Um tal de Velho Oeste escrita por Miablackcat


Capítulo 3
Pedaços


Notas iniciais do capítulo

Yooo!
Postando o terceiro capitulo que está enorme.
Sério não consegui parar de escrever esse capitulo e no fim ficou assim! Hahaha
Um pouco de drama, mais um pouco de romance (vixe será?) , encontros, desencontros e o passado dando um alô.

Espero que gostem! :)
Não esqueçam das reviews leitores fantasmas! :p


Obs: Sim a imagem é do Eustass.
Link: http://i883.photobucket.com/albums/ac35/mirela_rosa/EustassKidfull948342.jpg

Música da vez: https://www.youtube.com/watch?v=0wfNjf1cWRs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574651/chapter/3

Pedaços


Leve desperta, se espreguiçando e deixando seus braços caírem esticados na cama. Ela percebe algo no travesseiro do lado: a carta que Destino lhe dera...

Flashback Leve ----

" - Ótimo, ótimo. - ele se levanta, pegando seu chapéu colocando-o. - Para provar que pode confiar em mim, irei embora sem mais perguntas. E quando estiver disposta a conversar sobre a informação que precisa, esta carta a seu lado indicara como me achar.


Ele caminha em direção a porta, mas acaba dando meia volta, puxando-a para si enlaçando sua cintura e a beijando. O beijo dessa vez era mais vigoroso, ele a guiava, com muita vontade, a apertando mais contra seu corpo. Ela agora controlava a si e seu único gesto foi passar seus braços em volta do pescoço dele. Uma de suas mãos pressionava a cabeça dele de encontro a sua. Havia desejo de ambos e só se soltaram quando o fôlego vacilara.
Ele manteve ela pressionada ao seu corpo.


– Apaixonada? - o sorriso de canto em seu rosto.


– ... - ela ri.


– E a partir de hoje, non terá que se preocupar com outros...apenas se quiser, claro...


– Haha..Como pensa em convencer Madame? Pedindo com educação?


– Tenho meus meios, apenas deixe comigo, ma chérie.


– Tsc...

Fim Flashback -----

Ela ainda não acreditava naquele dia: primeiro precisa aguentar Dior, depois substituir Ell, e por fim," Ele" e todo aquele jogo de sedução para obter informações, e a fixação dele em vê- lá fora dali.


Destino. Um belo galanteador, esperto, forte e com uma aura magica poderosa. Ele a controlou a seu bel prazer, apenas para confirmar a existência do estigma nela.


Ela se levanta, coloca um pouco de água da jarra na bacia e lava seu rosto. Respira fundo, pois o dia seria longo. Na verdade a semana, afinal substituiria Ell em suas apresentações, e significava ela presa no saloon. Teria que dar um jeito de obter as informações que precisava dali... O problema era como...

Toc toc.


Uma batida suave na porta. Provavelmente Heidi verificando se precisava de algo.

– Entre. - estava um pouco perdida em pensamentos e sonolenta ainda. A noite tinha sido agitada.

– Precisamos conversar. - A porta se fecha.

– Madame? - era a última pessoa que ela esperava ver naquele horário e em seu quarto.

– Querida, sente-se aqui. - Dior se acomoda na cama de Leve e dá uma batidinha no lugar ao lado dela.


Leve fica estática.. A carta de Destino está ali ainda. Em cima de seu travesseiro e se Madame visse, ou suspeitasse da conversa que tiveram ontem...Apesar de que Dior poderia já saber.


Leve volta para cama mas ao se sentar dá um impulso jogando todo seu peso. Seu colchão pula acompanhando o movimento da garota e por sorte a carta escorrega para o canto da cabeceira, fora de visão.

– Calma querida, venho lhe trazer boas notícias. - ela sorri gentilmente - Um distinto homem ontem, pareceu gostar tanto de sua apresentação e de seus encantos, que decidiu tomar sua companhia para si. - Ela sorri - Claro que apenas dentro do saloon e pagando o seu preço.

– Certo... Devo me preparar para hoje ? - ela havia sido uma tola. Por que realmente acreditou por um instante que "ele" cumpriria o que disse?

