Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 37
36- Tudo é melhor com você


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!! Tudo bem com vocês? Como passaram a páscoa?

É com uma dorzinha no coração que trago a vocês o último capítulo de EBWY! :')

Enfim, vamos ao que interessa... Boa leitura! õ/

P.S.: Não esqueçam de ler as notas finais!



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Prós e contras de se formar no Ensino Médio

PRÓS:

1- Para muitos, se formar significa sair do inferno chamado Ensino Médio, pois sabemos que a vida real é bem diferente dos filmes adolescentes que retratam o lugar como um paraíso, repleto de felicidade, músicas e coreografias pelos corredores que todos sabem de cor.

2- Não ter que olhar mais para a cara de certos professores desgraçados que gostam de ver seus alunos sofrendo (Srta. Gilmore, é de você mesmo que estou me referindo!!!). E alguns alunos também, claro.

3- O diploma. Você pega ele na mão e pensa “Uffa, finalmente terminou! Eu sobrevivi a essa merda”.

CONTRAS:

1- O grande pesadelo ainda está por vir: a faculdade. (Porque a tendência é sempre piorar, claro). Savannah me disse que é tudo diferente da escola, você que tem que correr atrás de tudo, os professores só vão lá dar a sua aula e nem ligam se você entendeu a matéria ou não.

2- Tchau, tchau, adolescência. Olá, vida adulta triste e cruel. Mais responsabilidades, mais boletos para pagar, mais lágrimas.

3- Os amigos distantes. Vocês podem até dizer: “nós vamos manter contato”, mas sabemos que não é bem assim que acontece. E nem é de propósito, apenas estamos ocupadas demais “brincando” de ser adultos que até esquecemos. Se vocês conseguirem se ver nas férias e feriados já podem se considerar vitoriosos.  

***

Algumas semanas haviam se passado, porém eu ainda não estava 100% conformada em não ter passado em Yale. Nem na lista de espera eu havia entrado! Eu tinha um plano B, a UCLA, porém ele estava totalmente descartado agora, eu não pretendia voltar a morar na Califórnia, principalmente em Los Angeles que ficava tão perto da minha cidade natal, San Diego. Aquele lugar me trazia lembranças boas da infância, claro, mas também trazia muitas lembranças ruins.

Então eu deveria seguir o plano C, certo? Mas o problema é que eu não tinha um.

Eu pedi para que Savannah viesse no Spring Break* para cá, por mais que ela tivesse me dito antes que viria apenas no Memorial Day. Mas foi só eu contar sobre Yale para que minha irmã mudasse de ideia e dissesse que ia dar um jeito de vir. Talvez fosse um pouco de egoísmo meu pedir isso a ela, eu sei que ela estava atarefada com os trabalhos e, no tempo de folga, ia querer descansar e sair um pouco com o namorado, mas eu precisava da minha irmã agora.

Na manhã que Savannah chegaria, meu pai sugeriu que Avery fosse comigo ao aeroporto, mas eu disse que não seria bom deixar Jill sozinha agora que estava grávida, mas na verdade eu só queria ir sozinha mesmo. Coloquei o endereço no GPS e acabei demorando um pouco mais do que o previsto para chegar ao aeroporto porque estava tentando não me perder. Assim que cheguei, avistei Savannah esperando, sentada em cima de uma das suas malas. Ela estava usando um gorro branco, um casaco sobretudo vermelho, jeans e botas de cano alto. Saí correndo na sua direção e ela se levantou quando me viu. A abracei com força.

— Nossa, o que deu em você? — ela perguntou, retribuindo o abraço.

— Nada, só senti sua falta — murmurei.

— Será que devo passar mais tempo sem te ver para sempre ser recepcionada assim? — perguntou. Soltei-me dela e revirei os olhos, o que fez ela rir. — Estou brincando. Também senti a sua falta, maninha.

Olhei par a sua bagagem.

— Por que você trouxe tanta coisa? Você vai passar uma semana aqui só, e não um ano inteiro.

— Sabe, não senti falta dessa sua ironia — ela comentou, pegando uma mala de rodinha e outra de mão. — Eu trouxe alguns presentes para vocês e para o bebê.

— Já? Você vai vir, pelo menos, mais duas vezes para cá até ele nascer. Comprou roupa até ele completar um ano ou mais? — a provoquei de novo. Peguei a mala que sobrou e fomos em direção ao carro.

