com aquilo, ele parecia ser tão mais resistente... Mas...

Siv... Se estiver ouvindo, me responda, por favor...

...

Ele realmente está...?

_Eileen! –alguém chamou com voz forte-

A mulher abandonou os devaneios e voltou ao mundo real, visualizando quem lhe chamava:

_H-Hail... –disse perdida-

_Ah! –bufou irritada- Sabe quantas vezes te chamei? Estava no mundo da lua por acaso?

_... Desculpe... –disse baixando o olhar-

_O que há com você? Desde que chegou aqui está tão desanimada... Aconteceu alguma coisa? –perguntou a amiga preocupada-

_Hm... Não... Não foi nada...

_Eileen... –suspirou a amiga com desânimo-

_Mas... O que está fazendo por aqui?

_Já e hora do almoço... Vim te chamar pra almoçar comigo... Par ver se levanta esse teu astral, né!

_Obrigada, mas eu... Não estou com fome...

_...

Halley ficou alguns segundos com um olhar de pressão sobre a amiga, que sentiu-se acuada.

_Erm... Tem mais algo para falar comigo, Hail?

_Sim... –disse com um a das sobrancelhas arqueadas- Soube daquele acidente com o jato do governo? Foi terrível, disseram que havia algumas pessoas importantes lá, mas não quiseram divulgar as identidades, parece que os pilotos tomaram drogas e tiveram overdose durante o voo e sabe eu acho que-

Parou de falar ao ver a expressão da amiga. Eileen tinha sido afetada por aquele assunto delicado, não conseguia esconder o tom de desespero que sua expressão possuía. Havia chorado bastante no dia anterior, ainda não estava pronta para ouvir falar sobre aquilo de novo. Não agora.

_Eili...? Você está bem...? –a outra preocupou-se-

_Desculpe... Não me sinto muito legal hoje... Acho que... –tapou a boca com a mão, enjoada- Vou voltar para casa...

Levantou-se, foi falar com o chefe, ele a dispensou de má vontade. Ela pegou suas coisas e foi embora. Ficou o caminho todo refletindo sobre o acidente.

Eu nem conhecia todos eles... E quanto ao Comandante Gilbert, eu nem o conhecia tão bem assim... Mas... Por que eu estou péssima sobre a morte deles? Eu não deveria me incomodar tanto por pessoas que não se importavam comigo...

Desde o início seria algo temporário, toda aquela gente do governo só estava lá para monitorar aquele alien, uma vez que ele estivesse sob controle tudo estaria acabado...

Então o que é isso que me deixa tão incomodada sobre essas pessoas?

Além disso, eu não deveria estar feliz por aquele alien ter sumido da face da terra? ... No entanto...

Quando chegou a sua casa, o local parecia ainda mais vazio, desolado. Uma casa tão grande para uma única pessoa... Isso nunca havia pesado em sua consciência antes, mas agora era como se uma enorme pedra estivesse sobre seu coração, pesando o apertando-o.

Ligou a TV, o noticiário falava justamente sobre o assunto que ela gostaria de evitar.

[O jato do governo que caiu ontem, às quatro da tarde foi vistoriado, as causas da queda ainda são desconhecidas, havia dois corpos carbonizados na cabine do piloto, acreditam ser do piloto e copiloto, quanto aos demais passageiros, nenhum foi encontrado, os investigadores estão apurando o caso, pois não havia mais ninguém no jato além dos dois encontrados, voltaremos com mais informações]

_Hã...? –a mulher surpreendeu-se-

Como assim não há mais corpos? E os outros passageiros? Como pessoas podem sumir de um jato assim, no meio do ar? Espera, será que era mesmo o jato do governo? Não tem sentido...

Tem algo de errado nessa história...

Ah não...! Será que aquele alien matou todos eles e jogou os corpos no mar então o governo teve de esconder sobre o assunto e disse que os corpos “sumiram”?

Mas... Também não tem muito sentido... Não imagino que o Siv mataria tanta gente só porque o deixaram irritado, quero dizer... Ele e o governo não têm lá uma relação muito amistosa, mas não acho que ele os mataria por uma briga apenas... Então como todas aquelas pessoas sumiram...?

. . .

O resto do dia passou sem que ela percebesse, quando se deu conta havia gastado todo o tempo perplexa tentando resolver o enigma das peças que não pareciam se encaixar, ainda inconformada com a morte de todas aquelas pessoas.

Todos os dias a mulher esperava por notícias diferentes e foi assim durante toda a semana, ele sentava em frente à TV com uma expectativa que sumiu ao longo do tempo.

E após uma semana, não se falava mais sobre o jato caído na Rússia...

. . .

