VSM-02 escrita por aieincie, Jujuba


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

HEY PEOPLE! ESTAMOS VIVAS! Sentimos muito o atraso, mas esperamo que gostem. Dedicando o capítulo a Vic, querida. Obrigada pela recomendação! E, é claro, para todos vocês leitores lindos! Obrigada por tudo, beijos e apreciem:



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Acertamos que Leo vai dormir na cama sobressalente no meu apartamento. Só até que ele seja registrado como morador. Na verdade, já era para o registro ter sido feito, mas o ataque dele e do irmão à sala dos computadores atrasou o processo. Afinal, ele ainda não concertou todo o sistema (mesmo que eu não acredite que um menino de catorze anos seja tão bom com máquinas).

Registramos as pessoas para que possamos saber quantas temos e o quanto cada um pode receber.

Depois de dar ao garoto a comida permitida que guardo no armário, Jackson e eu vamos tomar café.

–Como vai Reyna? -ele pergunta.

–Eu falei com ela ontem. Ela disse que vai ficar bem, mas seu rosto estava tão cansado que ela parecia ter muito mais que dezesseis anos. Então dei-lhe dois dias de descanso.

Ele franze as sobrancelhas.- Reyna aceitou? Sério?

–Claro que não. Mas eu insisti e usei meu posto de comandante para mandar ela repousar, então...-Ele assente.

Depois de pegarmos o café, eu me dirijo até a sala de administração.

–Aonde vai? -Jackson pergunta.

Reviro os olhos.- Se a vice-comandante está de folga, tenho que fazer as minhas tarefas e as dela. Te encontro na sala de treinamento, daqui uma hora. Certo?

–Certo. Até mais.

–Certo.

Ele dá meia volta e vai até onde Hazel está sentada.

Me viro e entro na sala. É pequena, uns 5x5m. Há alguns computadores, uma imensa tela para videoconferências e algumas poltronas.

Coloco a bandeja com a comida à minha frente, numa mesinha. Primeiro checo a caixa de entrada nos email's.

–Bom dia, comandante Chase.- ouço. Olho e vejo Thalia.

Ela está com a prótese de Quíron. Eu achei que era apenas a mão, mas todo o antebraço foi arrancado. Agora, fios prateados por cima de uma base em forma do esqueleto dessa parte do corpo resplandecem à luz. E desenhos tribais e símbolos de bandas de rock aparecem entalhadas no aparelho.

–Bom dia, general Grace.

Thalia é general de um grupo de soldados mulheres. Elas são guerreiras incríveis.

Ela sorri.- E aí? Oque acha?- e aponta para a prótese.

–Parece bem a sua cara.- ela ri.

–Eu não sei por que não arranquei meu braço antes. Além de tudo, ainda tenho força extra. Dá para acreditar? Quíron projetou ela para a força de um martelo. É incrível!

–Que bom que gostou.

Ela sorri.- Onde está a Reyna? Ela nunca se atrasa e tal.

–Ela tirou dois dias de descanso. Mais algum líder está programado para vir aqui hoje?- pergunto.

Thalia nega.

–Não. Mas hoje tem uma telecomunicação com os fornecedores.- assinto.

Os fornecedores são uma outra parte da colônia, a Fazenda. Eles tem uma sede como a nossa, mas bem menor. Nela, moram as pessoas que plantam, industrializam e enviam a comida para nós. Provavelmente querem falar sobre o carregamento do mês.

–E quando será?- pergunto.

Exatamente... Agora.- Grace resposnde.

De fato, um pedido de videoconferência aparece no canto da tela. Desbloqueio a entrada, e logo Juniper surge na telona.

–General Grace e... Comandante Chase! Como vão?- ela diz, sorrindo com o cabelo ruivo caindo sobre os olhos verdes.

–Bem, Juniper. E vocês aí?- digo.

–Ah, muito bem. A quanto tempo, comandante! Normalmente falamos com a Vice-comandante Avilla-Ramirez. É muito bom vê-la.

–Igualmente.-respondo.

Ela sorri.- Bem, estou aqui para falar que o carregamento de comida de vocês já está pronto. Quando podem vir pegá-lo?

Thalia responde.-Hoje mesmo. E também levaremos os carregamentos de remédios, roupas e os que podemos produzir.

–Certo. Estaremos esperando. Adeus!- ela se despede.

–Adeus.- dizemos juntas e a tela apaga. Olho para Thalia.- Você e algumas das suas soldados querem me acompanhar?

