Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 20
Capítulo 20




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Capítulo Vinte

Ainda não estou conseguindo pensar direito, o cara mais legal que eu poderia conhecer e que faz parte dos meus genes, morreu, e eu nunca mais terei a oportunidade de conhecê-lo. Ele morreu sem saber da minha existência, e isso está me impedindo de raciocinar.

Tsunade não pode saber. As pessoas que sabem são somente aquelas em que eu mais confio, então ela continuará sem saber, embora já saiba de muita coisa... Estou tão perdida nos meus pensamentos, tão aturdida e tão chocada com a informação recebida que vou falando coisas no automático, até emudecer-me completamente. Abaixo o olhar até uma manchinha roxa que apareceu na minha perna no dia que minha mãe morreu. Fico ali, com o olhar fixo, absorta na minha mente.

Tento me acalmar. Fico voando sobre as nuvens, sentindo o vento gélido bater na minha cara. Estou pairando na atmosfera e então começo a ser atingida por pedras vindas de todas as direções, meus jutsos não funcionam, minha visão escurece, estou cega, as pedras ainda me atingem. Tento me encolher para me proteger, mas a dor só aumenta. Sinto-me despencar de cabeça para baixo de volta ao mundo ninja. Vejo as coisas ganhando suas respectivas formas, se aproximando. Até que vejo o chão e ao invés dele me esmagar, sinto um tapa na minha cara, me trazendo de volta à realidade.

– Anna!

– Sim? – pergunto para Tsunade. Se existisse um nome para definir uma emoção que misturasse pavor, surpresa, incredibilidade e ânimo, eu usaria esse nome para descrever a expressão que Tsunade está fazendo agora.

– COMO ISSO É POSSÍVEL??

– Você que é a Hokage aqui, quem geralmente tem as respostas é a senhora!

– Não fale comigo assim! Mais respeito, por favor.

– Desculpa.

– O que está acontecendo com você?

– Nada está acontecendo comigo.

– O que fizeram com você?

– Não fizeram nada comigo!

– Mas como...?

– EU NÃO SEI!

– Não lembro de você ter me falado nenhum Hyuuga...

– É porque não tem.

– E por que isso apareceu agora?

– Porque estou com as emoções muito alteradas, tenho certeza disso.

– Mas, por que suas emoções estão tão alteradas?

Não posso falar para ela... Tenho que criar algo lógico para que ela não desconfie.

– Jiraya morreu, não sei como Naruto vai reagir, eles eram muito apegados. Naruto é meu amigo, e estou sentindo sua dor.

– Naruto não pode saber agora.

– Eu sei, embora isso só piore a situação. Ele tem o direito de saber.

– Sim, ele tem, mas não saberá agora. Precisamos do Naruto, ele se tornará um ninja excepcional e essencial para a vila.

– O que eu faço?

– O que você consegue ver com seu olho direito?

– Minha visão está normal, mas não sei se eu... – Fecho os olhos e tento me concentrar no que quero ver, os tenketsus, pontos de chakra, do jeito que a Hinata e o Neji disseram que conseguem ver ao usar o Byakugan. Abro os olhos e de repente consigo ver através de Tsunade e seus tenketsus. Ela está parada na minha frente e fica ainda mais surpresa que eu.

– Caramba, seu olho direito está com aquelas típicas veias saltitantes dos Hyuuga quando eles ativam o Byakugan... Isso é... Totalmente incrível.

– Um pouco... Meu sangue está fervendo, eu estou sentindo as pequenas bolhas se formando nele. Está mais quente do que da última vez que "perdi o controle".

– Isso é por causa das emoções alteradas. A adrenalina.

– Da outra vez eu estava consumida de raiva, sem controle e... não estava tão fervente assim. Está quase doendo até.

– Será que cada vez que isso acontece você...

– Eu me deterioro? – interrompo-a. Ela olha para mim com pesar.

– Sinto muito, Anna, mas acho que como você está na idade de despertar kekkei genkais, talvez seu corpo não esteja suportando tanto poder.

Me tranquilizo e consigo desativar o Byakugan. Penso por um instante... Se esses caras me descobriram agora e minha mãe já está morta, eles não vão parar de me procurar e me caçar. Nunca mais terei paz. E se essa suposição que Tsunade falou estiver certa, então cada vez que eles vierem me caçar, e cada vez que eu for dominada pela raiva, meu corpo vai se deteriorar aos poucos até eu morrer. Não posso deixar isso acontecer.

