Epitáfio escrita por Sweet rose, Thaís Romes


Capítulo 24
Aquele do outro Harker


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Como se sentem nesse dia cheio de expectativas?
Bom, esperamos que o capítulo de hoje os ajude com a ansiedade. Sei que irão encontrar muitas respostas nele, e mais perguntas!
Boa leitura.



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OLIVER

Deixo Felicity e Thea conversando na sala de John, era onde estávamos até que os vidros de minha casa fossem trocados. Chegamos a conclusão que não importa onde, estaremos todos em risco, então, vamos para casa assim que der. Dig me entrega uma caneca de café e nos escoramos na bancada da cozinha, observando minhas garotas.

–Elas se dão bem, o que é notável, vendo que só o que possuem em comum é...

–Eu. –completo e ele sorri.

–Exato. Você. –Dig toma um gole de sua própria caneca. –Cara, o que não está querendo contar?

–Esses são nossos laboratórios. –Verônica diz quando entramos em uma sala repleta de computadores de um lado, e maquinas de pesquisas no outro, o lugar era enorme e parecia ter saído de um filme de ficção cientifica. –Tem uma pessoa aqui que quero que conheça.

Ela anda em direção a um homem de cabelos castanhos, deveria estar na casa dos quarenta anos, ele digitava freneticamente em dois teclados, quase que ao mesmo tempo, com uma precisão incrível. Nós nos aproximamos do homem, que se vira, seus olhos eram de um azul intenso, mas havia algo mais ali, dor misturado com perda, conheço bem esse olhar, é o que vejo todos os dias no espelho. Ele se levanta, e não parece nada intimidado com a presença de Hyrax diante dele, não era como os outros.

–Oliver, esse é 9-9, nosso melhor Harker. –estendo a mão para o homem que sorri educado, um sorriso quase inocente.

–9-9? –franzo a testa.

–Acredite, é melhor do que meu nome. –nem mesmo parece uma piada, é como se saísse por impulso.

–Oliver Queen. –acrescento antes de soltar sua mão.

–Pensei que estivesse morto, que tivesse morrido afogado a três anos. –novamente, era como se fosse alheio a minha presença, como se falasse sozinho.

–Sabe quem eu sou? –questiono, mas ele subitamente parece perder o interesse e volta para seus computadores.

–Não dê muita importância, 9-9 é um gênio, e como tal, não sabe lidar muito bem com pessoas. –Verônica sussurra observando o homem. –Vem, vou te mostrar o resto das instalações e logo você estará em sua primeira missão.”

–Nada. –respondo a Diggle sem tirar meus olhos de Felicity e Thea que se levanta para atender o celular. Continuo a observar Felicity que olhava para a porta do quarto de Sara, pensativa.

–Se tiver companhia melhor, pode ir. –Dig debocha dando de ombros.

–É errado eu estar me sentindo tranqüilo quando Felicity tem um alvo nas costas e a Liga quer minha cabeça? –pergunto sem tirar meus olhos dela e escuto o riso baixo de Dig.

–Cara, se tivesse me escutado antes, já se sentiria assim a muito tempo. –ele dá de ombros. –Todos os dias nós enfrentamos super soldados, ninjas assassinos e quando temos sorte, alguns traficantes e ladrões de banco. –balanço a cabeça concordando antes de beber um gole de meu café. –Mas quando eu passo por essa porta e vejo Lyla com Sara nos braços, nada disso mais tem importância. Só elas. Não consigo me lembrar como segurava a onda antes, sozinho.

–Acho que estou começando a ver como é. –Felicity nos pega a encarando e sorri de forma tão natural que tudo o que posso fazer é sorrir de volta.

–Hey! –ela se levanta vindo em nossa direção. –Por que vocês estão me olhando? –franze a testa esperando resposta.

–Oliver estava te olhando, eu estava apreciando a sensação de estar certo. –Dig enche o pulmão de ar. –Ela é muito boa! Vou ir ver minha filha. –pisca para Felicity que toca o braço dele quando passa por ela.

