Quando o amor bate à porta escrita por Walker


Capítulo 2
Um ovo chamado Boone


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei que eu disse que só teria capítulo depois de um ou dois dias, mas qual é, eu estava ansiosa! Por favor comentem :3



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Depois de sair de casa fui buscar Sici na casa dela.

Sici e eu éramos melhores amigas desde sempre. Seus pais e meus pais eram também melhores amigos, o que fez com que crescêssemos juntas. Ela era uma menina bonita, com cabelos pretos em corte Chanel, um corpo magro e grandes olhos verde-escuros. Além disso, ela era muito legal, companheira, divertida e engraçada. Principalmente engraçada.

– Eu prometo que esse ano eu e Dave vamos ficar juntos. – Ela comentou no caminho para a escola.

– Você sempre promete a mesma coisa desde a sétima série! – Eu ri. Era sempre a mesma promessa furada de início de ano.

Uma coisa engraçada sobre Sici é que ela é apaixonada por um idiota chamado Dave desde que eu me entendo por gente. Mesmo ele arrotando alto na sala, fazendo piadinhas sem graça alguma e cheirando como um camelo depois da educação física, Sici e mais a metade da massa feminina da minha série tinham uma bizarra atração por ele. A outra metade era atraída por Jack, é claro. E eu... Bem, eu era atraída por sorvete.

Dave e Jack eram melhores amigos. O Debi e o Lóide, o Yng e o Yang, o queijo e a goiabada, assim como eu e Sici. Acho que os dois deveriam até ter algum laço de telepatia ou sei lá o quê.

– Bem, mas dessa vez vai acontecer mesmo. – Sici deu ombros, sorrindo. – Esse ano eu consigo.

– Ei, você nem me falou sobre a viagem para a Itália. – Lembrei que ela havia viajado nas férias.

– Eu te falei pelo telefone, ué.

– Mas pessoalmente é mais legal. – Dei ombros e ela começou a tagarelar.

Minha amiga e sua mãe tem descendência italiana. A tia Lori sempre adorou a Itália e ia para lá todas as férias, junto com o marido e a filha, enquanto eu costumava ficar aqui em Miami suando feito um porco mesmo. “Rata de praia” era como meus pais me chamavam.

– Ah, e comprei uma coisa pra você. – Comentou ela, tirando da mochila um cordão.

O cordão era lindo, banhado à prata, com um belo crucifixo. Sorri genuinamente agradecida.

– Awn, Sici, é lindo. – Ela pôs em mim. – Vou tomar o maior cuidado com ele.

– Acho bom. – Ela falou. – Vale como presente de aniversário, Natal e dia do amigo.

E depois seguimos o caminho até a escola.

O nosso “grupinho” era composto por mim, Sici, Louis e Carl. Os dois últimos são gêmeos e jogadores do time de futebol da escola, o que os tornou musculosos e meio intimidadores, mas todos sabem que eles são muito amigáveis.

Eu ia passando do portão da escola para o pátio quando ouvi uma voz atrás de mim e se aproximando alarmantemente.

– E ele dribla, corre, dribla de novo e... – A criatura das trevas me derrubou no chão e eu caí de bunda em cima de uma poça. – Opa. Derruba uma criança. Cara, você tá bem?

– Oi Dave. – Sorri bobamente Sici, olhando para a pessoa que acompanhava a assombração e me ignorando completamente.

– Visivelmente não, seu bruto. – Rosnei para ele e me levantei sozinha.

– Ah, é só a Uckerman. – Jack rolou os olhos. – Mas como eu sou um genuíno cavalheiro...

– Percebi. – Interrompi.

– ... Peço desculpas. – Ele continuou, me ignorando. – Desculpa.

– Não. – Repliquei. – E vê se toma mais cuidado com essa bola de basquete idiota.

– Não fala assim da Shirley. – Jack pareceu realmente ofendido e colocou a bola debaixo dos braços, o que só reforçou minha teoria de que a idade mental dele era de dois anos.

Rolei os olhos e me virei, puxando Sici, para entrar na escola.

Não ache que eu sou revoltada, eu não sou mesmo. Só com Jack. Ele me tira do sério! Quer sempre me superar nas notas e mesmo me conhecendo finge que nunca viu mais gorda quando está com os amiguinhos. Só porque ele é o capitão do time de basquete e tem um milhão de meninas babando por ele.