Ela ri.- Você tem dúvidas? Vou levar quatro delas e sugiro que leve alguém para entrar na sede com você.

Paro para pensar.-Não sei. Reyna está indisponível, então... Yew talvez?

Ela revira os olhos.- Yew tem muito o que fazer com as crianças. Que tal seu novo soldado?- franzo as sobrancelhas.

–Percy? Não acho que ele consiga seguir ordens.

–Bom, ele luta muito bem. E vejo vocês dois juntos todo dia, então acho que pode ser.

Junto as palmas das mãos, como numa prece e sussurro repetidamente: não, não, não.

–Annabeth!- ela grita e ri.

Reviro os olhos.- Certo. Saímos em quarenta minutos.

...

Chego na sala de treinamento. Percy está socando um saco de areia sem as luvas de boxe. O suor umedece sua camisa, que acaba grudando no corpo e marcando o abdômen (bem definido, por sinal. Espera, eu pensei mesmo isso?!)

Ele me vê e para o exercício. Está ofegante e suado.

–Tenho uma missão para você.- digo.

Levanta uma sobrancelha. -Jura? Que tipo de missão?

–Vamos enviar uma nave até a parte leste de Paris para entregar um carregamento e pegar outro. Eu, a general Grace e algumas soldados vão. E espero que vá também.

Ele pára por um momento.- Isso não é um pedido, é?

Sorrio.- Com certeza não. Você tem vinte minutos para tomar um banho, colocar a roupa de combate, pegar armas e ir até o hangar 3, na cobertura. Saímos em meia hora.

–Certo.

–Certo.

–Comandante Chase?- ele me chama, antes que eu saia.

–Sim?

–Obrigado por cuidar do Leo.-ele passa a mão pelos cabelos. Sorrio novamente.

–Sem problemas.

Ele olha nos meus olhos. Por alguns segundos a mais que o necessário. Olhos verdes-mar.

Balanço a cabeça, afastando a distração.

–Mas agora quero que se concentre na missão. Afinal, não estou à fim de carregar seu cadáver para cá na volta.

–Uau! A comandante não quer que eu morra. Isso é a coisa mais gentil que já me disse.- ele ri.

Reviro os olhos.- Vá logo se arrumar!

...

Tomo uma ducha e coloco a roupa preta camuflada por cima de uma regata e os coturnos. Arrumo as facas e armas e me olho no espelho. Ahn...

Arranco o elástico do cabelo e o ajeito solto. Sei lá. Mudar um pouco a cara amarrada. Saio do apartamento e pego o elevador, um jeito mais rápido de chegar ao topo.

No hangar, estão todos prontos. Percy parece se surpreender com algo, depois se aproxima e me entrega uma arma maior. Quando vou passar por ele, sinto sua mão em meu cotovelo. Ele se inclina e sussurra em meu ouvido.

–Fica muito bonita assim, comandante.

Sinto as bochechas queimarem. -Não. Ouse.

Ele ri. -Não vou beijá-la, Annie. Acalme-se. Foi só um elogio.

Acalmo a respiração, pego sua mão e torço o pulso. Ele geme.

–Não.-digo. -Não vai.

Solto-o e ele ri. Depois vamos em direção à nave.

É um avião de carga pequeno. Os últimos caixotes são colocados no compartimento certo por uma rampa e logo embarcamos.

Zoë Doce-Amarga, uma soldado, se senta na cadeira do piloto e eu na do co-piloto. A general, Percy e as outras se seguram nos ganchos pendurados no teto, pois não há mais assentos. Thalia respira fundo e fecha os olhos.

–Tenente Jackson, -digo.- a alavanca vermelha ao seu lado. Puxe-a e uma cadeira de pano vai aparecer. General Grace, sente-se. Preciso de você inteira quando chegarmos lá.

Ele obedece e Thalia se senta mais que depressa, apertando o cinto. Percy me olha, confuso. Medo de altura, digo com os lábios. Ele assente.

Levantamos vôo.

...

Depois de vinte minutos chegamos à sede da Fazenda. A construção é quase completamente embaixo do solo (apenas um andar visível), por isso temos que pousar em campo aberto e ficar de olho nos Ryanks.

A porta blindada do andar que podemos ver é aberta e um soldado examina o local. Faço o mesmo e, depois de ter certeza de que não há perigo à vista, abaixo a rampa do compartimento de carga. Duas soldados e Jackson pegam, cada um, um caixote, e levam até a porta da Fazenda. O soldado assente e passa para eles outras caixas, à qual eles trazem para o avião rapidamente. Dois soldados da Fazenda vem ajudar e o processo continua, em silêncio.

