Projeto 17! escrita por Bea Alves


Capítulo 3
17º ano longo...


Notas iniciais do capítulo

Voltando a ativa!



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Segunda-feira! A santa mais gloriosa de todas as semanas!

Que legal, meu primeiro dia de aula, primeira vez com 17 na famosa Escola Durval do Nascimento!
Okay, segundo os mil filmes sobre primeiros dias, devo encontrar pessoas legais por ai, devo me apaixonar e me destacar nas aulas para um grande futuro na escola!
Eu estou ferrada mesmo...
Quando isso vai acontecer com a sortuda e gloriosa Rafaela? Nunca.

Eu tenho como um melhor amigo o cara que me trocou por Jesus! E agora estou eu rezando para ter um ótimo primeiro dia de aula, isso até que soa hilário... Mas não devo esperar muito disso certo? A espontaneidade é o sucesso para um grande inicio de uma história! Mas que conceito estúpido! A espontaneidade pode ser qualquer coisa, ruim ou boa, e de acordo com o meu roteiro de vida o ruim é o mais provável!

–Murphy! Ei garota, da uma olhada nos meus cílios postiços! –Uma garota com cabelos rebeldes pulou em mim.

–Paula! Você está usando cílios postiços? O seu cabelo platinado não já ajudou o bastante?

–Claro, ele é meu bichinho de estimação, mas a Dani me convenceu de que usar cílios postiços atrai garotos...

–Sério! –Soei mais empolgada do que o normal.

–Então é verdade?! –Paula começa a gargalhar. –O Nando disse a verdade?! Murphy, você está tão desesperada assim?!

–Hei! Você tem que aprender a respeitar a crise existencial dos outros! –Então o traidor enrosca o braço em meu pescoço.

–Fernando Golias Junior! Sabe quando alguém está em meio á uma “crise existencial” e ela conta para o melhor amigo, esse amigo viado e fedido não deve falar para a outra amiga platinada!

–Nossa a amiga platinada ficou boladíssima! Eu e os meus cílios vamos cair fora! –Ela me mostrou a língua.

–Paulinha de Jesus, ela ia contar pra você é claro! Mas eu sou muito filho da puta e resolvi contar! –Nando me solta e se enrosca em Paula.

–Nossa, você é o fanático religioso mais filho da puta do mundo, e Deus ouviu o seu filho da puta tá!

–Vou me confessar hoje, estou liberando tudo antes!

–E isso não é pecado? –Pergunto.

–Provavelmente, mas eu vou me confessar então... –Ele diz dando de ombros.

A conversa é quebrada pelo estrondoso sinal...

Segui rindo com meu os esquisitos até a gloriosa lista de salas, eu sei que pode ser ridículo se sentir nervosa com algo assim, é claro que já cai em salas diferentes dos meus amigos, mas esse é o projeto 17, certo? Então pelo menos isso tem que dar certo para a Murphysinha aqui!
E é claro que quando passo meus dedos pelas listas sinto um arrepio cada vez mais forte e amedrontador, muitos nomes desconhecidos até achar o meu, junto com o de Fernando, Otávia e Bibiana, as únicas pessoas impactantes para mim no momento...
Paula começou a fazer um showzinho escandaloso por não cair na mesma sala que nós, e logo que encontrou Dani em sua lista, ela ficou animada e se bandeou para as suas amigas que não falam comigo...
Fenando foi falar com o “grupo jovem da igreja”, são os estudantes que sempre se encontram na igreja, e a Rafinha ficou sozinha novamente. Senti que alguém me observava, e era Otávia que me olhava com certo medo.
Ela sempre foi mais diferente do que eu, sempre foi mais chamativa, e tinha o físico de pessoas “má influenciadas” (uso esse termo no lugar de funkeiros, que parece um xingamento cuspido), os seios dela eram enormes e seu cabelo era totalmente comportado e no mais chocante tom de mel e se quisesse poderia ser mais “famosa” na escola, mas ela preferia se sentar comigo e conversar sobre livros e filmes...

Os tempos mudaram e ela foi para o lado mal influenciado da força, e eu continuei com meus livros e filmes, e foi como se minha existência fosse insignificante para ela desde então.
Atrevo-me a acenar de leve pra ela, mas ela apenas abaixa o olhar e vai falar com os más influenciados...

–Rafa vamos, não sabemos qual vai ser o escolhido para a aula amaldiçoada de hoje, digo, professor... –Sem perceber era José que sorria pra mim. Ele continua esquisito e bonito ao mesmo tempo, sempre foi desengonçado, mas sempre teve o rosto bonito e iluminado, que era realçado por sua pele bronzeada e cabelos negros de um tom nanquim.

–José! Você se lembrou dos tempos obscuros e veio falar com a Murphysinha?

–Sabe nem sei como consegui deixar o humor obscuro da Murphysinha pra trás... Você nunca mais falou comigo também! Se não fosse pela sala não falaria com você...

–Ué? Você caiu na minha sala?

–Com certeza sua cega! Ano longo Rafa? –Ele suspira.

–Ano longo José...

E assim a saga da destemida Murphysinha continua, a implacável e desconcertante garota baixa tímida de uma franja só! Meu projeto está sofrendo algumas mudanças repentinas, não estava na lista voltar a falar com amigos dos tempos obscuros...

17º ano longo...


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