–Vou querer saber o que ele quis dizer com isso? –pergunta apontando para direção que Dig foi.

–Acho que não. –respondo com um sorriso de lado.

–Me sinto em Central City. –comenta parando em minha frente, e eu deixo a caneca sobre a bancada para segurar em sua cintura.

–Não faço idéia do que isso significa. –digo antes de dar um beijo casto em seus lábios.

–Você sabe. –segura em meus ombros me olhando nos olhos, com a feição divertida. –O sol brilhando, Sara fofinha dormindo no berço, ninguém explodindo os vidros da casa alheia. –dou risada afastando uma mecha de cabelos dela.

–Isso é bom. –dou um beijo em seus lábios. –Você está feliz? –pergunto admirando seu rosto.

–Mais do que me lembro já ter estado. –responde e não consigo conter o sorriso. –Era o que queria para mim, não era?

–Sim, mas é melhor ainda quando sou o motivo e não um telespectador da sua felicidade. –confesso.

–Ollie, vidros prontos. –escutamos Thea dizer, e nos viramos para ela. –Felicity, eu os mandei a sua casa, mas acho que devemos voltar todos juntos antes e tentar apagar os vestígios que a luta do Batman deixou.

E assim fazemos, vamos nós três a casa de Felicity, Roy e Laurel também nos encontram lá. Enquanto eles varriam vidros do chão, e colocavam móveis no lugar, aproveitei o momento de distração para procurar alguma foto da família dela, qualquer coisa que me ajudasse a ter algo concreto para começar a contar a verdadeira história.

–Sou o responsável por seu treinamento hoje. -9-9 diz assim que entro em seu laboratório, ele me entrega um tablet e continua a andar, mexendo nas maquinas, arquivando dados coletados.

–Não acho que eu seja esse tipo de agente. Não tenho vocação para informática. –comento olhando para os lados. 9-9 me puxa pelo braço me levando para um canto do laboratório, e faz isso como se eu fosse uma garota de cinqüenta quilos. O olho de verdade pela primeira vez, vendo que mesmo atrás daquele par de óculos quadrados, 9-9, ou qual for seu nome, não era apenas um hacker.

–Sei o que está fazendo aqui Sr. Queen, sei da ARGUS e da sua família em Starlling City. –fico estático no mesmo lugar, apenas o olhando, ponderando se deveria matá-lo ou ouvir o que tinha a dizer, e então matá-lo. –Não se preocupe, não quero te entregar, na verdade me sinto agradecido, um velho judeu como eu... –o homem dá de ombros me soltando. –Já estava pensando que Deus havia me esquecido nesse inferno.

–Por que me ajudaria? –sussurro confuso.

–Por que espero que um dia você volte para casa, espero que encontre alguém que deixei para trás em Starlling, e que cuide dela por mim. –seus olhos demonstram mais uma vez a dor e perda, ele sorri de forma triste.

–Por que simplesmente não invade o sistema de segurança e foge? –não conseguia encontrar sentido em nada daquilo.

–O que seria capaz de fazer por sua família Sr. Queen?”

FELICITY

Meu apartamento era um perfeito retrato do que um tufão faria em um local fechado. Acredito que mesmo se Barry corresse em círculos em minha sala não faria metade da bagunça que estava no momento. Tenho vontade de me encolher em um canto, fechar meus olhos e dormir, até que tudo isso esteja limpo e arrumado.

–Me lembre de nunca deixar o Bruce entrar na minha casa. – Laurel tirava partes da minha caneca favorita do meio do estofado do meu sofá.

–Vou colocar esse lembrete na porta da minha geladeira. – Viro para a cozinha e percebo que o meu refrigerador tem duas marcas de tiro na porta. – Assim que eu comprar outra. – Sorrio para ela, começa a dar risada da situação.

