Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 18
Redenção- Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Lindos e lindas! Estou especialmente animada com esse capítulo... Talvez vocês estejam se perguntando "Por que Gess? Vai ter mais sofrimento?" e a resposta é: SIM, VAi TER! Muhahamuha, mas não é SÓ por isso que estou animada não Haha
Nessa segunda parte do capítulo, finalmente está a cena da sinopse e o que acontece aqui no final, vai impulsionar para uma cadeia de acontecimentos que estou muito ansiosa para escrever e vão encaminhar a fic para o final...Sim para o final :(
Estou em um misto de alegria, sensação de "dever cumprido" e e de tristeza, mas enfim...ainda vamos ter bastante capítulos, não se preocupem! Quando o final estiver realmente próximo, eu vou avisar!
Agora, vou deixar que leiam logo o capítulo! ♥
Eee para lembrar: Parabéns para Holland, agora com 29 lindos aninhos ♥ ♥



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Stiles arrastou a boca até o alto da coxa esquerda de Lydia, onde concentrou os beijos e mordidas e logo em seguida, esfregou o nariz até coxa direita, repetindo o mesmo processo.
A garota permaneceu quieta, arfando e aos poucos, segurando o lençol abaixo dela, com os olhos bem fechados, até que com um longo suspiro, Stiles parou o que estava fazendo e apoiou o queixo em seu abdômen ainda coberto pela camisola.
— Lydia. — O garoto chamou rouco e arrastado, sem parecer ter noção do quanto sua voz era sexy.
— O que?
— A gente precisa conversar.— Só assim, a garota o encarou, como se duvidasse da sua sanidade.
— Stiles, você está entre as minhas pernas, tirou a roupa se exibindo para mim e diz que precisa conversar?
Ele balançou os ombros, como se não fosse nada demais, mas tinha um sorriso sutil se formando, principalmente pela maneira como a garota falava com ele, parecendo momentaneamente bem.
— Pelo visto essa é a única forma de chamar a sua atenção. — Concluiu, analisando o rosto da menina, levemente corado pela excitação. — E eu meio que tive uma ideia. — Ele parou de falar, esperando a garota erguer a sobrancelha, demonstrando curiosidade e só então, continuou. — Eu vou faço uma pergunta e você me responde o mais abertamente possível, já que tem evitado falar sobre assuntos desagradáveis comigo.

— Essa é sua brilhante ideia? — Lydia se remexeu imediatamente, incomodada, desviando o olhar do garoto.

— Em troca, eu vou fazer você esquecer qualquer problema— Falou devagar, encarando os olhos verdes que brilharam de curiosidade.
— Como você vai fazer isso?
— Enlouquecendo você de prazer.
Ela arfou com aquilo, sendo pega de surpresa e Stiles, lhe deu um sorriso angelical, que era contrastante as suas palavras sensuais, fazendo com que Lydia prestasse mais atenção em seu corpo. As costas nuas, repletas de pintinhas e cicatrizes, o bumbum arrebitado e tentador, as pernas ligeiramente grossas esticadas na cama.

A Martin desejou desesperadamente que ele estivesse deitado com a barriga para cima, para poder ver a parte de seu corpo que mais lhe interessava.
— Tudo bem, começa logo com isso, garoto.— O humano mordeu o lábio inferior e finalmente, ergueu o tronco, apoiando o peso no antebraço e começou a levantar a camisola fina de Lydia, aproveitando para passar os dedos frios por seu tronco, até tirar a peça por sua cabeça.
A Banshee, por sua vez, estava distraída com a visão privilegiada e pouco se importava com os olhos chocolates devorando seu corpo, ela estava deliciada demais por finalmente conseguir enxergar a parte mais chamativa de Stiles, que estava exposta devido sua nova posição.
Os dedos longos do garoto se desfizeram com delicadeza da calcinha e do sutiã, deixando a namorada nua. Ele observou por um longo tempo o corpo bem marcado, as mínimas curvas, cada detalhe da nudez da menina exposta e lambeu a pequena cicatriz em seu ventre, passando a língua por todo contorno, deixando a saliva quente arrepiar a Martin.
— Você não está assim só por causa do incidente.— Stiles falou a palavra "incidente", com bastante cuidado, sabendo que não poderia dizer estéril.— Ainda é por causa das coisas que esconde de mim?— Ele não falou com a clareza que gostaria, pois não conseguia parar de encarar o ponto íntimo da mulher, mas ela compreendeu a pergunta.
—Stiles, eu já expliquei que...— Ela parou de falar, arfando.
Stiles percebeu que a garota ia repetir o mesmo diálogo de que ele precisava confiar nela e que não podia dizer nada, então, querendo escutar algo diferente e para evitar que a garota já abalada, se estressasse, começou a chupar uma parte sensível de sua perna.

