Querido Diário... Sério mesmo que continuo fazendo isso? Eu, uma garota de 19 anos, na faculdade, e ainda independente, escrevendo em um diário há mais de três anos? Não sei por que ainda escrevo perguntas... Realmente não devo bater bem da cabeça.

Então vamos lá, escrever sobre o que aconteceu nesse lindo dia - só que não - que terminou.

Acho que deu pra perceber como sou desastrada durante esses anos, não é mesmo? E hoje, não foi diferente. Estava eu, toda tranquila, caminhando pelos extensos corredores da faculdade Fairy Tail, com uma pilha de livros que havia emprestado da biblioteca. Normalmente não se podem pegar tantos, mas eu tinha meus contatos, além de Levy ser minha amiga. A baixinha, conhecida por todos como “Roedora de livros”, “Google” entre outras coisas inventadas por pessoas que não tem nada pra fazer da vida além de caçoar de quem um dia vai ser chefe deles, ou seja, futuramente vão se ferrar bonito. Só acho. Enfim, estava eu toda tranquila, até que, o filho de uma mãe protetora do Jellal, sai da sala de biologia. Minha postura foi de “firme” para “bamba”, literalmente.

Para simplificar melhor, eu tenho uma queda, quer dizer, um abismo pelo azulado desde o colegial. E, nunca troquei mais que algumas palavras com o mesmo, sempre fico à sua sombra, patético, não é? E para piorar minha situação, ele deve me achar uma pessoa completamente idiota, pois sempre que o vejo, fico cega, surda e muda. Ele também deve achar que sou gaga, porque sempre que nos cumprimentamos ou fazemos um pequeno diálogo, eu atropelo todas as palavras, saindo uma língua totalmente desconhecida, o fazendo sorrir – e que sorriso. Isso tudo me deixa muito puta comigo mesma, apesar da minha timidez, nunca fui de ter essas frescuragem, mas perto dele isso tudo aparece. Tirando isso, eu sempre estou caindo pelos corredores que ele passa, parece até macumba. Sem zoa, devem ter feito um bonequinho de vodu pra mim e amarrado meus pés juntos. Com certeza foi aquela loira oxigenada da minha amiga Lucy, ela não perde uma pra me zoar. Aliás, quem precisa de inimiga quando se tem dois em um?

Voltando... Depois que ele saiu da sala, eu não sabia se dava meia volta, se corria, se entrava em uma sala qualquer. Então fiz como toda menina delicada e sensata faria nessa situação. Eu gargalhei. Isso mesmo, eu comecei a rir igual uma hiena, é o que eu faço quando estou nervosa ou sem saída. Ele me olhou espantado, mas como um bom garoto, perguntou se estava tudo bem, além de se oferecer para levar os livros. Até que rir igual um bobo alegre tem suas vantagens minha gente!!

Ainda rindo – sem exagero – afirmei balançando a cabeça, ele pegou metade dos livros e me deixou com outra metade. Segui ele pelos corredores – sempre atrás, é claro – um pouco constrangida, com um sorriso estampado, mas como a alegria de pobre dura pouco, não demorou muito até a “travaca”, - isso mesmo que você leu: TRA-VA-CA. Travesti+ Vaca. Sou muito criativa, eu sei – interromper o MEU momento de pobre.

Ela não estava nem aí, mas foi só me ver pra começar a mostrar aquele sorriso colgate – mas de colgate não tinha nada, pois os dentes pareciam um pouco amarelados, mas quem sou eu pra reparar, não é mesmo? – O pior é que ela desconfiava da minha “quedinha” pelo azulado, e sempre que estava de mau humor me envergonhava.

Enquanto eu rezava umas vinte ave maria pro encosto não me notar, Jellal encarou a Minerva, – lê-se travaca – pois eles não se davam muito bem. OUVINDO minhas preces, ela apenas me olhou feio e passou reto. AE! Aqui a fé é forte minha filha!

Chegando à biblioteca, fomos guardar os livros. Demorou cerca de quarenta minutos para deixar em ordem, porque a euzinha aqui, derrubou uma parte dos livros quando tentou colocar um na parte de cima. Resultado: Galos na cabeça, enquanto um Jellal ria e o povo pedia silêncio, eu mereço.

Depois de nos retirarmos – expulsos – da biblioteca, o azulado ainda sorria, enquanto eu virava um tomate. Ele se despediu, mas antes afagou meus cabelos e murmurou um “Só você mesmo” e saiu andando. Esqueci qualquer mico na hora.

Esse foi meu dia, nada fora do comum, – tirando um afago nos cabelos, acho que nem vou lavá-los mais de tanta emoção – mas agora vou dormir, porque tem faculdade amanhã.

Boa noite.