A ruiva quase não era vista mais nos corredores nos horários livres, nem no salão comunal descansando e sim na biblioteca, nas salas de aula e no dormitório onde quase dormia de uniforme todos os dias. Só se via o coque alto de cabelos vermelhos passando pelas prateleiras com o tanto de livros que conseguia carregar nos braços.

– Ruiva. – disse Scorpius, Rose se virou e levou os braços cheios de pergaminhos para fora do seu campo de visão para que o loiro o ocupasse.

– Scorpius, oi.- ela sorriu.

– Precisa de ajuda?

– Hã, - Rose estava pronta para negar mas seus braços estavam cansados e sua cabeça doía.-sim obrigada.

Scorpius sorriu e transferiu os livros para seus braços sem problemas.

– Para onde estava indo?- perguntou ele.

– Para a mesa perto da seção de poções.

– Você tem uma mesa favorita. – afirmou ele sorrindo.

– Claro que sim, nem todas são silenciosas e limpas como aquela. – ele riu pelo nariz, Rose não conseguiu resistir a dar um sorriso, que logo se transformou numa risada.

– Ela tem um nome?

– Cale a boca.

Logo chegaram à mesa escolhida onde o loiro colocou os livros e se sentou ao lado da ruiva.

– Obrigada Scorpius.

– Disponha ruiva. Então o que vai estudar?

– Transfiguração.

– Adoro transfiguração. – disse ele pegando o primeiro livro da pilha e o abrindo. Rose soltou um sorriso tímido e começou a trabalhar.

* * *

– O que foi? – perguntou a Weasley.

– O que?

– Por que esta me encarando? Tem alguma coisa no meu rosto? – questionou ela assustada que foi rapidamente em direção a bolsa para pegar um espelho, Scorpius segurou suas mãos.

Ah ótimo, pensou Rose, como se eu já não estivesse morrendo.

– Não tem nada.

– Então o que foi?

– É só que eu não te vejo há um tempo.

– E achou que eu tinha mudado alguma cois para ficar me encarando esse tempo todo? – Rose viu as bochechas do loiro ficarem vermelhas por alguns segundos mas ele balançou a cabeça e a cor sumiu, Rose o invejou por saber fazer isso.

– Eu senti sua falta, pronto.

– Sentiu? – ele assentiu, ainda com as mãos em cima das dela. – Q-Quer dizer eu também senti sua falta, Mal-corpius. Scorpius.

Ele riu.

– Tinha esquecido como é ver você nervosa.

– Não estou nervosa. – a voz da garota saiu quase aguda.

– Eu também não. – Rose tirou as mãos do calor reconfortante que ele provia e apoiou o queixo em uma.

– Mas me fale do que eu perdi nesse tempo em que não nos vimos.

Scorpius se afastou se inclinando na cadeira.

– Bem, eu estou até que entendendo Poções mas não consigo fazer aquele feitiço para finalizar. Transformei minha pena num pássaro, mandei uma carta para os meus pais, Albus cresceu consideravelmente no verão assim como sua habilidade de me irritar.

Rose riu.

– Esqueceu da parte de se esquivar das garotas caindo em cima de você,

– Nah – ele deu ombros. – sai dessa vida.

Rose mexeu no pergaminho nervosa.

– Elas pararam de cair em você?

– Não mas agora eu não seguro elas.

– Por quê?

– Coisas mudaram, eu mudei.

– Em três meses?

– Dizem que o verão é uma época mágica.

– Tem razão.

– Rose? Peça desculpa a Marrie por mim?

O estomago da ruiva revirou.

– Desculpa?

– É, eu meio que dispensei ela no primeiro dia de aula e agora ela me olha como se fosse me queimar vivo.

– Bem ela esta certa.

– Como assim?

– Pelo o que ela me contou você a deixou por outra garota, fácil assim. – Rose bufou começando a juntar seus materiais. – Todas são muito fáceis para você Malfoy não é mesmo? E agora você pede a minha ajuda, de volta. Você nunca cansa não?

– Rose, aonde vai? Fica vamos conversar.

– Não, eu já estou cheia de coisa pra fazer e estou cansada. Por favor, me deixe em paz.

– Mas ruiva... – seu coração vacilou.

– Boa tarde Malfoy. – e então a ruiva se foi deixando uma trilha de pergaminhos atrás de si.

Scorpius bufou e socou a mesa.

– Nem todas são fáceis. – disse puxando os cabelos loiros. Rose Weasley era muitas coisas, mas fácil não era uma delas.