Lágrimas Peroladas escrita por SBFernanda


Capítulo 14
Capítulo Treze: Kyuubi II


Notas iniciais do capítulo

Viram? Eu disse que não seria má e postaria a continuação rápido não é? Me amem. kkk

Agradeço aos comentários de Kilbertykil, Fluffy Mary, RebecaHyuuga, Sbaku no Hana e Uzumaki Gomes. Como sempre, você me incentivam e por causa de vocês que esse capítulo veio rapidinho assim.
Agradeço também aos três novos favoritos. Espero que continuem gostando.

Sem mais enrolação,
Enjoy!



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Capítulo Treze: Kyuubi II

“Não havia nada que eu pudesse fazer sem me revelar e aquilo realmente estava me interessando tando quanto me estressando. Era Ano Novo e ver uma Kitsune com a doce menina me deixava estressada e também curiosa. Mesmo de longe eu podia ver com perfeição.

Agora, muitos anos depois da luta com Tenko, eu estava como humana, casada com um humano, na forma física de uma humana. Mas conhecia ainda cada passo de Tenko, que vivia na mesma vila que eu. Sabia que ele tinha um novo aprendiz, um que o procurara. Ele se chamava Kyuubi. E mesmo sem nunca tê-lo visto, eu tinha certeza que era ele perto do precipício há alguns metros de distância, quase escondido entre as árvores. Abraçava uma humana com carinho, um carinho que nunca vira um Kitsune mostrar. Ofeguei quando os vi se beijando e então a mão de meu marido apertou a minha.

Eu podia sorrir agora. Pois naquele gesto percebi que mesmo que a mancha estivesse presente sobre ele, havia algo maior lutando contra ela. Mais forte do que o meu próprio poder.”

Hinata encarava as palavras por vários minutos após ler. Tinha chegado em casa e ido direto para a cama, mas não dormira. Estava mais acordada do que nunca e lera aquela folha diversas vezes. Tentava encontrar um significado para aquilo, tentava entender porque aquele nome lhe chamara tanta atenção, mas não tinha nem mesmo ideia de qual seria o motivo. Era apenas mais um nome.

Deitou-se na cama, ainda com o abajur ao lado aceso e ficou encarando o teto. Kyuubi era aprendiz de Tenko, Kitsune má que era inimiga de Shakko, e também… Kyuubi, assim como Shakko, havia se apaixonado por uma humana. Nunca imaginaria tamanho drama em meio a lenda das Kitsunes. Mas então se lembrou da Lenda Naruto. Segundo a lenda, a primeira Kitsune foi Naruto e jurara descobrir uma forma de ficar com a amada. Bem, as Kitsunes tinham mesmo aprendido a estar com humanos. Tinham aprendido a se tornarem um. Tudo fazia mais sentido agora.

Não sabia dizer quando se entregou ao sono, mas acordou novamente com seu primo lhe chamando e lhe sacudindo levemente. Estava exausta e sua cabeça doía. Por algum motivo não lembrava de seu sonho, não lembrava de nada.

– Diz pro titio que eu não vou. Não estou me sentindo bem. - não era inteiramente verdade, porém também não era mentira. Fechou os olhos e por isso não viu a expressão descontente de Neji.

– Eu sei que chegou tarde ontem, Hinata. Mesmo o mundo sendo assim, não é bonito dormir na casa de um cara que mal conhece. - ao ouvir as palavras dele a Hyuuga abriu os olhos e se sentou na cama.

– Peço que me respeite, Neji. O amo como meu irmão, mas não fiz nada do que está me acusando. Estive com Naruto, mas nada aconteceu. - e então um silêncio desconfortável. - Como sabia disso? - mais silêncio. - Está me vigiando, Neji?

– Apenas… te protegendo.

– ME PROTEGENDO? - nem ela saberia dizer de onde vinha aquilo. Hinata não era do tipo que gritava ou perdia a paciência daquela forma, mas estava fazendo. - Não há do que me proteger. Não tem o direito de ficar me vigiando, está entendendo? - ela suspirou, se jogando na cama. - Eu não acredito nisso… é humilhante, primo. - murmurou. Mas estava tão cansada que sua voz e irritação morreram naquele momento.

Neji murmurou um pedido de desculpas e saiu. Hinata notou que ele não tinha dito que não faria mais aquilo, o que pra ela significava que poderia sim voltar a acontecer. Seu primo sempre fora extremamente protetor, mas nunca tinha passado tanto dos limites. Porém, seu corpo cansado acabou lhe levando para os sonhos novamente.

