Epitáfio escrita por Sweet rose, Thaís Romes


Capítulo 4
Aquele que todos estão ocupados.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores.
Capítulo do dia, não vou falar nada aqui, nos vemos lá em baixo.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573958/chapter/4

FELICITY SMOAK

–Você está vivo? – Eu falo quase balbuciando as palavras, incrédula, e um sentimento de alivio, todo o aperto no meu peito pareceu sumir como que por magia, e eu me agarro ao seu pescoço, as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

–Calma vamos ver o ferimento da sua perna. – Diz como a uma criança, mas não entendia o que ele estava dizendo.

–Aqui no fundo tem um lugar que eu usava para cuidar dos meus ferimentos, as coisas ainda estão no prazo de validade por que acabei substituindo de todas as vezes que eu chegava todo quebrado dos treinos de boxe. – Oh meu Deus o Oliver deveria estar ferido, eu começo a olhar seu rosto a procura de algum traço de dor, mas a única coisa que vejo é preocupação. Entramos em uma sala que parece ser uma pequena sala de emergência, bem mais organizada que a nossa, Oliver me coloca sentada em uma maca e tenta se afastar de mim, algo que eu me recuso, por mais que eu saiba que ele esteja vivo, tenho medo de isso ser mais um sonho e ele se esvair como fumaça.

–Não vou a lugar nenhum. – Me garante, parecendo ler os meus temores. Ele aperta e minha perna e só então eu me lembro do tiro e o sangue e tudo o mais.

–Vou dar uma olhada em volta, duvido que ele ainda esteja por aqui, mas vou ver se consigo alguma pista. – Ted diz, e Oliver assente concordando.

–Vou precisar rasgar a sua cal....- Oliver começa a falar logo que Ted fecha a porta ao sair. – Felicity que roupa é essa? Essa é a roupa da Sarah? - Seu olhar demora mais que o necessário em meu decote, suas mãos estão na curvatura da minha cintura, sua voz era grosa, e eu não sabia identificar o porquê. Eu puxo a jaqueta de couro tentando tampar meus seios que ficam em evidencia. Oliver abaixa a cabeça, mas suas mãos parecem indecisas, até que ele parecer notar o leve sangramento em minha perna. –Não acredito que essa foi a melhor maneira que Dig achou de te tirar de dentro da caverna? – Diz mais para si enquanto com a tesoura ele corta a perna da calça a transformando em uma calça/ shorts bem curto. Oliver começa a limpar o ferimento, e que por sorte foi apenas de raspão. Não vou mentir, aquilo estava doendo, mas eu mais que a dor eu estava presa em olhar para Oliver, e só de lembrar toda a dor que eu sentir ao descobrir que ele estava morto, é involuntário meus olhos se enchem de lagrimas e eu não consigo segura-las – Acho que Grant deve ter algum anestésico por aqui. – Oliver começa a abrir as gavetas ao interpretar que minhas lagrimas se deviam a dor física. Eu apenas digo que não com a cabeça, mas ele me ignora aplicando algo que deve ser uma espécie de anestesia local em minha perna, o puxo pela camisa e encosto minha testa em seu peito.

–Oliver, eu tive tanto medo de nunca mais te ver. – Ele passa a mão em minha cabeça, enquanto a outra alisa meu braço. – Eu sonhei tanto em te encontrar, que você não tinha ido. – Ele beija a minha cabeça.

–Eu prometi para você que iria voltar.

–Por isso eu achei que estava morrendo. – Sorrio entre as lagrimas lembrando do meu mico histórico de agora a pouco. – Pensei ter te visto, hoje mais cedo quando saia da caverna. – Levanto o meu rosto e a sua face está lívida. – Oliver o que aconteceu? Você tinha morrido, Nyssa nos garantiu isso.

–Deixa eu terminar de cuidar disso aqui, depois falamos sobre o resto. – E com um cuidado que eu não sabia que ele tinha Oliver limpa o ferimento da minha perna, aquilo dói como o inferno. Ele costura o ferimento e faz um pequeno curativo, e vejo o quão minucioso ele estava sendo ali.

–Oliver? –Eu o chamo mas ele não desvia a atenção do meu machucado, ou será da minha perna exposta, eu balanço minha cabeça tentando tirar esse pensamento da cabeça. – Oliver? Por que parece que você não que me contar alguma coisa?

–Estou apenas tomando cuidado com você, esse tempo todo parece que foi negligente com seu corpo, está mais magra. – Fala, ele mal teve tempo de me ver e já tinha reparado isso.