— Engraçadinha. Foram só algumas coisinhas que acabei vendo em umas lojas e achei que vocês iam gostar — ela justificou.

Quando Savannah vinha com essa papo de “coisinhas” pode apostar que era totalmente o contrário, minha irmã costumava ser bem exagerada quando o assunto era presentear os outros.

***

— O que eu devo fazer? — perguntei para Savannah.

— Não sei...

— Claro que sabe. Você é a mais velha! A mais sábia! Por favor, me ajude — supliquei.

— Stef, eu não posso decidir essas coisas no seu lugar. É a sua vida!

Bufei e joguei uma almofada nela em resposta. Estávamos no meu quarto agora, enquanto ainda não chegava a hora do jantar.

— Olha, eu sei que você está chateada por não ter entrado em Yale, eu entendo — Savannah continuou. Não, ela não entendia. Ela tinha conseguido —, mas você precisa aceitar e pensar nas suas outras opções. Quais as outras que você passou?

Mostrei para ela um bloquinho onde eu tinha anotado todas em que me inscrevi. As riscadas eu não havia passado, as com um ponto de interrogação no lado eu havia ficado na lista de espera e as demais eu tinha passado.

— Você não se inscreveu em nenhuma daqui?  

— Não, na época eu não pretendia permanecer aqui mais do que um ano. Então nem procurei ver as universidades da região.

—  Você não pensa mais assim, não é?

— Eu gosto daqui agora — dei de ombros —, mas, sei lá, não me vejo morando em Minnesota para sempre, sabe? Sinto falta da agitação das cidades maiores.

— Isso é a coisa que menos gosto nelas. — Ela riu. — Ei, mas e essa lista de espera em NYU? Seria ótimo se você entrasse!

— Na verdade, recebi um e-mail esta semana dizendo que entrei. Só me esqueci de marcar aí — comentei.

— Isso é ótimo! — me parabenizou, bagunçando meu cabelo. — Então vá para lá!

Eu ri.

— Você disse 5 minutos atrás que não ia decidir as coisas por mim.

— E não estou. Você pediu a minha ajuda, e estou te aconselhando que essa seria uma boa opção. É uma ótima universidade! Sabia que nem na lista de espera da NYU eu entrei?

Mas você passou em Yale, pensei. 

— Talvez você goste da NYU mais do que imagina, dê uma chance — Savannah continuou.

— Vou pensar no assunto — respondi. Resolvi mudar de assunto: ­— Ei, preciso da ajuda da minha estilista favorita para achar um vestido para o baile.

— Ah! Claro! Que cor você quer? — Ela se levantou e pegou o celular em cima da cômoda. — Vamos ver alguns modelos no Pinterest!

Pronto, isso deixaria minha irmã e eu ocupadas por um bom tempo.

***

O dia do baile havia finalmente chegado.

Depois do almoço, eu fui com Avery e Kacey no salão para fazermos os penteados. Eu disse que poderíamos fazer em casa, Jill era muito boa nisso, mas Avery quase teve um treco e argumentou que era um evento especial e precisávamos de penteados mais sofisticados. Pelo menos consegui convencer elas que poderíamos fazer as unhas em casa, coisa que ela aprovou, e acabamos fazendo durante a manhã.

Resolvi seguir o conselho que Savannah havia me dado antes de ir embora e pedi para a cabelereira cortar o meu cabelo. Avery quase teve o segundo treco do dia quando viu os meus cabelos na altura do ombro. Quando a conheci, o cabelo dela era desse tamanho, mas ela havia deixado crescer desde então para o tão aguardado baile. Se não fosse por Kacey, eu acho que ela teria pegado os fios do chão e tentado colar de volta na minha cabeça.

Acabei fazendo uma trança cascata em cada lateral e ondulado as pontas. Claro que Avery disse que era um penteado simples demais para “um evento de tamanho porte como o baile de formatura”, mas eu não liguei. Ela fez um coque com nome de fruta — banana, acho — que ficou lindo nela.

À noite, quando a campainha tocou, eu e Avery ainda estávamos nos arrumando no quarto dela.

— Droga, era para ele estar aqui só daqui a 10 minutos! — Avery praguejou baixinho, enquanto pegava algumas bolsas jogadas na cama e se olhava no espelho enorme da porta do guarda-roupa. — Nenhuma combina com o meu vestido! Argh!

