Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 5
Toque


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto dessa vez, demorei? Bem, espero que não, pois estou me esforçando para deixar de ser uma autora desnaturada, já que hoje comecei a responder os comentários antigos e fiquei toda feliz pela confirmação de que realmente tenho os melhores leitores do mundo e eu vou fazer de tudo para melhorar por vocês!



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Lydia Martin

Tive vontade de gritar, de correr e abraça-lo, beijar aquela boca rosada, entrelaçar os dedos no cabelo embaralhado, mas o medo me impediu.

Fiquei paralisada, fitando os olhos castanhos que tanto amava, até finalmente perceber que a mala que Kira havia preparado, estava ao meu lado e ela já estava pronta para dar a partida no carro.

– Você não pode me deixar aqui!- Gritei sem pensar, apavorada com a ideia e pude ver que Scott já dirigia o Jeep e que Stiles parecia tão confuso quanto eu.

– Eu volto daqui duas semanas!- Kira disse com um meio sorriso.

–Não!- Foi a única coisa que consegui falar antes do carro arrancar com velocidade, como se Kira temesse que eu de algum jeito conseguisse fugir.

– Lydia.-Olhei na direção da voz sexy e completamente rouca de nervosismo, como sempre acontecia quando ele ficava receoso.

Demorei mais alguns segundos antes de finalmente perceber o estado em que Stiles se encontrava, na primeira vez que coloquei o olhar sobre ele, só consegui enxergar a saudade esmagadora que sentia e a vontade enlouquecedora que tinha de o agarrar e nunca mais o soltar, mas após dizer meu nome, eu consegui enxergar como ele realmente estava.

Tive uma estranha sensação de "déjà vu", pois a aparência de Stiles se assemelhava a de quando foi torturado. Ele tinha a mesma magreza excessiva, as mesma olheiras e a fragilidade notória, mas havia algo muito diferente, além do fato de sua pele está pálida como cera e não coberta de marcas roxas como na última vez, era algo em seus olhos.

Seus olhos castanhos tinham um brilho diferente, aquele brilho assassino de quando matou Kate. Eu sabia que aquele era Stiles, mas uma parte dele parecia ter sido perdida, faltava a essência do humano que fez com que eu me apaixonasse por ele.

–Lydia!

Stiles me chamou mais uma vez e a resposta em meu corpo foi imediata, meus músculos travaram, minha gargante se fechou e tive a atitude mais estúpida que podia ter tido, corri.

Sem pensar corri em direção a casa próxima a nós e fiquei agredecida por estar destrancada, sai abrindo as portas que via pela frente, sem prestar atenção nos cômodos, até finalmente encontrar um quarto, logo entrei nele.

#Abertura#

Corvadia, não havia outro motivo para não sair daquele quarto, eu apenas afundei em uma poltrona, com o corpo tremendo de medo e permaneci ali, incapaz de chorar ou me mover, somente abracei minhas pernas, escutando os barulhos pela casa, agradecida por Stiles em nenhum momento tentar me ver.

Adormeci daquele jeito.

Berros agoniados me trouxeram a consciência, abri os olhos, assustada e desorientada, sem lembrar onde estava enquanto os gritos horrizados continuavam a soar.

Acendi o abajur ao meu lado e recordei de onde estava, em uma casa em frente a praia, sozinha com Stiles. Franzi o rosto e percebi que não estava mais na poltrona, eu estava deitada em uma cama macia, coberta por um edredom.

Olhei em volta e vi que tinha uma jarra com água ao meu lado e que minha mala, que eu tinha deixado na frente da casa, estava em cima da poltrona que eu havia adormecido.

Outro grito, mais alto do que os anteriores, fez com que eu me levantasse repentinamente, assustada e alerta. Sai do quarto e andei pela casa desconhecida, em direção ao som desesperado.

Acendi a luz do cômodo que era a fonte dos gritos e me deparei com Stiles deitado em um sofá, seus olhos estavam fechados e lágrimas escorriam por seu rosto retorcido de agonia, suas mãos estavam em punho, as pernas retorcidas de maneira agoniante. Ele dormia.

Fiquei sem reação por algum tempo, me aproximei dele e fiquei completamente atordoada ao sentir a força gravitacional que me puxou para ele. Um desejo irresistível subiu por mim naquele momento inapropriado, fiquei sem fôlego pela ansiedade súbita e devastadora em tocar na sua pele pálida e frágil, ergui a mão em sua direção e pequenos choques elétricos subiram por meus dedos, provocando arrepios em meu corpo.

O tempo parou. Eu só conseguia enxergar Stiles, o único sentimento que era capaz de entender era o desejo de me aproximar, queria ser capaz de interligar nossas almas e nossos corpos, até que fôssemos só um. Eu estava presa em uma espécie de transe, misturada a uma incapacidade mental de assimilar qualquer coisa a não ser Stiles, não conseguia nem sequer me aflingir com seu desespero, pois estava encantada demais com a possibilidade de o tocar.