–Não é como se eu tivesse feito uma dieta por vontade própria. Você também está com umas olheiras horríveis. Até parece que a festa de ontem te deixou com uma ressaca monstro. – Brinco, tentando fazer ele sorrir, o que parece funcionar.

–Não tem sido meses fáceis para mim também. Estar aqui por perto e não poder falar com você...- Eu provavelmente estou delirando ainda, como assim?

–Você não chegou hoje? –Oliver respira fundo levando suas mãos a cabeça. -Oliver? Você nos via, você me viu sofrendo e não fez nada? – Eu desci da maca e agora sim eu senti a fisgada de dor, e quase caí no chão, ele veio me segurar mas eu me desvencilhei das suas mãos.

–Felicity, o seu machucado. – Ele tenta argumentar.

–Que se dane isso. – Aponto para o alto da minha cocha. – Por dois meses eu chorei todas as noites, por dois meses, três dias e sete horas eu morri por dentro, por todo esse tempo eu preferiria estar morta por que a dor que eu sentia era maior do que eu poderia suportar, por que até o ato de respirar em um mundo em que você não existia ... O ar parecia ácido entrando em meus pulmões. – Eu fecho meus olhos, eu estou tão feliz por ele está vivo, mas estou tão furiosa por ele ter feito isso.

–Me deixa explicar... –Sua face parecia o retrato de um homem em chamas.

– E não é só comigo Sr. Queen. –Repreendo apontando o dedo para ele que parece querer rir. Realmente eu em meus 1,65 de altura com uma perna da calça cortada não deve ser a personificação de algo aterrorizante. Mas não me deixo abater e continuo meu monólogo. -Olha para o John, Roy, Laurel, todos estamos sofrendo a sua perda e você estava aqui esse tempo todo?

–Eu não...

–Devolve minhas lágrimas! –Eu manco em direção a ele dando tapas em seu braço em meio a meu choro de revolta.

–Ai! Dá para você ficar calma? –Oliver se encolhe, parecendo sofrer muito, não pelos tapas, aquilo não deveria estar o machucando, mas por minha revolta.

–Não! -Eu me viro para sair, dando um ar dramático, algo que não saiu muito bem feito, afinal eu estava mancando. Oliver me puxa pelo braço, me abraçando por trás e afundando seu rosto em meus cabelos.

–Felicity... – Começa, mas é interrompido quando a porta é aberta. Roy e John entram e seus rostos demonstravam o que Oliver era, a ressureição.

–Oliver! – John joga o capuz para traz e eu saio dos braços do Oliver enquanto Laurel, Lyla entravam pela porta tão estupefatas quantos os outros dois. Oliver rapidamente é cercado de abraços e eu vejo Ted em um canto com a mala que tinha as minhas roupas, e agradeço a ele, que apenas me indica um banheiro lateral a onde eu poderia me trocar.

Me olho no espelho e tenho os meus olhos inchados e as lagrimas não paravam de cair. – Ele está vivo, isso é o mais importante. – Digo para o meu reflexo, tentando me acalmar. – Agora você mata ele.

OLIVER QUEEN

–Oliver como? – Roy está meio estarrecido.

–É uma longa história, e vocês tem todo o direito de saber o que aconteceu, mas a prioridade é a Felicity... Felicity? – Olho ao redor a procurando e meu coração dispara de medo, olho para Grant e ele aponta para uma porta.

–Ela está se trocando. – Me avisa e eu suspiro aliviado. O celular em meu bolso apita e eu olho a tela.

“Aproveite a noite de folga. Vou procurar pistas do perseguidor da sua namoradinha. M”

Eu o vejo sair nas sombras por onde entramos, mas ninguém mais parece percebê-lo ali. Me aproximo de Roy que tinha seus olhos fixos em mim, como se tivesse medo de que não fosse real. Apoio meu braço em seu ombro e ele sorri com tristeza.

–Você fez um bom trabalho tirando Felicity do apartamento. –Digo a ele. –Todos vocês fizeram. –Passo meus olhos pela sala parando em Grant, que tenho que admitir, o cara tem algum valor.

–Quanto as bombas? – Felicity sai mancando do que parece ser um banheiro, vestida, para minha paz de espírito, e dela mesma, por que Felicity com espartilho fazia qualquer santo ter pensamentos impuros e eu definitivamente não sou santo. Tive que levar meus pensamentos para qualquer outro canto que não a mulher a minha frente enquanto fazia seu curativo em sua coxa, o que foi uma tarefa perdida. – Vocês conseguiram intercepta-las, acharam quem as plantou? – Estava afoita.