— Hm, que tal essa? — Peguei uma bolsa de mão bege e lhe mostrei.

A cor do vestido dela era rosa-antigo e longo. O meu era preto e ia até os joelhos.

— Céus, Stef, não! — Ela fez uma careta. — Você não entende nada de moda. Como você vai sobreviver na faculdade sem ter a mim para lhe dizer que sua roupa não está combinando?

Provavelmente muito bem, pensei. Mas achei melhor não falar nada porque Avery já estava nervosa demais.

— Ei, as madames vão demorar muito? Tem dois manés na sala tentando sobreviver ao dr. Howard. — Katie surgiu na porta. Ela estava usando um vestido florido, sapatilhas e os cabelos estavam soltos.  

— Katie! — exclamei feliz ao vê-la. — Você está linda!

— Obrigada, você também. E a Avery — completou. — Mamãe disse que era um exagero eu me arrumar toda só para vir até aqui, mas eu precisava ficar apresentável nas fotos, não é?

— Claro — concordei, olhei na direção de Avery. — Ei, vou descer!

— Ok, talvez eu demore um pouquinho ainda! — Ela nem olhou para nós, estava ocupada demais jogando coisas aleatórias dentro de uma bolsa pequena.

— Ok. — Eu e Katie saímos do quarto.

— Você quer que eu apresente a sua grande entrada? — ela perguntou batendo palminhas, igual Avery costumava fazer. Agora que eu e Kendall estávamos namorando oficialmente, Katie costumava vir bastante aqui em casa também.  

— Por favor, não! — exclamei. — E pare de agir igual a Avery, isso me dá arrepios.

Katie riu.

— Brincadeira. E eu sei que você não gosta de chamar a atenção. — Ela piscou para mim e desceu as escadas na minha frente.

Jill e sra. Knight estavam conversando na cozinha, eu só conseguia ouvir as vozes delas. Os dois garotos estavam sentados no sofá conversando com o meu pai, que estava na sua poltrona bem em frente. Kendall parecia um pouco desconfortável. Já James parecia ser de casa, até chamava meu pai de “sogrinho” mesmo ele tendo dito que preferia “sr. Howard”. E mesmo ele não sendo realmente seu sogro, já que não era pai da Avery.

James foi o primeiro a me ver e cutucou o amigo. Quando Kendall me viu, ele levantou rapidamente, parecendo mais nervoso do que antes e foi até o pé da escada, onde eu estava. Mas não falou nada, sua boca estava ocupada demais ficando escancarada. Não duvidava nada se ele começasse a babar a qualquer segundo.

— Ela não está linda, maninho? — Katie o incentivou.

— Sim. — Ele se recompôs e deu um pequeno sorriso para mim. — Está maravilhosa.

— Obrigada — respondi. — Você também está lindo, deveria usar smoking com mais frequência.

Era a segunda vez que eu o via usando smoking e Kendall conseguia ficar ainda mais lindo do que o normal assim. Seu cabelo estava para cima, em um topete, ele havia cortado algumas semanas atrás.

— Não é? Foi isso que eu disse para ele! — James surgiu ao lado do amigo. — Você está linda, cunhadinha.

Ele beijou minha mão, igual um cavaleiro.

— Obrigada — curvei um pouco os joelhos e segurei a saia do meu vestido.

Jill subiu para chamar Avery para as fotos. Enquanto isso, Kendall colocou o corsage no meu pulso. Ele era branco, pois eu quis manter surpresa sobre a cor do meu vestido. Ele pega um corsage menor e colocou no pulso da irmã que fingiu estar surpresa, mas tinha certeza que a própria Katie teve a ideia.

— Atenção! Atenção! — Jill exclamou do topo da escada, o que fez todo mundo se virar para ver Avery descendo igual uma modelo, só faltou aquele “tchauzinho”.

Como Avery era o oposto de mim, óbvio que ela adoraria uma entrada triunfal. James foi até o pé da escada e repetiu o gesto de beijar sua mão, porém com o acréscimo de sussurrar algumas palavras no seu ouvido. Não sei o que ele disse, mas Avery deu um sorriso enorme em resposta.

Nós então fomos para a sessão de fotos. Na frente da lareira, na escada, no jardim...

A foto mais engraçada foi uma em que Katie estava no colo do irmão, igual uma noiva, enquanto James fingia que segurava um véu invisível.

