Epitáfio escrita por Sweet rose, Thaís Romes


Capítulo 1
Aquele com todas as lágrimas.


Notas iniciais do capítulo

Oi meus lindos, olha nem deu para sentir a nossa falta não é mesmo? Falamos para vocês que estaríamos de volta e somos garotas de palavra. Então boa leitura, nos falamos mais lá em baixo.



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FELICITY

Entro na caverna no início da noite, Diggle e Roy já estão vestidos para a ronda. Eu ainda não consigo olhar para Diggle dentro do uniforma de Oliver, mas a verdade é que nem mesmo ele consegue se ver daquela forma. E nisso se resume nossa vida agora, proteger seu segredo, mesmo após sua morte.

Me sento em minha cadeira e Roy se aproxima colocando sua mão em meu ombro, eu amo esses garotos, sem eles não conseguiria passar por isso. Murmuro um “obrigada” para ele que assente se afastando. Eu procuro algo fora do normal para que meus garotos possam trabalhar, e percebo algo intrigante.

–John. –Chamo e imediatamente ele está ao meu lado. –Temos um assassinato.

–E quando é que não temos um? –Pergunta com ironia por causa do meu alarde.

–Não é qualquer assassinato. Esse cara é Joe Morgan. –Agora eu consegui a atenção deles. Diggle e Roy se aproximam para ver melhor.

–Joe Morgan... –Roy murmura perplexo.

–Ex boxeador? –Dig terminou a frase e eu balanço a cabeça confirmando. –Esse cara era uma lenda.

–Tecnicamente, agora que ele está morto, sim.... –Os dois me olham como se eu estivesse prestes a blasfemar, então resolvo ficar em silencio.

–Como conseguiram matar esse cara? –Diggle ainda em choque questiona.

–Segundo o relatório da polícia, ele foi encontrado em sua casa com três tiros no peito e uma xícara de café quebrada no chão a seu lado. Não havia sinais de luta no local. –Conto a eles.

–Alguma testemunha, alguém a quem recorrer, ou quem conheça esse cara, precisamos de algo para começar? –Diggle pergunta impaciente e eu começo a pesquisar o passado dele e me surpreendo com os nomes que encontro.

–Diggle, acho que isso é algo. –Me afasto da tela para que os dois possam ver. –É uma boa hora para ligar para Laurel e pedir o número do Ted.

–E uma hora melhor ainda para você ter uma conversa com seu chefe. –Diggle diz pegando o telefone para ligar para Laurel e suspiro me levantando, pego minha bolsa e vou ter a tal conversa com meu chefe.

Chego na empresa por volta das sete horas da noite, todos já haviam saído e não me surpreendo ao encontrar Palmer em seu escritório trabalhando no projeto A.T.O.M.O. Ele sorri quando me vê, não tenho sido uma pessoa sorridente ultimamente, então ele não tem retribuição em seu gesto.

–Precisamos conversar. –Sou direta e Ray me olha alarmado.

–Hum, claro. O que precisa?

–Joe Morgan. –Digo o olhando e vejo seu olhar de espanto e curiosidade. –Soube que foi treinado por ele.

–Sim. –Ele parece confuso. –Joe foi meu mestre em combate, mas não entendo o porquê de suas perguntas, eu não iria querer ser um vigilante se não soubesse me defender.

–Joe Morgan foi morto. –Me arrependo de ter sido assim tão fria no momento em que vejo o olhar vazio de Ray.

Ele se apoia na mesa a sua frente como se tivesse perdido o ar. Não queria o consolar, mas se ele começasse a chorar eu provavelmente pegaria o embalo e então seriamos dois chorando por perder pessoas que foram importantes para nós. E no meu caso eu perdi o grande amor épico da minha vida, o tempo não é capaz de reparar esse tipo de perda. Vou até ele e coloco minha mão em seu ombro.

–Sinto muito, não deveria ter sido assim tão direta. –Falo em voz baixa e Ray me olha assentindo.

–Nós éramos próximos, eu e Ted...

–Espera! –Interrompo surpresa. –Conhece Ted Grant?

–Sim, nós fomos treinados por Joe juntos. Eu, Ted e Jim.

–Jim? –Questiono.

–Jim Harper, ele se mudou para Metrópoles a cinco anos, mas ainda mantemos contato. –Sinto minha cabeça rodando. –Jim se tornou um vigilante na mesma época que Ted...

–Harper... –Era só o que eu conseguia processar.

–Felicity você está bem? –Ray me segura pelo braço me mantendo de pé. –Tem se alimentado direito?

–Acho que me esqueci de comer hoje. –Dou de ombros sem me importar. –Só preciso me sentar um pouco. –Ray me ajuda e em seguida coloca uma maçã e uma garrafa de água a minha frente.

–Coma. –Ele fala se sentando ao meu lado. –O que tem acontecido com você? –Ray pergunta preocupado.

