Papais de Primeira Viagem escrita por Lady Purpurina


Capítulo 6
O acasalamento dos leões marinhos


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários e acompanhamentos e 8 favoritos.
Boa leitura :)
MANDEM NOMES!
Se você achar que a fic está indo muito devagar me diga :)



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P.O.V. Annabeth

Fraca.

Era assim que me sentia. Fraca.

Nunca fui tão vulnerável, nunca demonstrei tanta fraqueza comparando aos últimos dois meses.

Sempre fui a forte, a inteligente, a que sempre tinha tudo planejado.

Agora eu estava emotiva, chata, gorda e gulosa.

Por mais que tenha dito à Percy que o bolo era para comemorar o “um mês de gestação”, tudo o que eu queria era comer bolo.

E eu não timha tanta certeza se Percy se daria ao trabalho de se locomover e comprar um pra mim.

Mas, se tratando do bebê, ele fazia qualquer coisa.

Até discutir com Rachel.

Eles estavam discutindo alguma coisa como “azul claro e azul escuro são iguais” “rosa e verde” “o filho vai ser meu”.

Nada muito importante.

Eu estava esperando Percy para podermos conversar com o feto. Li em uma revista que se você lê para o bebê desde cedo ele se desenvolve mais rápido.

E tudo o que menos quero é um filho ou filha com a velocidade cerebral do meu marido.

Não que ele seja burro. Ele é... lento. Muito lento.

Ele foi lento para perceber que eu gostava dele, ele foi lento para me pedir em casamento, ele foi lento para perceber que eu estava grávida. Ele é lento para fazer algumas coisas, do tipo comprar mais salgadinhos de bacon pra mim.

Enquanto fazia uma lista mental de todos os salgadinhos que gosto e obrigaria Percy a comprar pra mim, ouvi a porta abrir.

Ele — finalmente — chegou.

—Você se atrasou.

—Boa tarde pra você também.

Ele foi irônico. Eu já o disse para não usar a ironia em meu atual estado de espírito.

—Você demorou.

—Desculpe.

—Por que se atrasou?

—Porque senhor Max estava muito animado.

Já era previsível que Percy trabalharia em alguma coisa que envolvesse água — por uma conversa antiga pensei que ele fosse escolher o surf — e escolheu a biologia marinha e hoje trabalha em um aquário.

—Ah... — eu não fazia a menor ideia do que ele quis dizer com “senhor Max estava muito animado”, mas como quero logo conversar com o bebê, resolvi não perguntar. — Nós vamos conversar com o bebê, lembra?

—Lembro.

Ele parou um instante para pensar, provavelmente imaginando se o bebê tinha ouvidos.

—Então agora você vai contar como foi seu dia pra ele.

Ele se sentou e tentou se lembrar o que fez no seu dia. Colocou a mão encima da minha barriga, que era apenas uma pequena saliência de três meses — mas o suficiente para que eu me comparasse à Bila Bilú — e começou a falar.

—Os golfinhos estavam muito chatos hoje. Eles não queriam comer porque falavam que o peixe não estava fresco. Mas estava sim. Sabe, não sei se você vai poder ouvir os peixinhos também, mas até que é legal. Às vezes tem uns que são bem chatos, mas outros até são meus amigos.

Sorri. Ele até que está sendo bom nisso.

—Hoje eu tive de dar o dobro de peixe para o senhorMax, ele disse que precisava de muita força, pois a Glimmer, a leoa marinha, está em época de acasalamento, e ele disse que para poder...

—Para!

Ele não podia continuar falando coisas do tipo “acho que peixes não comem sardinha”? O bebê não pode ouvir coisas DESSE tipo.

—Por que?

—Porque eu não quero que ele ouça como os leões marinho agem na época em que eles... eles... — eu não iria usar ‘aquela palavra’ — eles produzem filhotinhos.

—Então você deveria ter sido mais especifica e dito para não falar sobre esse assunto.

—Mas eu não sabia que você ia falar sobre esse assunto.

—Annie, você sabe, daqui alguns anos nós vamos conversar sobre isso com ele.

Espera. Ele que está me dando uma lição? Isso não está certo...

— Então, é melhor falar agora, assim ele não faz perguntas futuramente. — ele continuou.

—Mas ele nem deve estar ouvindo. — eu estava nervosa.

—Então por que você está preocupada se ele está ouvindo como leões marinhos se preparam?

—Porque... porque — ele tinha um minúsculo sorriso nos lábios — porque ele pode estar ouvindo e você nem sabe.

—E como você sabe?

