A mestiça escrita por Beatriz Dias


Capítulo 9
Capítulo 9 especial


Notas iniciais do capítulo

Bom gente,esse capítulo é especial porquê eu vou fazer ele pela mente do Isaac,Boa leitura a todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574055/chapter/9

Acordo com a minha típica preguiça, sento na cama e olho em volta, acho um pouco ofensivo o modo como os filmes de lobos mostram a alcateia deles, é verdade que moramos todos próximos, mas não moramos em uma casa de madeira, na verdade, deve ser legal viver assim, mas não é assim que eu vivo, moramos em casas próximas. Só isso.
Olho para o lado, para a pessoa que me acordou, meu irmão mais novo, ele tem 14, tem cabelos pretos e olhos azuis, ele puxou a cor de seus cabelos de nosso pai mas meus cabelos loiros vieram da minha mãe assim como nossos olhos azuis como o mar. Jogo um travesseiro em sua diração falando para sair do meu quarto, ele corre para não ser acertado pelo meu travesseiro mais eu atiro outro que acerta em sua cabeça, ele fecha a porta e estou sozinho, me jogo com força na minha cama e olho no relógio, consigo me arrumar daqui a pouco. Dormi por mais uns dez minutos quando escuto o toque irritante do meu celular.
–Alô? - Digo no meio de um bocejo.
–Isaac, você não vai pra escola não? Vai mesmo perder o primeiro dia de aula? - Disse Scot, meu amigo, ele é da mesma matilha que eu, conheço ele desde que era apenas uma criancinha que estava tentando correr sem cair com as quatro patas de um lobo.
–Mas ainda faltam vinte ou quinze minutos - Disse me sentando na cama passando uma das nãos no cabelo.
–Está maluco? Faltam cínco minutos para o ônibus que vai nos levar para a escola passar - Nesse instante desliguei o celular, peguei a primeira roupa que eu vi e corri para escovar os dentes no banheiro, que por sorte ficava na minha frente, escancarei a porta e depois de meus dentes estarem escovados corro de volta para meu quarto, pego minha mochila, jogo meu celular dentro dela e em seguida um caderno e canetas e desco correndo as escadas, berro um "tchau " para minha mãe e saio correndo.

Chego em cima da hora na porta do ônibus, enquanto eu corria, liguei para Scot pedindo que comprasse a minha passagem que eu lhe pagava depois, ele desligou irritado mais comprou, chegamos na escola e vou direto para a secretária porque no ônibus eu lembrei que tinha esquecido uma pasta que a escola deu com o número e a combinação do meu armário e meus horários, além de uma planta da escola com todas as salas desenhadas. Peço uma cópia e vou em direção ao meu armário, quando guardo tudo e fecho a porta eu a vejo, a garota mais linda que já vi em minha vida, ela tem a pele branca então provavelmente é uma vampira, e nesse instante eu pensei " eu não ligaria do fato de todos me olharem feio por me casar com uma pessoa de outra origem, desde que seja ela", a pele dela era lisinha e ela tinha cabelos lisos e negros como carvão que iam até a cintura, ela usava um short preto que ia até o meio da coxa, uma blusa vermelha que estava escrito " as vampiras arrasam ", isso me fez rir e sem pensar muito, falei:
–Oi, eu sou o Isaac, você é nova não é? - Meu Deus, como eu sou idiota, é claro que ela é, e eu tinha que confessar, ela era linda mesmo. No tom mais delicado do mundo ela respondeu:
–Sim sou nova sim, Meu nome é Beatriz.
–Você sabe ir pra sua sala? Porque, no meu primeiro dia, eu me perdi - Menti, eu queria mesmo era conhece-la. Por sorte ela respondeu:
–Na verdade eu não sei bem, eu vou pra sala número 18 - Minha sala, perfeito.
–Sério? Eu vou pra lá também. Dá aqui seus horários deixa eu ver - Eu pego os papéis e meu coração quase sai pela boca de tanta alegria - parece que você vai ter que aturar o dia inteiro, seus horários são iguais aos meus. Então, vamos por aqui - Eu disse apontando para um lance de escadas que leva para baixo - Eu gostava muito dessa aula ano passado, eles fazem farios testes para apurar seu olfato, sua visão, sua audição, seu paladar e as vezes, eles colocam vendas em você - Eu digo passando para atrás dela e colocando as mãos em seus olhos, nossos corpos se tocam e sinto um arrepio mas continuo - E fazem você adivinhar no que está tocando, é engraçado.
–Bom, eu vou adorar - Entramos na sala e eu a levo para se sentar na minha frente, em todas as aulas eu gosto de me sentar na parede oposta da porta, e meus amigos se sentam lá desde então, quem se senta em frente a Beatriz é a Megan, uma menina da minha matilha. Elas começam a conversar instantaneamente, eu respondo mas não estou prestando atenção na conversa, estou perdido em pensamentos. Digo que o professor está chegando e as duas ficam quietas, ele fala que vamos passar por aquela mesma rotina de dizer seu nome e que origem você é, Bia está um pouco nervosa, e irritada, chega sua vez e eu me surpreendo quando ela diz que é mestiça, isso me faz gostar ainda mais dela, isso a torna especial, diferente de um jeito bom, eu não encaro isso como todos os outros.
Levo outro choque quando ela diz que seu pai é o Drácula, então, me lembro de uma história que minha mãe me contou que ele arriscou tudo para ficar com quem realmente ama, levou chicotadas e tudo mais, só de me lembrar sinto calafriporque repente começo a sentir a dor que a Bia deve ter passado porquê a familia é obrigada a assistir ao punimento do pai. Falo sobre mim e nem um minuto depois já estou tentando acalmar a Bia.