Bem, eu não sou cega, admito que ele seja bonito mesmo. Só que a vontade de esganar ele me faz ignorar isso totalmente.

–--

Ao entrar na sala de aula falei com meus amigos Louis e Carl e ficamos conversando até a aula começar.

– Olá alunos. – Todos ficaram calados (eu tenho a impressão de que foi porque o queixo de todas as meninas estava no chão). Aquele homem era lindo de morrer! – Sou o professor George Roosevelt.

– Olá senhor Roosevelt. – Todos os alunos repetiram como se estivessem num quartel. Pelo menos nisso eu podia dizer que a classe era ótima: na disciplina.

– Bem, parabéns! Vocês estão na reta final dos estudos. Logo a faculdade vem aí e meu trabalho é prepará-los para isso. – Ele sorriu lindamente.

Ah, a faculdade... Meu sonho como estudante! Fazer o curso de engenharia da computação. Seria tão maravilhoso...

– Bem, mas eu estou aqui para ajudá-los não só a se darem bem nas matérias, mas também para ajudá-los a terem maiores responsabilidades com vocês mesmos. – Ah não. A magia desapareceu. Aquilo era sociologia? Como se lesse meus pensamentos, o professor Clooney – ops, Roosevelt – respondeu animado. – Sociologia!

Acho que ninguém correspondeu à animação dele e o professor ficou com cara de tacho.

– É... Hum... Abram seus cadernos para darmos a lição. – Disse sem graça e virou-se para o quadro.

E a lição não poderia ser mais clichê: um ovo! Isso, um ovo. Nós teríamos que fazer duplas e ficar cuidando de um ovo por duas semanas, como se ele fosse um bebê, sem quebrá-lo e agindo como se fossemos casados, cuidando das despesas e etc. Tadinho do professor. Tão lindo e já gagá.

Ele fez o sorteio dos “casais” e torci para que eu ficasse ou com Carl ou com Louis, mas acabei ficando com um cara chamado Gregory McFinn. Ele era bacana, nem bonito nem feio, e tinha umas piadas engraçadas. Os cabelos eram pretos e a pele era branquinha, os olhos castanhos e um sorriso um pouquinho desalinhado.

Fui para o lado de Greg, que foi bem gentil e fácil de trabalhar. Decidimos que o ovinho se chamaria Boone e que nos encontraríamos para “cuidar dos assuntos financeiros do casal” no dia seguinte.

O problema do trabalho foi que, como a turma possuía mais meninos do que meninas, então a razão para a classe seria de dois meninos para cada menina. Consequentemente seria eu, Greg e mais um rapaz, o que me deixou meio sem graça. Ter dois maridos não me parecia muito interessante, mesmo que fosse de mentirinha.

– Bem, quem sobrou aqui foi um rapaz chamado Jackson Mills. – Eu podia ouvir as meninas suspirarem com o nome dele. – Jackson?

A Assombração levantou a mão. Nem na sala de aula ele largava Shirley, sua bola de basquete.

– Eu posso escolher com quem ficar, professor?

– Bem Jackson, eu adoraria deixá-lo fazer isso. – O professor crispou os lábios. – Mas a coordenação me falou sobre você. Ouvi que é um ótimo aluno, mas bagunça demais quando está com os amigos.

A turma riu.

– Soube também que é a maior confusão entre você e a Srta... – Ele olhou o papel novamente. – Alice Uckerman, quanto às notas.

Corei. Bem, isso era verdade. Já havíamos discutido muitas vezes por causa dessa situação de um querer superar o outro.

– Então, como me foi indicado, o designarei para a dupla da Srta. Uckerman para que se resolvam e não causem mais tantos tumultos.

NÃO!, meu eu interior gritou. E ao que tudo indica o de Jack também.

– Mas Sr. Roosevelt, eu e Alice não podemos ficar juntos. Eu juro que me comporto! – Admito que fiquei ofendida com o desespero dele. Ei, eu era a melhor da classe e ainda por cima cheirava bem!

– Desculpe, Sr. Mills. Junte-se com Alice e Gregory, por favor.

E aquele era só o primeiro dia...


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Notas finais do capítulo

E então? Não sejam fantasmas! Beijos.



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