Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 3
Capítulo 3




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Na nossa formatura, na qual nos transformarmos em Jounnin, nos abraçamos muito, comemoramos, e ficamos muito felizes. Todos os amigos meus e de Kiba passaram, poucos alunos reprovaram, mas nós não os conhecíamos. Estávamos indo para nossas casas, almoçar, depois de nos encontrarmos com nossos amigos e festejarmos, quando eu fui tentar surpreendê-lo com um beijo em sua bochecha. O que eu não esperava era que ele fosse tentar o mesmo. Os cantos de nossas bocas quase se encontraram. Mas foi tão rápido e tão inesperado que nos afastamos do abraço, rimos, pedimos desculpas e demos boa noite, desconsertados.

No dia seguinte a Hana, irmã do Kiba, a qual eu só falava quando era necessário, não sei o motivo, convidou eu e minha mãe pra almoçar na casa deles, e, com isso, comemorarmos novamente nossa graduação. Minha mãe não tentava mostrar para os outros que era apegada a mim, mas eu não me importo, é melhor do que fingir.

Chegamos na casa deles ainda cedo, umas 11h da manhã. Minha mãe comprou uns sakês para levar, pois ficou sem graça em aparecer com nada, mesmo que tenha sido um convite. Pelo jeito, minha mãe gostou muito da Tsume, a mão do Kiba, pois quando chegamos lá, ela nos recebeu super bem, almoçamos, rimos, conversamos tanto que acabamos ficando para a janta.

Kiba estava tão lindo naquela noite, eu ficava olhando tanto para ele que se nossas mães e Hana não estivessem tão entretidas, teriam percebido, logo de cara, que eu gosto dele. Eu e ele saímos da casa para conversar, pois nossas três “acompanhantes” tinham bebido muito sakê e estavam falando muito alto. Aposto que elas nem perceberam que tínhamos saído.

Deitamo-nos na grama do quintal dele - minha pele ficou coçando muito depois, - ficamos conversando sobre o dia e, quando não tínhamos mais o que falar, ele começou a contar histórias de terror, pois ele sabe que eu adoro terror. Nos sentamos um de frente para o outro pra falar as histórias.

Durante uma história que ele contava, a qual ouvi apenas as palavras “bruxa” e “sangue”, ele ficou me encarando pra ver se eu ficava com medo, mas eu nem estava ligando para ela, fiquei concentrada nele e apenas nele. Quando ele parou de contar, e eu fingi estar com medo e sorri para ele. Imagino que ele tenha pensado que sorri por causa da história que ele contou, mas não, eu estava sorrindo PARA ele. Um sorriso simples e puro de fascínio. Ficamos nos olhando um pouco, sem falar nada e então eu quebrei o gelo.

– Muito legal sua história, mas agora vou contar a minha.

Fiquei com receio de mentir para ele, mas acho que teria mais ainda seria se eu falasse que não prestei atenção. Então comecei a contar uma história sobre o chupa-cabra que meu avô me contava quando eu era pequena e fui chegando perto dele, com os olhos arregalados na minha falha tentativa de dar ênfase no conto.

Fui chegando mais e mais para perto, mas ele nem parecia estar prestando atenção, vi que ele estava olhando, encarando, concentrado, a minha boca. Algumas pessoas poderiam considerar minha boca uma boca de lábios grossos, outras poderiam dizer que eram finos, mas eu não ligo, só sei que foi o suficiente para chamar a atenção dele, e somente isso importa agora. Fiquei com muita vergonha de continuar falando, pensando se tinha algo na minha boca ou qualquer outra coisa de errado, mas entendi, pois fiz praticamente a mesma coisa com ele, um tempo atrás.

– Ei, - eu disse dando um tapa em seu braço para tirá-lo do transe. - Está prestando atenção?

– Desculpe-me, Anna, mas não estou – disse ele rindo, não sei por que fiquei um pouco triste, mas acabei rindo também. Ele continuou: - Sabe, eu poderia ter feito a mesma coisa...