– Já passei massa corrida nos buracos de bala das paredes, mas acho que vai precisar trocar duas portas que estão destroçadas. – Roy aparece na sala e se joga do lado limpo do meu sofá. – Pense pelo lado positivo. – Eu o olho sem entender. – É a desculpa perfeita para reformar o seu apartamento. – Eu jogo uma almofada em sua cara. Olho em volta e percebo que estava faltando algo muito importante ali, na parede atrás da televisão, que por milagre sobreviveu intacta a batalha que tinha se sucedido. Onde por mais tempo que eu gosto de admitir, ficava o quadro de um filme muito suspeito. Vou até o local, e destroçado no chão em meio a cacos de vidro estavam pedaços do quadro, apenas o resto dele.

–Cara eu estou com fome. – Roy se levanta e abre minha geladeira, aquela com aberturas adicionais. – E não vai ser aqui que vou resolver os meus problemas. –a decepção em seu rosto quase me faz sorrir.

–Eu estive na casa do Oliver por quase um mês, não tem nada ai mesmo. – Respondo mais por extinto do que por atenção.

–Pizza é a solução.- Laurel parece satisfeita com um pequeno pedaço da sala que tinha conseguido livrar da bagunça.

–Pizza eu quero! Estou morta de fome. – Thea aparece no batente e senta no encosto do sofá.

Me levanto com um pedaço do quadro nas mãos. –Vou ver se Oliver quer também.

Mas a verdade era que precisava de um pouco de ar, considerando que minha vida está totalmente fora de controle, e eu nem tenho uma exigência muito alta quanto a esse quesito. Quando chego ao meu quarto Oliver está sentado com uma caixa nas mãos. Parecia estar muito interessado em algumas coisas ali, o que de imediato me deixou vermelha.

– Alguma coisa interessante? – Deixo o resto do quadro sobre a cama e vou tirar a caixa das suas mãos.

–Algo inapropriado? – ele sorri como meio de me distrair, provavelmente funcionaria, de certa forma ainda funciona, mas também consigo perceber sua tentativa de mudar o foco de minha atenção. – É tão errado assim querer saber mais sobre o passado da minha namorada? – enche a boca para falar, eu finjo entrar em seu jogo.

–É uma boa coisa... Eu acho. –pondero. –Tenho uma proposta, respondo uma pergunta sua, se responder outra minha. – ele fica tenso no mesmo instante, não era exatamente essa a minha intenção, mas aquilo despertou de imediato minha curiosidade, sem falar na preocupação. – Oliver tem algo a mais sobre a Eden Corps, ou sobre aquela mulher, Verônica, que precisa me contar?

É impossível evita a careta, o que parece fazer Oliver relaxar um pouco. Sento a seu lado e ele parece em dúvida de como prossegui. Mexo na caixa em meu colo, até achar alguma coisa constrangedora que o fizesse relaxar. Mostro a foto a onde estou sentada em uma cadeira de praia, uns óculos de Sol muito grandes para meu rosto de criança de dois anos, meus cabelos pretos estavam bagunçados e meu rosto tinha um sorriso infantil.

–Olha, a prova de que eu pinto o meu cabelo! –ele sorri, parecendo encantado com o que via.

–E assim que a nossa... Muito cedo para isso. –Eu o olho extasiada.

–Não entendo o por que de todos estarem tão... –Tento encontra as palavra. –Felizes. - Por falta de palavra melhor essa teria que servir. – Menos você, sinto como se estivesse pronto para uma boa briga a qualquer momento.

–Mecanismo de defesa provavelmente. – Ele dá de ombros olhando outra foto.

–Festa de três anos, eu acho. – Eu tinha o rosto coberto de chantili e havia mais alguém comigo ali.

–É o seu pai? – Pergunta parecendo intrigado.

–Minha mãe ficou uma fera, tinha passado o dia fazendo o bolo, mas ela não é tão boa assim na cozinha. Então no meio da festa meu pai pegou um pedaço do bolo e passou no meu rosto, depois não teve mais jeito, o estrago estava feito. –Sorrio com a vaga lembrança do o ocorrido. – Donna correu atrás dele com o bolo nas mãos e não sobrou um fio de cabelo limpo em nenhum dos dois.