– Oh não, não! Na verdade minha querida Leve, ele quer sua companhia todos os dias. Deve se preparar para isso... Esteja bela sim? Ah claro, você deve realizar o show de abertura da casa e depois você vai direto para ele.

– Mas... E os outros shows...?

– Ah sim. Eu inicialmente recusei essa proposta dele, mas ele cobriu seu valor três vezes! Não pude recusar uma boa oferta dessa. Mas fique tranquila querida, caso eu ache necessário a qualquer momento posso renegociar com ele. E uma das meninas pode realizar os demais espetáculos.

– E como vou saber quem é ele? - estava entorpecida. Agora se não bastasse o problema de cobrir a semana de Ell, estar presa ali, também estaria presa a um babaca aristocrata.

– Essa noite após o show eu te indicarei querida. - ela dá um suave tapinha na perna de Leve e se levanta em direção a porta- Ah, posso confiar em você para satisfaze-lo querida? Não esqueça que me custa caro mantê-la aqui... Por isso não me decepcione. - ela sai fechando a porta atrás de si.

Leve deixa se cair na cama. O que mais poderia acontecer de ruim naquele dia?

–-


Após o almoço, Leve sai atrás de um vestido novo. Aproveitaria a deixa e procuraria um velho amigo que no momento, era sua única esperança.

A cidade estava com o movimento de costume. Alguns baderneiros, mas nada que o Xerife da cidade não pudesse dar conta.
Ela sai das ruas e começa a fazer seu caminho pelas vielas e becos. Alguns quarteirões depois e ela para enfrente a uma portinhola já meio desgastada. O prédio parecia acabado, abandonado. Leve confere seus coldres na cintura e adentra o lugar.


Assim como sua fachada, o salão estava praticamente vazio, salvo por dois homens sentados numa mesa próxima ao balcão e uma mulher que cuidava em atendê-los.

– O que deseja hoje, mocinha? - a mulher que termina de encher os copos levanta o olhar para Leve.

– Um "caixão de sua mãe", duplo. - ela sabia como ter acesso a sociedade ali escondida.

A mulher lança um olhar desconfiado a ela, a encarando por um instante. Leve mantém o contato visual. A mulher da meia volta em direção ao balcão.

– Por aqui. - ela indica atrás do balcão e Leve a segue. A garçonete chega em um ponto do pequeno corredor e fica de frente para ela. Segura a ponta de sua saia e bate firmemente com o pé, três vezes: um alçapão aparece, com uma escadaria em que Leve não via o final..

" Tudo acontece e nada deve sair." – a mulher indica para que Leve adentre o alçapão.

Leve inicia a descida. O caminho era iluminado por algumas tochas que serpenteavam as chamas, mas havia grande distância entre elas. Uma pessoa normal teria certa dificuldade, mas a visão de Leve era excelente: ela mantinha um passo rápido sem vacilar nos degraus

Ela chega ao final da escadaria e abre a porta dali devagar. Uma de suas mãos está segurando o coldre.

A iluminação era ofuscante. Era um grande salão com mesas e sofás bem distribuídos. Estava lotado, homens e mulheres (essas em minoria) de todas as raças. Ela caminha até o balcão e um belo elfa vem atende-la.

– Qual a pedida, gracinha? - ele pergunta enquanto limpa um copo.

– Uma dose de whisky. - ela tira algumas moedas e coloca no balcão já pagando sua dose.

Ele serve o copo e vai para o lado oposto atender outro pedido. Ela observa ao redor cuidadosamente, precisava encontrar seu informante.

Após algumas doses ela, suspira desanimada. Ele provavelmente não apareceria ali.

– O que a aflige, gracinha? Alguém a deixou esperar? - novamente o garçom se aproximava dela puxando assunto.

– Por acaso um homem de estatura alta, trajando roupas peculiares e com um grande anel de ouro não passou hoje por essas bandas?

– Informação? Ora, ora. - ele sorri - seu homem parece estar chegando, gracinha. E apenas dessa vez a informação é por conta da casa.

– ...- ela olha de canto para a porta e a mesma se abre.