Sonhos que foram interrompidos abruptamente pelo toque de seu celular, ainda dentro da bolsa, jogada no chão. Ela pegou, atendendo sem ver o número, apenas pra ouvir a voz de Naruto, alegre, mas contida do outro lado:

Não acredito que não me acordou. - ele reclamou e ela acabou sorrindo.

– Você estava em um sono muito profundo. - e estava lindo dormindo,se surpreendeu com tal pensamento, que por sorte não disse em voz alta. - Mas ao menos deixei algo.

Desculpe sair assim, mas precisei mesmo ir. Até mais. Hinata. PS: Adorei o encontro. - ele repetiu o seu bilhete. Fora péssimo, ela constatou, mas escrevera às pressas depois de ver aquele nome. Ao pensar nisso a risada baixa que dava morreu. E Naruto percebeu. - O que foi? Sabe que não estou bravo, não é?

– Eu sei… é só algo que vi. - respirou fundo e fechou os olhos ao falar. - Quando fui escrever o bilhete, acabei pegando um dos papéis sobre a mesa de centro. Sei que são as fotos do diário. Mas vi uma página que ainda não tinha visto. - Naruto ouvia com atenção e Hinata gostava disso. - Eu… eu não sei porque este nome me trouxe tanta confusão, curiosidade.

Que nome, Hinata?

– Naruto, você… já ouviu falar de uma Kitsune que morava aqui há muitos anos chamada Kyuubi? - o silêncio que se iniciou quase esmagou a Hyuuga. Talvez Naruto não conhecesse, talvez ele tivesse tentando se lembrar. - Naruto?

Desculpe, estava pensando… - ele usou um tom que parecia tentar ser divertido. Mas não era de fato. Ele podia estar sem graça por ter ficado em silêncio, pensou Hinata. - Eu acho… acho que sim. O que Shakko disse sobre ele?

– Nesta página nada demais. Apenas que o viu com uma humana no Ano Novo. Ela viu uma mancha nele… sabe o que isso significa? - ela perguntou, mas não deu tempo de ele responder. - Ah, e disse que via que ele estar com a humana fazia aquela mancha ser combatida. Acho… que preciso ler logo esse diário completo pra entender.

É, talvez… - ele estava pensativo. Assim como ela tinha ficado, Hinata pensou. – Ei, Hina… eu vou desligar agora porque tenho que ir ao médico ver essa minha perna. Mas… te ligo mais tarde, tudo bem?– Hinata confirmou. Se despedindo e então ambos desligaram.

Naruto ainda não conseguia acreditar no que ouvira. Ela dissera seu nome. Mais do que isso, de alguma forma ela reconhecera, mesmo que não conscientemente. Fora o seu nome que a intrigara e era ele que ainda a estava intrigando. Não tinha ideia do que pensar ou sequer do que fazer. O que fazer?

Mais do que isso o loiro não tinha ideia de como Shakko os vira. Ele não se lembrava da Kitsune branca em lugar nenhum. Como então? Ela, sem dúvidas, seria fácil de se ver. Mas aparentemente não havia como ter dúvidas. Pelo o que Hinata falara, ela vira exatamente a lembrança que tivera no Ano Novo. Ele com Hinata.

Shakko vira os dois juntos e Hinata lera sobre isso. O loiro prendeu a respiração e rira em seguida. Hinata era a sua cura para o que tinha adquirido de pior. Ele sabia disso, soubera desde o momento em que se viu apaixonado por ela, disposto a abandonar Tenko, como realmente fizera, por causa dela. Mas sua confirmação maior viera agora.

Mais do que isso… eles estavam mais perto da verdade. Mas como? Como a faria ver essa verdade? Será que havia mais sobre como Shakko o viu? Será que havia uma explicação para ele não a ter visto?

Mirou os papeis ali na mesa de centro e se sentou no chão. Se sentira desconfortável de mentir para Hinata, era a primeira vez que fazia isso, mas precisava daquele tempo apenas para ele analisar tudo aquilo. Sua perna estava ótima. Ser Kitsune tinha mais vantagens do que se podia imaginar, sem dúvidas.

Enquanto passava os olhos rapidamente pelos papéis, percebia que tinham muitas coisas que faziam parte da vida de Shakko, coisas muito além dos treinamentos. Ele se perguntava porque ela fizera aquilo. Foi assim que achou algo:

“Minha família estranhou minha decisão. Eu decidira a forma humana como minha forma original. Raras eram as vezes em que eu voltava a forma de uma Kitsune, de uma raposa. Era a minha escolha, porque eu o escolhera. Não cometeria o mesmo erro de esperar. Agora eu sabia o que era o amor e era algo mais forte do que qualquer outra coisa. Naquele instante eu percebi que todas nós, Kitsunes, só nos apaixonamos uma vez. E isso, assim como comigo, poderia acontecer por um humano.”

