–Sou o Kevin-Ele se apresentou. Olhos negros e cabelo castanho, mais alto que eu.

Havia algumas malas e uma delas extremamente grande, a teoria maluca de Lolita passou pela minha cabeça, ele guardaria corpos ali? Já havia perdido os 100 dolares.

–Eu lembro um pouco de você.-Disse sorrindo, ele apenas sorriu fraco.

Ajudamos a desempacotar tudo, menos a maleta grande e metálica.

“Okay,Alice. Para com loucura” Repreendi-me.

–Alice, eu vou trabalhar agora.-Disse Katy.-Kevin eu venho visitar.-Mandou um beijinho de longe para o irmão.

–Eu vou já sair para trabalhar também.

Disse. Ele sorriu novamente devagar.

–Você trabalha com computadores, certo?

–Sim.-Ele abriu a mala metálica. “Agora que vai me matar?” pensei sorridente.-Sou programador.

Observei ele tirar de lá o computador e algumas outras coisas que não entendia.

–Legal.

–Eles pedem, me pagam e eu faço, sem sair de casa.

–Uau, nerd.-Brinquei com o cabelo dele e ele fez biquinho.

–Você não precisa, né? Filha do prefeito.

–Não é bem isso. –Me sentei na cama, enquanto ele arrumava as coisas. –Ele se casou com outra depois que minha mãe faleceu, teve filhos com outra mulher e me mandou para morar sozinha. Se eu me manter fora de confusão, ele fica feliz e eu continuo a minha vida.

–Ah, sim. Sinto muito.

–Vou fazer o jantar e depois sair.

–Okay.

Assim fiz. Salada de frutas para sobremesa.

Jantamos em silencio.

Escovei meus dentes e pus as lentes de contato, um casaco preto com capuz e uma calça jeans rasgada, um all star e estava pronta.

Ele não perguntou onde ia, talvez pensando que seria melhor não se meter em meus assuntos.

–Vou chegar as 5h-Anunciei e ele só deu tchauzinho.

...

–Alice-Chamou Teroy, meu melhor amigo e dono d maior boate de poli dance de Seattle.

Pisquei para ele e entrei no camarim.

Troquei de roupa colocando um biquíni colorido, tirei o cordão que Katy havia me dado e coloquei a mascara de coelho que não cobria a boca, passei um batom vermelho.

–Alice?-Uma das dançarinas me chamou.-Feliz anivesario.

–Obrigada. –Ninguém ali, além do Teroy, sabia que eu era a filha do prefeito.

..

–Rapazes, moças, pessoas bonitas!-Teroy chamou a atenção, eu estava atrás das cortinas vermelhas sangue, mas sabia que do outro lado ele se movimentava de um lado para o outro, brincando com o microfone.-Hoje, é aniversario de uma das minhas queridas funcionarias.

As cortinas se abriram e sorri andando até ele, aplausos para mim e assobios.

–Alice, nossa coelhinha.-Algumas risadinhas e mais aplausos.

Toda as funcionarias usavam mascaras, de animais ou mascaras decoradas.

Mas eu era a coelha.

Na boate tudo aconteceu normal, dancei até as 4h e depois de fecharmos troquei de roupa.

–Teroy, vamos fazer o que hoje?

–Nada-Ele disse. – Infelizmente.

–Queria alguma coisa para comer, vamos.

–Não dá, meus pais estão naquela crise existencial.

–Ah, sei... “O que fiz da minha vida?”

–Isso-Sorrimos.

...

–Em casa-Anunciei baixinho e peguei um susto quando ele apareceu diante de mim, com uma caixinha de suco em mãos.-Que susto!

–Bem vinda de volta.

–O que faz acordado?

–Estava terminando um trabalho, mas já acabei.-Ele se aproximou.-Seus olhos não eram azuis?

–A-Ah...é que...

Ele deu de ombro.

–Tudo bem. Boa noite.

–Boa.-Corei, que susto...