Meus dedos roçaram em seu braço exposto e pude ver, como em câmera lenta, minha pele afundando na sua. A partir daí fui violentada com milhares de sensações.

O transe foi rompido com brutalidade e a realidade me dominou.

Stiles acordou, sentando repentinamente, arfando, os olhos completamente atordoados reviraram na órbita, como se estivesse prestes a ter uma convulsão, antes de finalmente focar o olhar em mim, a expressão surpresa e medrosa.

As terminações nervosas de meu corpo explodiram, flashs de cenas desconexas invadiram a minha mente, pude escutar Stiles gritando, ver Malia morrendo repetidas vezes, seu coração jogado no chão, depois vi a mim mesma, estirada no chão, repleta de sangue, erguendo a mão e chamando por Stiles. Era o pesadelo que ele estava tendo.

Afastei minha mão de sua pele, arfando, uma dor que não pertencia a mim preenchia meus músculos, era a dor que Stiles estava sentindo, pude perceber isso ao ver uma lágrima escorrer por seu rosto, ao mesmo tempo que ele abraçou o próprio corpo, os olhos castanhos ainda me encarando.

Assim que me desconectei do mínimo contato físico, o pavor me atingiu. Lembrei imediatamente do motivo de não estar o vendo, recordei dele possuído, me ameaçando, matando Kate, dizendo que ia me matar.

– Você está com medo, está apavorada comigo!- A voz de Stiles sôou rouca como na primeira vez, mas o que me assustou foi seu tom de acusação, os olhos assustados se tornaram violentos.- Isso não é justo,Lydia, ela a matou! Malia está morta e agora estou perdendo você!

Tentei falar alguma coisa, mas ainda estava muito assustada para reagir. Uma espécie de grunhido escapou de minha boca, não conseguia encontrar minha voz.

– Eu sei o que eu fiz, sei que ficou assustada por me ver matar Kate daquela forma, mas eu não me tornei um monstro naquele momento.- Os olhos de Stiles eram um oceano de mágoa e isso fez com que minha mente fosse corroída aos poucos.- Eu já era um monstro. Quando estava possuído eu fiz bombas, lutei contra as pessoas que tentavam me proteger, torturei meu melhor amigo, matei pessoas e você sabia disso.- A voz dele era baixa e sombria, percebi que suas mãos tremiam quando ele explodiu de ódio.- Você sabia que eu era um monstro!

O grito raivoso fez com que eu me afastasse dele, cambaleando para trás ao o ver se levantar do sofá com grosseria, o rosto completamente insano, andando em minha direção. Continuei a cambalear até senti a parede contra minhas costas, engoli em seco, estava sozinha com Stiles, longe de Beacon Hills, em um lugar que não conhecia.

Ele estava fora de si e eu, completamente vulnerável.

**

Terceira Pessoa

– Eu vou passar a noite fora.- Isaac comentou, parando na porta do loft, já pronto para sair.

– Arrumou algum lugar para ficar?- Callie disse com esperança, sem se dar ao trabalho de olhar o lobisomem, pois estava aninhada no peito de Derek enquanto assistiam um filme.

– Ainda não.- O loiro respondeu bufando.- Apesar da maravilhosa hospedagem que estou recebendo, vocês sabem que estou procurando um lugar para morar.

– Acho que não está procurando direito.

Isaac revirou os olhos com a irônia da garota, mas decidiu que não ia se estressar naquela noite, então apenas ficou calado e respirou fundo antes de sair do loft, para ir na casa de um amigo onde passaria a noite.

– Por que você implica tanto com ele?- A voz de Derek estava visivelmente satisfeita, o que chamou atenção de Callie, era raro o lobo ficar assim e após a morte da Malia ela não se lembrava da última vez que sua voz ficou rouca e arrastada daquela maneira única, como um felino ronronando cada palavra que dizia.

A garota balançou os ombros, sem responder, perdendo o interesse pelo filme ao observar Derek próximo a si. Os olhos castanhos analisaram cada traço perfeito do rosto forte, deixando a boca por último, onde analisou com uma atenção especial até o lobo finalmente desviar os olhos da televisão e a encarar com um meio sorriso.

Eles não disseram nenhuma palavra, apenas se beijaram. Suas bocas já se conheciam com perfeição e as línguas sabiam o caminho a percorrer para provocar arrepios um no outro e ambos se deliciavam com o prazer que se proporcionavam, com beijos longos, quentes e saborosos.

Depois de um tempo, Derek interrompeu o beijo e Callie observou com incredulidade o lobisomem se levantar e só entendeu as suas intenções quando os braços fortes a puxaram para si, carregando o peso da caçadora sem dificuldade, a apertando contra seu peito de maneira proposital, fazendo com que o rosto da menina afundasse em seu peitoral e sentisse o aroma natural do lobisomem, misturado ao perfume que sempre usava.

