Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Um: Confronto


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Esse é o penúltimo capítulo de LP!
Esse capítulo eu não demorei a postar, eu demorei pra terminar de escrever e isso se deu por três motivos: primeiro, porque está me doendo terminar esta fanfic; segundo, porque eu fiquei sem computador até sábado e como tive coisa na igreja sábado e domingo só pude começar a escrever ontem; e terceiro, porque eu me planejei e replanejei muitas vezes e em muitas coisas nesse capítulo.

Antes de tudo, quero agradecer a Lamia, MFR, Petniss2, Sofy, Ro_Matheus e Ana Carolina Del Prette pelos comentários, por não me abandonarem e por estarem tão ansiosas quanto eu!
Obrigada também a todos os favoritos!

Espero muito que vocês gostem, afinal esse e um capítulo super esperado. Espero muito não decepcionar, já que não escrevo brigas e lutas muito bem. Meu foco aqui foi surpreender em outros aspectos.
Até as notas finais!



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Capítulo Vinte e Um: Confronto

Naruto e Hinata tinham sido os primeiros a chegarem no local, por isso mesmo, começaram a armar a barraca, mesmo sob protestos de Naruto, já que este acreditava que conseguiriam incluir a cabana nos domínios deles. Hinata queria deixar tudo pronto para caso não. Sua barraca ficou entre as árvores, deixando a clareira livre apenas para os treinos.

Ao terminarem, sentaram-se um de frente para o outro no centro da clareira. As pernas de Hinata estavam abertas, Naruto se sentava de frente pra ela ali, com as pernas sobre as dela, também abertas. Desse modo podiam ter proximidade, mas não se encostavam, de fato. Enquanto o sol nascia, passando entre as folhas e tocando o rosto da Hyuuga, o loiro a fitava encantado, aproveitando os poucos momentos de paz.

Não durou muito até que os outro chegassem. Como se tivessem combinado, todos estavam juntos. Sasuke, Sakura e Neji. Naruto impediu Hinata de se levantar. Não estavam fazendo nada demais, mas sentia o olhar de Neji sobre eles, mesmo assim. O olhou e acenou.

– Hora de começarmos? - ele perguntou, logo vendo o aceno em afirmação do Hyuuga.

– Hinata, sabe entrar no transe meditativo? - Neji perguntou a ela, tirando o diário de Shakko da bolsa e entregando esta a prima. Roupas.

– Não exatamente. Antigamente eu meditava com a mamãe, mas nunca fiquei como ela.

– Tudo bem, um pouco é o suficiente. Eu acho… Todos precisaremos nos esforçar pra isso.

– Posso trocar de roupa primeiro? - sentia os olhos de Sasuke e Sakura em si, mas mesmo querendo se convencer que era por conta da roupa, sabia que não.

– Pode fazer isso depois. - Neji a cortou e se sentou, com as pernas cruzadas.

– Cara, ela não vai demorar… - Naruto tentou interceder, saindo da posição que estava com a Hyuuga e cruzando as pernas também.

– Tenko não vai esperar. Eu também não. Então será que podemos ser racionais e realistas. Hinata não tem uns minutos para trocar de roupa. - após Neji dizer aquilo, Sasuke e Sakura já estavam sentados e Hinata, envergonhada, ajeitou-se no chão também. - Ótimo. Apenas entrem em seus transes e concentrem-se em Hinata. Deixem todo o corpo de vocês terem consciência dela. E Hinata… Você deve pedir permissão à natureza para que estejamos aqui, para o que faremos, que é treinar e pedir a ela que nos proteja o quanto puder.

– Isso é muito…

– Não, não é. - Neji estava um pouco alterado. Ao olhar para ele, Hinata descobriu que aquilo era nervosismo. O perigo tinha chegado rápido demais para ele.

– Nossos poderes estarão com você, Hinata.. - Naruto explicou, pegando a mão dela. - Isso tornará mais fácil a Natureza te ouvir. Confie em si mesma. Sabemos que é capaz.