–Nada, só ando trabalhando muito. –Justifico esquecendo que ele é meu chefe e sabe que isso pode ser parcialmente mentira. –E não tenho conseguido dormir. –Isso é verdade.

–Você parece... Quebrada. –Ele me olhava com piedade, e sim, ele acertou na mosca. –Parece comigo quando perdi Anna.

–Talvez. –Respiro fundo muito cansada de ser forte. –Jim Harper, você tem contato com ele ainda? –Volto minha cabeça para o jogo, ultimamente não me dou ao luxo de pensar em mim, ou na minha vida, apenas trabalho e assim consigo viver um dia após o outro.

–Não nos falamos a alguns meses. –Conta e eu estou prestes a me levantar quando Ray faz com que eu me sente novamente, ele me olha de forma autoritária em seguida aponta para a maçã a minha frente. Eu a mordo resignada.

–Não tive quem fizesse isso por mim quando precisei, mas não precisa ser assim com você. –Me sinto grata e tento segurar as lágrimas que se formam em meus olhos. –Não vou mentir e dizer que vai passar, por que não vai. Mas você vai aprender a sobreviver, eu garanto.

–Obrigada. –Murmuro antes de beber um pouco da água. Ray se levanta e sai do escritório me dando privacidade para poder parar de segurar o choro.

Termino de comer e volto para meu carro, assim que dou partida já aciono o comunicador com Roy, acho que esse inferno de noite será longa. Escuto o barulho de tiros no fundo e algo caindo no chão.

–Roy! –Chamo alarmada.

‘Estamos bem Felicity, mas não posso dizer o mesmo desses traficantes. Acho que acabamos por aqui.’ –Conta.

–Ótimo. –Suspiro aliviada. –Preciso conversar com você. Alguma notícia de Dig?

‘Ele está comigo, já resolveu o caso de Grant, parece que ele marcou um encontro com o Arqueiro mais tarde.’

–Isso é bom, nos vemos na caverna.

‘Estamos a caminho’

ROY

Entro na caverna e vejo Felicity sentada em sua cadeira, aquilo me matava, ver seus olhos fundos a falta de cor em seu rosto e a força sobre humana que ela fazia para nos responder as coisas mais simples. Diggle parece pensar a mesma coisa que eu, pois tira a jaqueta verde que usava e a máscara, colocando seu casaco em seguida, tudo para tentar tornar as coisas mais fáceis para ela. Mas o que me surpreende é a forma com que ela me olha, como se eu fosse o que mais perdeu naquele momento.

–Pode se sentar? –Pergunta com a voz doce e eu obedeço puxando uma cadeira para ficar em frente a ela.

–Qual o problema? –Diggle pergunta parando atrás de mim.

–Seu tio Roy. Jim Harper. –Ela me olha com carinho.

–Ele mora em Metrópoles a cinco anos. –Conto a ela que continua com o mesmo olhar torturado. –Não nos vemos a muito tempo.

–Ele foi morto, sinto muito. –Felicity pega minha mão e eu fico sem reação por um tempo.

–Como? –Sussurro olhando para suas mãos segurando a minha.

–Três tiros, foi encontrado em seu apartamento, sem sinais de luta. –Ela respira fundo.

–Está dizendo que ele foi morto pela mesma pessoa que matou Joe? –Felicity balança a cabeça confirmando.

–E tem mais. –Eu a olho a incentivando a continuar. –Ele era um vigilante, conhecido como Guardião em Metrópoles, foi treinado por Joe, na mesma época que Palmer e Grant.

–Será que esse é o padrão? –Escuto Diggle dizer e me levanto tentando processar as notícias que acabei de receber, ando de um lado a outro com as mãos na cabeça.

–Se for, Ray e Grant podem ser os próximos. –Felicity conclui. – Já falei com Palmer, não me parece saber de nada substancial, mas talvez Grant por ter sido um vigilante saiba de algo a mais.

– Poderíamos pedir para Laurel tentar tirar alguma informação dele, pode ser nossa melhor opção. – Dig se jogado lado dela em uma das cadeiras.

–Uma hora teremos que contar toda a verdade para ela. – Falo o que todos estão pensando, meu olhar recai sobre Felicity que tem sua face voltada para o manequim a onde está a roupa do Arqueiro, seus olhos iam sempre parar ali, acho que ela esperava que debaixo daquele capuz saísse, como se por magica, um Oliver acabado de vir de uma ronda. Acho que não só ela, todos nós. – Então teremos que falar com Ted, e quem sabe ele pode nos dar alguma pista sobre quem matou meu tio e o seu mestre. – Minha voz sai mais cansada do que eu gostaria, mas não é como se qualquer um estivesse em uma situação melhor.

[...]

–Ted Grant? – A voz de Dig é distorcida pelo emulador, fazendo assim ficar igual à que Oliver usaria se fosse o caso, nós nos mantemos a uma distância, enquanto Grant está próximo a saída lateral da sua academia nós estamos nas escadas de incêndio do outro lado do beco. – Joe Morgan e Jim Harper.