Eileen estava sentada no sofá, passava mais tempo lá do que em seu próprio quarto, havera dormido a semana toda ali. Como se ficar naquele lugar condensasse suas lembranças e o fizesse ser um local confortável.

Eu pedi tanto para ter minha vida de volta... E parece que eu consegui no fim das contas não foi?

Fechou os olhos, tentando vislumbrar alguma memória. Tantas cenas passaram por sua mente, a nave, aquele extraterrestre, os agentes do governo... Foram mais de cinco meses e ela havia se acostumado com todo aquele alvoroço.

Talvez eu esteja arrependida de ter desejado uma vida normal? Há algum tempo eu realmente gostaria disso, mas agora que consegui isso parece tão...

Sua linha de raciocínio foi cortada por um barulho, a campainha. Ela irritou-se, não gostava de ter seus momentos de reflexão atrapalhados por terceiros. E principalmente esse momento.

Foi até a porta e abriu de cenho franzido, pronta para gritar com alguém e descontar a turbulência emocional:

_Olha só eu não estou de bom humor ho-je –ficou abismada ao ver quem estava ali, parado na porta-

_...

Os olhos dela fitaram a figura por alguns minutos antes que ela pudesse encontrar palavras para responder à situação.

_Si...v?

Ficou longos segundos fitando o homem, sem acreditar no que via. Queria ter certeza de que seus olhos não estavam lhe pregado peças.

Ele não respondeu, estava com uma expressão séria e, de certa forma, indiferente. Houve alguns segundos de silêncio.

É mesmo ele...? Mas... Aquele jato e... Todos sumiram, já faz uma semana como...?

É mesmo o Siv?

Então... Ele está mesmo vivo...

_Por que está me enc-

Antes que ele pudesse terminar a frase, Eileen o abraçou, espremendo a camisa do homem entre os dedos pela força que aplicava. E de repente, ela começou a chorar, com lágrimas que caíam incessantes, despejando todos os sentimentos reprimidos durante aquela semana agonizante que passou sozinha, sem notícias, enquanto suas esperanças eram consumidas lentamente. Ela chorava alto e soluçava, como se fosse uma criança.

Era quente. Como qualquer outra pessoa, ele também era quente. Estava mesmo ali. Podia até mesmo ouvir as batidas cardíacas dele. Siv Borghild estava vivo, bem ali, entre seus braços. Havia tanto que ela gostaria de perguntar ao homem, tantos assuntos que ainda precisava conversar, sobre o que aconteceu no dia do acidente, sobre os agentes do governo que estavam com ele.

Ele continuava com uma expressão de surpresa e, sem palavras e sem saber como agir, escutava o choro da mulher que cortava o silêncio.

Ela manteve o abraço apertado por alguns minutos, até se acalmar o suficiente para organizar as emoções, depois o soltou e enxugou as lágrimas que molhavam seu rosto.

Eu deveria ter imaginado... É claro que alguém como ele não morreria só com aquilo, depois de todos os esforços do governo em matá-lo, ele não pereceu... Mas...

A mulher ficou com o olhar baixo e uma expressão aflita.

Provavelmente o Comandante Gilbert e os outros...

_... M-me desculpe...

Levantou os olhos vermelhos e lacrimosos para encará-lo, com um ar de desânimo.

_...

Eileen ainda estava assimilando o acontecimento, minutos atrás achava que todos estavam mortos. E agora, bem na sua frente, lá estava aquele alien novamente.

O causador de toda a balbúrdia na terra, de toda preocupação, de todas as mudanças na vida dela, e ainda assim, naquele momento, não conseguiu sentir-se irritada.

Ele desfez a surpresa no rosto, pondo novamente uma expressão indiferente e entrou na casa, calado. A mulher estava ainda preocupada, sentou-se no sofá. O alien acompanhou-a com os olhos e suspirou antes de pronunciar-se, fitando a mulher.

_Sobre aqueles humanos... Eles estão vivos...

_Hã?

_Se é com isso que está preocupada, aqueles humanos ainda estão vivos...

_O que... Humanos? De quem você está...?

Ela demorou a seguir o raciocínio do que ele disse, mas ficou boquiaberta logo que entendeu. Ele não respondeu, com o semblante ríspido.

_Ah! –ela teve uma iluminação no entendimento-E-eles estão bem? O Comandante Gilbert e todos aqueles soldados?!

Levantou-se num impulso e correu sentando-se ao lado do alienígena, curiosa e ansiosa.

_Eu não mencionei em momento algum o estado de saúde deles... –disse com um tom de seriedade- Mas estão vivos...

_Eles estão...

_Eles estão naquele país que chamam de Rússia, -disse calmo- Aquele humano que foi em um veículo separado está cuidando de tudo por hora...

_Mas como...? O que aconteceu com o jato? Como eles sobreviveram?!