–É ele então? – Oliver aponta para a foto.

–Acho que a única foto dele que ainda tenho. –Começo a remexer nas fotos. –Perdi muitas coisas quando me mudei do campus.

–E aí Felicity? – Roy pergunta na porta. – E essa pizza, vocês vão querer?

[...]

Os dias que se passaram parecia que a qualquer momento uma guerra poderia estourar. Pelo menos era isso eu sentia. Oliver estava uma pilha, Thea parecia que estava tomando as mesmas vitaminas matinais do irmão, por que estava tão paranóica quanto ele. Não é que não zele pela minha segurança, mas olhar para todos os cantos seis vezes não era muito a minha. E era assim que tudo acontecia, Oliver olhava, John, Roy, Laurel, Thea e até Ted quando estava conosco. Eu comecei a me sentir como um bibelô, que a qualquer momento alguém poderia esbarar o braço em mim e eu iria quebrar em mil pedacinhos, claro, isso se um bibelô sentisse qualquer coisa. O mais esquisito ainda era Bruce, Selina e Jason simplesmente estarem fora do radar, seria muito mais fácil acreditar tinham voltado para Gotham, para cuidar da sua própria cidade desestruturada, mas algo me dizia que estavam mais próximos, e estavam me guardando também.

–Oliver? – Pergunto pelo comunicador, já que essa era uma noite tipicamente agitada de Starlling. Oito assaltos armados e três seqüestros, bom, ao menos essa era a ideia dos bandidos, não que eles tenham conseguido. Laurel impediu três assaltos em um velocidade digna de admiração, Roy outros quatro e Oliver, bem, Oliver pareceu ter que se segurar muito para não levar a sua cota direto para o hospital.

‘Sim?’ – O som sai sobressaltado, como se tivesse fazendo movimentos rápidos.

–Achou mais um?

‘Nada de mais, apenas um traficante.’ – Faz parecer natural, mas conheço bem o suficiente para saber que nada em Oliver é normal, principalmente nesses últimos dias. Ouço um som mais forte, como de um disparo, e fico em pé em frente aos meus computadores.

–Oliver?

‘Estou bem, ele nem mirou em mim de tão longe que passou.’ – Tenta me acalmar. ‘Thea está ai?’ – Volto a sentar e me viro para o tatame, onde Diggle e Thea estavam treinando uma sequência, aterrorizantemente rápida de chutes e socos. Seus movimentos me lembravam um felino habilidoso e faminto, e por algum motivo aquilo me amedrontava. Volto minha atenção para a segurança dos meus monitores.

–Sim, acho que ela encontrou um treinador mais legal que o último.

‘Não é algo difícil. Qualquer um é mais legal que Malcom.’ – Sou obriga a rir concordando com aquilo.

–O que faz aqui? – A voz de Thea me faz voltar a cadeira para ela, seguindo assim com o olhar para o topo da escada a onde Malcom se encontrava.

–Preciso falar com ela. – aponta para mim.

‘Felicity, o que Malcom faz ai?’ – Sua voz era um misto de fúria e medo.

–Não sei. – Respondo entre o choque e o espanto.

–Preciso de algo que só você pode fornecer. –John para na minha frente em uma postura protetora.

‘Chego em dois minutos. ’ –Consigo ouvir através do comunicador o som do motor da moto se propagando na noite silenciosa. Malcom continua me encarando mesmos com a muralha que é o John entre nós dois.

–Preciso utilizar o programa que você criou em mim. Preciso sumir. – Explica enquanto Thea o observa com um olha que só podia ser de família, por que era idêntico ao olhar de ódio que o irmão dela usava. – Com tudo que vem acontecendo a Liga está muito perto.


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Notas finais do capítulo

Uou! Esse Merlin é muito do cara de pau mesmo!
Mas então, nos conte o que acharam, o que acharam do 9-9, e dessa... Amizade? Não sei como chamar ainda isso dele com o Oliver! Mas conversem conosco!
Bjnhos



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