Foi após isso que todos se calaram. Naruto se manteve de mãos dadas com Hinata. Ele não teve dificuldades de “tomar consciência dela”. Nunca tinha. Seu corpo inteiro sempre tinha essa consciência, soubesse ele ou não. Foi dele que Hinata sentiu primeiro as vibrações e poderes, como cócegas em si. Depois, Neji. Este era um pouco mais brando, devido ao fato de não ser um Kitsune. Sasuke veio por último, depois de Sakura, mas quase junto a ela, e por isso Hinata estremeceu.

O casal estava carregado de coisas ruins, e Hinata, com sua sensibilidade para isso, estava sentindo isso. Eles também sentiram o quanto o corpo dela estava fugindo do deles, o que tornou tudo aquilo um pouco mais complicado. Tentando acabar logo com aquilo, a Hyuuga começou a fazer sua parte, sentindo melhor o vendo, os sons, o sol… Era algo completamente novo, pois com os poderes “emprestados” ela podia sentir tudo como nunca antes. Era como se falasse com uma pessoa que pudesse respondê-la a qualquer instante. Ela sentia a resposta. O temor, por conta dos poderes de Sasuke e Sakura, mais do que os de Naruto.

O suor começou a escorrer por seu rosto, mas ainda assim ela se sentia bem. Era como se fosse reconhecida, afinal. E não duvidava, enquanto estava naquele momento, soube que era reconhecida por conta de sua mãe. Era como estar em um ambiente seu, um ambiente conhecido.

Como começou, acabou. De repente. Todos abriram os olhos e fitaram Hinata, mas ela continuava em um transe que nunca antes entrara. O sorriso nos lábios. Tinha certeza que dera certo. Tinha certeza que estavam seguros por enquanto. Quando enfim seus olhos se abriram, encontrou os de Naruto. Sabia que ele estava bem, e isso a deixou feliz, mais do que qualquer outra coisa.

– Tudo certo? Deu certo? - ele estava perguntando para ela. Sabia que dependia dela.

– Sim. Mas… Não podemos buscar vingança apenas. - seu olhar foi para Sasuke e Sakura. - Devemos querer viver, mais do que matar.

– Tudo bem então, certo? - o loiro olhou para os amigos que trocavam rápidos olhares e acenaram.

– Tá certo. Queremos estar vivos depois da morte de Tenko mesmo, ou não teria a mesma satisfação.

– Vai querer treinar, Hinata? - Neji perguntou ao ver a prima se levantar com a ajuda de Naruto.

– Dê-me agora aquele minutinhos para trocar de roupa. Acho que os ganhei para nós. - Ela viu apenas o sorriso satisfeito de Naruto e acabou rindo por isso. Sentiu um breve e leve beijo dele em sua mão conforme andava para a barraca com a bolsa que Neji trouxera.

De fato não demorou. Ao voltar estava com uma calça de malha, mas que parecia jeans e uma blusa folgada de mangas compridas. Naruto, que estava treinando com Sasuke, parou ao sentir a presença dela novamente e a olhou. Sasuke, concentrado, não percebeu que o amigo tinha parado e aproveitando a aparente guarda baixa, conseguiu lhe acertar. O loiro caiu no chão no mesmo instante que Neji riu.

– Acho que Hinata acabou sendo uma distração que rendeu a vitória da Kitsune mais nova. - brincou o Hyuuga enquanto a prima corria na direção de Naruto.

– Você está bem?

– Tô.. - ele riu, passando a mão pelo rosto. - Vai ser bom você estar por aqui, assim vou aprender a não me distrair.

– Naruto… - ela riu, completamente sem graça, corando.

– Quem manda ser linda até com roupa sem graça? - brincou, pegando a mão dela e dando um beijo. - Agora vamos… Vai treinar com Neji, certo?

– Espera… - Sakura gritou, apoiando-se no ombro de Sasuke e se inclinando na direção dos dois. - Isso é um anel de noivado? Oh! Vocês estão noivos!