—Oras, porque sou a mãe dele e eu sinto. — na verdade eu não sinto nada, mas nunca vou admitir isso e provar que estou errada.

Ele me deu um olhar desconfiado.

—E como você sente? — a curiosa sou eu, por que ele faz tantas perguntas?

—Sentindo.

Nunca dei respostas tão estúpidas na minha vida.

—Então ‘tá.

**

P.O.V. Percy

Eu estava sentado olhando para o nada quando Annabeth apareceu do nada do meu lado.

—Percy...

—Sim?

—Nós vamos ligar para o meu pai para lhe contar.

—Contar o quê?

—Que eu estou grávida!

Por que ela está tão impaciente?

—Ainda não contamos?

—Não. Só a... eles.

Estava tão distraído com os últimos acontecimentos que me esqueci. Ainda não sei a opinião definitiva de Atena, pois ela ainda vai ter “a conversa” com Annabeth.

Ansiosa não é exatamente a palavra certa para a descrever.

—E como nós vamos falar com ele? Ele mora em São Francisco, esqueceu?

—Não, não esqueci. —Por um momento seu olhar parecia triste. — É por isso que nós vamos ligar para ele

Eu não gostei muito quando ela disse NÓS — eu fico muito nervoso quando vou ter conversas com o senhor Chase —, mas fiquei calado para não mostrar que estou com só um pouquinho de medo, mas é só uma pitadinha bem pequena mesmo.

—Pensei que não pudéssemos usar celulares.

Agora podemos? Ou ela ficou maluca e quer colar um aviso de “carne de semideus fresca” na testa?

—E não podemos, só o vamos usar para ligar para ele e depois o desligar de novo, como fizemos da última vez.

Com ‘última vez’ ela se refere à quando o ligamos para contar que iríamos nos casar.

Eu nem conseguia segurar o telefone de tanto que tremia naquele dia.

A fiquei observando enquanto seus dedos rapidamente digitavam o número de seu pai.

Ela o colocou no viva-voz e o deixou sobre a mesa de centro.

Ele chamou uma, duas, três, quatro vezes, até se poder ouvir uma voz feminina do outro lado da linha.

—Olá, residência dos Chase, quem fala?

Era a voz da Senhora Chase (N/A: eu não sei o nome dela).

—Olá. É a Annabeth. Meu pai está?

—Olá querida! — ela e Annabeth até que se davam bem, apesar de quase nunca se verem — Quanto tempo! Seu pai está sim. Vou o chamar, só um minuto.

—Obrigada.

Se passaram alguns segundos até se ouvir uma voz sonolenta perguntar quem é e o nome de Annabeth ser pronunciado.

—Annabeth?

—Oi papai.

Eu nunca entendi bem o motivo, mas Annie só chamava o pai de papai. Eu não vejo a hora de também ser chamado assim.

—Como você está? E Percy?

—Estamos bem. — ela me deu uma cotovelada e disse um “fala oi” mudo.

—Olá senhor Chase.

—Oi Percy. E me chame de Fred, já disse.

—Tudo bem, Fred.

Ele riu.

—Mas então, a qual motivo me ligaram? Que eu saiba vocês não podem usar muito o celular.

—Ah... é que temos uma coisa pra falar...

—Então falem.

Eu estava esperando Annabeth continuar, mas ela apenas fez movimentos com a boca “Eu já contei pra sua mãe, então agora quem vai falar vai ser você” e dar uma batidinha no meu peito.

—Bem, Fred. — soltei um suspiro — euesuafilhavamosterumbebê.

—O quê? Mais devagar rapaz.

—Annabeth está grávida. Vamos ter um neném.

Fez-se alguns segundos de silêncio até a senhora Chase gritar:

—Isso é maravilhoso Fred!

Ela estava ouvindo?

—É verdade, vou ter um neto?

—Ou neta.

Annabeth sorria, o que me fazia sorrir também.

—Que maravilha Annabeth! Pensei que você nunca me daria um neto! — ele riu.

—Você gostou da notícia?

—Sim, eu e Ana estamos muito felizes por vocês. Assim que pudermos vamos te visitar. E Percy, meus parabéns.

—Hum... obrigada, Fred.

Ele riu de novo. Deve estar muito contente.

—Tchau pai, beijos.

—Beijos querida.

Annabeth desligou e jogou o celular já desligado no sofá e soltou um suspiro feliz.

—Agora só faltar dar a novidade em um lugar...

—Onde?

—No acampamento.


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Notas finais do capítulo

MANDEM NOMES!
Comentem.