Papais de Primeira Viagem escrita por Lady Purpurina


Capítulo 5
Annabeth não é um peixe


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico esse capítulo (que eu acho que está bom) as lindas missValdez e Arabella.
Vocês estão mo meu s2
Obrigada pelos comentário e 40 acompanhamentos!
Boa leitura e NOTAS FINAIS IMPORTANTES.



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Quando se descobre uma gravidez, na maioria dos casos as famílias ficam felizes.
Na maioria dos casos, não há deuses na família.
Era essa a parte difícil. Contar para os “maiorais” em termos de seres vivos que se espera um bebê.
Contar para Posseidon poderia até ser fácil, ao ver de Annabeth. Ele, ao contrário de Atena gostava da nora.
Annabeth nunca iria entender o motivo da mãe ter tanto... desgosto, de Percy.
Talvez fosse pelo ódio milenar que ela e Posseidon nutriam, ou talvez achasse que Percy não fosse bom o suficiente para ela.
Agora, ou Percy saia morto ou ferido.
O quê ela poderia fazer? Na melhor das hipóteses, ela iria xingar em grego (ou em inglês, para melhor entendimento) Percy, tentar dar uma lição de moral e prevenção à Annabeth e puf!, sumir em uma nuvem cinza.
Isso se ela resolvesse ser pacifica.
Achava, bem lá no fundo, que a mãe podia se alegrar com a notícia.
Bem lá no fundo mesmo.
Enquanto Annabeth pensava nas várias possibilidades de dar a notícia — ela teve ideias realmente impressionantes. Mas tinha quase certeza que ou ela ou Percy fariam alguma coisa errada —, Percy também pensava. Podia pensar em planos de fuga realmente inteligentes.
No ponto de vista dele.
Não era uma coisa muito comum eles se encontrarem com os pais olimpianos, mas era preciso. Era melhor eles descobrirem agora do que por qualquer outro meio ou boca.
—Annie, você tem certeza? Nós podemos pedir para outra pessoa dar a notícia! Que tal Quíron? Ou Piper! Ela pode usar charme! — Percy estava elétrico. Não queria de forma alguma ter de dar aquela notícia à “sogrinha”.
—Não, Percy. Além do mais, Quíron nem sabe... eu acho.
—É... — ele estava frustrado.
—Tente olhar pelo lado positivo! Ela pode até gostar!
Nem o sorriso tranquilizador dela o deixou mais calmo, coisa que sempre acontecia.
—Annie, você sempre foi a mais racional daqui, por favor, não minta.
—Você está tentando dizer que eu estou criando uma ilusão por pensar que posso construir uma boa relação com minha mãe?
Ela era ótima na técnica de fazer pessoas se sentirem culpadas.
E ele na de falar o que não deve.
—Por favor, Annabeth. Já não basta a nossa “briga” de ontem?
Ele disse briga para tentar causar um efeito de superioridade, mas tudo o que conseguiu foi uma risada pelo nariz da esposa.
—Briga? Que eu saiba você só ficou pedindo desculpas. Porque você estava errado. Não eu. Eu estou sempre certa.
Era verdade. Não a parte dela estar sempre certa. A de ele ter ficado pedindo desculpas. O médico disse que momentos estressantes deviam ser evitados. Mas Annabeth tem muitos momentos estressantes.
—Ora, você está sempre certa? Então sua mãe vai ficar feliz, como você diz?
Parece que o mundo dá voltas. Quem diria que quem não saberia o que falar seria Annabeth?
Na hora em que ela ia pedir para ele tirar aquele sorriso de “eu sou o maioral” do rosto a campainha tocou.
Percy queria que o “encontro” fosse em um lugar mais aberto, como o Central Park. Lá há muito mais esconderijos. E pessoas.
Mas Annabeth discordou. Queria que aquilo ficasse entre os quatro.
E fez a coisa mais irracional de todas: chamou dois deuses para seu apartamento.
Tinham vezes que Percy achava que Annabeth envergonhava Atena.