— Stiles, eu...
— Se você disser algo que me agrade, vou colocar a boca em um lugar bem melhor. — Ele disse completamente provocativo, sem afastar os lábios de sua perna.
— Isso é tão injusto. — Falou com a voz fina, a respiração irregular.— Ok, eu não estou assim somente pelo o que aconteceu comigo, mas pela junção de tudo.— A garota arquejou quando as mãos do garoto começaram a caminhar pela extensão de seu corpo.— Eu não posso ter filhos e Kira fica grávida, tenho que ficar escondendo coisas de você, a Malia volta possuída pela morte, você continua tendo os apagões, eu não falo sempre que acontece para não te preocupar, mas eu sei que o Nogitsune...
A voz de Lydia estava sufocada, subindo uma oitava e ela não conseguiu terminar o que dizia quando o garoto cumpriu a promessa, colocando a boca no centro de suas pernas, beijando, passando a língua e movendo os lábios, se empenhando em impedir que as palavras causassem algum tipo de tristeza nela.
O prazer no seu corpo, o desejo que queimava seus nervosos e provocava espasmos no ventre, bloqueava qualquer sentimento ruim.
Lydia agarrou o cabelo do namorado, puxando os fios embaraçados, jogando o corpo em sua direção, mas após poucos minutos, Stiles parou, a encarando com certo deboche.
— Eu estava com medo de que você não sentisse mais desejo por mim, ficou tanto tempo sem me beijar, mas pelo visto...
— Cala a boca e continua, Stiles!— O garoto amava o jeito raivoso que ela exigia o prazer.
— Calma...— O garoto falou lutando para manter uma linha de raciocínio.— Eu ainda tenho o que perguntar.
— Termina isso que eu respondo qualquer coisa!— Ela disse afobada e jogou o quadril contra a boca de Stiles, que por instinto, voltou a estimular sua parte íntima com a boca talentosa, fazendo ela gemer de satisfação.
— O jogo não é assim, Lydia, ou você segue o que eu falar, ou eu paro e nada que você fizer, nenhum brinquedinho que arrumar, vai ser capaz de aliviar o calor que está sentindo, só eu consigo te dar prazer dessa forma.—Stiles esfregou os lábios contra a intimidade da menina, respirou fundo, jogou o ar quente naquela região e Lydia se contorceu, arfando, pedindo baixinho que ele continuasse, mas o garoto fez questão de abandonar o lugar quente que clamava por mais estimulo e colou a boca na orelha da Banshee. — Você sabe que nem os homens experientes que já dormiu, têm o mesmo poder que eu tenho sobre o seu corpo. Isso é porque você é minha, Martin, cada terminação nervosa sua responde ao meu toque, só eu posso deixa-la assim.