– Acho que você tem razão. Tsunade, por favor, quando eu morrer, dê o dinheiro que sobrar para as pessoas mais pobres da vila, os móveis também e sei lá, tudo que sobrar.

– Credo, isso parece uma despedida. Como assim quando? Anna, você não vai morrer tão cedo assim.

– Sim, eu vou. Pensei um pouco agora e descobri que semana passada apareceu uma mancha roxa aqui na minha perna. – Aponto a mancha na perna direita. – Eu não sabia o que era, mas acho que faz parte da deterioração. Se é que já não apareceram outras.

– Deve ter algum tratamento, eu vou pesquisar.

– Eu não tenho muitas esperanças, mas obrigada.

Quando terminei de falar isso, Shizune entrou na sala, sem bater, trazendo um pequeno livreto. Olhei para baixo, tentando esconder minhas novas características.

– Tsunade-sama, eu encontrei – ela fala gesticulando o pequeno livro no ar.

– O quê?

– O tal Uchiha Izuna, não é exatamente ele. Tem um Hyuuga chamado Tokuma, algumas pessoas o chamavam de Izuna quando ele era mais jovem, não sei o motivo disso, mas até quando as pessoas perguntavam seu nome ele dizia Izuna.

– Muito bem, Shizune. Muito obrigada.

– Mais alguma coisa, Godaime?

– Não, pode voltar para os seus serviços.

– Com licença – ela disse e fechou a porta ao sair.

– Claro que teria um Hyuuga... Está explicado agora – Tsunade fala.

– Acho que já vou. Tenho que ver o Kiba. Não comente com ninguém sobre esses meus poderes novos, essas descobertas. Por favor.

– Mas Anna, você é um caso novo, especial, as pessoas ficariam encant...

– Não, elas ficariam apavoradas. Por favor, não conte.

– Guardarei seu segredo. Enquanto eu estiver sóbria, prometo não contá-lo.

– Obrigada. Devo ir agora. Quando souber quem é Dan me avise.

Com sua confirmação, andei até a porta e saí de cabeça baixa. Fui andando até o banheiro mais próximo que eu me lembrava. Entrei na pequena porta à esquerda e fui direto até o espelho. Estou chocada, não tem outra palavra para dizer o que estou sentindo agora.

Uma coisa é ouvir alguém falar da sua aparência, você até tenta imaginar, mas ao ver seu reflexo, é outra coisa completamente diferente. Meu olho direito é um Byakugan, e o meu olho esquerdo é um Sharingan, mas não é qualquer sharingan, é o Mangekyou Sharingan...

Um olho vermelho e um branco, tudo bem. Fecho os olhos, me concentro para tentar esconder tudo de novo e voltar ao normal, isso dura mais ou menos 1 minuto. Abro os olhos e me vejo no espelho, meus olhos verdes voltaram a ser verdes. Mas não é só isso, antes fosse. Continuo com minhas marcas pretas ao redor dos olhos, mas apareceram algumas mechas brancas no meu cabelo e uma outra coisa...

Estou com manchas no rosto, manchas laranjadas meio avermelhadas. Não são simples manchinhas, elas são geometricamente definidas e iguais de cada lado do meu rosto. Ao redor do preto dos meus olhos, tem agora uma outra marca simetricamente igual, porém maior, como se fosse a continuação do preto, só que de cor alaranjada.

O laranja cobre todas as minhas olheiras de noites mal dormidas, começando logo abaixo da sobrancelha até o começo das maçãs do meu rosto. E, das maçãs do rosto, descem duas linhas até minhas mandíbulas, uma de cada lado, como lágrimas escorrendo. Se eu tivesse nascido com isso, acharia bacana, pois o laranja combinou perfeitamente com o verde dos meus olhos, fazendo par com a cor dos meus cabelos loiros.

O que eu faço agora? Não posso sair assim... Mas tenho que ir até a casa de Kiba, ele deve estar preocupado. Estou me sentindo mal da forma que o tratei, ele só quer meu bem e eu o ignorei... Preciso vê-lo antes que eu...

Já sei! Posso tentar usar o Mangekyou Sharingan para me teletransportar, já ouvi falar que quem tem geralmente consegue fazer isso.

