Eu e Erick acordamos cedo e fomos caçar. Consegui pegar um coelho e um rato do mato enquanto erick colhia algumas frutas. Tomamos um bom café da manhã sentados em uma pedra grande enquanto conversavamos um pouco.

A pior coisa que poderia acontecer, estava acontecendo. Estávamos nos tornando mais que aliados. Era como se fossemos amigos. Não posso reclamar disso porque o trabalho em dois é bem mais fácil do que sozinha, mas no fim sabemos que apenas um de nós pode vencer, não tem como mudar isso. E sempre tem um pensamento que nos perturba "e se caso sobrar nós dois para a final? O que vai acontecer?"

Não gosto de pensar nisso porque não consigo me imaginar matando ele. Quando estavamos na Capital eu tinha vontade de arrancar fora a cabeça dele com as minhas próprias mãos. Mas não a essa altura do jogo. Não depois de ele ter cuidado de mim e ter me ajudado. Não sei o que eu me tornaria caso fosse a culpada pela morte dele.

– Vamos para o riacho perto da campina - eu digo a Erick me livrando dos meus horriveis pensamentos - quando eu estava na arvore escondida eu vi uma garota e um garoto fugirem para o lado de lá.

– Sabe de que distrito eles são? - ele me pergunta.

– Talvez a garota do quatro e o garoto do oito não lembro muito bem - aviso Erick.

– Bom, acho que não são um perigo. Vamos começar por eles.

Demos a volta na floresta pra chegar ao riacho sem passar pela cornucópia. Montei algumas armadilhas pelo caminho que podiam servir para pegar alguns animais ou até mesmo um tributo descuidado.

Já se passava talvez de duas horas depois do meio dia. Estávamos cansados, não achamos nenhum tributo pelo caminho e não ouvimos o som de nenhum canhão avisando a morte de alguém, estou com cede e está tão calor que minhas roupas colam no corpo.

– Precisamos achar água - eu digo - a que tinha em nosso cantil acabou.

– Vamos achar água e depois descançar um pouco, sua perna ainda nã está curada. E depois vamos procurar um abrigo para passar a noite.

– Tudo bem - eu concordo.

Andamos mais uns vinte minutos e não conseguimos achar água. Nem mesmo uma pequena poça no chão.

– Vamos procurar mais um pouco o riacho perto da cornucópia não deve ser a unica fonte de água da arena - Erick fala mais para si mesmo do que para mim.

Depois de quase duas horas andando achamos um pequeno córrego e ali enchemos todos os nossos cantis de água colocando o tanto certo de produto para purifica-la.

Abrimos um pacote de bolacha que eu tinha na mochila e comemos algumas enquanto andávamos a procura de um lugar para passar a noite.

Já estava frio e escurecendo quando achamos uma caverna escondida atrás de algumas arvores.

– Podemos fazer daqui o nosso acampamento permanente - eu digo a Erick rindo.

– Eu concordo - ele fala também sorrindo - é perto de uma fonte de água, tem frutas e aposto que tem milhares de animais para caçar por aqui.

Eu sorrio ainda mais para ele e ele estende a mão para que eu a segure.

– Vem, vamos arrumar nossas arrumar nossas coisas para descançar um pouco - ele me falo e eu aperto a sua mão.

Vamos para dentro da caverna de mãos dadas e lá arrumamos nosso saco de dormir. Deixo um machado ao lado da onde eu durmo e as facas todas arrumadas na minha jaqueta.

O frio começa a ficar mais intenso e a noite cai. Vou para dentro do saco de dormir enquanto Erick ronda a caverna para ver se ninguém nos seguiu.

É quando eu ouço o som do canhão...

Fico imóvel porque não sei de quem foi a morte. Sera que tinha alguém nos seguindo e acabou de matar o Erick? Será aue meu aliado esta morto agora? Estão vindo atrás de mim?

Ouço passos vindo para a caverna e tenho certeza que nos seguiram, acho que agora é a minha vez de morrer.