— Ok, acho que já temos fotos suficientes! Precisamos fazer a passagem de som ainda! — lembrei.

Desde que fomos convidados para tocar no baile, voltamos a ensaiar na casa de James. Foi mais fácil dessa vez, mesmo com pouco tempo, porque precisávamos apenas escolher alguns covers e ensaiar.

Kendall veio no carro dele, mas a sra. Knight e Katie voltariam nele. Então fomos para o baile com o meu carro, mas deixei Kendall dirigir porque ele vivia pedindo e eu sempre negava. James queria alugar uma limusine, mas protestei tanto que ele desistiu. Eu consigo ser bem chata quanto quero.

— Adorei o seu cabelo — Kendall sussurrou no meu ouvido, quando foi abrir a porta do passageiro para mim. Eu sei que meu cabelo estava bem diferente, mas fiquei surpresa dele comentar, pois garotos não costumam reparar nessas coisas.

Fomos os primeiros a chegar. Carlos e Logan chegaram logo depois, juntos com os seus pares. Estavam todos com os cabelos bem arrumados e de smoking. Maddie estava com a câmera e disse que havia comprado um cartão de memória novo para bater muitas fotos durante o baile.  Avery e Kacey a seguiram, pedindo para ela bater algumas fotos só delas enquanto o resto do pessoal ainda não chegava. Nós fomos para o pequeno palco do ginásio e fizemos a passagem de som enquanto isso.

Aos poucos, o ginásio foi se enchendo. Avistei Gabe com Maddie, que mostrava algo na câmera para ele, mas Hazel não estava junto com eles.

O diretor veio falar conosco e perguntou se estava tudo certo, concordamos. Então ele foi até o microfone no centro do palco e deu as boas vindas a todos, nos chamando em seguida. O tema do baile era “Os melhores anos das nossas vidas”. Começamos com “Girls Just Want To Have Fun” da Cyndi Lauper no qual eu cantei sozinha. McFly, Backstreet Boys, Paramore. N’Sync, Avril Lavigne, Simple Plan foram alguns que escolhemos para cantar. Era legal ver a reação do pessoal, um cutucando o outro como se quisesse dizer “Ai meu Deus! Há anos que eu não ouço essa música!”.

Quando fizemos uma pausa, o DJ começou a tocar musicais mais atuais. Avery apareceu chamando James para bater a foto oficial do baile. Eu e Kendall tentamos fugir, mas ela nos barrou e argumentou que seria uma boa recordação e eu iriamos nos arrepender depois caso não fizéssemos e blá-blá-blá. Nós fomos para a pista de dança depois e encontramos o resto dos nossos amigos. Avery cantou todas as músicas com animação, mas eu não conhecia algumas. Nós voltamos para o palco mais duas vezes depois disso, foi muito divertido cantar sem ter aquele peso da competição nos ombros, apenas por diversão. Até improvisamos umas 2 músicas que o pessoal pediu muito.

Depois de cantarmos a última música, o diretor veio até nós e nos elogiou pela apresentação e também agradeceu por termos aceitado o convite. Eu que estava grata, não sabia quando teria a oportunidade de fazer isso novamente.

Aproveitei para ir ao banheiro e, na volta, passei na mesa bebidas. Ponderei se pegava uma coca ou um ponche.

— O ponche dessa vez não foi batizado, pode tomar à vontade — alguém aconselhou, atrás de mim.

Me virei, já sabendo quem era o dono da voz.

— Oi, Nick. O que você está fazendo aqui?

Diferente da roupa dos meninos, seu smoking tinha um colete e sua gravata não era borboleta. Ele estava sem o paletó e havia puxado as mangas da camisa para cima. Na sua mão, havia um copo de ponche vermelho. Isso me lembrou do dia que o conheci, também perto de uma mesa com bebidas, só que ele estava fantasiado de vampiro. E eu de Alice.

— Oi, Fanie. Nossa, é muito bom ver você também! ­— ele ironizou, o que me fez rir. — Bem, você sabe que eu não estudo aqui, então o motivo mais lógico seria vir como par de alguém.

— E quem seria seu par?

— Megan. Ela está no time de vôlei, então você deve a conhecer — ele apontou para uma menina de cabelos pretos e traços orientais que estava sentada em uma mesa próxima, conversando com Kacey.

Assenti. Ela era muito legal.

— E como vocês se conheceram? — perguntei, curiosa. Peguei o ponche.