Mas ele não poderia falar nada. Achava que Zeus não iria gostar muito se marcassem uma audiência no Olimpo.
Ele estava pensando nos por quês de precisarem contar aquilo para seus pais, até que Annabeth o mandou sair da terra da lua e o forçou a atender a porta.
Por que sempre ele?
P.O.V. PERCY
A dois meses atrás, o sentimento que me contornava era a alegria.
Agora, era o pânico.
Talvez não fosse, mas quem consegue pensar direito quando se está em pânico?
Eu não queria ir atender aquela porta.
Essa poderia ser a última vez que eu faria isso, e eu definitivamente não queria que fosse.
Eu poderia ter mais chances de sobreviver de falássemos com um deus de cada um.
Mas não! Por que não os dois de uma vez?
Se nós juntarmos o ódio que ela tem por mim, mais o que ela tem pelo meu pai, nós temos uma quantidade de ódio gigantesca.
Eu não acho que seria uma boa ideia colocar os dois juntos, mas como eu já disse: alguém me ouve por aqui?
Meu pai poderia ter que comparecer à algum casamento de sereias, Atena a um lançamento de livraria... Mas não.
Livres.
Abri a porta.
Pelo menos se eu morresse teria feito um último ato heroico.
Prendi a respiração e abri um olho.
Pra quê.
Atena estava na minha frente, me olhando com aqueles assustadores e mortíferos olhos cinzas.
Se eu morrer Hades receba minha alma.
—Olá.
Eu nunca vou saber como se cumprimenta um deus.
Normalmente eu não faz muito isso.
—Olá, filho.
Ele bem que poderia só ter falado olá não?
—Oi... pai.
O homem vestido com sua brega camiseta de pescador sorriu.
É, ele ainda usa esse tipo de roupa.
E Atena, bem, ela estava usando roupas diferentes de quando nos vimos na Barragem de Hoover.
All Star, calça jeans e uma blusa cinza.
Acho que ela não pediu ajuda a Afrodite.
Ela ficava mais assustadora do quê se estivesse vestindo vestimentas gregas.
Não que eu a tenha visto muitas vezes trajando essas roupas.
Graças a Zeus.
A distância facilita a vida às vezes.
Ela surpreendentemente ainda não havia pronunciado um “filhote de peixe idiota”.
Me pergunto que tipo de coisas os dois fizeram enquanto esperavam eu atender a porta.
—Olá, hum... Atena.
Ela apenas me olhou por um instante e entrou.
Acho que deuses não precisam de convites.
—Olá Annabeth! — Posseidon foi logo a abraçando. A cara de nojo de sua mãe era bem perceptível. — Cada dia mais bonita! — agora quem não estava gostando tanto assim era eu.
Assim que acabou de cumprimentar Annie ele veio em minha direção.
E deu aquelas batidinhas no ombro nem tão leves como devem ser.
—É filho —ele falou baixo pra mim enquanto dava outra batida que quase me engasgou— você entendeu mesmo aquilo sobre pegar o peixe certo, em? — era para somente eu ter ouvido, mas quando vi o olhar que Atena lançou pro meu pai percebi que não foi bem isso que aconteceu.
—Você comparou milha filha a um peixe?
Pronto. A primeira coisa que ela fala é uma ameaça não direta para meu pai.
—Ãn?
—Isso mesmo, você comparou minha filha com aquele animal fedorento e podre. Eu ouvi.
—Acho que você compreendeu no sentido correto.
—Então você está dizendo que eu estou errada — nem ela nem Annabeth gostam de ser contrariadas — seu grande cabeça de vento?
Annie só olhava. Ela não sabia o que havia sido dito para desencadear uma briga, mas sabia que tinha que acabar.
E falou o que poderia causar outra briga.
—É... Mãe, Posseidon — ele estava ocupado demais tentando não olhar para o olhar assassino de Atena e ela ocupada demais em lançar seu olhar assassino. — eu estou grávida.
As duas cabeças se viraram ao mesmo tempo.
