VSM-02 escrita por aieincie, Jujuba


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Hi guys! Bom, sentimos muito pela demora e tudo mais. Mas isso não é importante agora.
OBRIGADAAAA THALIA JACKSON E TAICHAN PELAS RECOMENDAÇÕES MARAVILHOSAAAS!
Nós estamos dedicando este capítulo à vocês. Bjs!
Mas é claro que também queremos agradecer a todos os que lêem. Amamos vocês!
Bom, esperamos que gostem!



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–Seja forte, Annie!

Luke... O terceiro tiro... O colar de contas...

...

Acordo em silêncio, o que é uma surpresa. No meu apartamento.

Ou quase isso.

Dentro dele, vejo Jackson ao lado da cama, Reyna sentada em uma das cadeiras, Will, ou melhor, Dr. Solace, na outra. E Hazel, a pirralha, no balcão que divide o quarto e a mini cozinha.

Por estar ao meu lado, Percy vê primeiro que estou acordada.

–Annabeth! Ah, céus! Por favor, diga que se lembra quem sou.- ele parece preocupado.

Tenho vontade de rir. E, como castigo pelo beijo, resolvo torturá-lo.

–Quem é você e oque faz no meu apartamento?

Seus olhos se arregalam e eu rio, estragando o disfarce. Ele demora uns segundos para entender e então se levanta, vira de costas e passa a mão pelos cabelos.

–Nunca mais faça isso. -Sua voz é grave, sem nenhum traço de humor.- É sério.

Faço cara de surpresa. -Uau, parece que ficou preocupado. -ele me encara com olhar raivoso. -Tá. Não tenta me agarrar de novo, okay?

Hazel parece entender o outro sentido da frase e sorri de modo malicioso. -Quantas vezes vou ter que repetir? Esqueça isso, pirralha.- ela ri.

O Dr. Solace se aproxima.

–Como se sente, Comandante Chase?

–Bem, mas... Tem algo nas minhas costas?- sinto uma leve irritação e percebo que estou apenas com top de ginástica. De novo.

O dr. percebe que estou olhando para minha roupa e se apressa em dizer:

–Reyna precisou colocar isso em você para eu costurar sua pele.

Me assusto.-Costurar?

Ele assente.

–Quando o computador...

–Computador?

Percy se senta na beirada da cama e olha para o médico. Eles assentem.

–Eu explico. -Jackson começa. -O meu irmão adotivo, sabe. Ele meio que atirou um computador nas suas costas. Aí você bateu a cabeça e desmaiou. Está dormindo faz quase um dia.

É a nossa deixa!- Ouço alguém gritando do lado de fora e então entrando no apartamento.

Era oque me faltava. Os dois irmãos adotivos. O magricelo que havia gritado e o outro... Bem. Não que eu me orgulhe, mas na verdade me orgulho, o outro está com mais da metade da cartilagem da orelha rasgada. E um olho roxo. E marcas de enforcamento.

Espera aí! Eu não enforquei ninguém!

–Em minha defesa, eu não deixei essas marcas no seu pescoço.-digo, revirando os olhos.

–E eu não sei? Foi o seu namoradinho que fez isso.-ele responde.

Olho espantada para Percy. Antes que ele possa explicar, o magricela o corta:

–Depois que você levou o pc nas costas, o cabeça de alga aí voou no pescoço do Frank e só não o matou por que viu que você estava sangrando. A propósito, Leo Valdez, à sua disposição, comandante Chase. Mesmo eu tendo só catorze anos, mas isso não vem a caso. E o montanha aqui é Frank Zang.

Eu poderia rir, se não fosse pelo fato de que Percy quase matou o próprio irmão. Por minha causa.

E também, pelo jeito, tem um rasgo nas minhas costas.

Me levanto e ando até o banheiro. Me viro no espelho e giro o pescoço o máximo que consigo.

Ah, isso vai estragar meu dia.

O ferimento tem pelo menos uns 25cm. E está todo costurado.

–Ficou legal. Você parece até aqueles monstros de desenho animado.-Hazel diz.

Se queria enforcar alguém, Percy, por que não ela?, penso.

–Comandante. -Reyna diz. -o estrago feito pelos invasores foi de 76% dos aparelhos eletrônicos. Perdemos a conexão com o Czar supremo da Rússia Evoluída.

Quase caio dura. Me apoio no batente da porta do banheiro.-Como é?

