Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 15
Capítulo Quatorze: Sonhos II


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa justificarei a minha demora. Dediquei um pouco a minha leitura que estava relativamente atrasada, então a semana foi lendo a saga Divergente (que recomendo). Assim sendo, não tive como escrever. Além do mais, faculdade de volta e já estou cheia de trabalhos. Se eu demorar mais um pouco, é por isso.

Agora, quero agradecer aos comentários. Record de comentários no capítulo. Nunca recebi tantos em um capítulo só. Muito obrigada mesmo, vocês não sabem como me deixaram feliz. Obrigada mesmo a Lamia, Palelianja, Kodda, Lolinha138, Kilbertykil, Fluffy Mary, RebecaHyuuga, UzumakiHyuga17, Sabaku no Hana, MFR e Lady Of The Moon Arthemis.

Agradeço também aos novos dois favoritos! E também dou as boas vindas aos novos 10 acompanhantes!

Sem mais delongas,
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575604/chapter/15

Capítulo Quatorze: Sonhos II

Não demorou para que Naruto voltasse a sua forma humana e então corresse para casa. Em qualquer outra situação ligaria para Sasuke e Sakura para contar o que tinha acontecido e quais eram os seus planos, mas não tinha muito tempo. Mal chegou em casa pegou o carro e saiu.

Sabia que por mais que Hinata demorasse a dormir novamente naquele dia, logo ela estaria em casa e já que não tinha ideia de como contar a ela pessoalmente contaria quando ela estivesse dormindo.

Deixou o carro em um ponto escondido, um pouco afastado da casa da Hyuuga e caminhou até o outro lado da rua da casa dela, quase entrando em uma ruela que tinha ali, mas permanecendo nas sombras, para o caso de ela olhar pela janela.

Levou mais tempo do que esperava. A jovem parecia completamente alheia a hora, estudando e lendo. Se surpreendeu por ela não lhe ligar, mas a conhecendo bem, o faria assim que descobrisse algo. E não se enganou. Quando viu pela janela Hinata se sentar na cama, já com sua roupa de dormir e com o celular na mão, o seu próprio tocou. Atendeu automaticamente, usando um tom de voz baixo, mas casual.

– Hinata! Oi. E então…? Achou algo mais interessante?

– Mais que isso! - ela arfou e ele viu que ela sorria. Sorriu também por isso. - Naruto, encontrei uma Kitsune. E não qualquer uma, encontrei Kyuubi.

– O que? Como?

– Desculpe não ter lhe chamado, é que lembrei da sua perna… Então, eu fui no bosque e ele estava lá. Eu tinha quase certeza que ele ainda estava por aqui e estava certa. Não acredito!

– O que descobriu? - o loiro encostou-se na parede de uma das casas daquela ruela, mas em um lugar onde ainda pudesse a observar.

E Hinata contou-lhe tudo. Sabia que poderia ter lhe contado tudo ali. Talvez devesse tê-lo feito até mesmo quando ela mencionou o seu nome antigo. Naruto nunca admitiria isso, mas tinha medo de ela se assustar ou pensar que ele fosse um maluco aproveitador. Isso o estava consumindo, pois da outra vez lhe fora muito fácil contar.

– Espero que consigamos algo então. Podemos nos ver amanhã? Já poderei andar. - ouviu e viu ela rindo. Logo a ouviu confirmando e deu um pequeno sorriso. - Então até amanhã, Hinata. Tenha bons sonhos… - e desligou. - Eu espero não lhe assustar. - comentou, já depois de guardar o celular e vendo a Hyuuga apagar a luz do quarto e se deitar.

Sabia que faltava pouco para que seu plano, cheio de falhas, começasse, ele apenas precisava que ela entrasse no sono mais profundo, ou no primeiro susto acordaria e ele não poderia fazer nada. Permaneceu encostado na parede, mas conforme os segundos passavam, mais Naruto entrava no transe que apenas a meditação lhe era capaz de trazer.

Não queria invadir os sonhos dela para bisbilhotar, então apenas tocou a mente da Hyuuga para saber se já estava longe o bastante em seu sono e após notar que sim ele tentou se decidir por onde começaria. Lembrou-se então do primeiro sonho e de como, até agora, ela não tinha se lembrado de que ambos conversaram sobre Tenko. Selecionou então uma parte do sonho, e cortou o sonho que ela estava tendo, revivendo dentro de sua mente e da dela aquele:

– Não queria que esse dia acabasse - ela sussurrou. Naruto se surpreendeu com aquilo. Sorriu abertamente ao encontrar os olhos da menina.

