Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 4
Capítulo 4




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Acordei tão animada no outro dia, que nem lembrei de que tinha combinado ontem com o Kiba para brincarmos com o Akamaru hoje cedo. As pessoas nos achavam estranhos por ainda brincarmos com ele, Akamaru, e por sermos amigos até hoje sem nunca termos nos interessado em namoros ou coisa parecida, mas eu não me importo, é melhor do que fazer qualquer outra coisa. Menos ler, porque eu amo ler. Acho que ler com o Kiba seria a melhor coisa do mundo. Mas por enquanto tenho que me contentar em brincar com ele e seu cachorro.

Então eu levantei, escovei os dentes, vesti uma roupa bem simples, como sempre – uma bermuda cinza-escura pouco acima do joelho e camiseta regata branca – tomei um café da manhã bem rápido, calcei meu coturno e fui para a casa dele. Quem atendeu à porta foi sua mãe.

– Oi Anna! – disse Tsume, simpática como sempre foi comigo.

– Oi tia – eu não sei por que tenho esse hábito de chamar os pais dos meus amigos de tio e tia, mas eles parecem não se importarem com isso.

– O Kiba está te esperando lá nos fundos – disse ela abrindo passagem para eu ir para onde ele me esperava.

– Obrigada – e entrei pela porta estreita de madeira escura.

À minha esquerda passou a sala que era atrelada à cozinha, e à minha direita passou uma escadaria e outras três portas, que, pelo que eu conhecia, uma delas era o banheiro, outra era o quarto da Hana e a outra uma dispensa. Fui andando sem muita pressa, pois eu cheguei bem em cima do horário marcado.

Quando cheguei à porta dos fundos logo vi o Akamaru deitado de frente para a porta com as patas apoiando sua boca e abanando o rabo, provavelmente porque eu acabara de chegar. Kiba estava deitado na grama ao seu lado, usando o cachorro como travesseiro e tapando os olhos com sua bandana.

– Então aqui tem banho de sol? – comecei a falar.

Acho que ele não tinha percebido a minha presença, ou estava cochilando. Mas pelo menos estava escutando, pois, de certa forma, eu o despertei ao falar.

– Minha prisão é diferente – disse ele rindo, tirando a badana dos olhos e colocando-a na testa, onde era o seu lugar.

– Então... está fazendo o quê?

– Estava te esperando – disse ele espremendo os olhos para olhar para mim, pois a luz do sol batia bem na sua cara. Suas marquinhas vermelhas estavam bem realçadas. Lindas.

– Mas não combinamos às 8:30?

– Sim, sim – ele sorriu. Um sorriso simples, sem gargalhar, sem mostrar os dentes e sem separar um lábio do outro. Eu amava aquele sorriso. Continuou: - Mas estava aqui te esperando e pensando na vida.

– Pensando na vida? Você? – Digamos que ele não é do tipo que para pra pensar muito no futuro, então foi estranho.

– É, o seu antigo professor da academia veio aqui mais cedo.

– O Ebisu? Que estranho, o que ele queria com você?

– Sim, ele mesmo. Na verdade ele e outros professores estão passando nas casas das pessoas e tal. Ele disse que também queria falar com você, mas ninguém atendeu a porta. Daí eu falei que você viria para cá e que provavelmente ainda estava dormindo. Ele não quis te incomodar e pediu para eu dar o recado.

– Tá certo... E qual é o recado?

– Todos na vila sabem que o Naruto sempre foi e ainda é a inspiração do novo aprendiz do Ebisu, o Konohamaru, não é?

– Sim.

– Pois é, estão dizendo que ele está apaixonado por você...

– Apaixonado por mim? Espere... qual deles? – Perguntei arregalando os olhos.

– O Konohamaru, Anna – disse ele rindo. – Naruto é apaixonado pela Hinata, todos sabem disso.

– Sei, mas... Konohamaru? Mas ele é só uma criança...

– É, mais ou menos, enfim...

– Era isso que ele queria falar com você, comigo e com todos na vila? Pois não vejo motivo de espalhar isso para toda Konoha.

– Não, não era isso... – ele se afastou um pouco para o lado e apontou para que eu pudesse deitar também.

Entendi o recado. Dei um “oi” para o Akamaru, que latiu, feliz, de volta, acariciei seu pelo branco e macio e deitei ao lado de Kiba, nervosa. Era incrível como seu cachorro havia crescido, no decorrer do tempo a gente nem percebe, pois convivemos com ele diariamente, mas só sei disso porque lembro de ver o Kiba carregando ele na cabeça, quando pequeno, e hoje, é o Akamaru que carrega o Kiba nas suas costas. Até eu consigo pegar carona nele às vezes...

– Você sabe já tem um tempo que existe uma organização de rebeldes chamada Akatsuki, certo?

– Certo.