— Ah! Algumas semanas atrás, Logan me convidou para um jogo de Hóquei. Megan estava ao meu lado na arquibancada, ela veio torcer pelo irmão mais novo que também está no time. Na hora que ele fez um ponto ela pulou de animação, mas estava com um cachorro-quente na mão e deixou cair em cima de mim. Tinha bastante molho. Megan se sentiu muito culpada pelo ocorrido, então eu disse que a perdoaria se ela saísse em um encontro comigo. E estamos juntos até agora.

— Você parece muito feliz — mencionei.

­— Eu não podia ficar sofrendo a vida inteira por causa de uma certa garota que me de um fora, né?

Esse assunto de novo...  

— Nick, eu...

— Fanie, relaxa. — ele me interrompeu, sorrindo. — Eu estava brincando. 

— Ah, claro. — Eu sorri. Ainda bem que estava.

— Bem, preciso ir. A gente se vê por aí — ele deu uma piscadinha para mim e foi em direção à mesa onde Megan estava. No meio do caminho, ele encontrou Kendall. Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão e cada um seguiu seu rumo depois.

— Sobre o que vocês estavam conversando? — Kendall perguntou, pegando um pouco de ponche na grande tigela.

— Ciúmes? — perguntei, atenta a sua reação.

— Não.— Ele olhou para mim e tomou um gole do ponche. — Deveria ter?

— Claro que não. Nick estava apenas me dizendo como conheceu seu par. — Apontei na direção da mesa deles. Kacey não estava mais lá. Apenas Nick e Megan, eles eram fofos juntos. Estava feliz por eles, de verdade.  — A propósito, ele me disse que Megan tinha um irmão mais novo. Quem é? Acho que não conheço.

— Ah, você deve saber quem é o Liam. Ele está no penúltimo ano. É o único japonês do time.

Além de Kendall, James, Carlos e Logan eu não conhecia mais ninguém no time. Além disso, eles estavam sempre de capacete, não dava nem para ver os seus rostos. Eu só achava os meninos no rinque por causa do número nas camisetas.

Chinês.

— Hm? — Kendall olhou distraído para mim.

— O sobrenome da Megan é Zhang. Não é japonês, é chinês — expliquei.

— Ah, dá no mesmo. — Ele deu de ombros. Não, não dava. Mas achei melhor não insistir porque ele ficaria me chamando de nerd.

Ele tomou o resto do seu ponche em um gole só.

— Ei, vamos dançar! — ele segurou minha mão livre. Tomei o resto do meu ponche rapidamente e o segui.

Voltamos para a pista e agora o DJ estava tocando músicas mais lentas. Eu não era boa nisso, Kendall também não. Mas como um não estava pisando no pé do outro já podíamos nos considerar vitoriosos.

Ele ficou me encarando por um bom tempo.

— Por que você sempre me olha desse jeito quando estamos dançando? — Eu bufei.  

— Quando eu fiz isso antes? — ele perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.

— No baile de Natal. Eu até disse que você parecia um psicopata, lembra?

Ele deu uma gargalhada.

— E você riu exatamente assim depois — comentei.

— Você tem uma boa memória assim para tudo ou só quando o assunto sou eu? — questionou.

Revirei os olhos.

— Não mude de assunto.

— Certo. Eu estou apenas te admirando — admitiu. — Não posso?

— Pode... — Senti meu rosto esquentar, mas esperava que ele não tivesse percebido devido às luzes coloridas.

Dançamos por mais um tempo. Depois, paramos um pouco para descansar, eu sentei na nossa mesa e tirei um pouco os sapatos porque meus pés estavam me matando. Kendall voltou com um prato de salgadinhos para nós. Vi Gabe passando e o chamei, ele se sentou conosco.

— Cadê a Hazel? — perguntei. Eu me lembrava de ter a visto, no meio da multidão, quando eu estava no palco, mas ela não estava com Gabe.

— Ah, sobre isso... — Gabe passou as mãos no cabelo, desconfortável. — Nós meio que terminamos.

Quase me afoguei com o salgadinho. Por que as pessoas sempre jogavam noticias bombástica quando alguém estava comendo ou bebendo?

— Por quê, cara? — Kendall perguntou, enquanto eu me recuperava.