Ele não concluiu, mas acho que nem precisou. Não acredito que estava tão na cara assim, fiquei morrendo de vergonha. Seu sorriso era tão lindo. Sua gargalhada. Sua boca, com aqueles dentes caninos um pouco mais avantajados que os outros, com os lábios, nem grossos demais, nem finos demais, perfeitos. Eu não percebia isso antes, mas agora tudo ficou tão claro...

Ainda estávamos bem perto um do outro, com as pernas cruzadas em “borboleta”. Nossos joelhos encostavam-se uns nos outros, e eu sentia seu calor. Ele estava com o cheiro do shampoo do Akamaru. Mas aí ele foi chegando mais perto, e eu não aguentei tamanha pressão. No meio do caminho eu olhei pra baixo, fiquei meio sem graça. Acho que ele ficou também, pois começou a falar sobre o céu e o clima.

– Está tão frio... E o céu está tão bonito... Não é? – Ele deve ter percebido que eu ainda estava com um pouco de vergonha e continuou. – Me desculpa.

– Desculpar você pelo quê, exatamente? – Eu não estava entendendo muito.

– Por não prestar atenção na sua história.

– Relaxe, eu também não prestei atenção no seu conto.

Nós rimos bastante até gargalhar. Mas, então, ele parou e ficou sério como se eu tivesse me transformado na bruxa sangrenta da sua história e disse, olhando pra mim:

– Você é linda. – Disse ele tocando meus cabelos loiros, que desciam até pouco abaixo da cintura, com sua mão esquerda.

Consegui ver que suas marcas vermelhas, símbolo do seu clã, que contornavam suas bochechas, estavam quase invisíveis. Mas acho que mesmo estando somente sob a luz da lua dava pra ver que eu estava tão vermelha quanto suas lindas marquinhas.

– Obrigada, você também não é feio.

– Estou falando sério Anna, obrigado por ser minha amiga, - ele disse a palavra “amiga” bem baixo, quase inaudível - e por me suportar por todo esse tempo.

– Também agradeço. – Tentei juntar coragem. - Eu te amo, sabia?

– Não, não sabia – ele estava surpreso como nunca tinha visto antes. Eu consegui, o peguei de surpresa.

– Quero dizer... Não que eu te ame daquele jeito... - Fui ficando sem jeito e não sabia mais o que dizer. - Minha mãe disse uma vez que quando amamos alguém significa que gostamos muito dessa pessoa e que nos importamos com ela. E eu gosto muito de você. Você me faz rir como ninguém mais faz.

– Eu também te amo Anna – disse ele apoiando a mão esquerda na minha perna direita. Sua mão estava quente. Um frio subiu pela minha espinha e eu respirei fundo. Ele continuou, olhando nos meus olhos: - De todos os jeitos que você imaginar.

– FILHA! VAMOS EMBORA! – Gritou minha mãe, acho que ela estava na porta de entrada da casa, que ficava a uns 10 metros de onde estávamos. Ou ela não sabia onde eu estava, ou estava apenas tão bêbada que não percebeu que estava gritando. Eu achava que ela não se importava comigo...

Senti-me incomodada, queria ter aquele tempo sozinha com ele... Desejei tanto esse dia, para ele acabar sendo interrompido assim. Pensei que essa seria uma cena que acontecesse só nos filmes, mas aconteceu comigo, e não foi nada legal.

– KIBA, CADÊ VOCÊ? – Gritou a mãe de Kiba, que diferente da minha, estava gritando realmente para saber onde ele estava.

Nós rimos muito, ele se levantou e me ofereceu a mão para me ajudar a levantar. Na hora que eu levantei ele me puxou pra um abraço bem apertado e disse:

– Até amanhã, Sabaku no Anna.

– Até amanhã Inuzuka Kiba. – Fiquei um pouco triste por não ter tido coragem de beijá-lo, mas ao mesmo tempo estava feliz, pois agora sei que ele também gosta de mim no jeito que gosto dele.

Então eu saí.


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