Perguntava agitada. Ele a fitou por alguns segundos e bufou um pouco impaciente.

_Eu estou cansado, não me encha de perguntas...

_M-mas... –ela parou de falar quando ele se dirigiu às escadas-

_Pode interrogar o seu governo depois...

Ele acenou já de costas para a mulher enquanto subia para o primeiro andar.

_...

Ele não quer me responder! Eu quero saber o que houve com eles... Se eles estiverem mesmo vivos, eu gostaria de ver o comandante e os soldados...

O que aconteceu naquele jato afinal...?

. . .

Passaram-se algumas horas, mas Eileen não havia saído da sala desde que Siv havia voltado. Ela ficou lá, quieta, pensando numa possível explicação.

O homem desceu as escadas e estranhou ao vê-la ali, parada no sofá, com a mente vagando por algum lugar distante.

_Ainda está pensando naquilo?

_Ah... –ela suspirou um pouco irritada- Já te disse milhões de vezes, mas você nunca me ouve sobre ler meus pensamentos não é? –franziu o cenho, aflita- E é claro que estou incomodada, gostaria de saber como todas aquelas pessoas estão... Você pode estar bem, mas eles... Não são como você...

_Você se preocupa tanto assim com aqueles humanos...? –ele fitou a mulher, com uma postura séria-

_Eu não os conheço há muito tempo, mas aquele acidente... Eu fiquei uma semana inteira pensando que todos tinham morrido sabia?! –exaltou-se- Claro que ninguém gosta de ver os outros morrendo assim...

Se eu estou preocupada com eles... Claro que estou! Afinal, eu cheguei até a me preocupar com um alien como ele... Por que não me preocuparia com pessoas normais?

O alienígena suspirou como se estivesse enfadado com os pensamentos da mulher.

_Se quer tanto vê-los, por que não vai até lá? Seus pensamentos estão muito conturbados...

_Do que está falando? Não foi você que disse que eles estavam na Rússia?

_Sim.

_Não tem como eu ir...

Ele a fitou quieto por alguns segundos...

_ Como eu poderia... –algo clareou em sua mente- H-hein..? -suou frio- S-Siv... No que você está pensando...?

O homem a fitou com um olhar obscuro enquanto maquinava algo em sua mente incompreensível.

. . .

Enquanto isso, na Rússia,

Num hospital russo, na capital do país, Moscou...

. . .

Era um prédio grande, todo branco e azul, um hospital famoso da cidade, num quarto do hospital, no sexto andar, deitado sobre o leito, o comandante Gilbert Lorran.

O teto branco, de gesso, as paredes de mesma cor, o leito de lençóis azuis, a janela com cortinas brancas. Tudo aquilo lhe deixava ainda mais doente, até o cheiro de detergente do local era sem graça.

Ele estava com o rosto abatido, ainda se recuperando do acidente. Olhava para o teto, mas não conseguia raciocinar direito. Ouviu o barulho das cortinas, mas a janela não deveria estar aberta, não àquela hora da noite, com o vento gélido de uma noite Russa. Sentou-se na cama e assim que olhou para sua frente, para a janela, abismou-se.

_Srtª. Sanders?!

_Shhhh!!! –a mulher gesticulou com o indicador para que fizesse silêncio-

Eileen Sanders estava bem ali, dentro do hospital e aparentemente estava pulando para dentro do prédio pela janela do sexto andar.

_Srtª, o que faz aqui e como chegou... –a olhou de cima a baixo- Não, eu devo estar alucinando... Deve ser efeito dos remédios... Não deveríamos confiar em nada feito por aquele extraterrestre afinal... –suspirou, fechando os olhos-

Quando os abriu, a mulher ainda estava lá, parada, já dentro do quarto. Ela andou até perto do leito do homem e abriu um sorriso sereno no rosto.

_Sr. Gilbert, como se sente? Está tudo bem mesmo?

_S-Srtª... Como chegou à Rússia, ou melhor, como sabia que eu estava aqui...? Não, não, antes disso... Como entrou aqui...? Pensei que estava no sexto andar...

Eu sei que já se passou uma semana desde que estou aqui, mas como a Sanders poderia saber exatamente em qual hospital eu estava? Tenho certeza de que o governo cobriu todas as possíveis informações que o público poderia saber, eles inventaram uma desculpa para a mídia.

_Eu estive preocupada, o que aconteceu realmente? Como aquele acidente ocorreu? Estão todos bem? –a mulher jogava perguntas, impaciente-

_Calma... Primeiro eu queria saber como... ah –parou a frase quando uma possibilidade lhe veio à cabeça-

Não há como ela ter descoberto isso sozinha... O único que poderia tê-la dito essa informação é...

