Depois de uma noite perfeita e cheia de coisas estranhas, Miranda finalmente vai para seu dormitório, estava um caco de tão cansada, assim decide tomar um banho e deitar para dormir um pouco.

O baile ainda não tinha terminado, quando saiu da floresta com Clark ainda ouviu e viu uma grande movimentação próximo ao salão; preferiu ir embora ao voltar para lá.

Ao entrar no banheiro e ir para o chuveiro, seu pensamento vaga a procura do momento em que sua mãe a dera aquele colar em seu aniversário.

“Querida, me prometa que não irá tirar esse colar para nada? Ele é um amuleto e irá te proteger de todo o mal que a cercará.” – foi tudo o que ela disse sem ao menos esperar a resposta da filha, ela nunca entendera o porquê a mãe lhe dissera aquilo – até agora.

Ela sabia que quando o usava conseguia dormir normalmente e, a última vez que o tirara aquele sonho voltara a infortuna-la.

– Miranda? – alguém a chama batendo na porta.

– Estou saindo! – responde desligando o chuveiro e pegando suas coisas.

Ao abrir a porta vê Allie.

– Você sumiu, onde estava? – ela pergunta.

Miranda não sabendo se deveria ou não contar a verdade responde, gaguejando.

– Eu...hãm... estava... cansada e... vim pro dormitório descansar um pouco – diz finalmente.

– Entendi... E o Clark?

– O que tem ele?

– Vocês ficaram? – pergunta em tom de malicia.

– Nãooo – responde dando fim a conversa e se deitando para dormir.

Miranda logo pega no sono...com medo...começa a sonhar, novamente!

Ela andava calmamente em meio as árvores, usava um vestido branco de um tecido bem fino e que não a fazia sentir frio, mesmo estando uma noite tão gélida, não sabia o porquê estava ali mas sentia que era para estar naquele momento.

– Socorro! Socorro! – Alguém corria pela floresta escura gritando ajuda.

– Não deixem ela fugir novamente! – a mesma voz familiar a ela gritou.

Ela tentou escutar de onde a garota gritava a pedido de socorro, seus sentidos estavam mais apurados, ela não entendia o porquê mas sabia exatamente onde ela estava, a pobrezinha continuava a gritar desesperadamente; Miranda estava ciente de que conseguiria ajudá-la de qualquer maneira.

– Socorroooo! – gritou mais uma vez antes de ser atingida por alguém nas costas.

Miranda chegou bem na hora, correndo em direção a menina.

– Você está bem? – pergunta.

– Eu... não sei – responde em meio a soluços – Me ajuda, por favor!

– Vim para isso, eu...eu não sei como mais sabia que alguém precisaria de mim.

– Você...você é ela não é? – pergunta a menina com medo.

– Ela...?

Antes que pudesse falar qualquer coisa uma voz a interrompe.

Um rapaz sai do meio das árvores. Miranda não conseguia ver seu rosto.

– Hoje é seu dia de sorte pequena Kendra – diz em tom debochado - Então é você quem ela tanto esperava – continua encarando Miranda, seus olhos brilhavam.

– Eu...não sei do que está falando – diz Miranda.

– Muito bem, não estou para papo e meus amiguinhos também não – diz – Peguem-nas!

Algo estava saindo das sombras que as árvores faziam, algo bem feroz e faminto, não apenas um mas vários. Lobos enormes!

Miranda acorda sobressaltada, suando frio, pensando.

O sonho fazia mais sentido agora do que da última vez...as árvores...parecia a floresta próxima a universidade, onde esteve aquela mesma noite com Clark, além disso, antes só ouvia os gritos de uma garota e alguém a perseguindo, nunca aparecera no sonho como desta vez...quem era Kendra?

Miranda coloca a mão no pescoço a procura do colar – Preciso encontra-lo – sussurra.

...

Oliver acorda no meio da floresta, sua cabeça doía, estava se sentindo tonto.

– Merda! – diz colocando a mão na cabeça, ganhara um galo enorme.

Ele se levanta ainda com o colar de Miranda na mão.

– Por isso ela mexeu tanto comigo – diz a si mesmo – Preciso entregar isso a ela.

Oliver pensa em ir ao dormitório de Miranda, porém...quão estranho iria parecer o cara que a odeia batendo em sua porta para entregar um colar? Como explicaria o motivo de estar com ele? Seria tipo: “Oi, te vi na floresta e fiquei te observando feito um maluco e quando você perdeu seu colar eu o peguei” – Melhor não – pensa.

Cansado, caminha para fora dali, o dia foi cheio e sua cabeça está explodindo, queria muito saber quem o acertara e o porquê fizera isso, além do mais só tinha uma certeza, sabia quem e o que Miranda era.

...

O dia logo amanheceu, Miranda mal dormira depois de ter acordado tão assustada, ficara ali deitada pensando e decidiu que a noite iria para a floresta procurar seu colar, sozinha.

– Bom Diaaaa! – entoa Cornélia a ela.

– Bom Dia!

– Pronta para as aulas? – pergunta em meio a um bocejo.

– Sempre – mentiu, seus pensamentos estavam longe que tinha certeza que não prestaria atenção em nada, apenas no que a atormentava.

– Já vai? – diz Cornélia a trazendo para a realidade.

– Preciso resolver uma coisinha – mente novamente.

– Então até mais tarde, no refeitório.

– Até – responde pegando suas coisas e saindo.

Já estava bem próxima ao campus, totalmente distraída que mal percebera que Oliver vinha em sua direção.

– Oi – diz a surpreendendo.

– O que quer? – pergunta com grosseria.

– Você está bem? – continua, a ignorando.

– Sim – responde rapidamente tentando se livrar dele.

– Olha, sinto muito por tê-la tratado mal, eu... eu não sou assim sempre...

– Grosso?

Oliver suspira.

– É... não estou acostumado com pessoas.

– Isso não é desculpa!

– Eu sei mas... tenta me entender, eu estou pedindo que esqueça.

– Sinto muito – diz deixando-o sozinho.

Oliver a observa indo embora.

– Droga!

– Bem feito! – uma voz o surpreende. Paul.

– Ah Paul, faça-me o favor.

– Eu avisei Oli, você que não quis escutar.

– Vou tentar de novo, ela vai me desculpar.

– Não se continuar nessa rebeldia, precisa pedir desculpas de verdade e não “estou pedindo que esqueça”.

– Já entendi, agora vamos – responde andando em direção ao campus.

Quando chega, vê Miranda se sentando ao lado de Allie e Luca, ele a encara.

– Hoje à noite a gente se encontra – sussurra, se sentando.