Epitáfio escrita por Sweet rose, Thaís Romes


Capítulo 21
Aquele com a ressaca da Canário Negro.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, capítulo novo!
Não vamos ficar escrevendo muito aqui, há muito para ler, nos vemos lá em baixo!
Boa leitura.



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THEA

Eu estou sentada no balcão do clube olhando literalmente para o nada, essa hora tudo o que restou aqui foi algumas garrafas de bebidas que o pessoal da limpeza vai cuidar pela manhã. – Terra chamando Thea, terra chamando Thea, alguém na escuta? – Sou tirada da minha epifania, por falta de nome melhor, pela voz de Roy. – Felicity acabou de me ligar, falou que é para você ir dormir na minha casa. – Ele se senta ao meu lado no balcão.

–Obrigado, mas prefiro a tranquilidade da minha. – Dou de ombros.

–É que a sua casa não está tranquila no momento. – O olho sem entender. – Alguém resolveu que lá tinha muitos vidros e isso de alguma forma o incomodou, por essa razão,sua sala amanhã vai receber a visita de um vidraceiro.

–De novo? – Faço a pergunta que menos importa e Roy me olha perplexo. –Quem? – Agora era a pergunta adequada.

–Eles não sabem ao certo, pode ser alguém atrás da Felicity, mas também pode ser alguém da Liga, que se deu o trabalho de juntar os pontos, por isso Oliver não a quer lá essa noite. – Estende a mão atrás do balcão e pega dois copos e uma garrafa de vodca.

–Agradeço, mas acho que vou ficar em um hotel. – Pego o copo que ele estende a mim.

–Melhor reservar um com duas camas, por que ela foi irredutível. Chegou a me ameaçar, se eu não cuidarde você direito. Por favor, não me faça enfrentar a fúria da Srta. Smoak. - Faz cara de sofrimento e eu sou obrigada a rir da sua feição. – Sem falar que qual o problema de ir dormir essa noite a mansão Harper? Você já dormiu lá tantas outras. – Diz com um sorriso sugestivo.

–E exatamente por isso. – Dou o assunto como encerrado.

–Eu estava brincado. – Bufa ao meu lado. – Qual o problema com os Queen? Não sabem entender uma piada?

–Sou uma Merlin. – Sai como o que realmente era, uma alto depreciação.

–Pior, desses aí, acho que só o Tommy sabia o que era rir. E olha que eu nem o conheci direito. –Toma um pouco da bebida. – Mas o ponto é, você vai dormir na minha casa, pode ficar com a cama, eu fico no sofá, e tudo resolvido.

–Você não vai me deixar em paz? – Ele confirma com a cabeça. – Ok. – Me dou por vencida e desço do balcão em um salto.

[...]

–Me diz uma coisa? Você sabe lutar mesmo, o Merlin te ensinou certo? - Ele já sabia a resposta, então fiquei esperando que ele continuasse enquanto abria a porta a sua casa. – Então da próxima vez que for enfrentar o seu irmão, me chama para assistir, quero ver essa luta, só a guerra de personalidade já está meio batida. – Ele se joga no sofá. – Você é uma das poucas pessoas, mentira, você e a segunda pessoa que eu já vi dobrar Oliver Queen. – Eu me sento ao seu lado enquanto ele procura alguma coisa interessante na TV, eu sei o quanto ele está se esforçando para que tudo seja o mais tranquilo para mim, sem tensão de ex-namorado no ar.

–Aqueles dois precisam se acertar. Oliver é uma anta as vezes. – Roubo o controle das suas mãos e coloco em um episódio friends.

–Por que tenho a impressão que toda vez que ligo a TV está passando essa serie? Não me entenda errado, eu gosto. Mas é sempre ela. – Estica os pés sobre a mesa de centro e me estende uma almofada. – Meu favorito é Aquele que... – Ele para de falar e vira o corpo para trás rapidamente ficando em posição de defesa, e eu o imito, mas não tinha defesa forte o suficiente para a pessoa desagradável que estava parado a nossa frente.

–Oi papai. – Digo com sarcasmo. – O que você quer aqui?