–Calma aí, comandante Chase.- Leo diz. Ele se aproxima de Reyna.-Vice-comandante Avilla-Ramirez, não é? Eu estou um passo à sua frente, querida. Já arrumei todos os seus computadores e programas. O Czar já está disponível, mas aposto que sou companhia melhor.- Ele pisca para ela, que se levanta e lhe dá um tapa na cara.

–Eu agradeceria, mas foram vocês que os destruíram, então... Se me dá licença, comandante.

–Obrigada vice-comandante.-digo. Ela faz continência e sai.

–Com licença, comandante.-diz o dr. Solace, saindo também.

–Com licença, comandante.- diz Leo indo atrás de Reyna, mas Frank agarra sua camisa.-Ainda não, Leo. Percy disse que temos que conversar com nossa cunhada.

Ele se surpreende quando uma bala quase atinge sua cabeça, indo parar na parede oposta.

E então olha para mim. -A próxima vai ser um pouco mais à esquerda.

Ele e Leo se espantam. Hazel e Percy riem.

Me aproximo dos dois com a arma ainda na mão. -Olha aqui, Frank. É Comandante para vocês. E não fique achando que ganhou a luta. Afinal, você se desesperou à ponto de apelar para um computador.

–Ela tá certa, grandão.-Leo diz.

Sorrio, sarcástica.- Agora, eu vou contar a minha versão da "fuga" de vocês daquela casa e vocês vão me dizer se falta algum detalhe. Depois me contar por que estão aqui. E por que odeiam a colônia 3.

Eles assentem. Todos.

Eu começo dizendo que os três homens saíram correndo na frente aquele dia, para que Hazel pudesse sair sem ser notada. Por quê? Porque ela deveria jogar um caderno de anotações idiota no rio. Para quê? Para que os zumbis 0,000001% não descobrissem nada. Aí, ela não conseguiu e veio até a colônia 3. Onde descobriu que um de seus irmãos já estava morando. E então (eu me levanto nessa hora) diz à ele que não pode confiar em mim. A pessoa que lhe deu água, comida e...

Onde eu estava? Ah, claro. E então os outros irmãos chegam aqui, quebrando a banca e destruindo tudo. Por quê?

–Queríamos tirar a Hazy e o Percy desse lugar.-diz Frank.

–Por quê?

Ele e Leo se encaram, depois trocam olhares com os outros irmãos.-Porque... Eles... Tem claustrofobia?- o magricela sugere.

–Já chega! -grito.

Avanço para cima dele, mas Jackson me barra. -Hey, Annie. Acalme-se.

Ele vira de costas, ainda segurando meus braços e manda os outros três para fora. Eles obedecem sem reclamar.

–Fica calma, certo? Olha, nós não queríamos vir para cá porque...-ele trava.

–Por quê?

Fecha os olhos. Aos poucos, vou me acalmando.

–Porque nós não desistimos da idéia de que Sally Jackson, minha mãe de verdade, que adotou os outros três... Pudesse estar viva. Mas agora sei como foi idiota acreditar nisso.

Fico surpresa. -Ah eu... Sinto muito.

Ele levanta os olhos e sorri de leve. -Meus irmãos podem ser uns panacas, mas são gente boa.

–Incluindo a Hazel?

Ele ri. -Incluindo a Hazel.

–Pirralha. -digo, e ele ri ainda mais.

É aí que eu lembro de algo que estávamos discutindo antes dessa invasão.

–Agora que eles saíram, será que dá pra explicar por que raios não confia em mim? -digo, me soltando das suas mãos e afastando.

Ele parece embaraçado. Passa a mão pelos fios negros e olha para o chão.

–Não é que eu não confie em você, Annie. É só que...

–E não me venha com essa de Annie!

–Annabeth, o que você pensaria no meu lugar?

Droga, penso.

–Eu confiaria em mim!

–Mentira! Você é mais desconfiada que todos na colônia juntos.

Me ofendo. -Não sou não!

Ele se aproxima. Perto. Demais. Ele segura meus cotovelos e me prensa contra a parede. Se ele enlouquecer de novo...

–Então me diga se confia em mim. -Jackson diz.

Ele acabou... De me desafiar?

Fuzilo-o com o olhar. Me vem ao nariz novamente o cheiro de brisa do mar. Minha respiração acelera. Não acredito que ele conseguiu me deixar sem saída.

Percy sorri.- Você não confia em mim. E eu não confio em você. A diferença entre nós é que eu quero. Quero confiar em Annabeth Chase. Só preciso de razões para isso.