–Nunca houve bomba nenhuma. – Lyla encosta no peito de John, ela parecia cansada. –Foi um alarme falso.

–Foi uma isca para tirar vocês de perto da Felicity. – Bato com o punho na maca de metal, ele era esperto, e isso o tornava cada vez mais perigoso.

–Ele plantou essa informação de alguma maneira, eu posso rastrear, mas preciso dos meus equipamentos. Ele não vai tentar atacar mais hoje não é mesmo? Podemos voltar para a caverna sem grandes alardes? – Felicity pergunta esperançosa.

–Eu bem que gostaria de devolver isso ao seu verdadeiro dono. – John indica o capuz.

–Acho melhor não irmos para a caverna todos. –Laurel diz. – Felicity foi atingida, ela precisa descansar. Nem tente reclamar. – Laurel levanta a mão para a Felicity quando ela estava prestes a protestar. – Se fosse com qualquer um de nós você não deixaria ser diferente. Por que John e Roy não vão para o clube, e olham se está tudo certo por lá, Lyla acho que seu bebe deve estar sentindo falta de ter pelo menos um dos pais, enquanto isso eu e o Ted fazemos a escolta da Felicity para casa, se você preferir Felicity eu posso ficar com você hoje...

–Não, eu fico com a Felicity. – Tomo a frente, eu confio na Laurel de verdade, mas não deixaria qualquer outro fazer a segurança dela de agora em diante.

–Não fica mesmo. Posso ficar muito bem com a Laurel. – Felicity nem ao menos olha em meu rosto.

–Felicity pensando bem eu tenho uma pilha de trabalho do tribunal que vão requerer a minha atenção, e se o Oliver pode ficar... –Laurel me lança um olhar cumplice.

–Todos vocês vão arranjar uma desculpa, não vão? – Felicity encara Lyla, John e Roy, e eu não posso evitar o sorriso, eu estava encrencado com ela, teria muita coisa para explicar, mas nem se ela apontasse uma espada para o meu peito eu sairia de perto.

[...]

–Você só escapou assim por que o John nem imagina a quanto tempo você está aqui. – Ela diz abrindo a porta do seu apartamento, deixo ela na entrada enquanto eu olho os cômodos para ver se estava tudo seguro, e quando percebo que nada está fora do lugar deixo que ela entre. Felicity segue direto para o banheiro e pega um frasco de analgésico e vira pelo menos três na boca.

–A perna está doendo? – Pergunto preocupado.

–A cabeça. – Faz uma careta para mim.

–Você sabe que pode fazer quantas caretas quiser, eu fiz o que precisava. Felicity me conhece bem o suficiente e sabe que o que eu fiz foi por uma razão. –A encaro tentando me impor, o que é ridículo, ela nunca deixaria.

–Conheço o suficiente para saber que as vezes, muitas vezes, você é mais teimoso que uma mula. – Joga em cima de mim, e como eu senti falta disso. – Uma equipe você lembra? Ou pelo menos foi o que eu achei, mas acho que eu sou muito ingênua de achar que você confia em alguém. – Ela passa por mim e se joga no sofá, aquilo tinha doido, porque tudo que eu queria era voltar para ela, mesmo sem nunca ter sido um casal de verdade.

Dei dois passos até ficar em sua frente e arranquei a minha camisa, Felicity teve uma serie de reações, todas ao mesmo tempo, ficou sem ar, suas mãos firam tremulas, seus olhos pareciam estar a ponto de saltar das orbitas e eu tive que me controlar para não rir da sua feição, afinal o assunto era sério, e depois seus olhos brilharam de surpresa, a boca se abriu e ela tocou meu abdômen. – Como?

–Eu realmente morri Felicity. –Seus olhos param nos meus. -E seu rosto foi a última imagem em minha mente. – Eu precisava dizer. Ela sobe os dedos pelo meu tronco, e eu aprecio o toque leve.

–Oliver como as suas cicatrizes sumiram?

–A espada de Ras me cortou aqui. – Indico onde teria um corte em meu braço. – Depois aqui. –Pego a sua mão e coloco na lateral do meu abdômen, do lado esquerdo. – E por último ela me atravessou aqui. – Coloco a sua mão em meu peito, Felicity tem lagrimas escorrendo dos olhos e em minha cabeça eu vejo todos as vezes que ela esteve chorando por mim aqui nesse apartamento e eu ali fora sem poder consola-la, a prendo em meus braços. – Acabou. – Tento convence-la mesmo sabendo que isso estava longe de um final. – Eu estou aqui.

