A Alfa escrita por Tay Hastings


Capítulo 4
Toda lenda tem um fundo de verdade


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho pra vocês!



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Agora já no meio da floresta, Miranda se deu conta somente neste momento, que estava distante do campus, pois já não ouvia o barulho do baile. Isso a fez imaginar o que estaria perdendo lá, e se, nesse ponto teria valido a pena vir até aqui. Ela não estava insegura, pelo contrário, Clark lhe transmitira total calmaria o tempo todo.

Ele a encara, agora com um olhar malicioso.

– Chegamos.

– É tão lindo! – diz maravilhada.

Miranda sempre teve afinidade com a natureza e aquele lugar era perfeito.

– Que bom que gostou, venho aqui sempre, normalmente para pensar e refletir sobre algo, ou apenas para ficar sozinho. Aqui me sinto bem, me sinto melhor do que poderia ser.

Ela se afasta dele e caminha sozinha para sentir uma leve brisa que ali estava, fechando os olhos.

– Desde que cheguei aqui, nunca ouvi falar sobre este lugar, estranho, um lugar assim deveria ser bastante conhecido.

– É que, eles têm medo de vir aqui.

– Medo? – Miranda se agacha à beira do lago extenso que dava reflexo à lua, olhando assim o lugar tinha um ar sombrio mas que ela gostava.

Clark se posiciona ao seu lado, pensa um pouco, talvez seja sobre sua fala.

– Existe uma lenda, que diz que este lugar, a muito tempo atrás, foi palco de um dos massacres mais horrendos de todos os tempos.

“Duas comunidades diferentes, inimigas ancestrais por natureza, brigavam por ocupação de território. Na época só restava aqui para ser ocupado, os outros lugares onde haviam matas já tinham sido tomados, nunca tinha acontecido nada parecido, as comunidades que chegavam em território ocupado iam embora a procura de outro lugar mas, como eram inimigas, ambas as partes se identificaram com o espaço, criando um conflito que durou dias e que gerou várias mortes, ainda sim, a comunidade vencedora ocupou a área.”

– Como sabe tanto?

– Bom, sabe Miranda, quando você nasce em um lugar, você cresce escutando a história de seus antepassados. Meus avós me ensinaram muito sobre a vida do nosso povo.

Oliver se negou a ir ao baile, assim decidiu ir caminhar pela floresta, como faz todas as noites e, desde que chegara a UAS não o tinha feito.

Estava uma noite maravilhosa, o céu em um tom azul turquesa e as estrelas brilhavam como nunca, a lua estava perfeita para uma pessoa como ele; precisava ter cuidado absoluto.

Ele se sentia conectado com a natureza, ela sempre fez parte de sua vida, o acalmava, não tinha nada melhor, além do mais, ele precisava pensar um pouco sobre o que acontecera naquele dia e o porquê aquela garota nova tinha mexido tanto com ele; para não admitir decidiu odiá-la.

Logo que entrara na floresta, Oliver se sentiu livre outra vez, como se estivesse em casa, estava sozinho...

Pensou em tudo que o fazia feliz, em como tudo mudou de repente quando precisou se mudar pra cidade com seus tios depois da morte de seus pais, a verdade é que conquistara amigos mas, não era suficiente para suprir a falta que sentia de sua casa, nunca mais poderia ser ele mesmo, as pessoas o achavam rebelde, um selvagem.

Já próximo ao centro da floresta ouviu vozes...era só o que faltava! – pensa.

Quem poderia estar ali a essa hora? – se pergunta – Sempre fui o único a fazer esse tipo de coisa – fala a si próprio em um sussurro.

Em rumo de onde vinham as vozes, Oliver percebera se tratar de ser um homem e uma mulher – seus sentidos eram bem apurados, qualquer ruído ou cheiro nunca passava despercebido, era uma qualidade surreal que aprendera com seu pai.

Chegando mais perto percebe se tratar de Miranda e Clark que não paravam de conversar e contar histórias um para o outro, estavam sentados à beira do lago, ela estava linda. Ficou ali os observando, escutando o que diziam.

– Sabe Clark, sempre adorei a natureza, sempre me senti conectada a ela.

– Sei do que está falando, sinto a mesma coisa.

– Costumava viver em uma casa próxima a uma em Gilbert, saia sempre para pintar, me inspira.

– Imagino.

– Meus pais sempre brigavam comigo por isso, diziam que eu era muito jovem pra andar sozinha por lá – diz - falavam que logo chegaria minha idade e que se eu quisesse poderia até me mudar pra floresta, nunca entendi isso.

Meus pais diziam a mesma coisa – pensa Oliver meio surpreso.

Ele se levanta pronto para sair quando ouve um barulho – tinha mais alguém ali, ele tinha certeza.

Miranda e Clark também ouvem, se levantando espontaneamente como duas crianças quando são pegas fazendo algo errado.

– Você ouviu isso?

– Ouvi – responde Clark olhando ao redor.

– O que será que é? – pergunta Miranda.

– Eu não sei mas acho melhor irmos embora daqui – responde correndo e a puxando junto.

Escutando isso, Oliver decide fazer o mesmo sem ir atrás do que ou de quem poderia ter ocasionado aquele barulho.

Miranda tropeça caindo, Clark ajuda a se levantar dizendo – Você está bem?

– Estou bem – responde limpando sua roupa e continuando a correr para fora dali.

Oliver um pouco mais atrás se ocultando com a ajuda das árvores vai para onde Miranda acabara de cair e dali pega um colar – o mesmo que Miranda usava e que tinha ganhado de sua mãe em seu aniversário, um amuleto de proteção.

Ele o segura com espanto girando-o entre seus dedos, observando cada pedacinho daquele amuleto.

Não pode ser possível – pensa.

– É ela – diz a si mesmo.

– Demorou a descobrir – uma voz o surpreende – Precisa usar o que aprendeu melhor.

Oliver se vira rapidamente para trás para saber a quem pertence aquela voz – tarde demais, ficou tudo escuro antes de atingir o chão.

Já saindo da floresta, Miranda sente falta de seu colar, parando de correr.

– Meu colar! Deixei cair.

– Não podemos voltar – diz Clark – quando amanhecer voltamos para procurar!

– Não posso esperar Clark – retruca – minha mãe pediu para nunca tirá-lo, sem ele...

– O que Miranda?

– Sem ele fico vulnerável a ter pesadelos – responde, pensando.

– Não dá para esperar? – diz Clark tentando convencê-la.

– Eu... Não sei – responde meio em transe.

– Vamos! – diz Clark a puxando.

– Agora eu entendo – sussurra Miranda deixando que Clark a puxe.


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Notas finais do capítulo

Deixem a opinião de vocês, tudo que disserem será bem vindo ^^



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