Lydia, aflita, virou o rosto até alcançar a boca gostosa do menino.
Seus lábios, saudosos, se encontram em um baque doloroso e no exato instante que as línguas se espremeram, eles se concentraram tanto um no outro, que suas mentes se conectaram de maneira íntima.
Stiles tentava se embebedar com a saliva de Lydia e ela, engolia os lábios dele. Suas bocas se empenharam em matar a saudade, as línguas praticaram os movimentos conhecidos e se aventuraram com novos atritos que atiçaram o desejo do casal.
O humano tentou segurar a cintura de Banshee, mas a garota impediu, segurando as mãos grandes e as colocando entre suas pernas, onde, Stiles, alegremente, a estimulou.
Lydia, por sua vez, passava os dedos por cada centímetro da pele exposta, arranhando, puxando, apertando, sentindo cada pedaço do garoto, provocando arrepios enquanto se beijavam, com as línguas intercalando movimentos rápidos e lentos que eram reproduzidos com a mesma velocidade pelo humano ao toca-la.
— Eu entendo que você esteja mal, mas estou passando por todos esses problemas com você. — O garoto voltou a falar de maneira bruta, parando o beijo, mas sem parar de toca-la, os corpos ainda dolorosamente próximos. — Estou praticamente morando com você, desde que saiu do hospital dormi todos os dias aqui para ficar com você. Não sei mais o que fazer para te ver bem, você não deixa eu ajuda-la.
— Eu não consigo pensar assim— A garota disse gaguejando, rebolando o quadril contra o toque gostoso que recebia, fechando os olhos e sendo capaz de enxergar através do olhar de Stiles, devido a conexão.
— Prefere que eu pare então?
Lydia respondeu a provocação negando desesperadamente com a cabeça, mas ao abrir a boca para tentar falar, só conseguiu gemer, rouca, enquanto contorcia as pernas e impulsionava o corpo contra o do garoto.
— Desculpa, eu só não sei como lidar... — Ela lutou bravamente para falar algo com coerência, mas não conseguiu terminar a frase, pois um grunhido alto de prazer escapou de sua garganta seca.

Stiles percebeu que a garota se esforçava para falar e sentiu em seu próprio corpo o quanto a excitação dela estava insuportável e o quanto o carinho que fazia lhe causava prazer, então, ele finalmente cedeu, aumentando o estimulo, movendo os dedos longos em um ritmo desenfreado, até o ponto que ela não aguentou mais.
O garoto, com os olhos bem abertos, observou as pálpebras fechadas de Lydia e a forma como sua expressão se contorceu de prazer, o rosto inteiramente vermelho, a boca inchada de tanto morde-la, ela arqueou a coluna, o corpo tremendo e desabou no colchão logo depois, o corpo relaxado e entregue.
Stiles sorriu, completamente satisfeito com aquela visão e ajeitou o rosto no ombro da garota, sentindo o suor que se acumulava e espalhava o cheiro de seu creme de morango. Apesar dele próprio precisar de alívio para o corpo quente e pulsante, já sentia o calor se acumular, provocando tremores de prazer devido ao estímulo visual e por saber que era o responsável pelo ápice da garota.
Lydia não sabia o que dizer, como dizer, nem tinha condições para abrir a boca, então, apenas apoiou as mãos dormentes nas costas nuas de Stiles e através da conexão, deixou seus pensamentos sombrios durante as últimas semanas, fluírem até ele.
O garoto tremeu com as imagens que invadiram sua mente, o que fez a menina sair do estado de torpor, empurrando Stiles delicadamente para que deitasse ao seu lado.
Stiles deixou, os olhos castanhos atentos a cada movimento da menina e soltou um longo suspiro de aprovação quando ela posicionou o corpo por cima do dele.
A menina ajeitou seus corpos, os unindo, provocando ferroadas em seu estomago e pancadas na garganta dele. Eles começaram a se mover por instinto, os olhos fixos um no outro, as mãos entrelaçadas, o quadril dela girando e o dele, movendo verticalmente, o suor se misturando, as bocas salivando, corações acelerados, pupilas dilatas.

Lydia aproveitou o prazer que dominava seus corpos e preenchia suas mentes com doses alucinantes de satisfação e estranha tranquilidade, para mostrar ao garoto tudo o que a atormentava.

A sua visão no espelho, o desespero por não poder ser mãe, o medo, a tristeza, a preocupação, o desespero, tudo o que sentia invadiu o garoto que enquanto era preenchido por aqueles sentimentos, apertava as mãos da menina, jogava o quadril com maior força em sua direção, repetia seu nome em um consolo misturado aos grunhidos de incentivo.