–Precisamos conversar. Eu fui em seu apartamento e quando vi o estado em que se encontrava, eu temi por você. – Ele parecia sincero, mas em quantas outras vezes ele também o pareceu.

–Foi você? – Roy dá um passo em sentido de Merlin, mas eu o seguro o braço.

–Por que eu atacaria a casa da minha filha? – Nem uma emoção pode ser sentida em sua voz.

– Você não pode ser considerado o pai do ano. – Roy sorri com escarnio. –E você poderia querer Oliver, ou quem sabe Felicity.

–Não seja ridículo, moleque. Eu salvei Oliver. Não atacaria Thea, e preciso de Felicity viva. E esse é um dos assuntos que eu vim falar com você. -Aponta para mim. - Mas vejo que não vou conseguir falar sozinho.

–Pode apostar. – Roy era intimidador, se ele fosse cinco centímetros mais alto, seria imbatível com essa cara que estava fazendo agora, mas essa era uma conversa que eu precisa ter com o meu querido papai só nós dois.

–Roy? – Eu o chamo.

–Qual é Thea? Seu irmão enfia uma flecha... – Ele engole em seco. – Você sabe a onde ele enfiaria uma fecha, e eu gosto muito dessa região do meu corpo, você sabe o quanto.

–Nós vamos ficar aqui, e você pode ficar no seu quarto nesse período, eu te garanto que vai ser um período curto, por que não tem muita coisa que eu queria dizer e ele, e muito menos o que eu queira ouvir. – Encaro Merlin com o mais puro ódio.

–Se é assim que você quer. – Ele não parece convencido mais respeita minha decisão.

–Estamos sós. – Digo quando Roy fecha a porta do quarto. –Agora me diga o que tanto queria me dizer?

–Acho melhor se sentar. – Aponta para o sofá e eu apenas cruzo os braços. – Está bem. Eu não vou te pedir desculpas...

–Por ter me tornado em uma assassina? Por que por sua culpa Oliver quase morreu para que eu não fosse parar nas mãos do maníaco do seu mestre? Por me enganar e me manipular? Por Sara? – Eu em nenhum momento levanto a minha voz, mas cada silaba, cada letra é repleta de acusação, fúria e rancor.

–Não tenho que pedir perdão, fiz o que fiz e assumo meus atos...

–Tanto que deixou meu irmão pagar por um crime que é só seu. Mas o que é uma morte para quem já matou quinhentose três pessoas, incluindo o próprio filho? Deve ser um dia monótono?

–A questão é que temos um problema maior, na verdade dois problemas, mas a Liga vai ser algo que conversaremos depois. Felicity está em perigo...

–E o porquê do seu interesse por ela? – Disparo sem nem mesmo pensar.

–Ela tem algo que me será muito útil.– É como se para ele a vida de uma pessoa só valesse o quanto lhe fosse conveniente. Apesar que acho que exatamente assim que ele vê. – Oliver precisa saber, eu não sei de tudo, mas sei que são como sombras, essa organização se infiltra nas maiores cúpulas dos governos, e sempre consegue o que quer. E eles querem a Felicity, mas cedo ao mais tarde eles a terão.

–E quem são? – Não sei se acredito, mas não estava disposta a ariscar a vida da minha cunhada, ou da minha futura acunhada.

–Uma antiga rival da ARGUS. –Olho para ele confusa sem saber direito do que ele estava falando. –Vou deixar essa parte para que seu irmão a explique. –responde vendo minha confusão. –O nome é Eden Corps.

–Mas por que querem a Felicity?

