Futuro, Volume II - Futuro Perdido escrita por MikaTag


Capítulo 3
Acusações - Evelyn




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Estou sentada na minha poltrona atrás da minha mesa na minha própria sala aqui na Sede da Franqueza, uma sala com uma mistura de estilo entre rústico e requinte. A porta bem à minha frente, a minha mesa e o chão são totalmente de madeira escura – que particularmente, deixa a sala com um ar de sujo e pesado, apesar de estar bem limpa – os sofás que se encontram ao lado da porta, e uma poltrona de visitas logo após a minha mesa são feitas de couro vermelho. Um lustre bem grande pende bem ao centro da minha sala e logo atrás de mim há uma janela bem grande e de madeira, que dá para o lado de fora da Sede. Ouço muitos murmurinhos pelos corredores, o que é a coisa mais normal aqui, devido à quantidade de gente. Já recebi muitas notificações em relação a isso mas, não há muito o que eu possa fazer, não até as obras da Erudição e as casas dos sem facção ficarem prontas.

Tomo uma xícara bem grande de café, a espera do meu jornal matinal. Tenho que ver a matéria que fizeram sobre mim e os meus novos projetos para a cidade.

Me levanto da poltrona e aprecio a vista quando ouço alguém bater à porta e jogar o jornal por baixo dela. Ando até lá me abaixo para pegar o jornal e volto para a minha mesa. Ponho os pés para cima e começo a ler a minha matéria, é a principal manchete da capa:

COMEÇA REFORMA DA SEDE DA ERUDIÇÃO

EVELYN FAZ PROJETO PARA SEM FACÇÕES

EVELYN DIZ ESTAR COM BOAS ESPECTATIVAS PARA O NOVO PROJETO

– Muito bom o que fizeram com a matéria … – e continuo percorrendo os meus olhos pela matéria lendo-a. Demoro um pouco pra ler, pois quero interpretar bem e ver se não há algum erro de sentido. Fico impressionada. Fiquei muito gentil nessa reportagem.

– Tenho que agradecer

Retiro o celular do meu bolso e disco um número que ligo para o editor do jornal

Alô? – ouço uma voz masculina bem grave, mas suave

– Alô? Oi, é Evelyn Eaton, gostaria de agradecer muito pela edição de hoje. Está muito boa, adorei a matéria, fiquei muito bem nela.

Nós que agradecemos, sabíamos que ia ficar muito feliz com a manchete da capa. Afinal são as prioridades do momento, certo?

– Certo … – digo, desconfiada – ah … é … e mais uma coisa … como você está sabendo que é prioridade no momento?

Devido a sua outra notícia, você não leu? Nela está bem claro que …

– Calma! Que outra notícia?

A que fala sobre …

E vejo alguém entrar pela minha porta, é Tobias.

– É … tenho que desligar. Nos falamos depois, muito obrigada. Tchau. – desligo o telefone sem querer ser grossa – Filho, bom dia, sente-se. – lhe indico a poltrona bem a frente da minha mesa.

Ele se senta e puxa de dentro da calça o jornal de hoje.

– É … eu já li … gostei da matéria. – digo, fazendo gesto com quem recusa algo

– É … eu acho que você não leu essa …

E ele abre o jornal na página o qual ele quer que eu leia e arrasta o jornal com toda a delicadeza para perto de mim.

Pego-o e leio a notícia

SUSPEITA DE CORRUPÇÃO NO GOVERNO

Não consigo acreditar no que estou lendo, leio uma, duas, três vezes para realmente conseguir ver o que está escrito. Meus olhos se marejam em lágrimas. Bem abaixo do meu nariz, Toby, Jenna, não assimilo a notícia. Olho para Tobias e volto a ler o jornal, leio mais uma vez, uma lágrima escorre do meu rosto passo a mão para enxugá-la.

– Bom … – digo, sem reação – se é isso que dizem.

– O que? – exclama Tobias – você vai ficar sentada e não fazer nada?

– CLARO QUE NÃO!

Ele me olha assustado.