– E você sabe que aquele tempo que o Naruto esteve fora foi para treinar com um dos três ninjas lendários e que o Sarutobi-sensei morreu tentando matar o Orochimaru, aquele que levou meu colega e amigo de Naruto, Sasuke, com ele, não é?

– Sim, sei. Poderia ir direto ao ponto? – Eu estava ficando agoniada.

– Desculpa, é que estou preocupado...

– Preocupado com o quê?

– Parece que o capanga do Orochimaru, Kabuto, foi avistado nos arredores de Konoha... Não sabemos ainda se ele trouxe seu líder ou algum outro companheiro da Akatsuki, então fique de olhos bem abertos e, por favor, Anna, não saia de perto de mim.

Isso eu faria com o maior prazer. Ficar ao seu lado sempre me anima e me tranquiliza. Só não sei ainda...

– O que a Akatsuki está fazendo em Konoha?

– Não sabemos. Podem ter vindo nos observar, planejar algo, matar alguém, sequestrar alguém, qualquer coisa.

– Mas eu sei me cuidar... – quis parecer durona, mas tudo o que eu queria era não sair de perto dele.

– Eu não quis dizer isso. É só que... – ele respirou fundo. – Eu não saberia o que fazer se algo acontecesse com você.

– Tudo bem – criei coragem e disse – Não será nenhum sacrifício para mim.

Ele sorri e se vira para mim, agora deitado de lado. Fiquei envergonhada depois do que aconteceu ontem, mas venço a timidez e me reposiciono também, deitando de lado, de frente para ele. Akamaru não reclama com os movimentos.

– Só não entendi uma coisa.

– O quê?

– Por que falou do Naruto e do Konohamaru?

– Naruto treinou bastante, isso é incontestável, mas ele não está preparado para lutar contra a Akatsuki. Nem mesmo o terceiro Hokage conseguiu lutar contra um deles. E você conhece o Naruto, se ele vir o Orochimaru ou o Kabuto, vai perguntar sobre o Sasuke e querer ver o amigo a qualquer custo...

– Entendo, e o que eu posso fazer?

– Você pode conversar com ele.

– Eu? E por que você acha que ele vai me ouvir?

– Anna, todo mundo sabe que Naruto é meio mole com você, ele tem uma quedinha por você, aliás, quem não tem? – Ele falou a última parte bem baixo, mas consegui ouvir. Ele se envergonhou um pouco e começou a olhar suas unhas, que eram bem afiadas e pontudas.

– O quê?? – Pelo jeito todo mundo sabia, menos eu. Isso me pegou de surpresa. Me sentei, indignada. Agora entendo todas as indiretas que nossos amigos nos davam, todas as olhadelas, todas as brincadeirinhas...

– Ah Anna, vai dizer que nunca percebeu?

– Realmente nunca percebi, - ou nunca quis perceber. – Mas vou falar com ele sim.

– Posso ir com você até a casa dele, mas só até a porta – disse ele, pareceu um pouco incomodado. Ciúme, talvez?

– Tá bem. E o Konohamaru?

– Naruto consegue convencê-lo a fazer qualquer coisa, mas se você falar com ele antes, não precisaremos nos preocupar com o Konohamaru.

– Tudo bem, então.

Ficamos ali por mais dois minutos, eu sentada e ele deitado. Olhei para o relógio de parede que ficava na cozinha do lado de dentro e já eram 8:48 da manhã.

– Vamos?

– Verdade, tinha esquecido. Vamos sim – ele se levantou e me deu a mão para eu levantar. Eu adorava quando ele fazia isso.

– Podemos passar na casa do Naruto primeiro, falo com ele e então partimos para a floresta.

– Pode ser, segure firme – ele deu um sorriso e subiu no Akamaru, sentei-me atrás dele. Segurei-me na parte solta da sua camisa preta. Ele pegou minhas mãos e colocou-as ao redor de sua cintura. Gostei muito daquilo. Aproveitei e me agarrei àquela ótima sensação que era de tê-lo próximo a mim.

– Está com algumas kunais e shurikens? – ele me perguntou.

– Sempre. Por quê?

– Vai que topamos com o Kabuto.

Rimos. Claro que foi uma piada, mas não tínhamos certeza do contrário. Sempre é melhor prevenir do que remediar.

Akamaru levantou e partimos pelo corredor que ficava ao lado da casa do Kiba, que ligava o quintal à área da frente.

Era só o que me faltava esses outros dois meninos apaixonados por mim... Se me dissessem que era o Neji, eu entenderia, pois vejo o modo como ele me olha e o jeito que ele fica nervoso comigo por perto. Mas consigo fazer isso, vou fingir que não sei de nada e deixar tudo como era antes. É o mais fácil a se fazer agora, e esses dias, devo aproveitar quando existe uma opção fácil.


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