LAUREL

Depois da noite de ontem eu não queria levantar da cama, e quem pagou o preço dessa minha ‘indisposição’ foi o meu despertador. Mas quem manda me acordar aos berros, logo de manhã? Em outras palavras, ele agora é uma pilha de matérias retorcidos e vidros estilhaçado em um canto no chão junto a parede. Não é que eu não esteja bem dispostas, por que de fato eu não estou. E o verdadeiro motivo nem é o fato de ter apanhado feio ontem, ou ter quase morrido de overdose por conta do Vertigo, um ótimo agravante para quem já tem problemas com substancia químicas. Mas talvez o meu maior problemas tenha sido a decisão que tomei ontem ao sair da PT. E agora acho que tomei essa decisão durante a surra que tomava da ‘minha irmã’ e do ‘meu pai’ e claro da ‘minha mãe’, ver eles me acusando me mostrou na verdade qual era o meu maior medo, e fez eu os enfrentar, e agora eu tinha uma serie de hematomas pelo corpo para comprovar que esse embate eu tinha perdido.

Quando por fim me levanto da cama, tomo um banho rápido,mas cuidadoso, por que até a água do chuveiro fazia meu corpo doer. E em dez minutos eu estava parada em frente à delegacia, usando um óculos quase tão grande quanto o meu rosto, e em minha mão eu tinha o maiorcopo de caféque encontrei, o que tenho certeza se não fosse o meu atual estado, me deixaria acordada por pelo menos dois dias. Mas hoje não era um dia normal.

Entro pela delegacia e paro tomando coragem, as portas do comissário de polícia. – Pai? – O chamo enquanto ele parece compenetrado em uma serie de papeis.

–Por que eu tive que aceitar esse cargo? Agora estou preso a todos esses papeis. – Empurra os papeis para ponta oposta da mesa. – Preciso de um assistente. – Declara. – E quem sabe posso ter um pouco de paz e voltar a ser eu. –Ele então me olha e realmente parece enxergar. – Ei o que você tem? Por favor, me diz que não está seguindo os negócios da família? Fala que não levou aquela jaqueta de couro a sério? –Parece preocupado.

–Pai eu preciso te contar...

–Eu sou um detetive, ou era. Querida eu sei ler alguns fatos. – Tenta parecer tranquilo, mas sei que não está.

–Não é isso, é sobre Sara...

–Você a viu? Tem treinado com ela? – Ele não esconde a ansiedade.

–Não pai, eu preciso te contar uma coisa sobre Sara, uma coisa que eu já deveria ter te contado, mas não tive coragem. – E então ele parece entender.

–Não o meu bebê, não de novo. – Cai sentado chorando na cadeira, e eu não tenho forças para abraça-lo por que estou de novo na mesma dor que tenho tentado em vão superar nesses últimos cinco meses.

OLIVER

Não sei em que momento meu corpo ganhou a batalha contra minha mente noite passada, mas acabei pegando no sono durante o percurso, e felizmente nada aconteceu, o que devido minha imprudência, certamente acabaria em tragédia. Abro meus olhos sentindo ainda o peso de sua cabeça em meu braço, seus lábios encostados em meu peito, e sei que ela já não está mais dormindo devido a sua respiração nada ritmada, mas decido fingir que acredito que ela esteja, e passo meu braço livre ao redor de sua cintura, transformando a forma em que estávamos deitados em uma espécie de abraço. Beijo brevemente o alto de sua cabeça.

–Bom dia. –digo com a voz mais rouca do que o normal, por ser a primeira vez que falo depois de horas de silencio.

–Você estava mesmo aqui... –responde com a voz ainda um pouco grogue de sono, se referindo a minha promessa da noite passada.

–Não consigo pensar onde mais eu estaria. –sussurro a apertando um pouco mais forte em meus braços e sinto sua mão acariciando minhas costas sobre minha camisa.

–Oliver? –chama baixinho, se afastando para me olhar nos olhos, vejo sua face de anjo cheia de preocupação e receio.

–Sim? –ela se senta abraçando as próprias pernas, e me sento ao seu lado.

–Ontem você me perguntou, antes de tudo aquilo acontecer, se eu ficaria com você. –imediatamente me sinto tenso, buscando qualquer indicio de rejeição em seu rosto. –Espero que toda aquela explosão não tenha te afastado mais uma vez... –divaga coçando a testa como ela faz sempre que está nervosa. –Por que, não saberia mais como lidar com isso... Você é como andar de montanha russa, nunca consigo prever seu próximo movimento, e isso me assusta, e amedronta, mais do que consigo descrever. –dispara agora falando rapidamente. –Então... Não sei o que aguarda nesse novo capitulo da sua vida, não sei com que pensamento você despertou essa manhã, não sei nem mesmo se você ainda quer saber minha resposta...

