Querido Diário, eu estou aqui para relatar mais um dia da minha vida SUPER empolgante.

Hoje – como de costume – cheguei à Fairy Tail em cima da hora. Sabe, não é fácil pegar um ônibus lotado, cheio de pessoas apressadas para o trabalho. O lado bom do horário de manhã, é que pelo menos estavam cheirosas.

Chegando lá, avistei Juvia e Levy conversando. Corri até elas, mas alguém abriu uma porta tão bruscamente que fui de encontro com a mesma. O baque foi tão forte, que eu cai para trás, sentindo uma dor alucinante no nariz. Todos em nossa volta olharam curiosos, pois não é todo dia que se vê uma pessoa caída, com a mão rosto dizendo “Sua cadela loira! O que pensa que está fazendo?!”, enquanto a outra grita “CARALHO! EU JURO QUE NÃO VI!” repetidas vezes. Depois de um breve silêncio, todos no corredor se partiram de rir, dizendo o quanto éramos malucas. Juvia e Levy vieram correndo em nossa direção preocupadas, até esse momento eu não havia tirado minha mão do local atingido, pois aquilo doía pra caralho.

Minerva passou ao meu lado dizendo “Patética”, apenas para que eu ouvisse, mas o pior não foi isso, e sim, o Jellal ter me visto naquela situação. Ultear estava ao lado dele rindo, porém, o azulado parecia estar preocupado. Ele se aproximou da nossa roda e perguntou o que havia acontecido. Juvia explicou tudo, já que Levy não parava de dar bronca na loira, dizendo o quanto ela era imprudente.

Como Ultear estava ao lado de Jellal, ela escutou o que Juvia disse, e começou a rir mais ainda, mas Jellal a repreendeu, a fazendo fechar a cara - se bem que, cara feia para mim é concorrência, mas de fato, se visse meu rosto nesse momento, eu ganharia sem esforços.

Jellal pediu para ela ir na frente, pois ele iria me levar na enfermaria, então a morena saiu bufando, me fazendo rir internamente. Foi ai que me toquei no que ele havia dito... ELE IRIA ME LEVAR NA ENFERMARIA! AI MEU DEUS!

Olhei para as meninas que estavam ali agora a pouco, mas só vi poeira, e consegui reconhecer três gazelas saltitantes virando o corredor. Vadias.

Eu neguei várias vezes – ainda com a mão sobre o local-, dizendo que eu estava bem, mas ele insistiu, pegando no meu pulso livre e me arrastando até a enfermaria.

A enfermaria era totalmente branca, chegava a doer meus olhos – ok, nem tanto. Tinha vários equipamentos, até mesmo alguns pertences. Deveria ser da enfermeira, mas no momento, não se encontrava ninguém além de nós dois. Impaciente com a demora, o próprio Jellal começou a fazer o curativo, me mandando retirar a mão. Eu não queria que ele visse, mas mesmo assim retirei. Ele arregalou os olhos, e eu percebi o sangue começar a escorrer sem parar - até me imaginei naqueles shoujos quando a mina vê o cara que gosta nas poses sexy’s e tal - então eu ri, mas parei na mesma hora quando o azulado me olhou confuso, então rapidamente Jellal colocou sua mão em meu nariz e deitou minha cabeça para trás – deveria estar achando que eu estava vendo coisas, já que tinha um galo na cabeça também.

Ele realmente era gentil comigo, e eu não entendi por qual motivo. Mas lá no fundo, eu gostava disso, foi por isso que comecei a gostar dele secretamente. Tinha momentos que eu desejava que ele me notasse ou me olhasse de outra forma, mas como? Se eu estava sempre trazendo problemas para mim, e sobrava de alguma forma, para ele que nem ao menos estava no meio. Realmente sou patética, como Minerva havia dito.

Saímos da enfermaria em silêncio, seguindo pelas escadarias que levava para o segundo andar, quando repentinamente ele parou, virando-se para mim. Parecia que ele queria falar algo, mas a bruaca da Ultear apareceu, chamando o azulado.

A vontade de jogar alguém da escada igual a personagem Nazaré fez, foi muito forte, mas me segurei. Não poderia deixar ele perceber que planejo a morte de alguns mentalmente. Afu!

Jellal disse que depois falaria comigo, então seguiu a Ultear, pra sei lá onde. Se bem que se ela quisesse, eu daria a direção pra casa do caralho, mas o Jellal estava junto, então fica pra próxima.

–x-

As aulas passaram muito devagar, mas pelo menos passou, né? Na saída, Natsu pediu para eu esperar ele. Quase ninguém sabia, mas eu, Natsu e Gray, nos conhecemos desde a infância. Porém no faculdade, eles se tornaram “populares”, apenas por serem bonitos, simpáticos e... causadores de confusões. Várias meninas ficam atrás deles, mas pelo que percebi, eles já estão fisgados. Então com o tempo, eu me afastei deles lá dentro,mas fora da Fairy Tail, somos os mesmos.

Natsu disse que iria fazer uma festa na casa dele, e pediu para eu entregar os convites para minhas amigas também. Depois disso, ele foi distribuir o resto para quem estava na sua lista. Continuei andando, enquanto lia as informações que havia no papel, até que alguém me empurra, me fazendo ir de cara ao chão. Já até imagino o quanto de curativo ficaria minha cara. E se a festa fosse de fantasia, pelo menos eu já teria uma roupa de múmia como opção.

Levantei meus olhos, e vi a travaca fazendo ceninha, dizendo “Oh, me desculpe, não tinha te visto”, enquanto estendia a mão para mim. Eu fiquei com tanta raiva, que apenas dei um tapa na mão estendida, e me levantei, saindo correndo pra fora da Fairy Tail. Não que eu fosse covarde ou algo do gênero, mas odiava ter a atenção voltada pra mim, então preferia sair dela o mais rápido.

Chegando em casa, - depois de enfrentar o ônibus, que mais parecia uma sauna coletiva ou uma amostra grátis do inferno de tão quente - , meu celular apitou, avisando que havia uma mensagem. Era de um número desconhecido, mas mesmo assim abri. Eu meio que fiquei de boca aberta, quase babei, pelo que li. Dizia o seguinte: “Espero que esteja bem, ruiva. Eu vi o que aconteceu na saída, mas não pude fazer nada, me desculpe”, e no final tinha mais uma coisa escrita “ P.S: Como consegue ser um imã de problemas? Desse jeito terei sempre que te vigiar.”

Depois disso eu liguei pra kenga da Lucy e contei tudo, a loira ficou super animada, dizendo que eu tinha um admirador e blá blá blá. Então como ela parecia uma metralhadora de tanto que disparava as palavras uma atrás da outra sem parar, apenas desliguei o telefone e fui assistir alguma coisa que preste.

É isso aí, esse foi o meu dia de hoje, mas agora vou me despedir porque estou com fome, capaz de comer um leão – ou uma (tra)vaca rçrç - e não coloquei nem a água pra ferver.

Boa Noite!