Nunca vi nada tão assustador.
Bem, já vi sim, mas aquilo foi sinistro.
—Meus parabéns! Você não perde tempo, em filhão?
Ele tinha que ser constrangedor.
E colocar mais lenha na fogueira.
Percebi que a minha lerdeza não veio mesmo da minha mãe.
—O quê?
Eu só queria poder dizer uma última vez que amo Annabeth.
—Eu ouvi direito? Você está carregando um descendente desse grande cabeça-oca? É mentira, não é, Annabeth?
—Bem... é verdade. Eu estou grávida do Percy.
—Não. — seu tom era incrédulo. — Não.
—Aceite, Atena. Nós vamos ser avós!
Acho que ele gostou muito da notícia.
E foi abraçar — novamente — Annabeth.
Acho que ela está feliz por ele ter gostado.
Atena nem piscava. Devia estar pensando em como me matar.
Isso não me surpreende.
—Annabeth, você está MESMO carregando um filho desse grande idiota? — ela já não disse sim? E outch, eu não sou idiota.
—Sim mãe. — ela explicava com se fosse professora do jardim de infância. Lentamente. — E o Percy não é idiota.
“Só um pouco” é o que deve está passando por sua cabeça agora.
—Eu não acredito.
—Se eu fosse você acreditava, porque é verdade.
Ele tinha que abrir a boca. Tinha.
—Filha — era a primeira vez que ela se referia à Annabeth como filha — Quíron não deu aulas de prevenção? Você não prestava atenção na aula sobre reprodução? Como você deixou isso acontecer?
Se Quíron tiver dado alguma aula sobre esse assunto, eu dormi.
—Mãe, nós somos casados. Quando as pessoas se casam tem filhos.
—Não, não com você. Espera, desde quando filhas minhas tem filhos?
—Eu... eu não sei. Mas é possível.
Atena respirou fundo, como se estivesse rezando seu mantra de “eu sou uma deusa calma, eu sou uma deusa calma”.
Acho que não funcionou.
—A culpa é toda desse Percy! Só de pensar que você não é mais pura por causa dele... — ela inspirou e bufou.
Achei que ela estava com algum problema respiratório.
—Atena, você sabe muito bem o que pessoas casadas fazem. As vezes isso resulta em filhos.
Não. Ele não disse isso.
Ela fez uma expressão de nojo e deu um tapa na parte de trás da cabeça dele.
—Não sei muito bem nada! Nunca fiz isso em todos os milênios de minha existência. Sou uma deusa casta, tonto. — ela parou de falar como se estivesse recitando seus votos — Mas isso não tem nada a ver com o quê estamos discutindo. Você quer é salvar as escamas do seu filho.
Eu não tenho escamas.
—Bem, se você diz. Quem sou eu para falar alguma coisa — ele levantou a sobrancelha sugestivamente e, como se fosse possível, Atena corou.
—Ora, ora, ora! Annabeth, no dia que não tiver nenhum cabeça de bagre aqui nós iremos ter uma conversa muito séria.
E puf!, sumiu na nuvem cinza.
Posseidon deu um beijo na testa de Annabeth e disse que adorou a ideia de ser avô q que mais cedo ou mais tarde Atena aceitava.
E me deu mais três doloridas batidinhas no ombro.
Assim que fechou a porta Annabeth se jogou no sofá e começou a gritar.
—DEU TUDO ERRADO! TUDO SEMPRE DÁ ERRADO! EU FAÇO TUDO DAR ERRADO!
Eu acho que devo consolá-la.
—Ei... — comecei a fazer carinho em seu cabelo — vai dar tudo certo. — ela fungou e me olhou com os lindos olhos cinzas vermelhos — Enquanto eu estiver aqui tudo vai dar certo.
Ela fungou e me olhou de novo.
—Você acha?
Sorri.
—Eu tenho certeza.


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Notas finais do capítulo

OOOIII
Eu queria saber a sugestão de nomes de vocês.
Todas nós sabemos que vai ser uma menina (é só ver a capa e dã) e quero sugestões.
Pode ser Silena, Zoe, Anne, sei lá...
Enviem nos comentários que eu vou escolher os melhores e faço uma votação, ok?
Malikisses.