Era ele, Eustass o Insano, um conhecido mercenário e também informante. Ele trajava um longo sobretudo preto, calça um pouco mais folgada preta, seu peitoral esculpido estava amostra com a camisa semiaberta. Seu cabelo avermelhado era rebelde. Ele abre um sorriso ao ver Leve, sentando-se ao lado da mesma.

– A elfa mais perigosa de Gensan, deu o ar de sua graça em nossa humilde taberna? Diga me o que a traz aqui? - ele segura o rosto de Leve e o trás para perto de si - Espero que a resposta seja que está aqui por mim, Querida.

Ela se solta e chama o garçom: era costume naquela época se oferecer bebida a aqueles que acabavam de chegar e forasteiros. O garçom serve o ruivo e sai dali.

Ele era conhecido por sua peculiar loucura, e poucos se aventuravam a ficar em seu caminho ou até mesmo conversar com ele. Mas com Leve era diferente.

– Dizeres da sela, que você voltou a ser a atração principal de Dior... - ele toma um gole de sua bebida - Acho que hoje darei um pulo em sua casa e quem sabe não gasto alguma grana com você...

– Sinto informa-lo que já fizeram isso antes de você... Estou "reservada" até segunda ordem.

– Hahahahahaha - sua risada ecoava pelo salão - a indomável Leve à mercê de um cara? Hahahahahaha - ele batia a mão no balcão se divertindo com a situação – Bem, pelo preço que Dior colocou em você deve ser algum burguesinho de merda! Haha, vai ter que ficar de quatro para o que mais odeia! - ele ria se deliciando com tudo.

– Já terminou seu showzinho? - ela estava séria e furiosa, ele acabara de chamar atenção de todo o salão para ambos, denunciando ela. - Preciso de um favor.

– Haha... Claro, claro... Quer que eu o mate? Mas antes ou depois do pagamento? - ele se recompunha, falando sarcasticamente.

– Não é nada disso... Tenho assuntos mais importantes do que me preocupar com um riquinho qualquer. - ela tira um papel e mostra para ele. A caligrafia era muito bem desenhada:


"Preciso que investigue o que puder sobre
Dom Corletto. Sei que ele tem ligação com
"Ela" e preciso disso."

– E preciso que seja rápido. - ela pega um fósforo e queima o papel.

– Aquele plano ainda, guria? - ele fica sério e a encara com certa preocupação, tomando um generoso gole de sua bebida - sabe que são pessoas perigosas com quem está mexendo, não?

– Eu conheço muito bem o caminho que estou buscando. Estou cansada disso e agora as coisas foram "aceleradas"... - ela rebate irredutível.

– Bem... - ele acende um cigarro - Se tem certeza disso, não serei eu a ir contra. - solta uma grande baforada de fumaça - Sabe que faço qualquer coisa por você, baixinha.

– E sou imensamente grata, Eustass. Um dia pagarei por todo seu apoio.

– Você tem meu apreço, guria. Uma baixinha e indomável irmã... - ele arquea uma sobrancelha e a mede de cima a baixo devorando-a com o olhar. Sua voz sai maliciosa – Heh, irmãos não tem tanto intimidade, acho que fico com amigos. Afinal temos um passado, huh? - ele sorri maliciosamente, tirando o cigarro e baforando novamente.

– O que quiser, só traga a informação que preciso. Como agora estou no lugar de Ellia, estou presa a essa maldita cidade. - ela toma sua dose de uma vez e se levanta - então preciso novamente de alguém que possa fazer por mim. E só confio em você para isso.

– Huh, fico lisonjeado. - ele se levanta e a agarra pra si de forma brusca. Ele era forte e violento: uma bela caixinha de surpresas. Ele aproxima o rosto do dela, jogando o cigarro no chão e pisando no mesmo - Que tal pagamento adiantado, guria?

Leve afasta o torso para trás enquanto sua cintura permanecia enlaçada por ele. Ela já havia sacado seu revólver, que estava com o cano encostado na barriga do mesmo. Sua outra mão estava sob o peito dele impedindo uma maior aproximação.

– Sabe, estou farta de ficar sendo agarrada. Em dois dias, houve muita aproximação indesejada... - ela prepara o gatilho.