Ele novamente se distraiu, olhando para as cortinas que esvoaçavam ao vento. E lá estava o único e odiável sujeito que era um alien, parado recostado na parede, de braços cruzados olhando para o Comandante com seu ar de seriedade e certa superioridade.

_Você...! –o comandante franziu o cenho- Senhorita Sanders, -encarou a mulher- Não me diga que foi ele que...

_Por favor, Comandante... –a mulher pôs a mão para que o homem parasse de falar e fez uma expressão sombria- Não me lembre do trajeto até aqui... Por favor... –repetiu com ênfase-

_... ?

Siv Borghild simplesmente sumiu da sala, quando Gilbert e Eileen se deram conta, ele não estava mais lá.

_Pra onde ele...? –o comandante assustou-se-

_Bem... Eu quero muito saber o que houve... O Siv não me disse nada... Ele simplesmente apareceu lá em casa e só me disse que ainda estavam vivos... Eu fiquei tão ansiosa para encontrá-los novamente... Estive tão angustiada, pensei que tivessem morrido...

_... Ele não lhe contou então... –Gilbert disse desconfiado-

_Me contar o quê?

O comandante suspirou. E começou a explicação:

_Na verdade eu não deveria te dizer isso, é assunto do governo, mas... Nós caímos numa armadilha, por isso o jato caiu...

_Armadilha? Mas como? Só havia agentes do governo a bordo, certo?!

_Sim, por isso iremos investigar a fundo, o governo já está cuidando do caso...

_Que tipo de armadilha foi? Porque vocês não estavam no jato quando o encontraram...

_É um pouco complicado... Primeiro o jato começou a ter algumas turbulências, eu fui à cabine de comando, quando cheguei lá o piloto e copiloto estavam mortos, e havia uma seringa, provavelmente com veneno ou drogas dentro, mas não era só isso... Depois de um tempo eu desmaiei e pelo que me disseram, o mesmo aconteceu com todos que estavam naquele jato, exceto aquele alien... Quando acordei estava no hospital e o secretário de relações exteriores estava resolvendo tudo com o governo russo... Soube que alguém havia posto polônio 210, um veneno letal, se ingerido em certa quantidade, na tubulação de ar do avião. O piloto e copiloto se mataram antes por ordem de alguém, ou foram assassinados por alguém do próprio jato... Nós passamos parte da viagem respirando aquele veneno, e deveríamos estar mortos agora, mas...

_Mas...? –perguntou curiosa-

_Ao que parece Siv Borghild, o alienígena ofereceu assistência aos médicos, tomou um laboratório emprestado e fez um remédio mais eficaz do que o tratamento que é utilizado para curar esse veneno, assim nós conseguimos sobreviver...

_O Siv...? –ficou confusa- Por que ele faria isso?

_Não entendo o porquê ainda... Ele é o suspeito principal do caso, por isso o governo russo e o secretário Garchovsky o queriam aqui na Rússia, sob custódia, mas ele escapou uma semana depois, e voltou agora...

_Então ele fugiu porque não queria ficar preso? Há... Eu devia ter imaginado... Ele odeia mesmo ser vigiado por todos os lados não é...? –suspirou-

_Entendo que ele seja uma criatura de alta periculosidade, mas particularmente não vejo motivos para que ele nos envenenasse e depois fizesse uma cura, se ele quisesse nos matar provavelmente o faria com as próprias mãos já que possui a força necessária para isso, não acredito que ele dependeria de venenos...

Isso é verdade... E mais... Por que ele mataria os humanos que pretende estudar? Não tem lógica alguma nessa situação...

_Estão investigando, podem ter sido terroristas ou alguém do governo, até o secretário Garchovsky está sob suspeita...

_Que situação... –franziu o cenho- Não consigo imaginar quem faria isso e por quê... Será que quem fez sabia que o Siv estava lá ou queria atingir apenas a vocês...?

_Não sei... Provavelmente interrogarão aquele alien, isto é, se o pegarem... De qualquer forma, não devia ter vindo até a Rússia mocinha... Vão te interrogar também agora...

_O quê?! –ela levantou-se-

_Bem, está aqui, com certeza terão muito que lhe perguntar sobre como chegou à Rússia...

_N-não... –sentou-se no banco, nervosa-

Na mesma hora, a porta do quarto abriu-se, assustando a mulher. Era um médico que veio inspecionar Gilbert.

_H-hã? –o médico surpreendeu-se ao ver Eileen-

_Ah!-ela levantou-se novamente por impulso- Eu não...!

_(Q-quem é você?! Quem te deixou entrar aqui Senhorita?!)

Ele falava em russo, e ela não entendia nada, para agravar seu desespero.

Ah... Que ótimo... Um médico russo que fala... russo! Era exatamente o que eu precisava, como vou explicar tudo agora?