– Tenko podia ter de sair mais vezes. - se lamentou o loiro, a puxando para se sentar ao seu lado no chão.

– Ainda não entendo o motivo de estar com ele. - ela falou, um pouco triste. Naruto a puxou novamente, agora a abraçando de lado mesmo.

– Porque quero saber o que ele sabe, antes que possa nos machucar.

– Isso apenas te piora. Você sabe disso… - ele sabia e era algo que temia.

– Vou dar um jeito, eu prometo. Mas não agora. Agora eu quero apenas ficar aqui com você… tudo bem? - ela afirmou, voltando a sorrir e ambos deitaram lado a lado no chão. Estavam dentro do bosque, não havia perigo que ninguém os visse ali. Estavam seguros.

Naruto a olhou, um olhar completamente diferente do que ela estava acostumada e antes que pudesse se conter, o beijava e ele simplesmente a puxava para cima de si.

Não podia perder tempo escolhendo muito e pensando muito sobre o que mais viria, ou a confusão que a mente sente quando se está sendo tocada, como a dela estava naquele instante, a faria acordar e ele não conseguiria fazer nada. Por isso, escolheu outra que tinha significado com o que ela tinha descoberto. A lembrança dele no Ano Novo, a mesma que Shakko testemunhara e narrara.

Kyuubi, eu não posso! Tenho que encontrar meus pais lá em cima. - ela ria enquanto o seguia até o precipício. O céu estava vermelho alaranjado, faltavam segundos apenas. A visão tirou o fôlego de Hinata, que parou no mesmo instante.

– Você vai. Mas quero assistir todos os nascer e pôr do sol com você, pra sempre. - ele disse, a abraçando por trás e apoiando o queixo no ombro dela que sorriu e não discutiu mais. - Eu te amo, Hinata. Farei o que for preciso para estar com você sempre.

A surpresa de ouvir aquelas palavras fez a jovem se virar, o rosto corado e um grande sorriso no rosto. Ele não deixou ela dizer nada, ao ver os raios do sol no rosto dela, a puxou, beijando-a de uma forma calma e acolhedora, que poderia expressar todo aquele sentimento. Algo que ele queria fazer a cada dia.

Sentiu em sua própria mente a mente de Hinata se agitar e sabia muito bem o porquê. Naquela lembrança ele estava na forma física humana, o Naruto para ela, mas ela o tinha chamado de Kyuubi. E agora ela sabia quem era Kyuubi. Não podia deixar que ela acordasse naquele instante, não com tanto para dizer e no fim ela poderia achar que era apenas sonho mesmo. Decidiu que a sua confissão seria a mesma da primeira vez e foi ela que veio a seguir.

Hinata estava linda com um vestido simples e longo, como sempre usava e carregava flores na cesta, como da primeira vez que a vira. Tinha a chamado para perto do bosque, onde tinha acabado de assumir a forma humana e mesmo não podendo beijá-la, como queria e como vinha fazendo sempre que se viam à noite, ele segurava sua mão. Naquela época isso já era algo.

– Minha mãe desconfia que estou… gostando de alguém. - até aquele momento nenhum dos dois falava que estava apaixonado. Quando os olhos incomuns da jovem encontraram os dele, ela percebeu a curiosidade. - Meu pai quis me arrumar um pretendente, mas… recusei de forma bem enfática e minha mãe estava me observando com atenção. Depois veio falar comigo e perguntou quem era. - ela suspirou, olhando para baixo. - Apenas disse que não me sentia pronta para ser uma esposa. O que ela sabe que não é verdade já que desde nova vem me preparando para isso.

– Não que eu não goste dessas coisas, mas… por que está me falando isso agora?

Se arrependeu de ter perguntado ao ver o olhar magoado de Hinata e seu queixo tremendo. Queria beijá-la, mas muitas pessoas passavam por ali e alguma enfim poderia notá-los.

– Eu não quero ser um segredo pra sempre, Kyuubi. - ela sussurrou. Ele notou como a voz dela estava falhando, mas por estar de cabeça baixa ele não conseguia ver seus olhos.

– Não será. Mas ainda não é hora…

– Você tem vergonha, é isso?