– Haha, puxe esse gatilho, docinho! - ele a cutuca com uma adaga na sua nuca. - Sabe muito bem que balas normais não podem me atingir... Seria engraçado vê-la tentar. - ele sorri e a puxa mais pra si.

– Conheço você muito bem Eustass. Não me subestime. - seu olhar semicerrado era mortal. Ela estava irritada com a notícia que Madame lhe dera, com sua incapacidade ontem em barrar "aquele homem" e agora Eustass tinha esgotado seu limite.

– Haha não briguemos! - ele a solta, guardando sua adaga na cintura - Quando voltar com a informação, te visito "lá".

– Estarei aguardando. - ela guarda sua arma no coldre e caminha para saída. Ele a segue de perto. Ao fechar a porta atrás de si, ele segura o pulso dela.

– Tem algo de errado com você guria. Está mais inconstante do que o normal. - Ela que estava alguns degraus a frente, suspira e se vira para encara-lo.

– Eustass, eu tenho urgência em sair de lá. Recebi uma visita ontem que sabe demais e pode colocar em risco tudo. Inclusive Ell.

– Ainda se sentindo culpada pela burrada da sua irmã? Venha cá.- Com um puxão ela está novamente nos braços dele. - Na pior das hipóteses eu te protegerei guria.
Seu abraço era quente e receptivo. Uma sensação de segurança tomou conta de Leve naquele instante.

– Obrigada Eustass...- ela retribui o abraço e fica na ponta dos pés para dar um beijo na bochecha do ruivo. - Desculpa por te envolver nisso novamente... Mas está ficando perigoso para Ell, e não quero prolongar mais nossa partida.

– Eu entendo guria. Procure controlar seu gênio por hora...Volto em breve com o que precisa. - ele dá um suave beijo na testa dela, a solta e retorna para dentro da taverna.
Ela sorri e sobe a escadaria indo em direção ao alfaiate.

–--


Ao chegar de volta ao saloon, uma carroça está terminando de ser carregada por alguns capangas com suprimentos de viagem. E pela quantidade, seria uma viagem demorada. Sem muito interesse, Leve passa pela carroça esbarrando com alguém na porta.

– Hey cuidado... Ell?– ela se surpreende após pegar seu vestido do chão.

– Leve. Estive te procurando, comecei a acreditar que partiria sem me despedir. - Ellia sorria

– Partir? Como assim? Madame te proibiu de sair de...

– Ela mudou de ideia. Disse que preciso aprender um pouco de disciplina. Estou partindo para o rancho de treinamento. - Ell parecia despreocupada e contente. Algo estava errado ali.

– Vamos falar com Madame. Você pode treinar comigo... - Leve segura o pulso de sua irmã, mas ela se solta.

– Leve, tudo bem. Eu decidi por isso também. Preciso deixar de ser um estorvo pra você. - ela leva os braços atrás da cabeça encarando sua irmã.

– Ell essa conversa agora não. Você sabe que o problema do rancho não e lá, e sim chegar até lá... Esta se arriscando demais! - Leve fala em tom fraternal com uma mistura de impaciência.

– Sim e você já foi e volto de lá algumas vezes.

– Você sabe que tenho algo que me ajuda, que você não tem Ell.

– O seu dom? Oras outros já voltaram de lá, e eu serei mais uma a voltar. - ela pisca para Leve e a abraça - Vamos se despeça como gente...

Leve a abraça. Abraça com todas suas forças e detém as lagrimas, pois não seria bom fraqueza agora. Era decisão dela e teria de engolir, afinal ela tinha o apoio de Madame.

– Faça uma boa viagem. E lá fora sempre mantenha a guarda...

– Alta. Sempre em vigília! - Ellia sorria para Leve. Ela sobe na carroça e acena com o braço bom.

– .... - Leve acena enquanto vê sua irmã partir.

Algum tempo depois Leve estava no parapeito de seu quarto. Estava perdida em lembranças, sentada segurando seus joelhos e com um pingente em mãos : o pingente que Ellia lhe dera de aniversário.