A garota fechou os olhos, aproveitando a sensação dos braços de Derek e logo sentiu a cama macia sobre suas costas e o peso do homem sobre seu corpo. Ainda com as palbebras fechadas, Callie sentiu os lábios úmidos em seu pescoço, beijando e mordendo, marcando sua pele clara, fazendo a caçadora estremecer.

– Derek...- A voz trêmula da garota sussurrou o nome com insegurança.

O lobisomem não respondeu, apenas continou a marcar o pescoço da garota, tirando as mechas loiras de seu cabelo que o atrapalhavam e logo em seguida encontrou uma parte especifica que fez Callie tremer e fincar as unhas em seus ombros fortes. O homem rosnou baixinho, aprovando a reação da caçadora e chupou a pele pálida com força, em seu ponto de sensibilidade, enquanto roçava a barba em seu colo, a provocando.

– Derek...- Callie sussurrou novamente e teve que puxar o cabelo dele com força, o obrigando a erguer a cabeça em sua direção.

Derek suspirou frustado por ter sido interrompido e a encarou com os olhos verdes que a faziam perder a sanidade.

– O que foi?

– Por que eu estou morando com você?

– Como assim?

– Quando vim aqui, você não via a hora de que eu fosse embora e eu só ia ficar enquanto revolviamos o caso de Kate, mas agora ela está morta e eu continuou com você.

– Quer mesmo falar disso agora?- Derek não disfarçou sua incredulidade e frustração ao falar aquilo, analisando o corpo de Callie, o qual ele estava enlouquecido para explorar.

– Sim.

–Você quer sair daqui, é isso?- Ele murmurou com certo receio em sua resposta e cedendo ao diálogo, pois sabia que Callie não ia desistir do assunto.

– Não, eu só quero entender. Você não me queria aqui, mas depois nós acabamos ficando uma vez e outras vezes, mesmo com você ...

– Callie, eu gosto de você.- O homem a interrompeu, com o corpo ainda sobre o dela, os olhos verdes a fitando.- Eu só...- Ele desviou o olhar, mostrando uma insegurança que a garota não conhecia.- Eu odeio me sentir vulnerável e fico assim perto de você. Eu tentei de todas as formas resistir, não queria me aproximar, eu realmente tentei a odiar no incio, mas...

– Você não me odeia, você me ama.- A garota deu um sorriso travesso e tranquilo, sem entender o motivo de Derek ter ficado tenso.- E eu também te amo.

O corpo de Derek ainda estava rígido quando os lábios reconfortantes de Callie acariciaram os seus. Por alguns instantes ele foi incapaz de corresponder, pois as palavras da garota fizeram com que ele se lembrasse de seu único amor verdadeiro: Paige.

– Ei!- Callie o chamou, sem separar suas bocas.- Vamos voltar aos beijos? Eu já disse o que queria.

Derek negou com a cabeça lentamente, sorrindo pelo claro desejo da menina.

– Hoje eu quero mais do que beijos.

– Finalmente! Já estava duvidando da sua masculinidade!- A garota riu provocativa e Derek sorriu novamente, se permitindo sentir aquela felicidade, se permitindo confiar novamente em alguém. Se dando uma nova chance de amar.

**

O corpo sem vida estava jogado na terra, a decomposição mostrando os primeiros sinais na pele que um dia foi bronzeada, até que as palbebras pesadas se abriram, revelando órbitas negras que não pertenciam a pessoa falecida, algo tomava o controle.

O corpo se levantou como se estivesse realmente vivo e andou lentamente,sem mancar, eram passos determinados e silenciosos. O mal se locomovia entre as árvores, utilizando o faro para seguir o rastro de suas vítimas, querendo se aproximar e observar antes de atacar.

Aquele era o perseguidor que a acalteia desavisada temia, sem ao menos terem consciência de que o conheciam e que ao mesmo tempo, nem em seus piores pesadelos poderiam imaginar a forma como ele atacaria.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse reencontro não foi o que vocês esperavam e que eu não respondi a nenhuma de suas perguntas nesse capítulo, que teve pouca interação Stydia, maaas...prometo que as coisas vão melhorar para eles, sério! Vão ter momentos felizes...misturados a claro, mais sofrimento e estou ansiosa para o que estar por vir, então espero que vocês também estejam!

E agora, como sou uma pessoa muito boa, vou dar algumas dicas do que vai acontecer nessa temporada:

. Uma nova garota está prestes a entrar na história
. Um personagem secundário de Can't go Back vai aparecer com importância
. Novos casais
. O pior inimigo de Stiles vai ser ele mesmo
. Os dons de Lydia vão ser desenvolvidos
. O perseguidor não é o único perigo
. O mal vai vir de onde menos esperam

Sei que não revelei praticamente nada, mas se forem bem bonzinhos e eu tiver com bom humor no próximo capítulo eu coloco trechos do que vai acontecer Haha :P



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