Vejo algo se mexer na esquina da rua. Toco o braço de Zoë, que concorda com a cabeça.

Ela faz sinal para Grace, que se levanta e sobe por uma escada até o teto do avião e abre-o. Vejo-a, por uma câmera, pegar o silenciador e ajustá-lo na metralhadora. Ela espera até ver novamente...

Quando atira, o som é baixo. Pego um binóculo numa gaveta ao lado e olho a situação. Um corpo jaz, a marca do VSM-02 no pescoço. Thalia sorri e continua de olho. Mais um, ela não perde tempo. Mais alguns. O sorriso de Grace desaparece.

–Fique pronta para partir. Vou ajudar a carregar o avião.-digo à Doce-Amarga.

–Certo.-ela responde. -Mas, tome cuidado, comandante Chase. Bianca está lá fora e anda meio distraída depois da morte do irmão.

Assinto. Tiro o cinto e corro para os caixotes.

–Isso vai demorar muito? -pergunto.

–Ainda faltam algumas caixas, comandante.-Percy responde.- Por quê?

–Alguns Ryanks. Nada de mais, mas quero ir logo.

Ele assente e eu os ajudo a empurrar a carga.

Depois de alguns minutos, vejo Bianca parar.

–Tenente Di Ângelo, volte a nos ajudar.-digo baixo, mas ela está paralisada.

Bianca mexe na arma e faz mira. Não. Não. Não!

Bianca, nã...

Ela atira. Olho para o lado e vejo o corpo de um Ryank se remexendo e caindo.

Droga!- grito.

–Qual o problema? -Percy pergunta.

Ela não usou o silenciador!

Eu termino a frase e vejo pelo menos vinte deles virando a rua.

...

Thalia se vira e começa a atirar de cima do avião. Zoë liga o motor. As duas outras soldados atiram e os da Fazenda também.

–É o último. Leve para dentro, eu te dou cobertura.- Percy diz.

Assinto e uso toda a força que tenho para ir mais rápido com a caixa.

Os Ryanks avançam, correndo, e não somos o suficiente.

–Entrem todos! -grito, depois de guardar o carregamento. As duas soldados entram e os da Fazenda vem logo após. Todos continuamos atirando.

Percy!- grito e ele corre para dentro.

–Vou levantar vôo. Estão todos aqui?- Zoë pergunta.

Olho em volta. Thalia desce do teto. Zoë. Duas soldados. Dois soldados. Percy.

Ah não.

–Bianca!- grito. Chamo-a pelo rádio.

"Venha logo, Di Ângelo!"

Estática.

"Hoje não, comandante Chase."

"O quê?!"

"Vou dar tempo à vocês. O motor demora para subir."

"Não vamos sem você, Bianca!"

Olho pela janela, poucos metros... A garota olha para mim, lágrimas nos olhos.

"Ao menos vou reencontrar Nico."

"Bianca, eu..."

"Foi uma honra, comandante Chase. E obrigada por tudo, general Grace."

Thalia e eu corremos para a rampa de descida, mas Percy e um soldado nos barram.

–Thalia...- Zoë começa.

–Não! Ela é minha tenente.- a general berra.

–Tarde demais.

Olho para os outros no avião. Eles assentem.

–Temos que fazer com que o sacrifício dela não seja em vão. Comandante, permissão para voar.

Abaixo os olhos. -Concedida.

De fato, o motor demora algum tempo. Mas não é problema.

Os Ryanks estão ocupados demais arrancando os membros de Bianca Di Ângelo.

...

O resto da viagem foi como uma mancha. Lembro de Grace calada, assim como todos os outros na nave. Quando chegamos, alguns trabalhadores descarregaram a carga. Foi decidido que os soldados da Fazenda ficarão conosco até o mês que vem.

Mas tudo o que eu queria era não ficar parada.

Lembro que saí em disparada até onde estou agora. A sala de treinamento, socando o saco de areia que Percy estava usando mais cedo. Arranco a camisa e a amarro na cintura, ficando só com a regata. Com movimentos repetidos: levantar o cotovelo, jab de direita, soco de esquerda, proteger, esquivar, repetir.

A porta se abre.- Procurei você por toda parte.- ele entra.

–Agora não, Jackson.

Ele se aproxima e segura o saco por trás, para eu socá-lo melhor. Minhas mãos estão ardendo pelo tecido áspero, mas não ligo. Apenas soco.