Flashback--------

– Ell!! Ellia !! - Uma jovem elfa de cabelos brancos que serpenteavam ao vento corria por um campo de grama alta e lírios roxos que davam vida ao verde. - Se apresse e venha ver!! É lindo!!

Uma elfa estava deitada sob a sombra de uma árvore apreciando a brisa suave e morna que o dia lhe presenteava. Ela abre um olho e vê um sorriso imenso acompanhado de uma expressão de êxtase e curiosidade. Aesiath tinha grandes olhos que pareciam orbes, verde e branca...

– Vamos Ell!! Eu quero te mostrar!! Aposto que nunca viu antes!! - ela sacudia o corpo de sua irmã mais velha.

– Hmm... O que quer me mostrar sua baixinha arteira? - Ellia se levantava enquanto Aesiath a apressava.

– Encontrei uma caverna nova!! Mas essa é diferente!! Venha, eu te mostro!! - e ela puxava o braço de sua irmã arrastando-a consigo.

A caverna era enorme. Um brilho diferente parecia emanar dela. Ellia estava impressionada com a aparência daquele lugar. A frente dela era gentilmente trabalhada como se fosse esculpida por alguém. Havia algumas flores e vegetações que subiam as laterais dela formando um arco de entrada, mas o mais surpreendente era a cor da pedra: branca. Uma cor muito rara de se encontrar, ainda mais por aquelas bandas.

– Uau Aesiath! Dessa vez você realmente conseguiu se superar!! Esse lugar e magnifico!

– Venha, venha! Vamos explorá-lo!!! - Aesiath corria a frente adentrando a caverna. Era uma criança curiosa e corajosa.

– Ei, me espere!! Pode ser perigoso ae! - Ellia corria atrás dela.

Fim Flashback -------

Um sorriso triste surgia em seu rosto. Algumas lágrimas persistiam em sair.
Ela se esconde entre os joelhos se entregando a angústia: Ellia estava agora a própria sorte e tudo por que não havia conseguido impedi-la de sair de sua vila.
Ao longe, atrás de uma árvore uma figura que a admirava, dá as costas e sai dali. Uma grande figura vestindo um sobretudo preto, cabelos rebeldes e camisa aberta. Acende um cigarro e se vai.

Mais tarde ----

Leve terminava sua apresentação majestosamente. Dois belos e fortes Elfos, a equilibravam no ar, enquanto as demais dançarinas completavam a cena.
Leve mandava beijos e acenava, agora já sendo colocada no chão. Os aplausos e pedidos de bis não cessavam. Madame realiza a abertura dos jogos e da casa.

Após, vai até Leve.

– Divino, minha querida! Foi esplêndida, como sempre! - ela caminhava de volta para seu divã - Venha, venha! Vamos fazer as apresentações!

– ... - Leve apenas a seguia. Quando chegam ao lugar de Dior, uma figura estava de costas para elas olhando a movimentação pela grandiosa janela. Era alto, vestia um peculiar colete roxo risca de giz de seda, camisa branca com abotoaduras em formato de cartas douradas e calça preta. Seu chapéu era roxo com detalhes na aba em dourado.

– Oh vejo que esta apreciando a vista que tenho daqui! E uma bela cidade a noite não acha? - Madame sorri e se aproxima dele enlaçando o braço forte do homem.

– Com certeza um belo lugar. - aquela voz era familiar a Leve.

– Ela está aqui, para lhe acompanhar, querido.- Madame se virava trazendo consigo o homem.

Leve não pode acreditar no que vira: Destino.

– Ora esta surpresa querida? - Madame sorri gentilmente.

– Eu.... - ainda sem fala, ela nota um breve gesto dos olhos de Destino. Ela compreende e entra no jogo. - Eu estou encantada! Qual o nome desse belo homem com quem terei o prazer de dividir a noite? - ela se aproxima enlaçando o braço livre dele.

– Haha... Essas meninas! Minha querida, pode chamá-lo de Destino. - Dior se diverte com a reação de Leve e solta o braço dele, se acomodando em seu divã. - Agora vão, a noite é muita curta para os jovens! - ela acena e uma das meninas que a acompanha lhe entrega uma pitadeira, que imediatamente é levada a boca.
Eles começam a caminhar em direção a uma das mesas livres de pôquer.

