Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo Treze

– O que é aquilo? – Sai falou, apontando uma sombra distante à nossa frente.

– Vamos ver agora!

Eu consegui identificar uma silhueta feminina, mas estava com um capuz preto e comprido caindo sobre seus pés. Porém, não haviam nuvens vermelhas estampadas no tecido, então não era da Akatsuke. Menos mal...

Ela estava parada, pois avançávamos e ela permanecia imóvel, como se não ouvisse e nem sentisse nossa presença chegando até ela. Não dava para identificar se ela estava de frente, com cabeça baixa, ou de costas. Suas mãos e seus pés estavam cobertos pelo pano cumprido.

Fomos chegando perto. Mais perto. Agora dava para ver que ela estava de costas, pois não víamos a abertura do capuz na frente.

– Quem é você? – perguntei em alto e bom som. Houve silêncio. E então Sai perguntou ainda mais alto.

– Quem é você? Responda!

Sem ver reações da mulher, cheguei mais perto. Botei a mão em sua cabeça para remover-lhe o capuz, puxei, mas não consegui, pois não era um capuz. Não havia abertura em nenhum dos lados, simplesmente não era uma capa.

Observei novamente aquela coisa, havia alguém ali embaixo, com certeza. Na divisão que seria entre o capuz e a capa, havia uma corda fina ao redor do pescoço da mulher. Não estava apertada a ponto de sufocá-la, mas também não estava tão frouxa assim.

– Você está bem? – perguntei, assustada. Afinal ela poderia estar em perigo.

Não houve resposta, mas senti, em minhas mãos, enquanto já cortava a corda com uma kunai, que ela estremeceu. Sei que poderia ser um truque, uma inimiga ou uma armadilha, mas tive que ajudá-la.

Removi a corda, não havia aberturas no pano, era como se ela tivesse sido ensacada da cabeça aos pés. Ela não falava nada e nem se mexia. Procurei a ponta do saco de pano e a encontrei nos pés da moça, onde eu imaginei que estaria.

Sai estava parado ao meu lado, olhando para a mulher, preparado para qualquer ameaça que poderia surgir. Percebi que ela estava realmente de frente para mim, quando vi seus pés, descalços, virados na minha direção. Levantei mais o pano e vi que suas mãos estavam amarradas junto ao seu corpo. Pobre mulher.

E então, retirei o pano por completo...

Ali estava ela. Minha mãe. Olhando para mim, assustada, a boca fechada por um pano branco e com os olhos cheios de água. Sua cara de espanto não chegou nem perto da minha. Jamais esperaria encontrar minha mãe no meio do caminho.

Retirei-lhe o pano da boca e cortei a corda que amarrava suas mãos. Assim que o fiz, ela jogou seus braços ao meu redor, me abraçando. Não consegui reagir. Ainda não estava acreditando naquilo. Afastei-a de mim e a encarei por um tempo. Era realmente minha mãe ali.

– Como você veio parar aqui? – perguntei, incrédula.

– Orochimaru...

– Eu sabia! Aquele...

– Não, filha. – Ela me interrompeu. – Ele me libertou.

– Como assim?

– Orochimaru não me queria lá. Deidara ignorou uma de suas ordens.

– Deidara, o que ele fez com você?

– Só me levou até o esconderijo e até aqui. E então, esperei por alguém.

– Onde é esse tal esconderijo?

– Não sei, eu estava com esse pano preto desde o momento que saí de Konoha.

Ela parecia mais tranquila agora. Mas o que será que tinha acontecido para capturarem-na e, logo em seguida, a libertarem? Algo estava errado. Mas outra coisa dominava meus pensamentos no momento.

– Quem é meu pai? – perguntei, friamente.

– O quê? – ela me olhou, incrédula.

– Quem é meu pai? Responde logo! Eu preciso saber!

– Filha... eu – ela gaguejou.

– Seja sincera mãe, qual é o cara que você mais suspeita que seja meu pai?