–Eu sinto muito. Pela Di Ângelo. -diz.

–Thalia deve estar muito pior do que eu.

Paro por um momento e seguro o saco. Jackson arranca a camisa também, para ficar só com uma camiseta branca, e começa a bater.

–Eu sei como é.- ele diz. -Ver pessoas com quem você se importa morrerem na sua frente.

Reviro os olhos.-Com certeza não vou saber como, vou?

Ele espera um instante e começa a falar. -Certo. Ahn... O nome dele era Grover. Era meu melhor amigo.- Jackson soca mais forte. -Ele estava sempre com a gente. Quero dizer, comigo e os meus irmãos. Um dia nós estávamos fazendo uns testes... Com uns zumbis... E ele foi devorado vivo. -nesse momento ele bate tão forte que cambaleio.

Jackson para de socar e me encara.

–Meus pêsames.- digo. Ele assente.

–Sua vez.

Respiro fundo enquanto ele volta a bater. -Tá legal. Ahn... Meus pais e meu irmão foram mortos na minha frente. Mas não foi por Ryanks.- ele levanta a sobrancelha. -Tá, foi. Mas... Indiretamente. Uns caras da segurança nacional atiraram neles, por medo de eles se transformarem. Na época, ainda não sabíamos que só se vira um zumbi por mordidas. Meu irmão estava fazendo treze anos... Só fiquei viva por que tinha cinco. E aconteceu a catorze anos atrás.

Quando termino, percebo meus olhos marejados. Jackson nota também e trocamos de lugar, eu socando e ele segurando.

–Meu pai morreu quando eu era bem pequeno. Nem me lembro de seu nome. Sei que era um marinheiro. E seu barco afundou no atlântico Norte. Minha mãe foi levada pela segurança nacional também. Não sei porquê.- ele fala.

–Sinto muito.-eu sussurro, depois de alguns minutos.

–É.- diz.-Eu também.

–Só...- paro de bater e me afasto.- desejo que todos os zumbis morram.

–É.-ele fala. -Claro.

...

Vamos para nossos apartamentos. Tomo banho, coloco uma roupa comum e... percebo que não tenho nada à fazer pelo resto do dia. Apenas me jogo na cama e encaro o teto.

Um tempo depois, Leo bate à porta e entra.-Comandante?

–Sim?

Ele se senta na sua cama. -Se me permite perguntar...- Ele ajeita o óculos. Que graça! -Eu fui designado para operador de máquinas tecnológicas. Para arrumar o que estragamos e tal, só que o horário de trabalho já acabou. Então... O que vocês fazem aqui para se divertir?

–Olha, nerd, com certeza não é para mim que você deve perguntar.

Ele coloca a mão no queixo, fingindo pensar.-É. Eu suspeitava mesmo que você não fosse a Sra. Diversão. Baseado nas observações de Percy, você parece ser, tipo, mais séria que aqueles médicos de plantão da enfermaria. E olha que eles são muito sérios.

Primeiro eu sorrio. É, ele está certo. Depois fico séria.

–Como mesmo vocês e Jackson estiveram se comunicando?

Ele arregala os olhos. Depois começa a assoviar, se levantando e indo até a porta, como quem está de bobeira. Antes que ele saia, fecho-a na sua cara. Leo é pouco mais baixo que eu, e bem mais fraco.

–Olha, criança. Eu não quero machucar ninguém. Então ou você abre o jogo ou eu faço seu irmão abrir. Só que nele eu posso bater sem ficar com remorsos.

–Tá bem! Tá bem. -ele se solta.- Antigamente, tipo muito antigamente mesmo, os soldados de algumas guerras perceberam que eles estavam sendo hackeados e que os inimigos liam as conversas deles. Então eles escreviam a mensagem em um email, mas não enviavam.

–E como os outros liam o email se eles não enviavam? -pergunto, sentando no sofá.

–Eles sabiam a senha.- diz, como se fosse óbvio. -Eles sabiam a senha e então entravam no email e liam a mensagem não enviada.

–E vocês se comunicava assim?- perguntei, já mais tranquila.

–Sim. Ele me mantinha informado. Só que de uns dias pra cá ele não vinha se comunicando.- murmuro qualquer coisa e uma pergunta me vem a cabeça.

–Ele falava o que, exatamente, de mim, Nerd? -pergunto, como se não fosse nada importante e me repreendo mentalmente por me importar.