— Bem, logo estaremos indo para a faculdade. Nós optamos por não tentar um relacionamento à distância, isso dificilmente dá certo... — Gabe deu de ombros, mas então olhou para mim e sua expressão mudou. — Ah! Eu preciso falar com a Maddie sobre algo do jornal. Tchau, gente! — Ele praticamente saiu correndo de perto de nós.

Eu sabia que ele tinha se arrependido de ter falado aquilo, por isso foi embora desse jeito.

— E se não conseguimos manter um namoro à distância? — perguntei, olhando para a pista.

Kendall ficou quieto por um tempo. Fiquei pensando se ele ia sair correndo também.  

— É claro que vamos — respondeu, por fim. Ele tocou no meu rosto, me fazendo olhar para ele.  — Você não vai para o outro lado do mundo. Nova York é logo ali.

Sim, eu havia decidido que iria mesmo para NYU. E Kendall ganhou uma bolsa por causa do hóquei em uma universidade da região. Eu já imaginava que ele não sairia de Minnesota, ele cresceu aqui, afinal de contas. 

Não é logo ali. São 1.655,93 km de distância. Eu pesquisei.

— Mas são apenas 2 horas e 30 minutos de voo. Eu também pesquisei — ele respondeu e sorriu para mim. — Vai dar tudo certo, não se preocupe.

— Você já tentou uma vez e sabemos como terminou — lembrei. — Eu não quero que você sofra novamente.

— Howard, você está pensando em partir meu coração? — ele brincou.

— É claro que não. E se você pensar em fazer isso comigo, eu pego o primeiro voo para cá e te mato — respondi, passando o indicador pela garganta.

— Até você chegar aqui eu já fugi. — Ele deu um sorrisinho torto para mim, revirei os olhos em resposta. — Estou brincando! É claro que não estou pensando nisso. Eu nem vou sequer olhar para outras garotas.

— É claro que vai, você tem olhos— murmurei. Eu odeio quando os garotos falam isso.

— Olhar por olhar é uma coisa, agora sentir algo? Não. Só tem espaço para uma pessoa no meu coração e é você.

­ — E a sra. Knight? E a Katie? — Botei a mão na boca. — Nossa, vou contar para elas que você não as ama mais!

— Caramba, Howard, você não facilita as coisas! Eu estou tentando ser romântico aqui, se você não percebeu.

Eu comecei a rir.

— Eu percebi, só queria te irritar um pouco. Igual você faz comigo — lembrei.

Ele assentiu, rindo.

Do palco, uma professora que eu não conhecia chamou a atenção de todos para anunciar os vencedores do concurso de rei e a rainha do baile: James e Avery.

Os dois dançaram a valsa do rei e a rainha. James com sua coroa e Avery com sua tiara pareciam mesmo da realeza. Eles estavam tão felizes ali juntos, eu conseguia perceber pelo jeito que se olhavam. Kendall me disse que era a terceira vez que James ganhava, e Avery foi a segunda. Mas era a primeira vez que ganhavam juntos.

Depois que a valsa terminou, todos puderam voltar a dançar novamente. Kendall me chamou, eu não estava com muita vontade, meus pés ainda doíam. Mas mesmo assim calcei os sapatos e o segui até a pista novamente. Não estava mais tocando música lenta, mas também não era rápida demais, ainda dava para dançarmos juntos.

Ficamos um tempo apenas nos movimentando na pista. Olhei em volta, haviam vários casais dançando. Será que eles também estavam passando pelo mesmo dilema do que eu e Kendall? Ou será que ambos permaneceriam em Minnesota e não precisavam se preocupar com isso?

Um beijo por seus pensamentos. — Kendall sussurrou no meu ouvido, o que fez meu corpo se arrepiar.

— Eu estava pensando se vamos dar certo mesmo com a distância.

Ele suspirou, certamente pensando o porquê de eu ainda estar falando desse assunto.

 — Claro que vamos.

— Queria estar assim tão calma como você.

Isso fez Kendall rir.

— Stefanie, eu não estou calmo. Pelo contrário. A ideia de não poder te ver diariamente me deixa apavorado.

Olhei para o chão.

— Ei — ele sorriu e passou a mão no meu rosto —, ainda temos o verão inteiro pela frente, você não vai se livrar de mim, por enquanto.  

Kendall tinha razão. Eu iria embora em breve, mas não era hoje nem amanhã. Ainda tínhamos tempo.

— Eu não quero me livrar de você...