– Vergonha? Não! Hinata… quem não se sentiria honrado de andar ao seu lado e ser seu companheiro?

– Então o que é? Eu não entendo. Eu quero entender. Eu preciso. - e dessa vez ela não conseguiu conter o soluço. O loiro fechou os olho com força ao notar aquilo.

– Estou lhe protegendo, Hinata. Por favor, não queira saber.

– Eu preciso! - ela soltou a mão dele e então o olhou, mesmo estando a chorar. - Eu te amo, Kyuubi, mas se não puder confiar em mim precisarei me afastar.

Ele se assustou com aquilo. Sabia que o segredo era uma forma de protegê-la, mas não poderia se arriscar a perdê-la. Era egoísmo, talvez, mas era um que ele não pensaria duas veze em ter. Por isso a puxou, entre as árvores e a abraçou.

– Por favor, não se assuste. Não me ache um louco. - ela ficou quieta, apenas ouvindo. - Meu segredo é maior do que imagina, Hinata. E muito perigoso. Mas não posso perdê-la. - mais silêncio. Ela estava esperando, ainda abraçada a ele. - Acho engraçado que você ainda não tenha notado meu nome. Ele anda sendo bem comentado, mesmo que aos sussurros.

– Kyuubi, por favor….

– Eu vou dizer. Você sabe que as Kitsunes sempre moraram por aqui, por perto. Algumas, ao menos. Depois de um tempo ela se espalharam, mas algumas permaneceram e até voltaram. - afinal, naquela época as Kitsunes ou eram adoradas ou temidas. Mesmo que raramente vistas, alguns ainda tinham esse privilégio (ou azar). - Eu sou uma das que voltaram.

Silêncio. Talvez Hinata nem mesmo estivesse acreditando, mas ele precisava ver o rosto da jovem. Por isso a afastou um pouco e viu as expressões congeladas. Ela não aparentava estar assustada, mas sim confusa e surpresa.

– Sou a Kitsune Kyuubi, avermelhada. E a maioria da vila me odeia porque sou aprendiz de Tenko, a Kitsune Maligna. Eu sei que você sabe quem somos. Por favor… - Hinata tinha se afastado, ainda sem aparentar estar assustada, mas ainda surpresa. - Hinata, não vá. Eu não sou como ele. Por favor…

– Por que está com ele então?

– Porque preciso aprender a ser melhor. - ela negou com a cabeça e ele percebeu que escolhera as palavras de forma errada. - Digo, a ser forte. Eu não me importava com isso até te conhecer. Você mudou tudo. Você me mudou.

– Eu preciso ir… - ela murmurou, começando a sair de entre as árvores. Ele a puxou novamente.

– Por favor, volte amanhã. Eu me mostrarei a você. Como realmente sou sem ser humano. Por favor.

Ela apenas acenou, se afastando dele novamente. Enquanto ele a observava se afastar a incerteza o consumia e a percepção lhe atingia.

– Eu te amo, Hinata.

Naruto soube no instante em que optara por esse sonho que teria de ser rápido com os próximos, porque a mente de Hinata a forçava a acordar para pensar sobre eles. Mas ainda não era tempo. Não podia ser. Então mal sua última fala no último sonho terminara e outra imagem apareceu, aguçando a curiosidade da jovem e a fazendo mergulhar naquele sonho.

Eles estavam um de frente para o outro, parados no mesmo lugar do dia anterior. Hinata não parecia mais querer sair correndo o mais rápido o possível e ele se sentiu aliviado por isso.

– Obrigado por ter vindo.

– Eu precisava. Preciso ver… Preciso saber que não é como ele.

– Não sou. Venha, eu não posso me transformar aqui. - pensou em pegar a mão dela, mas mudou de ideia e foi apenas na frente para mostrar o caminho. - Já esteve na presença de Tenko?

– Quem nessa vila não esteve? Ninguém por querer, mas mesmo assim…

– Eu sei. - ele murmurou. No tempo, mesmo curto, que estava perto de Hinata percebia a diferença quando entrava na presença do seu mestre e isso o fazia querer desistir. Hinata não gostar e ter medo dele por isso apenas o fazia querer isso ainda mais.

Eles seguiram em silêncio até a clareira no centro do bosque. Naruto pediu que Hinata esperasse ali e foi para trás de alguns arbustos. Ela ainda via a cabeleira loira ali, mas percebia porque ele pedira que ela ficasse. Ele se despia. Ao terminar, ainda com o corpo escondido, ele a olhou. A jovem estava corada, mas visivelmente curiosa.