– Anna...

– Rápido, mãe, tire-me essa dúvida cruel, eu preciso muito saber disso. Só vim atrás de você por isso!

– Você não tem um pai.

– Como assim não tenho pai?

– Não foi o que eu falei...

– Foi exatamente o que você falou!

– Preste atenção – ela falou, quase horrorizada. Olhou para Sai, que continuava atento e voltou o olhar para mim. – Você não tem UM pai.

– O que você quer dizer com isso?

– Lamento... eu...

E então ela parou abruptamente, olhando para baixo. Como se tivesse sido atingida por um golpe fatal e não conseguisse mais progredir.

– O que foi mãe?? – preocupei-me.

– Você achou que seria assim tão fácil? – Agora a voz não era mais dela. Era uma voz pastosa, arrastada. Logo a reconheci.

– O que você fez com a minha mãe, Orochimaru? – gritei, olhando para o corpo dela e ouvindo a voz dele.

– Ora, eu não fiz nada. Seu irmãozinho que a trouxe até mim. Serei eternamente grato a ele. O bom foi que eu nem pedi.

Preparei a areia sob seus pés para fazer um golpe surpresa, mas não deu certo.

– Você não vai querer fazer isso, minha querida. Esse ainda é o corpo da sua mãe, só estou falando através dela.

– E o que você ia querer com ela?

– Kunanari tem uma especialidade jamais vista no mundo ninja, quando soube da sua existência na Vila da Areia ela já havia partido, desde então eu estive procurando-a. Mas em um momento eu desisti, imaginei não poder existir alguém com tal capacidade no nosso mundo.

– Qual capacidade? Do que você está falando? – A curiosidade me dominou, não queria mais atacá-lo, talvez essa fosse a resposta que eu estava procurando, talvez isso dissesse algo sobre meu pai. Fiquei parada e dei um sinal para Sai desistir de qualquer ataque que ele estava tentando, ele já havia conjurado alguns tigres de tinta que rosnavam ao nosso redor.

– Seria muito fácil te dizer isso agora. Vou me despreocupar, lhe mostrar o caminho até mim. Mas não pense que será fácil. Colocarei muitas armadilhas pelo caminho e o local do nosso encontro não será tão preciso quanto você pensa. Quero você aqui também, para concluir meu estudo, minha pesquisa. Você é um experimento muito bem feito, e quero testá-la.

– Como se eu fosse cair nessa! Seu idiota! Deixa a minha mãe em paz!

– Ai, Anna, como você é ingênua. Estou lhe aguardando. Não se preocupe com esse corpinho aqui, o verdadeiro está numa sala escura, tendo o seu sangue drenado, observado e estudado detalhadamente.

– Não ouse matá-la! Não antes de eu conseguir minhas respostas! – falei, rispidamente.

– Não se preocupe, querida. Quando você chegar, tudo estará explicado. Quer você queira ou não.

– Claro que eu quero.

O corpo de minha mãe caiu para trás e não deu tempo de segurá-la. Ao cair, houve uma fumaça e um toco de madeira tomou o lugar dela.

– Kawarimi... Que droga!

– Temos que voltar para a Vila, Anna.

– Voltar?!? Está doido? Estou mais perto dela agora!

– Anna, não! Você não percebeu o tamanho da encrenca que está se metendo?

– Ele me espera...

– Exatamente por isso! Não seja tão estúpida a ponto de dar a ele o que ele quer.

– Ele quer que eu resista, que eu procure ajuda, ele acha que eu não seria tão idiota assim.

– E você não será!

– Serei o contrário do que ele acha que eu sou! – gritei, confiante.

– Anna, tem certeza que é isso que você quer?

– Sim, tenho.

– Saiba que é muito perigoso.

– Eu sei disso, baka.

– Tudo bem, mas a minha promessa agora está mais firme que nunca.

Rimos e continuamos andando. Mas não ri muito, pois sei que a morte me espera no fim da linha.


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