Papais de Primeira Viagem escrita por Lady Purpurina


Capítulo 7
Sonho, unicórnios e fofuras


Notas iniciais do capítulo

eai



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573477/chapter/7

P.O.V. AUTORA
Annabeth, em um ensolarado sábado estava muito estressada. Não tinha nada pra fazer, nada! Não tinha um projeto incompleto (não porque era Annabeth Chase, a organizada, mas porque tinha um altíssimo nível de competência) e nem Percy estava aqui para ela poder lhe fazer ordens! Sem afazeres, sem monstros – por enquanto –, sem trabalho (ela não esta desempregada, ela apenas não ter nada para construir, caso você tenha um cérebro igual ao de Percy Jackson)... O que ela poderia fazer pra passar o tempo?
Não devia ter ficado de madrugada desenhando prédios, não devia!
Já que estava muito cansada e desocupada, dormir foi a melhor opção.
SONHO ON
– Papai? – uma menininha de encantadores cachinhos dourados cutucava um homem de cabelos negros desgrenhados que não eram tão encantadores quanto o da menina.
– Papai? – de novo não teve resposta. – PAPAI!
O homem acordou assustado.
Quase que Annabeth também. A menininha não estar com as cordas vocais estouradas é um verdadeiro milagre.
– O que?
– O senhor estava babando em mim. Isso é nojento.
O homem, que agora estava acordado – se não estivesse era porque era surdo – olhou para a linda menininha e limpou o canto da boca.
– Como a senhorita consegue gritar tão alto? Como eu consigo não ficar surdo?
A menininha riu. O som mais adorável que Annabeth já ouvira.
– Papai, o senhor já é surdo.
Papai?
Foi então que reconheceu as pessoas em seu sonho. Aquele era Percy. E a menininha com os cachinhos dourados era... sua filha.
Por Zeus! Aquela criança era sua filha!
Mas espere... Annabeth não queria saber o sexo de seu bebê. Hipnos devia ter feito de propósito.
– Eu não sou surdo. – Fez um biquinho magoado.
Quem era a criança ali?
– É sim. Eu estou tentando te acordar pro senhor parar de babar em mim e você fica roncando mais alto que a Senhora O’Leary. Acho que nem vou precisar tomar banho.
– Ah! Acho que alguém aqui já era pra ter tomado banho.
– Ainda bem que você percebeu papai. O seu cheiro não ‘tá muito bom não. – ela enrugou o nariz e abanou as mãozinhas em frente ao mesmo.
– Não sou eu não mocinha. Acho que é você que ‘tá fedendo.
– Claro que não papai. Meninas não fedem.
– Fedem sim. Ou elas fedem ou você não é uma menina.
A menina fez uma cara ofendida. Claro que ela era uma menina, e muito linda.
– Papai, eu sou uma menina. Não seja burro.
– Meninas gostam de tomar banho. Você gosta?
A menina refletiu um pouco. Nem todas as meninas gostavam de tomar banho, certo? Na sua sala, por exemplo... só os meninos esquisitos não gostavam de tomar banho. E as vezes nem tomavam. Eca.
– Papai, eu meninas não precisam tomar banho. Eu já sou bem fofinha, não preciso ser cheirosa.
Percy bufou.
– O que eu fiz pra merecer uma filha, neta do deus do mar, que não gosta de tomar banho? Roubei o raio mestre de Zeus?
– Eu não sei se o senhor roubou alguma coisa papai, mas eu não vou tomar banho.
Se virou de costas bufando, deixando seu pai ver apenas seus cachinhos.
– Nem se eu te der um presente?
Presente.
Essa palavra atrai crianças.
A menina virou o pescoço na direção de seu pai e abriu apenas um olho, com uma expressão desconfiada.
– Um presente?
– É. Um presente.
– Que tipo de presente?
– Não sei... Acho que você vai ter que tomar banho primeiro pra descobrir.
– Não acredito em você. Outra vez você falou que ia me dar um esquilo se eu tomasse remédio. E eu ainda não tenho esquilo nenhum.
– Você não mereceu o esquilo. Cuspiu o remédio todo no vaso que sua vovó Sally deixou ali. Eu vi mocinha.
Era verdade. Ela havia cuspido todo o remédio na pobre plantinha. E era verdade também sobre o esquilo. Percy estava tentado a dar um à menina, mas Annabeth lhe deu um tapa na cabeça, disse que não se pode ter esquilos e que ele mima muito a menina.
– Eu mereci sim. O senhor disse que era pra mim colocar o remédio na boca, não pra engolir.
Por que ela tinha de ser tão esperta.
Precisava mostrar que era filha de Annabeth Chase, é claro.
– Dessa vez eu vou te dar o presente que você qui – antes que acabasse de falar foi interrompido pela doce voz infantil:
– EU QUERO UM UNICÓRNIO ROSA COM O CABELO DE ARCO-ÍRIS!!
– Tudo bem. Nós vamos na loja de brinquedos e vemos se lá tem um unicórnio rosa da crina colorida.
– Eu não quero um de brinquedo. Eu quero um de verdade. – disse dando ênfase no verdade.
Mandona igual Annabeth!
– De verdade você não pode ter.
– Por que não? – seu tom de voz ficou choroso e seu lábio inferior começou a tremer. Ela iria chorar, se Percy não falasse que ela podia ter um unicórnio.
– É porque nós não temos a permissão do Mundo Mágico dos Unicórnios Cor-de-Rosa pra criar unicórnios. Mas o papai jura que vai tentar conseguir um unicórnio pra você, tudo bem?
A menininha assentiu e abraçou o pai.
Aquela era a cena mais pura que Annabeth já vira.
A menina praticamente sumia entre os braços do pai, que demonstrava toda a ternura e amor que tinha por aquele pequeno ser humano num simples abraço.
– Obrigado papai. A mamãe nunca me daria um unicórnio.
– Mas eu só vou tentar conseguir a permissão para criar unicórnios se você tomar banho.
Percy era ou não era o rei das negociações com crianças?
– Tudo bem... – ela não ficou nada contente com a ideia de tomar banho, mas já que era a única forma de ter seu tão sonhado unicórnio ela fazia esse sacrifício. – Mas tem que ser um banho bem rápido, se não eu vou sair correndo da banheira.
Percy sorriu.
– Bem rapidinho.
Ele pegou a menininha no colo e seguiram para o corredor. Annabeth reparou em todos os detalhes do sonho, desde o tapete, que não era o mesmo, até o sofá, que agora tinha manchas de baba.
Menos na sombra não-humana que saiu sorrateira de atrás da cortina depois do sonho acabar.
SONHO OFF
Annabeth acordou com um sorriso no rosto. Não queria saber o sexo da filha, mas agradecia por ter sonhado aquele tão puro momento entre pai e filha.
Se levantou e lavou o rosto.
Iria sair para comprar um unicórnio cor-de-rosa com o cabelo colorido de brinquedo.
Ainda não tinha a permissão do Mundo Mágico dos Unicórnios Cor-de-Rosa para criar unicórnios.
Ainda.
Por sua filha ela conseguia quantas permissões precisasse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:) desculpa