Neji olhou imediatamente para a mão de Hinata, surpreso por não ter notado e o casal ficou sem graça com aquele escândalo.

– Vocês não disseram nada! - acusou Sakura.

– Com tanta coisa… - disse Hinata baixinho, dando um pequeno sorriso.

– Tecnicamente vocês já são casados. - falou Sasuke, desinteressado. Naruto o olhou, Neji estava ainda mais furioso. - Não falo por isso, se bem que se entregaram assim. Mas é por nossa tradição Kitsune. Tudo o que falta é serem apresentados a um ancião. Pois todos já os conhecem como casal, você sabe disso Naruto.

E de fato era. Para todas as Kitsunes, quando Hinata morrera e Naruto começou a contar sua história, ele tinha ficado viúvo, mas em breve voltaria a ser uma Kitsune comprometida. Hinata era, para os de seu povo, sua companheira eterna.

– Está bem, mas como Hinta também é humana, vamos seguir também esse costume. Pra isso, precisamos estar vivos. Hinata, vamos. - chamou Neji. As Kitsunes foram para o centro da clareira enquanto os Hyuuga ficaram nas bordas, quase entre as árvores, já que não precisavam de tanto espaço. - Você não me contaria, prima?

– Claro que sim, mas realmente esqueci com tudo o que aconteceu.

– Acho que lhe devo os parabéns então… - apesar de toda a fachada, Hinata sabia que seu primo era alguém que apenas se preocupava demais. Se abraçaram rapidamente, logo se afastando para o tal treino.

O treino das Kitsunes se resumia a tudo o que tinham conseguido aprender com Shakko. Como Hinata já esperava, Sasuke e Sakura tinham muita dificuldade com isso agora, ao passo que Naruto parecia melhor a cada momento. Enquanto isso, o treino dos Hyuuga se consistia em tentar achar algo relativo ao poder de Hinata. Ela apenas sentia, sentia a Natureza e os poderes a sua volta. Sentia intenções e até mesmo a dor quando alguém se machucava ali. Seus poderes eram puramente sensitivos, mas nada além.

Fizeram poucas pausas, apenas quando seus corpos chegavam ao limite. Porém, em um determinado horário do dia, apenas a Kitsunes treinavam, deixando os Hyuuga como expectadores de algo tão arriscado, bonito e complexo. Não era fácil ver o que acontecia. Borrões coloridos e caudas era tudo o que conseguiam enxergar em meio a luta travada entre os três. Não havia destruição, ao contrário das primeiras vezes que eles treinaram usando a Natureza, era como se ela se reconstruísse a cada vez, deixando tudo perfeito.

Ao fim do dia, todos estavam em suas formas humanas novamente, sentado em volta de uma fogueira que Neji fizera. Estavam em paz, mas ainda assim alarmados. Comiam algo que Hinata fizera improvisado, do que tinham trago e trocavam poucas palavras sobre táticas e estratégias. Hinata ficava quieta por conta disso. Ao se despedirem, prometeram levar comida para eles no dia seguinte. Neji foi, claramente a contra gosto. Ele tinha deixado claro para Hinata que só porque ela era casada como Kitsune, isso não dizia ser certo, na lei deles. Ela entendia, mas não podia negar que saber que já era considerada a companheira de Naruto para todos, isso já lhe tirava o peso da culpa.

Quando todos já tinham ido, Naruto virou-se para ela, parecendo apreensivo e perguntou:

– Como eu estou?

– Como assim? - ela o perguntou, confusa.

– Em relação a mancha. Me preocupei com isso durante muitos momentos, então preciso saber.

– Quer que eu…? - nem mesmo chegou a terminar a pergunta e o loiro já confirmava. Hinata ficou em silêncio, o fitando e após alguns segundos arfou.

– O que foi? É muito ruim? Hinata?