– O que vocês querem com eles? – Grand nos olha desconfiados, fica claro que ele não sabia de nada, isso não era bom, estávamos andando em círculos.

–Estão mortos. – Dig diz simplesmente, pegando o ex vigilante de surpresa.

–Como? –Ele parece abalado com a notícia, o que confirma a teoria dos dois serem próximos. -Jim eu entendendo que tinha muitos inimigos, nesse nosso ramo de trabalho, se não temos inimigos significa que não somos eficientes. Mas Joe, Joe não, ele usou o dinheiro que ele ganhou em cima do ringue para tirar as crianças das ruas e ensinar alguma coisa a elas. – Seu olhar era perdido, eu conhecia esse olha, eu tinha perdido o meu professor também, eu via esse olhar todos os dias no espelho.

–Os dois levaram três tiros e não tem sinal de lutas. – Falo, por que precisava sair daquilo.

–Jim era tão bom quanto eu. – Explica, e eu não pude deixar de sentir orgulho do meu tio. – Tem também o Palmer, Palmer? Ele está bem? – Pergunta espantado, Dig assente com a cabeça que faz com que ele se acalme e volte a falar. – Diferente de Palmer, nós dois não éramos os gênios na escola e então tudo o que tínhamos estava em cima do ringe. Aprendemos tudo o que o velho Joe tinha para nos ensinar, não vejo como poderiam matar Jim muito menos Joe a curta distância sem uma briga.

–De qualquer maneira melhor você se cuidar, não vai querer entrar na estatística de Starling. – John pula para o alto do telhado e eu o sigo. – Ouviu tudo Felicity? – Fala ao comunicador.

‘Ouvi, ele dizia a verdade, nenhuma alteração na voz dele que indicasse mentira, apenas emoção.’ – Felicity explica. ‘Rapazes se vocês terminaram por hoje, eu preciso ir para casa, tenho uma reunião logo cedo.’ – E nós dois sabemos que é apenas uma desculpa, mas também sabemos que ela precisava desse tempo mais que qualquer um de nós.

–Nós vemos amanhã Felicity – John olha para baixo não contendo a tristeza, nenhum de nós consegue.

FELICITY

Fecho a porta do meu apartamento e aqui é o meu local sagrado, aqui e o local a onde eu durmo e acordo chorando a morte do homem que eu amo, eu sei que deveria pensar amava, mas simplesmente não consigo. Não sei se é pelo fato do meu sentimento por ele ser imenso, ou por que a perda foi recente, mas sinto Oliver, posso estar ficando louca, mas eu não o sinto como alguém que deixou de existir.

As lagrimas escorrem livremente pelo meu rosto aqui e eu sei que apesar de Oliver nunca ter cruzado a porta da minha casa, nem ao menos sei se ele sabia aonde eu morava, tudo aqui me faz pensar nele, pensar em tudo aquilo que não vivemos. Como olhar para o meu sofá e não imaginar nos dois assistindo um filme horrível, desses que só passa de madrugada, depois de chegarmos de mais uma noite cansativa de vigilância e estarmos tão exaustos que não teríamos nem forças de nos arrastarmos para o quarto. Ou a cozinha onde ele provavelmente me surpreenderia mostrando que é um excelente cozinheiro, no banheiro talvez, quando brigaríamos pela pia enquanto escovássemos os dentes. Ou em minha cama aonde poderíamos ter-nos estregue um ao outro. Mas todas essas lembranças nunca existiram, isso nunca aconteceria por que Oliver não cumpriu a promessa que tinha me feito, e eu me sinto uma idiota por ter acreditado nela.

Entro no chuveiro e deixo a água molhar meu corpo, ela estava tão quente que em pouco tempo o banheiro se enche de vapor e minha pele logo fica vermelha, mas eu precisava arrancar esse frio que estava me atormentando, caio sentada no chão do banheiro. – Você me prometeu, me disse que eu nunca iria te perder. – Minha voz sai entre o choro, aquilo doía tanto, que parecia que eu estava sendo rasgada de dentro para fora, e o rasgo começava do lado esquerdo do meu peito. – Quer saber de uma coisa, não quero ser a mulher que você ama, não mais, não agora que você se foi. – Eu não saberia até quando aguentaria aquilo dentro de mim, sabia que estava sendo irracional, mas que se dane, antes dizer as paredes do que acabar gritando com o manequim com a roupa do Arqueiro na caverna. – Oliver você mentiu para mim, nunca pensei que faria isso.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que você estão esperando um certo alguém aparecer, mas querem uma dica? Esperem um pouquinho, só um pouquinho, por que algo me diz que esse alguém está por ai, e não sou como os produtores da serie que só jogam informações torturantes para os fãs.Mas precisamos saber o que vocês acharam desse primeiro capítulo, eu sei que é só para dar o gostinho de como a fic vai ser, mas é importante a gente, ok?Bjs