Quando algumas lagrimas transbordaram dos olhos verdes, o garoto mudou a posição, tomando o controle, segurando os braços da garota acima da cabeça, a fazendo deitar completamente estirada, exposta, tornando o ato mais violento e, no entanto, com extremo cuidado e carinho, se preocupando com o conforto dela, movimentando do jeito que a fazia tremer, choramingando um clamor por novos espasmos de alivio.

Ela não parou por nenhum momento de mostrar, através da conexão, seus anseios, seus motivos e ele não parou, por nenhum momento, de mostrar com o olhar expressivo o carinho, em sua expressão, era claramente visível a frase “estou com você” e a segurança daquela frase muda, de palavras não ditas, foi o suficiente para a menina, anestesiada pela força que o humano se movia dentro dela, conseguir ser atingida por um bem-estar que não sentia há muito tempo.

Ele trazia a segurança e o conforto que precisava.

— Eu te amo. — Com um último esforço para proferir as palavras através dos gemidos insaciáveis, Lydia falou, sentindo novamente, o corpo estremecer, se contrair, para então, ser envolto pela dormência confortável.

Stiles não respondeu, atordoado, em um misto de realização, alivio e com uma dor tão forte, que atingia seu físico ao entender o sofrimento da garota que amava.

Eles ficaram abraçados, com o garoto ainda por cima dela, por milhares de segundos e só se moveram para se entregarem novamente ao desejo.

Assim, o dia passou com pouco dialogo, sem que fossem capazes de impedir a excitação ao ver o corpo um do outro exposto, o que fez com que ficassem trancados no quarto até de noite, ocupados em desabafar as magoas através do sexo.

***

Stiles acordou sorrindo.
Cada músculo do seu corpo parecia derretido, cada centímetro estava dolorido e tenso devido o esforço físico, mas acima de tudo, o Stilinski se sentia sexy e aquilo era o suficiente para fazê-lo exibir os dentes brancos em um sorriso completamente confiante.
Ele estava vestido com uma calça de moletom e blusa de malha, pois depois de um tempo, ficou constrangido ao perceber o quanto Lydia olhava para ele, já a garota, que não tinha nenhum problema em ser observada, continuava nua, deitada sem pudor, completamente confortável, dormindo com uma expressão tranquila.

Por um momento, o garoto teve vontade de acorda-la, em um desejo quase infantil de perguntar se ele realmente tinha conseguido ficar sexy ao tirar a roupa, já que apesar do medo que ficou de Lydia rir e achar ridículo, sua tentativa de chamar a atenção da garota resultou em um dia dedicado a satisfazer o desejo de seus corpos.

Controlando a vontade de acorda-la, Stiles levantou silenciosamente, se arrumou, comeu e foi para escola com um sorriso travesso e relaxado, feliz pela dormência nas pernas e pelas marcas de chupões em seu pescoço que eram simplesmente impossíveis de esconder.

— Hey, cara, teve uma noite boa, ein? — Scott sussurrou no primeiro tempo de aula, virando para trás onde o amigo estava sentado. — Não consegue nem tirar esse sorriso estupido do rosto.

— Muito boa. — Ele sussurrou de volta, piscando para o amigo que riu, contente, pois sabia das dificuldades que Stiles estava tendo com a namorada.

— Hoje é o primeiro dia que Kira volta a escola, ela está muito nervosa e nesse primeiro tempo não tem nenhum conhecido com ela na sala. — McCall continuou a falar.

— Ela vai ficar bem, ainda não dá para perceber que está gravida e mesmo quando souberem, não vai ser a primeira adolescente a passar por isso. Vocês vão sobreviver.

Scott ia responder, mas o professor, carrancudo, mandou que eles se calassem.

O silêncio da turma durou apenas alguns minutos e então, vários cochichos surgiram, quando Lydia Martin entrou atrasada na sala, andando com a típica confiança, com uma saia extremamente curta, um blusa cara e saltos de boneca.

Ela estava impecável, como se nada de errado tivesse acontecido e feito com que ela parecesse de ir as aulas por um mês.

— Não acredito que você veio! — Stiles disse boquiaberto quando a garota sentou ao seu lado, na cadeira que sempre ficava vazia quando ela faltava.