Depois de passarmos pelo teste de habilidades, que por acaso foi engraçado por causa de Bia ,caminho com ela até nossos armários, e do nada, Bia fala:
–Eu estou cansada, não quero andar até a sala - Ela aponta para nossa próxima aula,treinamento de dons - afinal, meus dons devem ser poucos, acho que nem chego aos dois,que é o básico, imagina cinco então? Afinal, não quero passar sufoco de novo quando eu for me apresentar e todos me olharem como se eu fosse um dêmonio maior e estivesse colocando praga neles e invocando bichos na frente de crianças, quero minha cama - De jeito nenhum eu ia naquela aula sozinho.
–Mas você vai entrar naquela sala comigo, até porque não conheço ninguém que não é da minha matilha - Eu a puxo em direção a porta, na verdade eu conheço quase toda a escola mas ela não precisava saber, afinal, não ia sair do lado dela nem que ela quisesse, eu sentia que precisava ficar com ela e cuidar dela como se o mundo dependesse disso.
–Você ainda conhece umas cinco ou seis pessoas, eu só conheço você, a Megan e a minha visinha fada - Ela começa a andar na direção contrária quando estávamos praticamente na porta, sem pensar duas veses eu a pego e a coloco em meus ombros e percebo que ela é surpreendentemente leve, ela se debate mas eu não a solto, caminho em direção a minha fila preferida e a coloco na frente de Scot, na aula passada ele entrou na frente de Megan e os dois brigaram, eles brigam o tempo inteiro, todo o dia, sem falta, até no dia em que a Megan entrou na matilha eles brigaram e tem sido assim desde então, eu lembro de uma vez que a Megan pegou o celular de Scot e mandou uma mensagem para uma menina horrivel que gostava dele dizendo que queria que ela fosse até ele para conversar porquê ele a amava, e para a surpresa de todos ela simplesmente foi lá e o beijou, depois que Scot descobriu que tinha sido a Megan ele se vingou a levando durante uma noite fria para um lago que fica atrás da minha casa, ele estava muito frio, minha surpresa foi que ele não estava congelado, Scot a colocou, melhor, ele a jogou lá, e ela saiu correndo atrás dele e jogou um galho caído na cabeça dele, foi divertido.


Eu estou sendo amarrado a parede, deixando apenas meus braços soltos, olho em volta tentando me acostumar ao sol porque eu estava vendado, estou em um palco pequeno de madeira e a parede onde estou amarrado também é de madeira, e não é bem uma parede é só um pedaço grande de madeira suficientemente grande para mim e mais ninguém, a outra pessoa ao meu lado, ela está com um saco na cabeça, mas pelo seu corpo, ela é mulher, passo a mão pelos cabelos e depois escorrego a mão pelo rosto para ver se estou acordado, em meu queixo está uma barba rala e então me dou conta de que estou mais velho, o saco da mulher foi tirado, ela esta amarrada do mesmo jeito que eu,olho para seu rosto, eu o reconheceria em qualquer lugar, é a Beatriz, só que está mais velha, adulta, me pergunto porquê ela está aqui e porque EU estou aqui quando um homem entra e fala em alto e bom som:
–Hoje, justiça será feita, hoje, vamos punir quem descompriu nossas leis - Ele olha para nós, não consigo enxergá-lo com nítidez - Vocês dois serão punidos com 3 chicotadas em seu braço por se casarem mesmo sendo de origem diferente, o que é contra lei, vocês criaram uma mestiça de três origens, pelo fato de ter se envolvido com uma mestiça - Agora ele olhava diretamente para mim - A sua filha não tem nada a ver com isso, vocês tomaram a decisão e agora vêm a consequência - Ele levanta seu chicote que só agora percebo que ele estava ai e desce ele com força em meu braço, minhas mãos estão presas de modo que não posso me mexer, apenas grito, grito alto, e grito ainda mais alto quando o segundo desce, olho para Bia que está chorando e falo:
–Eu te amo - Na verdade eu tenho que berrar para ela ouvir por causa dos gritos de alegria da multidão - Vai ficar tudo bem - Eu sorrio e ela sorri de volta, a terçeira chicotada vêm, mas eu não grito porque estou hipnotizado pelos olhos mel de Bia, não sinto nada, tudo só volta a doer quando seus olhos se fecham para levar a primeira chicotada, a dor me vêm a tona, meu corpo inteiro fica fraco, e vai ficando cada vêz pior a cada chicotada que a Bia leva.
Quando o sofrimento acaba somos jogados em uma sela juntos, eu me levanto com grande esforço para ir aonde ela está jogada no chão, deito ao seu lado e a abraço, mexo em seus cabelos enquanto sussuro que a amo e que vamos ficar bem, beijo sua testa e sou finalmente vencido pelo canssaço e pela dor e durmo ao seu lado.


Acordo assustado, ensopado mas aliviado, por saber que foi só um sonho, passo a mão pelos meus braços, sem nenhuma marca, olho no relógio são 4:00, me jogo na cama e durmo instantaneamente, dessa vez, sonho comigo, carregando uma menina linda de cabelos negros e olhos azuis, brinco com ela e a faço dormir, caminho até uma cama enorme e me jogo nela, ao meu lado está Bia, dormindo tranquilamente, esse sonho me acalma e não acordo mais até a hora em que minha mãe berra para que eu acorde.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom gente,foi isso,o capitulo está meio curto mas tudo bem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A mestiça" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.