A primeira coisa que ela notou mudando foram os olhos. De um azul profundo eles estava ficando alaranjados, maiores, mais puxados. A altura começou a mudar, assim como a coloração da pele de Naruto, começando a avermelhar. Ele crescia e se expandia e a cada instante se parecia mais com uma grande raposa.

Hinata nem mesmo tentara esconder a surpresa, ele percebia cada coisa no olhar dela, porque seus olhos não se afastavam dali. Logo, estava completamente transformado, bem na frente da Hyuuga. Dera alguns passos para dentro da clareira. Ela nem se mexera.

– Diga alguma coisa… - ele pediu. Sua voz um pouco diferente, ela notou, mas havia um tom ao fundo inconfundível.

– Isso parece até mentira.

– Eu sei… - ele sussurrou, se sentando e abaixando a cabeça. - Está com medo de mim?

– Não… - ela disse, bem lentamente. Mas logo sorriu. - Não sinto o que senti perto de Tenko. Você não é como ele. - aquilo o deixou mais relaxado, sem dúvidas. - Posso… posso lhe tocar?

– Você ainda pede? É claro que sim…

Ela se aproximou e sua mão tocou na pelagem da raposa a sua frente. Ele continuava a olhando, curioso com as reações dela. O toque de Hinata era cheio de receio, mas ainda assim carinhoso como cada ação dela.

– Vai fugir de mim agora?

– Nem que eu quisesse, Kyuubi… Você me alcançaria. - ela riu baixo, sentando-se então sobre uma das patas dele e fechou os olhos enquanto ele a observava. - Não tenho mais motivos para ir. Você me disse o que eu precisava saber. Mas…

– Mas o segredo não vai durar muito tempo mais. - ele afirmou. - Logo poderemos ficar juntos. Eu prometo.

Só havia uma coisa a mais que ele queria mostrar para ela. Sabia que, assim como ele, depois daquilo ela ficaria acordada toda a noite, provavelmente pensando sobre tudo o que sonhara. Antes que Hinata acordasse ele a afundou em um novo sonho, esse último:

– Eu achei na biblioteca lá de casa. Precisava te mostrar isso. - dizia, deitada de bruços de frente para ele, com um livro aberto sobre a grama da clareira. Naruto estava na forma de Kitsune, também deitado e se deslumbrando com o fato de ela não se intimidar com ele assim. Não tivera tempo de se transformar, já que a jovem aparecera de surpresa.

– Me diga o que é então.

– Simplesmente a história da origem das Kitsunes. Aparentemente um moça com poderes “mágicos”... - ela fez as aspas com as mãos. - … foi deserdada pela família por isso e encontrou um rapaz que estava muito arrependido por mexer com “magia das trevas”... - ela fez as aspas novamente com as mãos. - … e o ajudou, retirando toda a magia ruim e dando uma nova vida a ele, como ele pediu para ser. Ele foi a primeira Kitsune.

– Ok…

– Não acabou. - ela o cortou. - O jovem fez isso sendo aprendiz de um tio que ele chama de “mestre”. - o olhar de Hinata foi significativo. Ele sabia por quê. - E seu nome… é Naruto.

– Naruto? Nome engraçado.

– Ah para, é um nome quase extinto aqui e você sabe. - ela comentou. Ele sabia mesmo. - E acho que combina mais com você do que Kyuubi.

– Mesmo?

– Mesmo. A história de vocês é parecida. Ainda há esperança pra você. - ela se levantou, levando o livro e se aproximou dele, antes que ele se levantasse, e deu um pequeno beijinho onde era o nariz da raposa. Rindo baixinho e se afastando. - Tenho que ir. Até mais, Kyuubi.


Assim que o sonho acabou Naruto saiu da mente de Hinata e abriu os olhos, mirando sua janela. Quase no mesmo segundo a luz do abajur iluminou um pouco o quarto e ele viu a sombra de Hinata se erguendo na cama. Saiu rapidamente para seu carro. Esperaria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que muitos irão querer me matar por terminar assim, maas... agora um pouco da curiosidade foi sanada, não foi? A próxima só é a reação da Hinata. Como vocês acham que será?
Não poupem comentários e críticas, digam o que acham. Amei receber os comentário de vocês no último! kk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lágrimas Peroladas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.