_(Calma, é uma visita minha!) –Gilbert sentou-se no leito, com dificuldade e disse em russo- (Eu a pedi para vir...)

_(Sr. não permiti que ninguém viesse enquanto estivesse em recuperação, como essa mulher entrou aqui?)

_(Doutor, por favor, espere um pouco... Essa mulher é...) –foi interrompido antes de continuar a sentença-

O médico estava tenso, pronto para acionar a segurança do hospital e pôr Eileen para fora do lugar, então alguém pôs a mão no ombro do médico, e falou perfeitamente em russo:

_(Esta é uma testemunha importante para o caso, não lhe disseram, Doutor?)

Tanto Gilbert quanto a mulher ficaram surpresos, quem tocava nos ombros do médico era ninguém menos que Siv Borghild, o alienígena.

_(Não lhe falaram? O Sr. Lorran pediu para que esta testemunha viesse, aparentemente ela conhece o comandante das forças especiais e decidiu visitá-lo antes de se apresentar para as autoridades) –continuou o discurso com muita calma e um sorriso cínico no rosto-

Ele... Sabe falar russo? Sério mesmo? Quantas línguas esse alienígena já aprendeu?

_(Q-quem é você?) –o médico encarou Siv por alguns segundos-

O ET olhou bem no fundo dos olhos do médico, que foi relaxando a postura e o olhar dele foi ficando cada vez mais longe dali, vago. Logo o doutor saiu do quarto, sem falar mais nada.

_O-o que você fez? –Gilbert olhou assustado para o recém-chegado-

_Hum? –ele manteve o sorriso cínico- Nada especial. Ele apenas não se lembrará do que viu aqui.

Dizendo isto, o extraterrestre aproximou-se da janela e a mulher o encarou assustada.

_Siv...?

_Não danifiquei o cérebro dele, -suspirou- Não entenderiam mesmo se eu lhes explicasse... Porém, não foi por isso que vim aqui...

O comandante a mulher encaravam atônitos a criatura que entrara na sala e agora possuía uma expressão séria.

_Aqueles humanos do governo estão loucos atrás de você, Eileen... Querem sempre ter tudo sobre controle... –o alienígena deu um riso abafado- Seria melhor se fizesse contato com eles, antes que venham te buscar... –deu ênfase à última parte, fazendo a mulher ter um arrepio na espinha-

Ele... Essa coisa acabou de chamar a Srtª Sanders pelo nome...?

Gilbert franziu o cenho, perplexo e fitou o alienígena.

_Mas como eles... Por que...?-a mulher engoliu seco e uma ponta de raiva surgiu- Siv Borghild não me diga que você me trouxe aqui para ser seu álibi!

_Eu aconselho que se apresse... –disse sem importar-se com a irritação da mulher-

_Isso é verdade Srtª Sanders... Contate o secretário, sei que será um fardo responder a muitas perguntas, mas é inevitável agora que se envolveu...

Eu não acredito nisso! Eu estava tão feliz em ter vindo à Rússia e poder ver o comandante bem, mas... Tudo já havia sido maquinado por aquele alien... Ahahaha como eu fui burra! Que raiva! Que raiva desse alien!

_Eu lhe direi o número para que possa contatar o secretário, vá a um telefone público e o faça...

Enquanto Gilbert dava algumas instruções para Eileen, o alienígena olhava pela janela a neve do lado de fora.

_Bem, eu estou indo agora, espero que melhore logo, Sr.Gilbert

Ela sorriu e depois encarou o extraterreste, batendo a porta enquanto saía irritada. O comandante arqueou o cenho.

Siv ficou parado observando o lado de fora pela janela por mais alguns minutos, em silêncio.

_O que quer aqui...? –o comandante suspirou cansado- Trazendo a Senhorita Sanders como álibi... Fugindo do governo... O que planeja Sr. Borghild?

Ele virou-se para fitar o comandante sem traço marcante no semblante. Gilbert suspirou impaciente.

_Não pretende responder, huh?

O alien abriu a janela e pretendia sair por ali, mas foi chamado:

_Espere...

O Comandante falou com dificuldade na voz e Siv voltou o rosto para olhá-lo mais uma vez.

_Eu não sei quais seus motivos, intenções ou se foi por algum interesse particular seu... –disse reunindo coragem para superar seu orgulho- Não gosto de admitir, mas foi você quem salvou nossas vidas naquele jato... –torceu o rosto para deixar a palavra sair- Obrigado.

_... –o alien fez uma expressão séria- Posso ter sido eu quem envenenou aquele veículo também, não acha?

_Não... Não acredito. Deve ter outro culpado por trás disto. –disse firme- Eu... Devo minha vida a você...

_Não se engane... Não fiz isso por nenhum humano, o fato é que eu não suporto ser testado dessa forma... –ele foi em direção à janela aberta- Além disso, aquilo foi apenas para me matar...