– Na-Naruto… - ela sorriu, seus olhos estava lacrimejados. - Está muito bem. Não há tanto…

– Como assim não há tanto? Eu ainda quero matá-lo…

– E por isso não está completamente livre da influência. Sua mancha se concentra aqui… - tocou-lhe o peito então. - E ainda assim, ela não consegue se fixar. É como se tivesse algo a empurrando.

– Você. - ele disse, imediatamente, sorrindo. - Você faz isso. Apesar de minha vingança também ser por amor, é por isso que não cedo apenas a vingança. Por você.

Não foram necessárias palavras. Hinata estava feliz por ele não ter mais tanto a influência daquela coisa horrível sobre si. Tinha esperança que ele conseguisse se ver livre disso em breve. E também… estavam juntos.

Naruto a pegou no colo, caminhando para a barraca com ela e a deitando sobre o colchão inflável que tinham levado.

– Já que somos casados aos meus costumes, quer dizer que posso passar toda a noite com a minha esposa… - ela corou, ele riu e em seguida a beijou.

Todos os dias eles faziam a mesma coisa. Acordavam e tomavam um banho em um lago ali perto, onde Hinata ainda sentia a proteção que lhes era concedida e em seguida voltavam para tomar café com os outros, que levavam a comida. Depois disso, trocavam informações, mas nunca tinha nada demais e sim cosias da empresa ou da família de Hinata. Só então começavam os treinos. Neji treinava sozinho agora, deixando Hinata apenas a se concentrar em observar, já que seus poderes não tinham como serem treinados. Ela fazia algo para comerem no almoço e depois no jantar. Quando ficava entediada demais, lia algo no diário de sua mãe, mas muitas coisas tinham descoberto sozinho e outras ela sabia ser apenas pra ela.

Depois que todos iam embora, ela e Naruto ficavam sozinhos, e mesmo que ambos tentassem se conter, a noite sempre terminava da mesma forma. Não que Naruto tentasse se conter, mas ela sim.

Vários dias se passaram, formando-se semanas. Apesar de nada ter acontecido significar que estavam seguros, estavam começando a se preocupar do que poderia estar vindo. Estranharam a demora de Tenko para agir, mas sabia quem por isso mesmo ele estava preparando algo terrível.

Após duas semanas foi que Hinata começou a sentir como se alguém mais estivesse ali. Ela sabia que ainda estavam seguros, de alguma forma. Mas ainda assim, sentia algo mais. Aquilo lhe deixou mais alerta. Quando comentou com Naruto sobre tal sentimento ele disse que provavelmente era um aviso que Tenko estava tentando se aproximar. Mas nada aconteceu por mais algum tempo.

Isso irritava Sasuke e Sakura. Naruto ficava impaciente, mas se sentia bem por poder estar com Hinata mesmo que presos naquela floresta.

Neji começara a aparecer apenas para levar mantimentos e roupas para Hinata, perdendo interesse nos treinos, já que ele fazia o mesmo todos os dias em casa, sempre. Hinata entendeu isso e agradecia várias vezes sempre que ele aparecia. Sasuke começara a ir menos também, ficando mais na empresa dele e de Naruto, já que o loiro se afastara.

Foi em um desses dias que Sasuke não fora para a clareira e sim para a empresa, um pouco transtornado por não poder fazer nada e não ter nem ideia de onde mais procurar Tenko, pois era algo que fazia sem Naruto saber, que Ino, a secretária de Naruto o abordou à procura do chefe, dizendo que haviam muitos documentos que apenas ele poderia resolver.

– Seu chefe está tirando uma lua de mel… - murmurou Sasuke indo para a própria sala.

– E quanto aos documentos? - Ino o seguia.

– Eu não sei. Vou ligar para ele e depois lhe aviso, tudo bem? - e assim o fez, murmurando algumas coisas a mais para Naruto. - Vem logo, não vai acontecer nada. Hinata parece ter tudo sobre controle. Ela sabe manter segredo. - usou aquele trocadilho por não estar com humor algum. Atrasar sua vingança o deixava mais furioso do que qualquer outra coisa e Naruto percebera isso. - Tá, tá.. eu aviso então. Boa sorte aí.