Uma risada escapou pelos lábios do loiro quando ele leu aquilo, jogando a folha em cima do sofá. Não fora o primeiro e duvidava que fosse ser o último a se apaixonar por uma humana. Mas saber que isso acontecera com uma grande Kitsune como Shakko era algo que o fazia rir. Então talvez fosse por isso. A essência deles continua a mesma, mas era muito mais difícil identificar uma Kitsune quando ela estava na forma humana. Ainda mais se não se ficasse perto dela muito tempo. O que não explicara como ela sabia dele.

Mas estava cansado de olhar, de procurar. Queria aproveitar a sua felicidade e se não podia comemorar com Hinata então faria outra coisa que sempre lhe fizera bem. Se levantando ele não pensou duas vezes antes de correr para o bosque. Um sorriso brincava em seus lábios conforme passava pelas árvores. Ele apenas precisava descobrir um modo de contar a ela, mas por enquanto se deliciava com o fato de ela reconhecer seu nome. Era uma atitude de um tolo apaixonado e, rindo, Naruto admitiu que era justamente isso que ele era.

Mal chegou à clareira e começou a se despir, jogando suas roupas entre os arbusto de sempre se sentando no centro da clareira, sentindo pequenos e fracos raios de sol contra sua pele forte de raposa. Já era tarde, ele sabia, não tinha almoçado, não tinha comido nada, mas ainda assim não sentia fome. O que lhe dava mais forças eram as lembranças que tinha de dias como aquele, em que era apenas Kyuubi. Uma jovem e velha raposa tola e apaixonada por uma humana… como Shakko.

Não viu as horas se passando enquanto estava ali, mas quando se deu conta havia mais uma presença no local. Ficou tenso e logo reconheceu a presença. Sua tensão apenas aumentou. Ele não estava pronto. Não estava nada pronto para aquele encontro. Mas não tinha como fugir, porque desta vez ela não fugiu, nem mesmo se escondera.

Hinata o olhava. Os olhos tão abertos que ele se perguntava se ela estava assustada. Mas a encarando por mais algum tempo percebeu outra coisa: ela estava deslumbrada. Será que se lembrava? Em silêncio a observava. Tentava achar algum traço que indicasse reconhecimento de quem ele era.

Mas Hinata não lembrava. Ela estava deslumbrada com ele. Sua pele avermelhada, as nove caudas dispostas ao redor do corpo dele e atrás. Os olhos… Hinata não sabia distinguir bem. Ao mesmo tempo que parecia ter um tom alaranjado quando olhava por muito tempo, quando piscava e mirava rapidamente era como se visse um azul profundo ali. Aquilo lhe deixou curiosa. Mas ao mesmo tempo que ficava admirada, estava tentando perceber se ele a atacaria.

Naruto percebeu aquilo, por isso abaixou-se um pouco, mostrando certa vulnerabilidade. Hinata pareceu entender, porque sorrira para ele e se aproximara alguns passos. Ele ouvia sua respiração e mais um pouco poderia ouvir também seu coração, que tinha certeza, estaria tão rápido quanto. Foram vários minutos com eles apenas se encarando antes de Hinata falar:

– Li que vocês falam. Que somos capazes de entender. - ela parecia um pouco insegura, como se achasse que estivesse ficando louca. - Eu… Eu sou Hinata.

– É muito corajosa de vir aqui sozinha, Hinata. - por sorte sua voz tomava um tom mais velho quando estava em sua forma natural. Mas será que era o que realmente queria? Viu a jovem estremecer e se perguntou o que aquilo poderia significar.

– Eu precisava vir. - sussurrou, respirando com dificuldade. - Desculpe minha audácia. Qual o seu nome?

– Meu nome? - ele quase riu. Ela era mais corajosa do que ele imaginava. - Acha que me conhece?

– Tinha esperanças que sim. Bem, não pessoalmente apesar de sentir certa familiaridade… - ela comentou e ele notou que revirava os olhos, mas pela expressão podia afirmar que ela fazia isso para si.

– Sou Kyuubi. - foi tudo o que ele respondeu. Ouviu Hinata ofegar e quase sorriu. - Já ouviu falar de mim?

– É exatamente quem imaginei. Li sobre você. Shakko o viu diversas vezes nesta vila. Acredita? A Kitsune Benevolente era daqui. E pensei que talvez você ainda tivesse aqui. - ele não disse nada. O que dizer? - Ela ainda está?

– Apesar do que disse sobre ela me ver, eu nunca a vi. Deve ser uma honra para poucos encontrá-la.