_Não se confunda também, Sr. Borghild, só porque nos salvou, não significa que o governo fará vista grossa à sua presença aqui... –o comandante deu um leve sorriso-

_...

Ele olhou de perfil uma última vez para o comandante no leito e saiu pela janela, fechando-a em seguida.

Eu realmente não entendo essa criatura... O que ele planeja afinal...?

. . .

Eileen fez contato com os agentes do governo que em um piscar de olhos a haviam cercado. Eles a levaram e fizeram um longo interrogatório, ela ficou três dias respondendo a diversas perguntas, mas no fim, eles retiraram as suspeitas sobre ela e a enviaram de volta para casa, voltando à atenção para o alienígena que sumira novamente.

. . .

No prédio do governo russo,

Numa sala isolada...

. . .

Um investigador de terno cinza bem arrumado estava sentado à mesa da sala de interrogatório, na outra cadeira o secretário Garchovsky e um advogado a seu lado.

_Sr. Garchovsky, irei perguntar novamente: por que o Sr. não veio no jato juntamente aos demais passageiros, por que escolheu vir num veículo diferente? –dizia com um gravador na mão-

_Eu já respondi a esta pergunta... –disse sem perder a calma e compostura- Não me sinto bem perto daquela criatura, preferi não estar no mesmo veículo que ele.

_Entendo... –anotou algo num bloco-

_Sr, está insultando meu cliente? –o advogado interviu-

_Não é insulto, estou apurando os fatos. –o investigador franziu o cenho- E até agora, tudo tem se provado estar contra as palavras do Sr. Garchovsky.

_Que provas sustentam sua acusação? –o advogado encarou o investigador-

_Primeiro o fato de Allen Garchovsky estar num jato diferente do que caiu, -pegou papéis- Isso trouxe diversos questionamentos... Segundo, há alguns dias descobrimos sobre um fornecedor da substância tóxica utilizada no ataque, e o interrogamos, ele descreveu o perfil do Sr. Garchovsky.

_Isso é armação! Não fui eu! –o secretário de relações exteriores irritou-se pela primeira vez na conversa-

_Eu não terminei, Sr.–o investigador Cullaham interrompeu- Comprovamos que foi de uma conta no estrangeiro que saiu o dinheiro–olhou no olhos do secretário- E o criminoso que vendeu o veneno, após algumas sessões de interrogatório deixou escapar algumas informações ainda mais interessantes...

Allen Garchovsky estava nervoso, suas mãos suavam e seu coração acelerava, estava encurralado e ao mesmo tempo indignado. Queria dizer a todo custo que não havia sido ele, mas as provas diziam o contrário e ele não fazia ideia de como a situação havia chegado a tal ponto.

_O Sr. Não pode acusar a menos que apresente estas provas para que sejam avaliadas num tribunal, pelo juiz! –o advogado suava e limpava o suor com um lenço-

_Sim, iremos a uma audiência o mais rápido possível... Estamos tratando de um criminoso em potencial... Crime internacional é uma façanha e tanto, e o Senhor, como Secretário, deve saber...

_Não fiz nada! –defendeu-se indignado-

Como o investigar Cullaham conseguiu essas provas...? Deveria demorar meses para chegar a uma conclusão, como essas provas se reuniram tão rápido? Tem algo muito errado nisso, o que eu faço...?

_Sr. Grachovsky descobrimos uma autorização legal para que estrangeiros ilegais tivessem permissão de utilizar armas no seu país de origem, e ao final do documento havia uma assinatura com seu nome, sabia? –o investigador franziu o cenho- Como será que sua assinatura foi parar lá?

_Eu nunca assinaria algo assim! As regras do país são bem claras quanto ao uso ilegal de armas de fogo, ainda mais por estrangeiros!

_Claro, só que fora o Ministro das Relações exteriores e o Presidente, claro, você é quem pode autorizar tal ilegalidade. E era sua letra na assinatura.

Não fui eu quem assinou isso! Tem alguém usando meu nome! Como, como conseguiriam falsificar minha assinatura?!

_E não só isso, rastreamos uma conta, a conta de onde saiu todo o dinheiro para seu negócio sujo, que estava na Suíça, era por acaso sua, só que com um nome falso, obviamente...

_A conta que tenho na Suíça tem meu nome, nunca fiz uma conta com nome falso!

_Era isso que todos acreditavam até agora, Sr. Garchovsky... –o detetive balançou a cabeça negativamente- Não mais.

_Como podem saber se a conta é minha?

_Porque foi o traficante de substâncias químicas ilegais que disse sobre esta conta, ele afirmou que você criou uma conta com nome falso, depositou dinheiro combinado e ele foi retirar, foi aí que o pegamos. –o detetive disse com um tom arrogante- Ele é um peixe pequeno, ainda temos que investigar mais para prender o chefe deste traficante...