–Por muito pouco. –Diz em meio ao choro. –Oliver isso deve ter sido horrível. –Ela se afasta me olhando nos olhos.

–Sabe que não vai poder ficar em seu apartamento até que esse cara seja pego não sabe? –Questiono, pois ela estava chegando muito perto da pergunta de um milhão.

–Pode vestir... –Felicity aponta para minha camisa em cima de seu sofá. –Não vou conseguir prestar atenção... Você sabe... –Ela aponta para todo me tronco se sentando no sofá em seguida. Visto minha camisa e vou em direção a sua cozinha, que de tão limpa, aposto que não estava sendo usada com frequência. –O que você está fazendo?

–Você não parece comer mais, então acho que deve estar estranhando o fato de alguém estar em uma cozinha. –Debocho me virando a tempo de a ver sorrindo. –Pode ficar sentada ai Smoak. –Repreendo quando ela estava preste a se levantar. –Posso te ouvir daqui.

–Podemos pedir pizza. –Sugere apontando para o telefone. –Tem um lugar aqui que entrega em dez minutos ou a pizza sai de graça.

–Pode ser uma opção. –Entrego o telefone para ela que faz o pedido, então me sento ao seu lado, louco de vontade de tocá-la.

–Se eu não posso ficar aqui, por que me trouxe? –Ela pergunta confusa.

–Por que eu estou aqui. –Respondo e Felicity sorri deitando a cabeça em meu ombro.

–Você está mesmo. –Suspira e eu passo meus braços ao seu redor a puxando para meu peito, não tenho ideia do que estava fazendo, sei que é perigoso, mas ela quase morreu, precisava senti-la respirando.

–Não sabia que gostava de arte. –Provoco apontando para o quadro do Robin Hood.

–Interessante. Quer falar sobre seus sentimentos? –Devolve me fazendo engolir em seco, ela se afasta me olhando com ar petulante.

–Falo, se você me contar de onde tirou a história de “Aparador Espiritual”. –Retruco vendo sua face ficar vermelha.

–Eu pensei que estava morrendo! –Grita indignada. -Você deveria ter mais respeito por uma moribunda!

–Você levou um tiro na perna, que pegou de raspão! –Lembro a ela tirando o ar confiante se seu rosto.

–E você falou que me ama! –Ela estreita os olhos com um sorriso vitorioso, esperando minha reação.

–Você disse o mesmo, a algumas poucas horas! – Seu sorriso desapareceu. Nos encaramos sérios, sei que nenhum de nós daria o braço a torcer, bom tenho certeza que eu não daria. Mas aquilo era ridículo, transformamos em uma espécie de competição, invés de lidar com nossos sentimentos. –O que nós estamos fazendo? –Sussurro me inclinando em sua direção.

–Você quem começou. –Acusa baixinho olhando para meus lábios, então escutamos o barulho da campainha. Levanto coçando minha cabeça frustrado e vou atender a porta.

–Por isso. –Digo olhando para ela com a mão na maçaneta. –É que eu queria cozinhar. –Felicity sorri. Olho pelo olho mágico e não vejo ninguém do outro lado da porta. –Droga! –Murmuro correndo em direção a bolsa que estava meu arco, coloco uma cadeira na porta e a aljava nas costas. –Vamos! –Estendo minha mão para ela que se apoia em mim.

Mas algo me surpreende, um homem entra pelo corredor, usando uma máscara negra que tampava toda a sua face, com círculos brancos no centro, ele estava apontando uma arma diretamente para ela. Sinto todo o meu corpo gelar por um segundo antes de me colocar a sua frente e armar uma flecha mirando seu peito. Mas em seguida Merlin aparece com sua roupa da liga, e os dois começam a lutar.

–Corram! –Merlin grita.

Corremos em direção a seu quarto, eu tinha duas opções. Tirá-la de lá a salvo, ou lutar contra esse filho da puta e acabar logo com isso. Tranco a porta de seu quanto colocando uma cadeira forçando a maçaneta lá também e a olho, tão frágil e apavorada. Não posso arriscar sua vida.

–Tirar você daqui! –Decido a pegando pela cintura. Atiro uma flecha com cabo e deslizamos por ele. Posso ouvir o som de sua porta sendo arrombada antes de conseguirmos sair. –Seu carro, preciso do seu carro!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O assassino sem senso de oportunidade né...
Então galera, nos diga o que acharam e queremos agradecer a quem está acompanhando, nós nos divertimos muito com todos os comentários galera!
Não esqueçam... Comentem!
Bjs