Não ouso desviar os olhos.

–E sabe por que funciona tão bem? -continua.- Por que você é ligada demais no trabalho de proteger a colônia. Eu tenho outro foco.

Seu sorriso parece esconder tudo o que imagino e não imagino. Não sei o que pensar.

–Eu... -estava prestes a contrariá-lo quando a Pirralha Sênior entra no apartamento.

–Comandante, Reyna mandou te cha...- ela nos vê e para de falar.

Empurro Percy para o mais longe que meu braço alcança e Hazel ri.

–Como dizia, comandante? Não foi nada disso?

Reviro os olhos.-Reyna o quê?

Ela pára de rir rapidamente. Fica séria e começa a falar:- Você tem que vir, comandante Chase. Os zumbis estão lá fora.

Arregalo os olhos. –E os alarmes?

–Essa é a parte estranha. Eles não estão tentando entrar.

...

Chegamos no portão 6. Todos os meus soldados estão aqui. Corro até Reyna, Percy logo atrás. Ela nos vê.

–Comandante Chase! Eles não estão atacando. Só estão andando de um lado para o outro.

Olho para fora, através das grades. De fato, estão andando de forma estranha, olhando para o nada, piscando os olhos. São tão pálidos que sua pele parece resplandecer à luz do sol. As pupilas dilatadas e os olhos negros. Quase todos com a tal marca no pescoço.

Suas roupas estão cheias de sangue e rasgadas. Há homens, mulheres, crianças.

Malditos sejam os cientistas que criaram o VSM-02.

Pobres são os que concordaram com eles. Nós concordamos.

–Ah não. -Jackson diz. Olho para ele, que está mais pálido que o normal, mas não surpreso. Nem ele, nem os irmãos e irmã estão surpresos. Pergunto:

–Qual o problema?

Ele me encara.-Lembra do caderno de anotações, comandante?

–Claro.

–Que tinha informações sobre os Ryanks?

–Sim.

–Então. Anote aí: Quando eles agem assim -ele aponta para fora. -é por que não comem carne humana faz tempo. E que vão atacar. A qualquer momento.

Ele apenas fecha os olhos quando os zumbis gritam, todos juntos, e disparam em direção à colônia.

...

–Soldados! Esquadrão A, comigo como centro-avante! Esquadrão B, com Avilla-Ramirez, na direita. Esquadrão C, com Yew na esquerda. Peguem as armas! Vamos atirar quando estiverem a cem metros.- grito.

Todos obedecem. Percy, aparentemente já do esquadrão A, vem ao meu lado, depois de pegar uma arma. Cada grupo se posiciona.

–Esperem... esperem...-digo. Só mais um pouco.- Agora!

Todos começamos a atirar e vários zumbis caem, mas é claro que não morrem só com um tiro.

Dessa vez não trouxeram armamento. Logo eles alcançam os portões e...

Annabeth cuidado! -ouço e depois sinto alguém me puxar para trás.

Percy tira uma faca do cinto e arranca a mão de um zumbi que, por pouco, não me alcançou. Depois se afasta até onde estou.

Os zumbis estão se espremendo pelas grades, mas não que não tenham deixado estragos mesmo com elas. A boca de vários deles está vermelha. E o sangue deles não é vermelho.

Droga.

No chão, há braços, pernas, mãos e restos mortais. Vejo metade de um corpo ser forçado através das grades até eles. Os soldados percebem e recuam para atirar à distância. Reyna está em choque. Ela não esboça reação quando bato em seu ombro.

Reyna, me escuta! Foram poucos mortos, isso é bom. Preciso que acorde!– grito.

Ela começa a chorar. Reyna não chora, por que raios...

Ah, claro.

Sua família. Assim como eu, ela viu sua família morrer à sua frente, só que mais velha. Eles foram estraçalhados. Como agora.

–Qual é o problema dela? -Leo pergunta, ao nosso lado.

–Valdez, tire Reyna daqui. Agora.

Respiro fundo e a empurro para trás com força. Ela cambaleia e antes que caia, Leo a segura e passa o braço dela por sobre seus ombros. Frank logo aparece. Com uma arma parecida com a de La Rue, Ares Predator II.

Ele, Percy e eu recomeçamos a atirar e cada vez mais zumbis caem. Até que apenas um continua em pé.

–Cessar fogo!- grito.