_Eu não sei quem forjou estas evidências, mas eu nunca negociaria com um traficante!

_Meu cliente se sente moralmente ofendido detetive Cullaham! –o advogado bufou-

_Pois bem, temos todas as evidências, e o Sr. terá de ficar retido até que o processo seja apurado pelo juiz. –o investigador disse com rancor-

_Veremos isso, veremos... –o advogado disse com revolta-

Não acredito... Como pode chegar a essa situação?! Eu não fiz nada! Não sou um genocida! Não tentei matar aquelas pessoas...! Isso é tudo culpa daquele maldito alienígena... Tudo culpa dele...!

Uma semente de revolta e ódio passou a brotar no coração do homem enquanto ele pensava sobre o alienígena.

. . .

Duas semanas na fria Rússia foram o bastante para fazer a mulher inspirar cansada e se jogar na cama quando chegou à sua casa. Tão bom voltar para o lar após uma experiência desagradável. Apesar disso, havia uma parte boa na viagem, ela pôde comprovar com seus próprios olhos que os agentes do governo estavam bem, ainda que tenha sido horrível a forma como o piloto e copiloto morreram.

Deitar ao final da tarde, quando os raios de sol inundavam seu quarto, era relaxante.

Ah~ E pra completar aquele alien sumiu de novo... O que ele fica fazendo quando some...?! Sinceramente...

Comandante Gilbert e os soldados ainda precisarão ficar mais um tempo se recuperando até estarem totalmente desintoxicados...

Bem, realmente, se eu fosse um alien que pudesse ler os pensamentos dos outros, numa situação estressante eu gostaria de estar em um lugar calmo...

Calmo...

Subitamente ela pulou, sentando-se na cama, por um insight que lhe veio à mente.

Será que ele está em alguma região praieira ou florestal? Quero dizer, se o governo não consegue monitorá-lo, é porque ele fica longe das câmeras, é bem possível que ele esteja se escondendo em alguma praia vazia ou floresta por aí...Bem, mesmo se fosse uma região monitorada por satélite ele provavelmente daria pane nos satélites como fez com as câmeras, mas w se...?

_Quem está se escondendo?

Uma voz masculina soou forte, assustando a mulher. Ela olhou para a direção da qual a voz familiar veio, a sacada de seu quarto e quando seus olhos pousaram ali, a primeira coisa que viu foi aquele alien, de braços cruzados, com uma expressão de mau humor.

_A-ah! Você apareceu! –tocou no coração, tentando se recompor do susto-

_Eu nunca desapareci para início de conversa...

_O que há com você? –franziu o cenho- Me deixa na Rússia para ser seu álibi, fico quatorze dias respondendo a perguntas insanas e você quem fica de mau humor?!-dizia indignada-

Ele não respondeu nada, virando-se para encarar o lado de fora, em silêncio.

Ele lê meus pensamentos e ainda aparece na sacada do MEU quarto? É pedir muito que eu queira só pouquinho de privacidade?

_Vocês humanos estão se tornando cada vez mais distantes das minhas expectativas... –disse enquanto olhava um universo ao longe-

Hein? Então ele veio aqui pra reclamar? Acho que ele ainda não entendeu a parte onde eu disse que EU devia estar de mau humor!

_Se está falando do acidente, para as pessoas que planejam um atentado desse, nós damos o nome de “terroristas”, mas a maioria das pessoas não faria algo bárbaro assim, sabe...

Ele lançou um olhar de perfil, com uma expressão tão fria e imutável que fez nascer dentro dela certo incômodo, principalmente quando ele a questionou:

_Você acha mesmo...?

_Sim eu acho... –disse convicta-

_Humpft... Mas que humana ingênua você é... –ele deu um leve sorriso-

_Diferente de certos alguéns, não posso ler pensamentos, então tenho que falar baseado no que aprendi... Desculpe se minha mentalidade ingênua lhe incomoda Sr. alien! –usou sarcasmo na voz-

Ele ficou em silêncio e voltou a prestar atenção a um mundo completamente diferente, desligado da realidade enquanto encarava o céu já noturno.

. . .

Na sede do governo,

. . .

Um agente corria desesperado pelos corredores com alguns relatórios na mão, respirando ofegante, chegou até uma porta com uma placa sinalizando o destino:

“Gabinete do Presidente”

Abriu-a sem delicadeza alguma, fazendo um estrondo e assustando os dois homens que estavam na sala: o Presidente e o Ministro da Defesa Nacional.