Mas quando Sasuke saiu para avisar a Ino que Naruto não apareceria nem hoje nem nos próximos dias, encontrou a loira caída no chão com a prancheta que sempre carregava caída ao lado. Não sentiu algo bom em relação aquilo. Olhou em volta, se abaixando ao lado do corpo dela. Antes que a tocasse viu outra mulher saindo da sala de Naruto, também era loira, mas seus olhos não lhe enganavam. Sasuke soube que ela era uma Kitsune.

Se levantou rapidamente, ficando em posição de ataque. Todos os seus sentidos tinham ligado. A mulher, notando como ele estava, sorriu.

– Quem é você e o que faz aqui?

– Ah… eu? Sou Shion, muito prazer. - ela colocou as mãos na cintura. - Você é Sukken, certo? Ah, eu esqueci… vocês gostam dos nomes e formas humanas. Então… espera, não fale, eu sei. Senhor Sasuke. Assim que essa loirinha sempre pensa ao olhar pra você. Ela não sabe nada mesmo, não é?

– Estava possuindo Ino há quanto tempo?

– Oh, desde que Hinata voltou. Eu tinha que saber se ela estava aqui para meu mestre. Sinceramente não sei porque ele não veio antes, mas ele gosta de planejar tudo.

– Você é a nova aprendiz de Tenko?

– E ao contrário do fracassado anterior, eu não me apaixono por humanos. - ela deu de ombros, como se nada daquilo realmente importasse.

– Por que está aqui, Shion?

– Ah, finalmente uma pergunta interessante. Chame sua esposa.

– O que quer como Sakura?

– É que se ela não vier, não vou poder atrasar os dois, então terei de te matar primeiro e depois ir atrás dela.

– Você não nos mataria de qualquer forma?

– Sim! Mas eu queria tanto que fosse com os dois. Ia provar minha força. E você não prefere ver o rosto dela uma última vez?

– Eu ligo. - disse, discando para Sakura. - Mas me diga, porque veio nos distrair, Shion?

– Meu mestre quer encontrar Naruto e Hinata sozinhos, sem vocês servindo de distração. Ele tem um plano incrível em mente.

Neji corria em meio as árvores, indo por um caminho não usado antes por ele, mas bem mais rápido, apesar de também mais complicado. O celular chamava e ninguém atendia, o que o deixava mais preocupado ainda. Sasuke tinha ligado para o primeiro número que aparecera, e este fora Neji, que ouvira o que eles tinham conversado. Precisava chegar a tempo, ao menos prevenir Naruto e Hinata do que Tenko tinha programado.

Com a cabeça nisso, distraído para ligar novamente, acabou errando o pé e não viu que ali era uma descida. Seu corpo desabou, rolou e bateu em algumas árvores, mas apenas parou ao chocar em outra coisa. Murmurando contra as pedras do caminho se levantou e deu de cara com um sorriso diabólico e olhos negros.

Neji nunca esperaria encontrar Tenko em forma humana, mas era assim que ele se encontrava. Perto demais do local onde Naruto e Hinata estavam. O que consolava o Hyuuga era que eles estavam protegidos, por enquanto. Antes que seus pensamentos pudessem formar uma conclusão do que fazer, sentiu as mãos finas e fortes de Tenko ao redor de seu pescoço.

– Não se preocupe, Hyuuga. Sinto um breve toque das trevas em você… Não lhe matarei agora… pode me vir ser útil no futuro. Mas não me atrapalhará agora. - dizendo isso, Tenko lhe apertou mais o pescoço e Neji perdeu a consciência.