– Desculpe, mas é que … me estressei uns dias atrás com Toby e com Jenna. Não sei se isso pode ser coincidência, mas eles são os suspeitos não são?

– São, mãe … eles são. Mas não tem certeza. Você viu o depoimento de um deles.

– Pois é … – respiro bem fundo e expiro – logo quando achei que eu tinha posto tudo em ordem novamente, vem sempre uma nova Jeanine nos atacando de novo. Dessa vez foi pelas minhas costas, bem abaixo do meu nariz … como eu não pude perceber essa infração?

Fico emburrada e extremamente chateada, cruzo os meus braços e tomo um grande gole da minha xícara de café.

– Mãe … é … você tem ideia do que eles podem estar se referindo a essa certa viagem?

– Não, mas … soube que Jeanine estava planejando ir para outro experimento … não sei bem ao certo, mas poderia ser desde aquela época em que estava rolando os experimentos, pessoas aqui de dentro do governo que poderiam estar metidos com ela. De todos os departamentos, de todos os órgãos. Pode ter sido qualquer um. Do Departamento de Obras Públicas (DOP), que poderiam desviar dinheiro das obras para os cofres de algumas pessoas ou então até … do Departamento de Controle da Fronteira (DCF) que agora estou suspeitando principalmente deles.

– Porque?

– Por que eles estão controlando todos que entram e saem de Chicago. E o aeroporto é do lado de fora da cerca. Então não é possível alguém sair da cidade sem o conhecimento deles. E já que é uma viagem em massa – como diz no jornal – só pode ser pelo aeroporto. E mesmo que não seja, só tem um jeito de sair da cidade, que é pela cerca. – fico pensando um pouco, realmente deve ter sido do DOP ou do DCF, não pode ser de outro lugar.

– E você se lembra se poder haver outro departamento que pode ter ligação com os cofres ou com desvio? – pergunta Tobias intrigado.

Penso um pouco e abro a gaveta da minha mesa, puxo de dentro dela um livro muito grande e bem grosso sobre todos os departamentos de governo dessa cidade e o nome de todos que trabalham neles.

– Estão por ordem alfabética, então fica fácil achar – digo

Passo algumas páginas procurando por algum departamento relacionado, diretamente ou indiretamente a dinheiro. Deslizo o meu dedo até eu achar um.

– Como eu pude me esquecer desse? – digo para mim mesma, mas parece que Tobias ouviu.

– Qual?

– Departamento da Tesouraria (DT), como pude me esquecer desse. Como sou burra.

Passo o dedo pelo nome das pessoas que trabalham lá.

– Ninguém suspeito.

– Cadê? Deixe me ver – diz Tobias puxando o livro das minhas mãos.

Ele procura um pouco pelos funcionários do DT. Até que ele parece se alarmar.

– O que foi? – digo

– Duas pessoas. Duas pessoas. Não acredito.

– O que? Quem?

Ele puxa o jornal para ele de volta e folheia o jornal até chegar na parte de fofoca.

– Não acredito que você lê isso – digo

– Não é isso … olha! – e ele aponta para um nome de uma pessoa no livro dos departamentos – Spencer … a mesma que diz aqui no jornal que estava tendo um caso com o Toby Cavanaugh.

– Mas é claro!

– E tem mais … – diz ele deixando um suspense

– Quem? – pergunto, intrigada

– Olha aqui nessa lista … – ele me mostrou a lista, mas tinha um nome com um risco bem em cima, mas dava claramente para ver quem era … – David.

– David …

– O de cadeira de rodas, o mesmo que trabalhava para Jeanine nos experimentos lá na Erudição. O mesmo que quase matou Tris no aeroporto. Todos eles têm ligação mãe, Toby … Spencer … David – diz ele batendo a mão no livro a cada nome pronunciado – e Jenna trabalhava em qual departamento?

– No Departamento de Controle da Fronteira …

Agora tudo se encaixa.


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Notas finais do capítulo

Parece que nem a Evelyn escapa das ameaças e está na cara que meus artigos funcionaram para algo além de divertir e intrigar.
XOXO, Facção News



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