— Resolvi de ultima hora. — Falou balançando os ombros e sorrindo— Estava meio cansada, por isso acabei dormindo um pouco mais.

— Meio cansada, senhorita Martin? O que você fez ontem, posso saber? — A voz de Stiles estava deliciosamente irônica, observando cada movimento da garota que ajeitava o material na mesa.

— Transei loucamente com um garoto muito gostoso.

— E como esse sortudo é?

— É tão irresistível que me fez ir para escola só pensando de na hora do intervalo invadir a sala do treinador para a gente repetir o que estávamos fazendo. — Apesar de estarem conversando na aula do professor carrancudo, devido as notas excelentes de Lydia e o amor que os professores tinham por ela, ninguém era capaz de a repreender.

— Na sala do treinador? — Lydia riu da expressão assustada de Stiles. — Você está falando sério que quer fazer isso na escola? A gente..

— Você seria o primeiro garoto a negar isso. — Quando percebeu que Stiles daria um discurso, revelando seu “eu” mais certinho, a Martin jogou a frase que sabia que o convenceria. — Se você soubesse quantas vezes eu fui para aquela sala com os garotos do Lacrosse...

— Ok, isso é jogo sujo.

— Vou considerar isso como um sim. — Ela disse rindo novamente do garoto levemente irritado—Você vai gostar dessa aventura.

De fato, o garoto cedeu e quando se deu conta, já estava arrancando as roupas da garota na sala do treinador, sem se preocupar com a possibilidade de alguém os pegar no flagra.

O difícil foi controlar os barulhos, mas Lydia impediu que Stiles se descontrolasse com beijos ardentes e assim, na mesa de escritório, os jovens se entregaram sem pudor, com movimentos fortes, carinhos singelos e outros indecentes e depois, rindo como crianças graças a cara fofa de Stiles, que parecia um menino feliz por ter feito uma travessura.

Eles saíram da sala rindo, Lydia com a roupa impecável, apesar do rosto vermelho e do suor e Stiles, com a roupa completamente amassada, arfando e olhando para os lados, denunciando que tinha feito alguma besteira.

Na hora da saída, Lydia e Kira literalmente se esbararam.

— Lydia! — A gravida, afobada, disse com preocupação.

— Kira. — A Banshee, surpresa, sussurrou.

A asiática completamente receosa e a ruiva, com o olhar triste, mas surpreendendo a todos, inclusive Stiles que observava a namorada, Lydia agarrou Kira em um abraço apertado e sussurrou o quanto estava com saudades da menina. Depois, a Martin também abraçou Scott e ficou conversando com a grávida por vários minutos, enquanto o McCall e o Stilinski esperavam de bom grado.

— Finalmente um dia tranquilo. — O humano murmurou, se apoiando no Jeep e cruzando os braços.

— A gente está merecendo um descanso. —O lobisomem concordou e abraçou o amigo. — Até porque, você precisa me ajudar a escolher o nome do garotinho.

— Kira vai deixar você opinar?

— O filho é meu também, vou lutar por meus direitos! Imagina se ela inventa de dar um nome Oriental em homenagem a alguma pessoa?

— Pior que meu nome não pode ser. — Scott riu, concordando e Stiles estremeceu ao pensar em seu verdadeiro e apavorante nome.

A tranquilidade durou uma semana.

Stiles e Lydia não falaram sobre nenhum assunto ruim, não precisavam comentar sobre as coisas que a garota tinha mostrado a ele, sobre seus receios, eles estavam unidos e bem novamente, nada mais importava, o resto do mundo poderia desabar desde que tivessem o apoio um do outro.

Scott e Kira estavam mergulhados em planos e pesquisas sobre a gravidez. Começaram a discutir nomes, o que fariam para criar a criança, se ocupavam em planejar o futuro juntos com a ajuda dos pais de ambos jovens, que pareciam finalmente aceitar o bebê que estava por vir precocemente.

O humano continuou com os treinos no loft de Derek, lutando contra Sabrina, com Callie o guiando, a diferença era que Lydia e Isaac se tornaram observadores constantes e apesar dos pedidos de Stiles, a Banshee ainda não ainda não se sentia à vontade para voltar a lutar e ele respeitou isso.