Chego perto do último, que estica os braços ao máximo para me alcançar. Em vão.

Estendo a mão e Yew me passa uma espada.

–A última morte. Quem quer fazer as honras?-ele grita.

Várias mãos se levantam. Mas tenho um ideia.

Viro a espada em direção à Percy. Ele se surpreende por uns segundos e depois a pega. Antes que chegue perto do Ryank, toco seu ombro e sussurro em sua orelha.

–Ainda acha que não confio em você?

Ele sorri sem olhar para mim.

Dezenas de mãos se erguem com os punhos fechados quando a espada é enfiada na cabeça do zumbi.

...

Acordo suando e cansada. Mais um pesadelo. Coloco a almofada no rosto e berro. Não sinto mais tristeza. Nem dor. Sinto ódio. Muito ódio.

O ataque ocorreu dois dias atrás.

Escuto alguém se mexendo em casa e apuro mais a audição. É aqui do meu lado. Na cadeira. Se for quem eu acho...

–Jackson. Se for você aí, fique sabendo que vou matar você.- escuto uma respiração solta. -Nem adianta disfarçar. Eu sei que é você.

–Foi mal Annie!- escuto alguém gritar.... da cozinha.

Mas, espera aí. Da cozinha?

Aposto que é a Hazel aqui do lado. Filha da mãe. Conto até três e dou um pulo da cama em cima da pessoa que está aqui no quarto. Enquanto desfiro socos e pontapés, grito alguma coisa como intrometida, vaca e bem, coisas piores, quando uma voz masculina e jovem pede socorro.

Opa. Voz de um jovem. Ah, Deus! O Nerd está aqui e estou estapeando ele?

–Criança? O que tá fazendo aqui?

–O-o Percy só tinha doce no armário. E e-eu tenho intolerância a Lactose e...-

–Calma aí! Jackson está na minha geladeira, porque você, um menino de 14 anos não tem oque comer?

Ele acena com a cabeça e arruma os óculos. Seria uma graça.

Se não fosse ridículo.

Jackson não tem competência nenhuma para cuidar de criança.

–Jackson!–berro. Ele aparece na porta do meu quarto. Esqueço o fato de que estou com roupa de ginástica. –Pode me explicar o porquê de um menino de catorze anos não ter oque comer? E os nossos refeitórios?

–Eu não esperava ele, Annabeth. E ele ainda não foi registrado como morador, por isso não pode comer.

–Eu não te esperava também. Mas deixei você passar fome? Não! Invadi uma casa com você? Não! Você só tem porcaria como comida na sua casa. Aposto que esse menino não come nada faz umas boas 5 horas. Quer saber; tenente? -tenho que dizer que falei isso de cabeça quente.

Mas faria mil vezes.

Viro para o garoto-Fala aí, Nerd! Você vai morar comigo.

–He-ey. Calma aí. Como assim "morar comigo"? O irmão é meu. Vai morar onde eu quiser.

–Quem manda na colônia sou eu, Jackson. Ele vai morar onde ele quiser morar. -me viro para Leo. -E aí, nerd? Vai querer ficar com quem?

–Foi mal Percy. Comida não tem preço. -olho para Jackson com expressão de vitória enquanto ele fuzila o irmão com o olhar.

Respiro fundo.

–Jackson, ontem mesmo eu pensei que você não ia aprontar mais nada. E então acordo e você invadiu meu apartamento, à procura de comida para o seu irmão. Por que você não sabe cuidar dele. É óbvio que Leo vai estar melhor comigo.

Ele não se rende.

Reviro os olhos. -Hey, Nerd, pode nos dar um instante?

Mais que depressa, o garoto sai.

– Annabeth, eles são tudo o que eu tenho. Minha família. Eu não sei se...- ele passa a mão pelos cabelos negros.

Me aproximo e toco seu braço. -Hey. Eu confio em você. Espero que não faça eu me arrepender.

Ele me encara e sorri. -Não vou.

–O primeiro passo para isso é mostrar que também confia em mim. Só até registrarmos ele.

Ele revira os olhos. -Certo.

Sorrio e corro abrir a porta.

Olho para o nerd. Ele olha assustado para Percy.

Pobre garoto.


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Notas finais do capítulo

Boooom, é isso. Gostando ou não. Odiando ou não. Por favor, comentem! Podem elogiar (amamos isso por que somos orgulhosas Kkkkkk) ou criticar. Queremos saber a opinião de vocês. Bjs e até o próximo!