Largando o corpo do “garoto” ali mesmo, Tenko virou-se novamente, observando o loiro junto da Hyuuga. Ambos brincavam, como se estivesse apenas acampando. Ela nem mesmo desconfiava que ele estava ali. Nenhum deles tinha controle certo para saber que ele estava ali. Deu um pequeno sorriso ao imaginar que dua diversão se fora, mas seus poderes aumentariam naquele dia e desta vez, de uma vez por todas.

Foi exatamente quando passou entre os arbustos, atravessando o imaginário limite que Hinata virou-se na direção dele, alarmada e Naruto fez o mesmo ao perceber. A presença de Tenko era esmagadora, eles reconheceriam em qualquer lugar. O loiro olhou em volta, como se buscasse algo. Na verdade, ele buscava algum lugar ou alguém que pudesse tirar Hinata de lá.

– Ninguém aparecerá, meu jovem. Shion, minha dedicada aprendiz está distraindo seus amigos, que estão mais sensíveis a mim do que a vocês, devo dizer. - ambos entenderam o que ele queria dizer. - E acredito que o jovem que encontrei tentando ligar pra vocês seja seu parente, Hinata-chan, ele se parece muito com você.

– O que fez com Neji? - Hinata deu um passo na direção de Tenko, mas Naruto a segurou e fez com que ela ficasse atrás dele.

– Oh. - Tenko soltou uma risada que mais parecia um rosnado de raposa. - Não fiz nada, ainda. Sabia que ele tem um toque das trevas? É interessante que um pouco de mim e ele pode se tornar todo assim.

– Você sempre gostou de conversar, não é, Tenko? Que tal a gente acabar logo com isso? - Naruto disse, fechando as mãos.

– Sempre impaciente. Achei que tivesse dado um jeito nele, Hinata-chan… o fazendo esperar tantos anos… Pelo visto não. - desta vez quem segurou quem foi Hinata a Naruto. - Mas eu gosto sim de conversar, eu senti falta de conversar com você, Naruto, mesmo que nunca tivesse entendido porque sempre se fez de burro.

– Eu estou cansado disso. Ande, vamos… Deixe Hinata fora disso e vamos acertar isso logo.

– Veja bem, eu não posso deixá-la de fora. Preciso do poder que ganhei com ela de volta. Mas abro mão dele se passar para meu lado. Pode ficar com ele.

– Ah, eu não acredito. - Naruto soltou uma risada forçada. - Qual é o seu problema, afinal? Sei que não gosta de dividir poder, mas o quer comigo?

– Sim, que bom que entendeu. Vou explicar melhor. Shion eu usei apenas para lhe vigiar, a matarei em breve para ter mais poder. Você… é o seu destino, nós dois sabemos disso. Vamos tirar essa distração e juntos poderemos governar o mundo, humano e kitsune.

– Quer saber… chega. Hinata saia daqui. - ele empurrou a jovem para trás. Ela se negava, claro. - Por favor, meu amor… eu não quero lhe machucar por engano. Eu te amo, e eu disse, ele não vai ganhar.

Tenko observou Hinata se afastar, mas ela não o fez demais. Ele percebi que ela queria star por perto e aquilo deixava tudo ainda mais divertido e interessante para a Kitsune.

– Já que você prefere a força… Mas logo, você quem irá matar a menina. - dizendo aquilo começou a transformação.

Tenko ia se tornando a grande e negra raposa, assim como Naruto se tornava a grande raposa alaranjada. O espaço ficou pequeno para eles, já que ambos tinham todas as nove caudas, estas que lançavam-se para todos os lados.

Hinata, afastada, contemplava exatamente o que sua mãe descrevera como sendo o que formava Tenko. Não dava para saber o que era sua pelagem enegrecida e o que era a fumaça negra de sua mancha. Hinata sabia que ele não tinha como achar a luz, infelizmente, pois não havia mais nada que o mantivesse vivo a não ser aquilo. Tenko não era mau, era era O Mau.

Por alguns instantes os dois Kitsunes se encaravam, nenhum dos dois ousando se mexer, mas ambos em posição de ataque. Foi então que Naruto deu algo como um sorriso.