Apesar de tudo, todos estavam tranquilos, ignorando as ameaças, as preocupações, para buscarem um tempo de paz após tantos desastres, deixando o único receio ser o questionamento de como seria o bebê meio lobisomem, meio Kitsune, o que todos da alcateia ajudavam a procurar em livros e lendas, com a ajuda de Deaton.

O terror aconteceu em uma sexta-feira.

A respiração pesada de Stiles, a voz grave murando um clamor confuso e sua inquietude na cama, se movendo, chutando o vazio, fez com que Lydia acordasse sobressaltada, se deparando com o garoto preso em um pesadelo.

— Stiles, shhh, calma. — A menina o acordou com gentileza, as mãos pequenas agarrando os braços que se contorciam. — Stiles, meu amor.

O humano pulou de susto e a encarou, os olhos castanhos perdidos, confusos no quarto iluminado pelo abajur, devido ao medo de escuro que ele adquiriu após a experiência com a Morte.

— Você teve um pesadelo, tenta voltar a dormir.

Ele não se moveu, o rosto assustado e o olhar fixo. Lydia suspirou e puxou o tronco magro de Stiles, fazendo com que ele apoiasse a cabeça em seus seios, do jeito maternal que tanto o acalmava.

O garoto desabou o peso do corpo sobre o da menina, que começou a fazer carinho no cabelo escuro e caótico, fazendo com que ele relaxasse aos poucos, respirando fundo ao receber o cafuné e conforto da proximidade de seus corpos.

Minutos se passaram, muitos minutos, mas o casal permaneceu de olhos bem abertos. Stiles completamente imóvel, a cabeça relaxada e os músculos dos braços tensos e Lydia, sem parar de fazer o carinho nos fios bagunçados, até passar os dedos pelo rosto cheio de pintinhas, incomodada com o silêncio absoluto do garoto e se deparar com lagrimas melando suas bochechas.

— Stiles? — O garoto continuou em silêncio, apenas afundou ainda mais o rosto no colo da menina, se escondendo de seu olhar— Ei, eu amo você. — Aquele sussurro doce fez com que o menino erguesse a cabeça, encarando as feições lindas da menina.

— Não sou mais o garoto que você conheceu. — Apesar da frase solta, a menina entendeu de imediato.

Stiles, constantemente, tinha recaídas, ao lembrar do que já tinha feito, do quanto mudou, como as tragédias e o demônio o transforam em um homem cruel, era como se ele tivesse tomado outra personalidade. Uma parte dele, era a mesma, com a essência inocente, o sarcasmo, o humor, mas agora, havia outro “eu” escondido bem no fundo, sua parte sombria, influenciada pelos horrores que presenciou.

Quando se deparava com pesadelos e situações que o obrigava a encarar o próprio eu que temia e lutava para matar, ele precisava da ajuda da garota para voltar ao normal, para lembrar que ele tinha forças o suficiente para ser bom, como era verdadeiramente.

—Eu te amo mesmo assim.
— Então espero que me perdoe. —O humano falou colando a boca na orelha da Banshee. —Porque eu vou matá-la.

— S-stiles? — Lydia gaguejou o nome miseravelmente, afastando o rosto do garoto.

— Ele não pode ouvi-la agora, Lydia. — E então, ela finalmente enxergou o que estava acontecendo, os olhos cínicos, o sorriso assustador.

O inferno se concretizou naquela noite quente.

A garota empurrou o corpo magro com força, pulando da cama e cambaleando para trás, encarando, horrorizada, as feições bonitas de Stiles se contorcendo em uma risada maníaca.

— Adoro como você resiste, isso vai tornar tudo ainda mais divertido. — O demônio levantou da cama com extrema graciosidade, ainda rindo, encarando a Martin da cabeça aos pés, como se fosse um objeto que ele desprezasse. — Eu avisei que faria isso.

— Não se aproxima! — Ela gritou com a voz grave, perigosa.

— Se eu me aproximar o que você vai fazer? Vai gritar?