Então me dou conta de uma coisa. Eu não havia percebido antes, mas pensando agora... A kunai que a mulher da choupana jogou em mim, ela sumiu no ar, pois eu desejei que ela sumisse e fosse para outra dimensão, e assim aconteceu. Então se eu desejar que meu corpo vá para outra dimensão, e de lá aparecer no quintal de Kiba... Será se consigo?

Acho que devo tentar... Afinal, não posso sair assim mesmo, daqui até lá é um pouco distante, muitas pessoas estão nas ruas. Certo. Estou decidida. Vou tentar.

Encaro meu reflexo, estou sem o sharingan, então, para reativá-lo, tento lembrar de algo que me dê bastante raiva, ou alguma outra coisa que influencie bastante nas minhas emoções. Lembro do dia que cheguei em casa e vi o meu irmão, Deidara, me esperando. Lembro da hora que perguntei para minha mãe quem era meu pai. Lembro do outro dia que chego em casa e descubro que Deidara havia levado minha mãe para Orochimaru. Lembro de Orochimaru fazendo experimentos comigo e com Kunanari. Lembro da mulher nos hospedando na sua casa, quanta falsidade.

De repente me vejo em outro lugar. Sozinha. Dou alguns passos. Meus coturnos fazem barulhos como se eu estivesse andando em uma poça d'água. Olho para baixo, realmente tem uma fina camada de água no chão vermelho escuro. O lugar parece ser infinito, não há paredes e nem luz para que eu possa ver algum fim. Ao lado do meu pé, vejo uma kunai e então percebo que estou em outra dimensão. Uma dimensão que eu mesma criei.

Consegui. Estou aqui. Agora devo botar como foco, destino, a casa de Kiba. Visualizo seu quintal... Não, melhor não. Pode ter alguém no quintal. Deixe-me pensar... Ah, seu quarto. Ele não deixa ninguém entrar lá. Só espero que ele esteja dormindo ou fazendo alguma coisa no seu quarto.

Visualizo a porta do seu quarto e me imagino do outro lado dela. Minha vista começa a girar e escurecer. Paro de frente a uma porta de madeira, fico aliviada ao reconhecer que é da casa dele. Encosto minha cabeça na porta e começo a rir. Não consigo acreditar que consegui. Abro os olhos e olho para minhas mãos na porta, apareceram duas manchas roxas nos meus antebraços.

– Anna? – assusto-me ao ouvir a voz de Kiba atrás de mim e viro-me rapidamente. Ele está segurando um copo de leite em uma mão e alguns biscoitos na outra. Atrás dele não vejo seu quarto, vejo a cozinha. Droga, consegui, sim, parar na porta do seu quarto, mas do lado de fora. Ele olha para o meu rosto, assustado. – Caramba! O que aconteceu com você?

– Eu... – estou com medo, sua mãe ou sua irmã não podem me ver. Provavelmente ele pensou a mesma coisa, pois ele olha para os lados, coloca os biscoitos na boca, abre a porta do quarto, me empurra para dentro e fecha a porta atrás de si.

– Eu fui na sua casa hoje – disse ele depois de pegar os biscoitos e sentar-se na cama, sento-me do seu lado -, mas você não estava lá. Fiquei preocupado. O que houve com seu rosto? O que são essas marcas?

Eu explico tudo para ele, desde o dia que eu saí com Sai para ir atrás da minha mãe até a última notícia, escondendo apenas o fato de Jiraya ter morrido e de eu estar morrendo. Ele escuta tudo com atenção enquanto come alguns biscoitos e bebe o copo de leite. Quando eu termino de falar ele coloca o copo vazio no criado-mudo ao lado da cama e se ajeita na cama.

– Isso tudo é incrível.

– Por que as pessoas insistem em falar que isso é incrível? Não é, não.

– Desculpa, eu só achei que isso tudo poderia ter um lado bom. Ter muitos poderes às vezes é algo bom, muito bom.

– É... Às vezes... Cadê o Akamaru?

– Ele foi dar uma volta com a minha irmã. Minha mãe saiu agorinha e não sei que horas ela volta.

– O banheiro é aquele ali? – pergunto, apontando para uma porta ao lado do seu guarda-roupa vermelho de três portas.

– Sim, fique à vontade.