– Esta cest magnific, esta noite ma cherie. - ele sorri de canto.

– Por que não me disse seu plano? - Leve falava baixo mas com tom irritadiço.

– E perder sua expressão angelical de surpresa? Jamais! - ele sorria divertindo-se.

Ela aperta mais o enlace no braço dele fingindo estar achando graça de algo no momento que Dior olha para os dois.

– Estava achando que teria que passar a noite com algum banqueiro ou aristocrata velho... - ela lançava um olhar mortal para ele.

– Hahaha.. Bom, veja que vantagem: não sou nenhum e nem outro, e tão pouco velho. Afinal devo ter metade da sua idade...

– E nem um terço da minha beleza. Ah, Levando em consideração que vivo o dobro que você, não sou eu a mais velha... - ela esbanja um sorriso vitorioso.

– Oras, assim você me magoa, ma cherie.. - ele oferece uma cadeira a ela.

– Sente se e me acomodo depois. Não esqueça que estamos sob olhares e eu sou sua acompanhante. - ela acena com a cabeça para as outras mesas onde as meninas do lugar estão de pé ou sentadas no colo de seus companheiros.

– Hum... Achei bem mais interessante...- ele sorri maliciosamente e se senta, dando uma palmadinha em seu colo.

Leve o encara.
Ele sorri arqueando uma das sobrancelhas.
Ela revira os olhos, num suspiro seguido de um bico e senta-se no colo do rapaz.

– Podemos começar partida senhoras e senhores? - o dealer da mesa pergunta para todos ali.

Todos concordam com a cabeça e ele distribui as cartas. Destino estava com um par de reis. Naquele momento parecia ser o mais forte da mesa. Após as rodadas de aposta, o dealer revela as 3 primeiras cartas: dois de paus, cinco de ouros e valete.

A mesa não favorecia ninguém, aparentemente. Mais uma rodada de apostas, a qual Destino triplicou o valor da mesa. Alguns jogadores passaram e outros dois, uma mulher e um goblin cobriram. Novamente o dealer mostra mais uma carta: reis.

Destino fechava uma trinca. Ele não mostra nenhuma reação, o que dificultava a próxima jogada dos outros apostadores. Outra rodada de aposta e após algum tempo pensando o goblin aumenta a mesa novamente. A mulher sai da jogada, Ddestino cobre e aumenta. O goblin vacila por um instante, mas paga.

– Uma rodada emocionante senhores! - o dealer comenta animado. E vira a última carta: Reis!
O goblin fica pensativo. Ele blefa, apostando o dobro da mesa, o que custa mais da metade de suas fichas.

– O que acha ma cherie? Esse bom senhor fez uma generosa aposta, non sei se devo me arriscar...

Leve sorri.

– Receio que deva pagar, honey. Já chegou até aqui não?

– Certo! Irei confiando em minha magnifica companhia! - ele paga a aposta e se vira para o goblin - Sua vez, meu caro. - ele sorri.

O goblin mostra sua mão: uma dupla de dois.

– Tenho duas duplas! - diz meio receoso.

Destino sorri e coloca suas cartas abertas na mesa. O goblin fica surpreso e sorri desconfiado.

– Bom jogo.

Destino parecia estar com muita sorte. Levou todas as jogadas. Leve que permanecia em seu colo, enlaça seu pescoço e sussurra em seu ouvido:

– Cartas boas, honey. Mas o verde te pegou. - deposita um suave beijo na bochecha dele e se distancia.

Ele entende o recado. Finaliza a jogada. O goblin aumenta a mesa. Destino sai do jogo.

– Ora, ora, desistiu do jogo meu caro? O que foi, a sorte te "abandonou”? - o goblin sorri maliciosamente.

– Creio meu bom colega, que sim. E tenho outros assuntos que requerem muito mais de minhas habilidades. - ele sorri de canto, apontando com a cabeça para sua companhia.

–Entendo, entendo... Mas acredito que antes, queira deixar as fichas que nos surrupiou primeiro. Afinal elas valem uma boa grana... Se e que me entende.
– o Goblin mostrava sua arma presa em um coldre na cintura.