– Gostaria de dizer uma coisa, Tenko. Nunca mais conseguirá me levar para trevas. Terá de me matar.

– Eu já o teria matado se o pudesse… Naruto, mas sei o seu destino. Você se renderá, como se rendeu antes. - dizendo isso a maligna Kitsune foi para cima da outra.

Hinata entendeu o que tinha acontecido. Mas não havia como explicar aquilo para Naruto naquele momento. Era ainda mais complicado de se ver do que quando fora com Sasuke e Sakura. Agora, o negror de Tenko lhe tampava a visão quase completamente, envolvendo Naruto e quase o sufocando. Mas a Kitsune laranja não ficava para trás, usando as técnicas de Shakko ele usava o vento, a terra e as árvores ao seu auxílio.

Hinata podia ver as caudas atacando-se, empurrando um ao outro. Os poderes de Tenko eram os naturais de uma Kitsune, imensamente amplificados. Havia fogo e muito daquela fumaça preta que apenas ele tinha. Naruto boqueava isso como podia, mas muitas foram as vezes que fora acertado. Aquilo estava injusto, Hinata sabia, porque Naruto ainda possuía a mancha e quanto mais aqueles nojento pseudópodes se esticavam de Tenko para Naruto, mais a do loiro crescia. Hinata sabia que tinha de fazer alguma coisa. Ela era a única que podia ver que não era apenas um ataque corporal.

Enquanto os dois continuavam atacando-se com bolas de fogo, água, vento e terra, sufocando-se, queimando-se, afogando-se, ela se concentrou em um dos braços daquela mancha negra que saída de Tenko em direção a Naruto. Acreditava que conseguiria, como sua mãe tinha feito. O poder de sua mãe estava com ela, mais do que nunca depois do sacrifício. Por um momento nada aconteceu, mas segundos depois ela viu aquilo se imobilizar, congelar e, enfim, quebrar. Tenko ficou distraído com aquilo, e foi o que deu uma vantagem a Naruto para o machucar gravemente. Mas em vez de sangrar, como qualquer Kitsune, uma gosma negra saía do corpo de Tenko e era como se ele nem mesmo sentisse dor.

Hinata se preparou para ir mais além, escondida entre os arbustos como estava. Mais pseudópodes quebrados e isso sim, Tenko sentia. Ao mesmo tempo que o enfraquecia, o deixava irado. A Kitsune maligna parou de atacar Naruto para procurar a jovem e este, percebendo que a amada corria perigo, se pôs entre Tenko e o local onde tinha visto Hinata pela última vez, sem saber se era mesmo ali que ela estava.

Tenko não queria saber quem estava em seu caminho, precisava chegar na garota fosse o que fosse. Por isso jogou as nove caudas na direção de Naruto junto a mais um pouco de sua mancha. Hinata impediu que alguma chegassem até o amado, assim como o próprio bloqueou as caudas com as próprias. Ambos notaram que aquele pseudópodes não machucavam fisicamente, mas sim por dentro. As forças de Naruto iam se esvaindo.

– Desista! Desista! Vocês não vão conseguir se livrar de tudo. Ela vai morrer antes de qualquer forma.

– Você não irá matá-la! - Naruto gritou, deixando suas garras penetrarem o peito de Tenko. O Kitsune não soltou qualquer exclamação de dor, mas de felicidade.

– NÃO! - Hinata gritou, saindo de seu esconderijo. Ela percebera, tarde de mais, que isso era o que a Kitsune queria. Naruto, tentando matar Tenko, estaria sucumbindo as trevas.

No segundo seguinte viu aquela cauda negra vindo em sua direção, como há muito tempo atrás, e como lá, não havia o que ela fazer para impedir de morrer em um segundo. Olhou para Naruto, buscando seu olhar, torcendo para não estar em um negror inconfundível. Mas antes que a cauda lhe penetrasse, era o corpo de Naruto que parava a sua frente. Ele começara a se transformar em humano quando a cauda o atravessou. Hinata viu a dor, viu o sangue. Naruto tinha impedido sua morte, entregando a própria vida. Não conseguiu conter o grito. A transformação dele estava completa, e foi o homem loiro que caiu em seus braços. Não imediatamente morto, mas indo para este ponto rapidamente.