–Desculpa, Annie. Não sei se vou continuar vivo se disser.

A campainha toca.

–Pode atender para mim? - pergunto. Leo bufa e vai.

Escuto alguém conversando e a porta sendo fechada. Passos.

–Como vai, Comandante? -diz Percy indo para minha cozinha.

–Tenente.- digo, alheia.

–Mau humor.- escuto ele sussurrar.- Sabe, Leo? Consegui furtar uns chocolates com a senhora da cantina. E não vou te dar nenhum.

E um segundo depois sinto uma almofada no rosto.

Ah. Não.

Quem. Foi?- pergunto lentamente, e vejo Valdez levantar a mão bem baixinho.

Meu Deus! Eu nunca vou encostar um dedo nessa criatura. Mas vou dar uma bronca daquelas...

Senhor Leo Nerd Valdez. - grito. –Nessa casa é terminantemente proibido qualquer tipo de agressão física, e essa regra só se excede quando sou eu batendo no Jackson e...

Eu gostaria muito de continuar. Mas sinto uma maldita almofada nas costas e uma gargalhada de Leo. Que logo é abafada quando Percy enfia uma almofada em sua cara.

Eles querem guerra? Eles vão ter guerra!

Pego uma almofada e enfio cara a baixo. Percy consegue me bater com a almofada na barriga. Vejo o Nerd dar-lhe uma nas costas, e aproveito para ajudar. Escuto a campainha tocar e só grito pra entrarem. Olho para trás e vejo Hazel e Frank olhando para nós como se fôssemos doidos.

Paro de bater no Percy. O Leo também. Tá na hora.

Da V.I.N.G.A.N.Ç.A., Hazel, querida.

Estamos todos parados esperando um a reação do outro. Estalo a língua três vezes. Leo percebe e bate duas vezes na perna, chamando a atenção de Percy. Estalo de novo e escuto Leo gritar ALOOOHAAAAA!

Vou para cima de Hazel e os meninos vão bater no irmão deles.

Dou vários golpes na cabeça dela, mas de algum modo a peste consegue uma almofada e em pouco tempo depois minha barriga dói tanto de tanta risada que eu quase não consigo mais bater com a almofada em ninguém.

Ei! Eu disse quase!

Continuo batendo descontroladamente quando escuto a campainha de novo. Grito pra entrarem. Vejo Reyna entrar e, oh lua, Leo jogar uma almofada nela.

Ai não, nerd!

Comandante? - grita Reyna e, sinto muito (sinto mesmo), eu dou risada. Ela me olha como se eu tivesse enlouquecido.

E então parte para cima do pobre coitado.

Ela pega o braço de Valdez e o torce. O garoto grita enquanto seu corpo gira no ar e ele cai de costas no chão. Então Reyna se prostra sobre ele, ergue o punho e me encara. Eu sorrio e estou prestes a voltar a rir quando Percy segura meu pulso forte.

Então nego com a cabeça enquanto a garota revira os olhos e Leo suspira, encarando-a, e sorri.

–Cara, preciso de uma dessas.

Reyna bufa. -Comandante, eu vim avisar que os soldados da Fazenda já voltaram para lá e o piloto que os levou está bem.

Assinto e olho ao redor. Que bagunça.

–Certo. O minuto de loucura acabou. Passar bem. -digo, empurrando-os para fora.

Cada um deles se despede e sai mas, quando pretendo fechar a porta, Jackson dá a volta nela e a fecha atrás de si, parando a poucos centímetros de mim, o sorriso bobo no rosto.

–Admita, Annabeth. Não ria assim faz anos.

Encaro-o por um segundo e abro a boca para falar, mas ele gira meu corpo, segurando-me pelos cotovelos, e trocamos de posição.

Eu sendo pressionada contra a porta. Ele muito pouco distante.

Nos encaramos por um segundo, Percy sorrindo e eu matando-o mentalmente. Mas, por mais que seja idiota...

...Não quero me afastar.

–Tá. Fazia realmente muito tempo que eu não ria.

–E eu não sou tão ruim quanto você pensava.

–E você não é tão ruim quanto eu pensava. Pronto, feliz? -digo, um pouco irritada.

Ele olha para cima, fingindo pensar, depois seus olhos verdes-mar se encontram com os meus.

–Ainda não.

Uma das suas mãos enlaça minha cintura e a outra toca meu queixo.

Levando meu rosto em direção ao seu.


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Notas finais do capítulo

Reeee aí galeeera? Comentários, se puderem, por favor. Bjs!