– Entenda que... - Destino se levanta, e afastando Leve para trás de si - ganhei de vocês em um bom jogo, meu caro. Contente-se com o que tem ainda. - Ele pousa a mão em cima de algumas cartas que estavam mais próximas na mesa e as mesmas começam a emanar um brilho diferente.

Leve que assistia os ânimos se exaltarem, sabia que as repentinas vitorias do homem eram através de trapaça, tenta apaziguar os ânimos, sob olhares de Madame. Ela sabia que Madame daria preferência para o que fosse mais rico ali. Destino.

– Senhores, senhores - ela se posta entre os dois - que tal resolvermos esse dilema em um bom e velho jogo de dados? Aposta única: o valor das fichas!

– Sim, sim! Vamos senhores, os dados sempre solucionam os embates e premia o verdadeiro sortudo! É uma bela oportunidade...ganhar ou perder! - o dealer percebe o plano de Leve.

– Um novo jogo e esse trapaceiro ira roubar novamente! - o goblin cuspia as palavras em desafio.

– Modere seu linguajar meu caro. Se está com medo de comprovar sua falta de sorte, por mim tudo bem. Podemos resolver de outra maneira... - ele ergue agora as cartas que cintilavam em um tom azulado junto com sua mão.

– Vamos garotos, sem ânimos exaltados! - Leve senta-se na mesa e acena para uma das meninas que estava próxima para se juntar a ela. A mesma se aproxima passando gentilmente suas mãos pelos ombros do goblin.

– A noite está em seu auge senhores, não vamos desperdiça-la com intrigas. Há tanto o que se aproveitar. - a garota pega duas taças de bebidas e oferece uma ao goblin. Ele encara de cima a baixo a mulher e depois encara Leve.

– Por conta da casa, a bebida e companhia. – A elfa pisca para o goblin. - e então uma boa aposta nos dados, ou prefere ir se divertir?

Ele encara Destino que ainda mantém sua posição de ataque. Leve percebe que o maldito homem não colaborava. Devia estar querendo colocar tudo a perder. Ela revira os olhos e vai até ele, enlaçando seu pescoço e se pondo ao lado do mesmo, sussurrando em seu ouvido.

– Coopere. Você nos colocou nessa. - antes de se afastar ela dá uma leve mordidinha no ouvido dele.


Destino encara Leve, e de canto de olho observa o local onde Madame estava. Ele puxa Leve pra si e caminha em direção a área dos quartos.

– Resolvemos numa próxima vez camarada. Por sorte, a moça tem bons argumentos.

Eles deixam o goblin pra trás e adentram em um dos quartos. Leve se demora ao fechar a porta. Quando se vira já se depara com ele sem chapéu e retirando o colete.

– E aqui estamos, ma cherie. - Leve não via o rosto dele, mas podia sentir aquele maldito sorriso de canto.

– Me comprar foi jogo sujo. - ela cruza os braços o encarando.

– Foi a única maneira que encontrei, ma cherie. Ou isso, ou arranca-la das mãos de Dior de uma vez. Mas a segunda opção, sua doce irmã ficaria pra trás.

– Sei...e te garante exclusividade não?

– Certamente. - ele termina de tirar a camisa e coloca-a em uma cadeira se virando. Seu corpo era muito bem definido.

– E o que te faz acreditar que eu iria em algum lugar com você? - arquea uma sobrancelha o encarando com desdém.

– Você agarraria qualquer oportunidade para sair daqui, ma cherie...- ele se aproxima de braços abertos e aquele sorriso ainda em seu rosto - E em boa companhia, huh?

– Pois se enganou. Não preciso de sua ajuda e nem irei precisar para sair daqui. Lamento, mas sou mais independente do que imagina, Destino.– ela empurra ele, indo se apoiar num criado mudo, na outra extremidade do quarto. Estava cansada da arrogância dele.

– Se está certa disso... Mas aviso que não tirarei minha oferta. Você terá que gastar suas noites comigo, ma petit. - ele deita- se na cama.