– Não! Naruto! Por favor! - não havia o que fazer, ela não sabia o que fazer. Naruto tocara seu rosto, o sangue brotando de seu machucado que não curava tão rapidamente quanto deveria. - NÃO!

Tenko, parado ali, não entendia como Naruto poderia estar morrendo. Perdido, notara que tinha concluído tudo de forma errada. Mas notou quando uma outra Kitsune, igual a Naruto, apesar de seus olhos aparentarem uma idade bem mais avançada, avançar até sua frente.

– Kitsune errada, Tenko? - até mesmo a voz baixa e mansa aparentavam muita idade. Tenko se afastou, assustado. - Não entendo… por que foge se era a mim que queria ver?

Por mais que Hinata visse, por mais que quisesse dar toda a sua atenção para aquilo, ela estava ocupada. Ocupada demais arrancando toda aquela mancha dele. A que Tenko ali depositara e a que Naruto já possuía. O próprio corpo de Naruto a ajudava com isso, mas nada parecia fazer ele ficar vivo.

– Não pode ser…

– Ah, não? Mas tinha tanta certeza que era ele, não tinha? Ou será que é porque vê que não há mais rastro em mim do que você tem?

– Mas…

– Sabemos que você não é mais vivo, Tenko. Sabemos que se eu retirar a sua raíz você morre.

– Você não pode fazer isso!

– Eu posso. E eu vou. - não houve mais momento. Tenko virou-se para fugir, mas a outra Kitsune avançou, usando as caudas para prender as de Tenko no chão, afundando-as na terra que começaram a decompor cada um com grande velocidade. Ao mesmo tempo, subia em cima de um Tenko que gritava, sabendo o que viria a seguir. As garras da grande Kitsune alaranjada penetraram-lhe o peito, arrancando uma gosma negra e também a enterrando. Tenko não emitia mais qualquer som. Ele era um casco vazio que o próprio chão decompunha.

Hinata tinha parado ao ouvir os gritos. Não precisava de palavras para saber o que tinha acontecido e nem quem era aquela outra Kitsune. Ela sabia. Quando tudo acabou, seus olhos voltaram-se para Naruto, sem vida em seus braços.

– Eu não posso fazer nada quanto a isso, minha jovem. A vida dele…

– Não diga nada… - ela sussurrou. Pegou a mão de Naruto, mesmo sem vida e levou ao seu ventre. Tinha descoberto aquilo após perceber que sentia mais uma presença, mas não uma presença maligna. Hinata descobrira porque a própria Natureza a mostrou, e agora era a única forma de contar a Naruto.

Encostou a testa na dele, soluçando. Deixava que suas lágrimas caíssem no rosto do amado, deixava que sua dor pudesse ser sentida a quem quer que se aproximasse. Ele se livrara da mancha se entregando a ela, ao seu amor. Ele morrera como um grande homem e uma boa Kitsune.

– Eu estou grávida. - ela sussurrou, e então seu pesar se completou, banhando o lindo rosto com suas lágrimas peroladas, o limpando com elas.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse, esse foi o penúltimo capítulo. Apenas mais um pela frente. Um último com respostas e com o futuro da nossa gravidinha.
O que vocês acharam? Quem está querendo me matar? Quem percebeu quem é a Kitsune igual ao Naruto? Eu ja falei dela antes! Me contem o que acham. A todos que querem ter se nomezinho lá nos agradecimentos finais, me mandem um comentário. É a última chance para entrarem nos agradecimentos!
A despedida eu deixo para o próximo. Não me matem ainda e me digam se ficou alguma dúvida que querem que eu responda.

Eu amo vocês, seus lindos!



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