— Fica longe de mim! — Avisou novamente quando ele deu alguns passos em sua direção. — Seu demônio imundo, deixa ele em paz!

— Ah, não se preocupe! Assim que eu matá-la eu vou sair e deixar ele conviver com isso. — Ele disse gesticulando em uma explicação animada, como se falasse de um aumento de salário. — Se ele tentar se matar, vou fazer com que se cure, mas só vou voltar a me comunicar depois de alguns meses, afinal ele merece passar por esse luto tão difícil.

A mulher rosnou, preenchida por um ódio tão grande, que não foi capaz de sentir medo. O demônio se aproximou novamente e a única coisa que ela fez, foi erguer as mãos, sentindo a gravida na ponta de seus dedos, como se a resistência do ar fosse um musculo de seu corpo que ela tivesse total controle.

Com o dom ainda recém conquistado, Lydia encolheu os braços e os esticou novamente, como se empurrasse o vento, fazendo com que o corpo do humano fosse atingido por um impacto estrondoso, que o fez cair na cômoda do lado oposto do quarto, espatifando o móvel.

Antes que Nogitsune reagisse, a menina correu até a porta, saindo do quarto, obrigando as pernas tremulas a se moverem pela escada, agradecendo internamente por seus pais estarem em uma viagem a trabalho.

Quando alcançou o primeiro andar, o garoto já estava no final da escada, os olhos castanhos furiosos e sólidos, brilhando de um jeito sádico que não pertencia a Stiles.

— Cadela infeliz! Acha que vai mudar alguma coisa com seus truques? Só vai conseguir machucar o corpo do Stiles!

A Banshee correu até a cozinha, desesperada, olhando o que tinha ao seu redor, raciocinando rápido em como poderia se defender do demônio sem prejudicar Stiles. Sem escolhas, ela acabou abrindo a gaveta de talheres e pegando uma faca extremamente afiada.

Se sentindo completamente estupida, porém sem tempo para pensar em uma alternativa melhor, Lydia apenas se agachou no chão, escondida atrás do balcão da cozinha.

Ela poderia tentar sair de casa gritando por ajuda, mas a possibilidade de conseguir alcançar a porta de saída antes do demônio a alcançar, era mínima e mesmo se conseguisse, isso colocaria a vida dos vizinhos em risco e a última coisa que queria era que mais alguém se ferisse.

— Eu tenho que confessar que estou ofendido por me subestimar dessa forma, Lydia. O que acha que eu sou para tentar se esconder desse jeito tão patético? — A voz era a de Stiles, mas a entonação era perturbadora. — Se estava com tanta coragem minutos atrás, vem me enfrentar!

Com aquele grito repleto de desprezo e desafio, o corpo de Stiles deu um passo para frente, entrando no campo de visão de Lydia ao encara-la, divertido, apesar da expressão irritada, analisando a faca em suas mãos com curiosidade no olhar.

E então, uma lembrança atingiu a Banshee. Uma lembrança que era desconhecida por Stiles, da época que simplesmente apagou de sua mente. Aquela recordação foi o motivo para tanto nervosismo de Lydia e para brigas do casal, mas, no entanto, naquele momento, o que tanto temia e lutava para esconder do humano, surgiu como a única solução.

Nogitsune estava tão confiante de que a garota jamais machucaria aquele corpo, que não foi capaz de prever os movimentos ágeis da menina, que levantou e saltou em direção ao lindo corpo possuído pelo demônio.

— Desculpa. — Foi a única coisa que sussurrou, pedindo perdão ao garoto que amava e a si mesma, apesar de saber que não havia redenção para o que estava prestes a fazer.

Suas mãos tremiam e ela precisou desviar o olhar do rosto que amava para que não hesitasse e então, jogou o corpo contra o do homem, com uma habilidade impecável e segurando a faca com as duas mãos, a enterrou no pescoço do garoto.

Os olhos castanhos se arregalaram com a dor.

Os olhos verdes se arregalaram de horror.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do final desse capítulo muhahmuhaa e vou fazer o possível e o impossível para não demorar para postar o próximo!