Ele se levanta e vai até a porta do quarto levando o copo sujo de volta para a cozinha. Entro no banheiro e procuro logo o espelho. Refletido nele tem uma menina insegura, bonita, com lindos olhos verdes e um rosto liso, sem marcas. Elas devem ter sumido agora que estou tranquila. Acho que Kiba não percebeu as manchas roxas nos meus braços.

Saio do banheiro, passando a mão no cabelo, e vejo Kiba trancando a porta do quarto e se virando para mim. Eu começo a pensar besteiras, mas então ele desliga a luz e pede para que eu olhe para cima. Como esse menino é incrível...

O teto do seu quarto foi pintado de azul e ele colou estrelas fluorescentes. A escuridão está agora iluminada apenas pelas estrelas que estão brilhando no meio de todo esse azul. Fico maravilhada. Ouço ele andando até mim, devagar. Sinto suas mãos me puxarem pela cintura, ele me abraça e eu o abraço de volta. Sinto seu peito contra o meu e seu coração batendo rápido enquanto ele fala.

– Eu pintei algum tempo atrás, para poder me sentir mais próximo de você, e, de vez em quando, imaginar que estou no seu quarto, com você.

Ele ri, envergonhado, e afrouxa o abraço.

Olho para ele... Lindo como sempre, o menino que eu amo, o menino que eu queria casar e viver junto para o resto da minha vida. Tem algo que eu quero muito tentar, mas o medo me consome. Sei que vou morrer cedo, mas não quero morrer sem ao menos tentar. O silêncio se torna constrangedor e eu tento desviar o olhar.

Dessa vez é ele quem segura meu rosto com a mão direita e me beija. O melhor beijo de todos, o melhor que eu já recebi e que eu algum dia eu poderia receber. Ficamos ali, por algum tempo, nos beijando. Decido que vou tentar. Passo a mão pelo seu cabelo e seguro a sua nuca, determinada. Sinto seu coração acelerar, junto com o meu.

Meus extintos sabem o que fazer. Desço minhas mãos até a barra da sua camisa e a puxo para cima. Tiro-a, desarrumando seu cabelo e deixando a camisa cair no chão aos nossos pés. Sua mão nas minhas costas está quente e delicada, ele a abaixa e passa ela para dentro da minha blusa. Sua mão sobe e esbarra no fecho do meu sutiã, ele fica ali um pouco até que consegue abrir. Fico um pouco envergonhada, mas acabo deixando.

Enquanto continuamos nos beijando, ele foi me empurrando lentamente para trás. Suas mãos agora pousam pouco acima dos meus quadris, na parte de cima do meu short e ele abre o botão da frente. Eu o ajudo abrindo o zíper retirando o short. Faço o mesmo com ele. Ainda estou com minha blusa, a qual ele aproveita para ter firmeza e me puxar para mais perto.

Continuamos, moderadamente, carinhosamente e lentamente com os beijos. Apreciando cada momento. Ele se abaixa um pouco e me pega no colo. Eu sorrio, envergonhada. Ele me carrega por dois passos e me deita na sua cama macia. Kiba se inclina sobre mim e me beija novamente, puxo seu corpo para mim e ele sobe na cama, o peso do corpo sob seu braço apoiado ao lado da minha cabeça.

Ele para de me beijar por um momento, acaricia meu cabelo e pousa a mão na minha cintura, segurando a minha blusa. Abro os olhos, ao ver seu rosto vermelho tão perto do meu, eu coro. Observo seu corpo sobre o meu, seus braços definidos, mas não tão definidos, lindos. Sua barriga pouco malhada, linda. Sua cueca box preta, sem estampa, combinando perfeitamente com seu porte físico, linda.

– Eu te amo, Anna.

– Eu também te amo, Kiba.

– Anna...

– Oi.

– Seus olhos... Você não me disse que tinha Rinnegan.

– Eu tenho?

– Ou você tem ou esses anéis lilases nos seus olhos têm outro nome.

– Não ligo. Apenas ignore. É fácil.

– Te ignorar ou ignorar alguma parte sua nunca foi e nunca será fácil, meu amor.

Puxo sua nuca para mais perto, fecho os olhos e o beijo. Com certeza minhas emoções estão diferentes agora, nunca senti o que estou sentindo. Despertar outro doujutso não me surpreende mais. Só quero fazer isso que estamos fazendo. O resto não importa. Hoje eu sou dele e ele é meu. E eu o amo... Como amo...


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