– Oh, não. - Hinata tirou então o diário da bolsa, abrindo em uma página marcada. - Aqui diz que ela se mantinha longe de quem estava associado a Tenko, mas tinha grande curiosidade sobre você… o senhor? - ela pareceu confusa quanto a isso.

– Você. - ele esclareceu e ela sorriu. - E me diga, Hinata… - dizer o nome dela era quase como tomar o mais doce mel, ele sempre queria mais. - Neste seu caderno ela diz por qual motivo tinha tanta curiosidade?

– Seu relacionamento como a humana. - por mais que a voz de Hinata estivesse baixa, Naruto percebeu que ela estava eufórica demais para se conter ou ter vergonha. - Ela queria saber como isso o afetou. Vocês ainda estão juntos?

– Infelizmente ela faleceu. - Naruto disse, o pesar caindo sobre si mais fortemente do que pensava que seria. Hinata o sentiu, ele sabia e parecia ter ficado realmente mal com aquilo. Ouviu um “sinto muito” e suspirou. - Quer saber minha história, Hinata? Parece ser uma curiosa a esse respeito. - indicou o livro na mão dela. Aquilo ativou o lado que ele mais gostava, o lado animado de Hinata. A Hyuuga afirmou com a cabeça, mas Naruto apenas começou quando ela se sentou. - Tudo começa quando eu era apenas um filhote. Meus pais, dois Kitsunes bem antigos queriam um herdeiro forte, porém eu não era exatamente isso. Tinha herdado a cor de um dos mais covardes Kitsunes, meu avô, e isso fez com que me olhassem dessa forma também. Foi esse o motivo que eu ir atrás de Tenko. Agora vejo que foi minha pior escolha. Enquanto treinava com ele conheci a humana que ouviu falar. Ela era a mais pura e bela criatura e hoje vejo que me apaixonei por ela instantaneamente, apenas demorei para notar isso. - ele fez uma pausa, saboreando as palavras e a expressão feliz de Hinata. - Nós ficamos juntos por muito tempo, mesmo eu ainda treinando com Tenko.

– Você tem a mancha? - ela perguntou e foi então que ele percebeu que ela tinha lido sobre isso, enfim. Concordou com a cabeça e ela prendeu um suspiro.

– Foi ela quem me fez ver o quanto isso me fazia mal e me afetava. Ela me deu coragem para abandonar Tenko. Mas dizer a meu mestre que o motivo era amá-la… Levou a destruição de minha amada. - a agonia apareceu no rosto de Hinata. - Sim, ele a matou. Eu apenas o vi sumir e deixá-la com um ferimento incurável, a beira da morte. Porém… - ele precisava contar esta parte e logo, via Hinata quase a chorar. - Um sacrifício foi feito por ela. Para que ela pudesse voltar. Para que eu pudesse vê-la novamente.

– Co-como? - Hinata gaguejou, o olhando assustada.

– Não é algo que posso lhe revelar. - não agora, pensou, mas não falou. - Mas o que importa é que ela voltará para mim.

– Isso é… - Hinata suspirou e ele quase riu. - Digno de um conto épico. Sr. Kyuubi, escrevo há muito tempo sobre as Kitsunes, como muitos da minha família, mas creio ser a única a ter visto uma. - ele não disse nada. Hinata era corajosa, não fraquejou em momento algum e isso apenas fez com que ele a admirasse ainda mais. - Gostaria… gostaria de escrever sua história. E sei que encontrará a sua amada e este será o final mais encantador e verdadeiro.

Ele quase voltou a sua forma humana naquele instante para beijá-la e nunca mais soltá-la, mas não podia ainda. Então apenas acenou com a cabeça, confirmando enquanto ela agradecia várias vezes.

– Deve ir agora, Hinata. Está escurecendo e não seria seguro. - ela confirmou, se erguendo, agradecendo mais vezes e dizendo por fim:

– Prometo que o ajudarei como puder. Você a encontrará, eu sinto.

Enquanto a via se afastar, Naruto se via a admirando. Admirando sua coragem, sua força, determinação e prontidão pra ajudar uma criatura que nem mesmo conhecia. O que ela faria ao descobrir que ele já a encontrara e que era ela?

O que ele faria para que ela percebesse isso? Precisava descobrir logo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Por favorzinho, não deixe essa pessoa super insegura mais insegura, me contem o que acharam. A fic está caminhando para o climax e, consequentemente, para o final e eu adoraria a opinião de vocês que estão lendo e ainda não disseram nada (mas ninguém é obrigado a isso, é claro).
Espero que tenham gostado...



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