_Sr. Estou numa reunião importante agora! –o presidente franziu o cenho e bronqueou-

_S-Senhor Presidente! –respirava arfando- É urgente! E-estes relatórios do Instituto de observação Espacial acabaram de chegar! -aproximou-se da mesa do presidente e os entregou- Por favor!

O presidente franziu o cenho e fez um gesto de desaprovação, pegou os papéis e começou a ler e o agente que acabara de chegar à sala, explicou:

_De acordo com o Instituto, um objeto desconhecido vinha se aproximando da órbita da terra, e hoje de manhã, um dos satélites conseguiu captar uma imagem da sombra do suposto objeto quando entrou na órbita terrestre, veja por si mesmo... –disse engolindo seco-

Os olhos do presidente se arregalaram ao ver a imagem: Eram apenas chamas, envolvendo algum tipo de objeto que parecia ter formato semelhante a um pássaro de fogo descendendo do espaço.

_I-isso já está na terra? Por que não avisaram antes?! –o presidente levantou-se desesperado-

_S-Senhor, o Instituto acreditava ser apenas um pedaço de meteorito, só conseguiram esta imagem hoje, quando o objeto já estava entrando atmosfera, eles tentaram destruir, mas era veloz demais...

_Não acredito... –o presidente ponderou- Ele disse que estava sozinho... Por que... Por que vieram mais deles agora...?

_Temos que resolver esta situação imediatamente! –o Ministro da Defesa se levantou, determinado-

E ali mesmo, o agente passou a fazer diversas ligações, o Ministro da Defesa Nacional começou a mobilizar pessoal para deterem qualquer ameaça que estivesse dentro daquela nave.

. . .

Enquanto isso, na casa de Eileen

. . .

_Por quanto tempo pretende ficar aí? – a mulher suspirou, aproximando-se do alien, e estagnou quando o fitou- Siv...?

Ele fazia uma expressão assustada, e ao mesmo tempo confusa. Depois voltou a ficar sério, com um ar de perplexidade.

_Está aqui... –franziu o cenho-

_Hã? Do que está falando?

Um misto de pensamentos ocupava a mente da mulher, ela era quem estava mais confusa ali, sem saber o significado da expressão e das palavras que o alien proferiu tão repentinamente. E logo em seguida, sem qualquer cerimônia, ele se preparou para pular da sacada.

_Espera aí! –Eileen o segurou pelo braço- Onde pensa que vai? Não vai sumir de novo! Explique o que está acontecendo!

_Me largue. –ele disse calmo e sério- Isso não lhe diz respeito, humana!

. . .

Ao mesmo tempo em que Siv discutia,

. . .

O objeto voador pousou num campo gramado, afastado de qualquer forma de vida ou cidade. Ainda estava envolto em chamas e fumaça quando pousou, e logo que a fumaça e as chamas se dissiparam, um barulho familiar foi ouvido quando a escotilha da nave se abria...

Ksss, kssss

Uma figura foi descendo dali. A espaçonave era muito maior que o primeiro veículo alienígena que pousara na terra, e tinha um design ligeiramente diferente. A silhueta monstruosa do desconhecido foi sofrendo uma metamorfose perturbadora e quando a fumaça se esvaiu, lembrava a figura humana.

. . .

Siv Borghild que discutia com a humana, Eileen Sanders teve uma sensação desagradável que o fez tremer internamente e ficar sem palavras.

_Hey, o que está acontecendo Não entendo seu nervosismo! –dizia estressada- Tente se acalmar!

Ele olhou para o longe, confuso, engoliu seco. Seus olhos expressaram o puro estado de distúrbio que sua mente se encontrava, nem ele próprio conseguia compreender aquilo.

_Alguém acabou de descer a terra...

_O quê? Como assim descer? Descer de onde? Quem?–a mulher demorou a captar o raciocínio-

. . .

A figura deu alguns passos com seus sapatos pretos e olhou em volta. Usava um sobretudo preto com detalhes e um emblema verdes, uma calça e sapatos sociais pretos. E um anel vermelho no dedo mindinho esquerdo.

Era um homem alto, de olhos negros como um abismo insondável de uma inexpressividade e vazio incomparável. Sua expressão indiferente observava o verde à sua volta e o som do vento fazendo a grama balançar, junto aos cabelos repicados, negros e lisos que batiam quase nos ombros dele.

. . .

_Crow-Hreimdar está aqui...

O alienígena disse sério e aturdido. A mulher ficou estática, sem conseguir raciocinar claramente. Quem ou o quê era Crow-Hreimdar?

. . .

_Finalmente... A terra... – a criatura observou o céu estrelado acima- É hora de encontrá-lo, Ahcsar...

E com um ar maligno pairando sobre o futuro se encerra este momento. O que acontecerá agora que mais uma criatura perigosa está na terra? Qual o futuro da humanidade e que objetivos tem este alienígena disfarçado de homem?


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