— Eu sei, eu sei. — Ele beijou minha testa e depois me abraçou, sussurrando no meu ouvido: — Afinal, onde você iria achar outro cara tão incrível como eu?

Ainda abraçada a ele, eu pisei no seu pé com força.

— Ai! — ele me soltou e olhou para mim de forma acusatória. — Você fez isso de propósito!

— Claro que não! — Botei a mão no peito. — Sou apenas uma péssima dançarina...

 — Howard, Howard, você não me engana com essa carinha de inocente.

 — É a única cara que eu tenho — fiz biquinho.

Ele ficou olhando sério para mim por um tempo, então bufou e me puxou pela cintura até nossos corpos se chocarem.  

— Eu não consigo ficar bravo com você, mesmo que eu tente. — Ele sorriu.

— Por que sou muito adorável? — Coloquei as mãos em volta do rosto, formando um “V”.

Ele riu e apertou minhas bochechas.

— É, vamos dizer que seja isso.  

Então, de repente, “Here Comes The Sun” dos Beatles se espalhou pelo salão do ginásio. A mesma música que tocou no dia do aniversário de Avery, a primeira dança que eu tive com Kendall.

 Olhei boquiaberta para ele e bati de leve no seu ombro.

— Eu juro que dessa vez não fui eu!

— Eu sabia que tinha sido você no aniversário da Avery. Não tinha Beatles naquela playlist. Eu sabia!

— Bem, eu pedi ajuda para os meninos para distrair Kacey e adicionar a música, mas sim, eu tive a ideia. Afinal, de qual outro jeito eu iria fazer você dançar comigo?

Eu revirei os olhos, mas sorri em seguida.

— Foi aquela noite que tive certeza que você seria um problema na minha vida.

— Problema? Eu pensei que era a solução.

Dei uma gargalhada.

— Solução? Se ache menos, Knight.

— É claro! Eu fiz sua vida muito melhor! — afirmou.

Pensei em protestar, mas então pensei que ele não estava exagerando.

Era mesmo verdade. Minha vida melhorou muito depois que eu o conheci. Foi ele que estava ao meu lado nos momentos difíceis, mas também nos felizes. Eu chorei na sua frente, mas eu também ri muito. Ele me fazia feliz de uma forma que eu não sabia explicar.

— Tem razão...

— Espera, eu tenho?! — ele parecia surpreso.

— Sim — respondi, aproximando meu rosto do seu. — Tudo é melhor com você.

Ele sorriu em resposta e diminuiu a distância entre nós, me beijando.

— Eu te amo, Howard — ele murmurou entre o beijo.

— Eu também te amo, Kendall.

E fim.

 

Espera, não! 

Esse não era o fim da nossa história, era apenas o começo.

Nós éramos tão jovens ainda, é claro que eu não podia garantir que ficaríamos juntos para sempre. Mas eu aproveitaria todos os momentos ao seu lado. Eu viveria o hoje sem pensar no amanhã. Um dia de cada vez.

Desde que ele estivesse comigo estava tudo bem, afinal, tudo era melhor com ele por perto.


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Notas finais do capítulo

*Spring Break: recesso de 1 semana que as escolas e universidades dão. No Sul dos EUA, costuma acontecer entre o final de fevereiro até meados de março, já no Norte (no qual fica Minnesota e Connecticut) ocorre um pouco mais tarde, entre meados de março até o final de abril.
>> UCLA: Universidade da Califórnia, Los Angeles | NYU: Universidade de Nova York


Então, o que acharam? Me digam nos comentários!

[Próximos projetos] Bem, eu não pretendo escrever mais fics sobre o BTR. Acho que todo mundo sabe como tá a situação do fandom e da banda (para ser bem sincera, faz tempo que eu não acompanho mais eles. Só uma noticia aqui ou ali).
Porém, eu quero continuar escrevendo fics, então resolvi que estava na hora de me aventurar por outras categorias que eu gosto também. Estou com alguns projetos em mente - não irei dizer quais, pois ainda não sei se todos acontecerão -, mas posso adiantar que são do universo de Percy Jackson. Então, se vocês gostam, convido a lerem também (avisarei no grupo do fb, mas vocês podem add meu perfil nos favoritos também e serão notificados quando eu postar).

Ok, era isso. Foram um pouco mais de 3 anos de fic. Eu gostei muito de escrever nela e espero que vocês tenham curtido lê-la também.

Em breve eu volto com o epilogo. Até mais! õ/
XOXO

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