– Qual seu problema comigo? Por que essa fixação? Por acaso vai me dizer que é um bom samaritano que gosta de ajudar elfas escravizadas...

– Quase isso. Mas no caso seria apenas você e por que sei do seu potencial... E também, somos mais parecidos do que imagina. - ele leva os braços para trás da nuca, encarando o teto.

– Acho bem improvável. - Leve caminha até uma cômoda e pega algumas peças de roupa. Vai até o biombo e se troca.

– Se quiser dormir, vai ter que se deitar aqui, ma cherie.

– Não preciso dormir, "monsieur". - ela sai do biombo vestindo uma bela camisola vermelha até metade das coxas. O decote era abusado e delineava seu busto. Nas costas uma transparência com bordados de rosas formava um decote em v até mais da metade de suas costas. A maquiagem realçava sua pele clara e macia, e seus lábios com tom vermelho, eram provocantes.

Ele passa os olhos de cima a baixo medindo a elfa por um tempo.

– Com essa roupa será difícil você dormir ao meu lado. - ele que levantou a cabeça para encarar ela, deita novamente.

– Só estou mais confortável e essa é a menos chamativa dali. - se justifica um pouco sem graça.

– Menos? É melhor nem ver as outras. - ele sorri se divertindo com a vergonha repentina dela.

– Tsc.... - ela caminha até um poltrona embaixo da janela e se acomoda ali, encarando a lua.

Eles ficam em silêncio por alguns instantes, cada um perdido em seus pensamentos. Leve está com a mente longe. Não se importava com o que estava rolando ali de fato, afinal sentia que sua alma tinha sido desfragmentada em pedaços, e cada um deles levados para longe de si, restando apenas os pedaços ruins e dolorosos.

– Não se aborreça. Em breve se reunira com ela novamente. - a voz dele tinha um timbre mais calmo e apaziguador.

– ... - ela continua a encarar o céu.

– Se você aceitar minha ajuda, isso pode ser mais rápido.

– Não quero dever nada a ninguém. Ainda mais alguém que não conheço.

– Já me apresentei, estou aqui investindo uma alta quantia para que você fique segura e ainda não confia em mim?

– Nunca. Sua fixação é doentia.

– Então eu te causo medo?

– Não...

– Então, que tal amor?

– Tão pouco. Olha, enquanto você não me explicar essa sua obsessão em me ajudar, eu não vou confiar ou acreditar em você. - ela o encara.

– Eu já te disse o porquê. - ele mantém o olhar para ela

– Você comentou vagamente. E aquilo não explica nada... Aliás, me diz que assim como ela você só tem intenção de me usar.

– Você está certa. Eu quero te usar, mas não da maneira que ela te explora...

– Me deixa em paz, ok? Já ouvi o bastante por hoje. - ela esconde o rosto entre os joelhos.

– Você não me deixou terminar de falar... Eu quero que trabalhe pra mim. Com total liberdade de ir e vir. Quero conquista-lapela confiança e não por medo. - ele se levanta e vai até ela.

– Hum... - o dia já tinha arrancado suas últimas forças. Ela já agarrava mais seus joelhos e as lágrimas caiam.

Destino sorri ternamente a carregando até a cama, e sentando se com ela no colo. Ele a abraça firmemente.
Eles ficam ali assim por um tempo, até que ela adormece em seu colo. Ele a ajeita na cama, cobrindo-a e beijando sua testa. Depois ele se deita ao lado dela e adormece também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?? *-*
Como estou de ferias esses dias, estou empolgada em escrever, e dai já viu neh?
Sai muita coisa!
Ahh e esse Eustass hein? É um personagem que vou amar escrever aqui, por causa do gênio insano.. (adoro os insanos hoho)
E esse Destino? Até que enfim falou o que quer! Só que será que é só isso? E todo esse cuidado com a elfa? Ahhhh eu hein! haha

Bom vou tentar postar tão rápido quanto estou postando, mas estou querendo escrever um One shot de natal de One piece (LawxNami).
Vamos ver se consigo! ♥

Obrigada a todos que acompanham, que leem e que irão postar reviews, nehh?~ ♥
See ya o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um tal de Velho Oeste" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.