–Felicity... –chamo por seu nome tentando a fazer desacelerar e me ouvir por um segundo, mas ela parece estar em outro mundo.

–Eu já disse na noite passada que não posso mais lidar com sua incapacidade de aceitar o que a vida tem a lhe oferecer, disse que não consigo mais lidar com toda essa sua armadura... Bom, isso talvez seja mentira. –ela para por um segundo e me olha nos olhos com cuidado, com os olhos marejados. –Vou sempre estar do lado de fora, apertando até que ela se quebre. –sussurra como se fosse o maior segredo de sua vida. –Por que você é meu vicio Oliver, preciso disso. Quando pensei que estivesse morto, foi como se rebobinassem a pior parte da minha vida, então a colocassem para passar diante dos meus olhos, por vezes seguidas.

–Sinto muito...

–Eu sei que sente, eu também sinto, mas não quero mais nada que seja passageiro, precisa ter certeza que essa é sua decisão. –sua voz sobe um décimo, e Felicity me encara com o olhar sério, quase uma ameaça. –Se existir a mínima possibilidade de voltar atrás e fugir para Lian Yu é melhor dizer agora Oliver, ou não respondo por meus atos! –nego com a cabeça, antes de abrir um sorriso para ela.

–Esse é seu jeito de dizer que sim? –questiono um pouco confuso.

–Eu não sei! –diz brava. –Esse é seu jeito de dizer que vai tratar do seu transtorno de personalidade múltipla? –devolve a pergunta revirando os olhos.

–Eu te amo. –respondo sério a olhando nos olhos. –Se isso não mudou nada depois dos anos que trabalhamos juntos e uma morte, acho que é o que se pode considerar estável. –murmuro me aproximando dela, que agora me olha estática. Paro a centímetro de seus lábios. –Qual a resposta Felicity? -ela parece ter certa dificuldade em responder, como se não encontrasse sua voz, então balança a cabeça em sinal afirmativo. –Diga, não quero julgar errado.

A resposta não vem em palavras, ela apenas cobre a distancia que restava e sinto seus lábios nos meus. Mal começamos o beijo e meu celular está tocando estridente, seguido do dela. Em qualquer outra ocasião eu os atiraria na parede sem pensar duas vezes, mas não agora quando a vida de tanta gente está em jogo. Dou um selinho rápido em seus lábios e me afasto bufando com o péssimo time, que esses bandidos costumam ter.

‘Oliver, precisamos nos agrupar agora.’ –escuto a voz séria de Bruce do outro lado da linha. ‘Sua irmã recebeu informações sobre os atentados contra Felicity.’

–Quem passou essas informações para ela?

‘Malcom Merlin. Disse o nome de uma empresa, pedi para meu parceiro em Gotham a pesquisar, mas Felicity seria de grande ajuda nesse momento.’

–Tudo bem, chegamos em meia hora. –Felicity já juntava suas coisas e as minhas enquanto eu conversava.

‘E tem mais uma coisa, preciso que seja sincero.’

–Okay. –respondo com meus olhos em Felicity a todo tempo.

‘Preciso mesmo fazer essas pesquisas?’ –eu sei da reputação desse cara, mas chega a ser muito pior pessoalmente.

–Qual o nome da empresa?

‘Eden Corps.’ -Engulo em seco passando a mão em meu rosto, lá se vai eu, desenterrar mais uma parte sombria do meu passado. 'Preciso investigar?'

–Não. –assumo.

‘Bom. Estaremos esperando.’


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Notas finais do capítulo

Finalmente os dois se acertaram!
Olha, teremos uma visita ilustre no próximo capitulo Sweet Rose e eu amamos esse carinha, mas será a primeira vez dele em uma de nossas fics, estamos tão animadas!
Não esqueçam de comentar e nos dizer o que acharam!
Bjnhos



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