Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 21
20 - A culpa (não) é do visco


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem com vocês?

Nossa, esse capítulo deu trabalho! Eu escrevi em pequenas prestações e só consegui finalizar mesmo hoje. Por isso a "pequena" demora.

Enfim, vamos ao que interessa... Boa leitura!



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Prós e contras de bailes

PRÓS:

1- É um baile de natal. E tudo que tem natal envolvido é bom!

2- Dançar. E eu adoro dançar!

3- É um baile Sadie Hawkins. Ou seja, são as garotas que convidam os garotos. Sendo assim, eu não precisei me preocupar com ninguém querendo ir comigo.

CONTRAS:

1- O ponche. Quer dizer, não que ele seja tão ruim assim. O problema são aqueles garotos idiotas que resolvem “batizá-lo” e misturam alguma bebida alcoólica junto.

***

Eu não tinha falado direito com Nick desde o “dia do fora”. Na verdade, nem o vi direito nessas duas últimas semanas. E, ontem, como tivemos que ir até à escola para arrumar tudo, ele foi junto para nos ajudar. Tanto para carregar as caixas com as decorações que estavam no seu carro, quanto em montá-las no ginásio. Mas mesmo assim, troquei apenas algumas palavras com ele, pois as meninas do time de vôlei estavam sempre em cima dele para pedir algo. Era “Nick, você pode arrumar a faixa que está torta?” para cá, “Nick, coloque essa árvore de natal no outro lado do salão, por favor.” para lá. E depois elas ficavam apenas “apreciando a vista”. Que seria o Nick, de costas, em cima da escada.

O baile começaria às 7 da noite, mas nós tínhamos que chegar mais cedo. Então resolvemos sair de casa um pouco antes das 6. Mas como não tínhamos par, teríamos que nos virar para ir ao baile. Avery estava com medo de usar o seu carro, já que ele era pequeno e vivia atolando os pneus da neve. Perdi a conta de quantas vezes já cheguei atrasada no trabalho porque tive que esperar o guincho chegar para desatolar o Connor (Só a Avery mesmo para dar nome ao carro).

Por sorte — ou não, depende do ponto de vista —, Nick se ofereceu ontem para nos dar uma carona, já que ele também iria ao baile para ajudar. Nós não podíamos pedir ajuda aos outros alunos da escola, mas como ele não estudava na Masterson, não teve problema.

Alguém buzinou no lado de fora. Só podia ser o Nick. Avery disse para eu ir primeiro, pois precisava pegar algo no quarto e subiu a escada quase correndo, mesmo estando de salto. Coloquei o meu casaco e fui para fora.

Seu carro era um Jeep Renegade 4X4, ideal para andar na neve. Ele estava apoiado no carro, mexendo no celular. Pensei que Nick viria de terno, pois é o que os garotos sempre usam quando vão aos bailes. Ele estava de jaqueta de couro e jeans, mas mesmo assim estava elegante. Caminhei devagar na direção dele e, quando ele olhou para cima, ficou um pouco boquiaberto.

— Oi — cumprimentei, com os braços cruzados devido ao frio.

Ele demorou alguns segundos para responder.

— Ah, oi, Fanie — ele deu um pequeno sorriso. — Hm... Você está linda.

— Obrigada — respondi, tentando não manter contato visual. Era a primeira vez que estávamos tendo uma conversa, só nós dois, após aquele dia. — Você também está muito bonito.

— Valeu — Ele sorriu.

Por mais que ele tentasse disfarçar, sei que ainda estava um pouco ressentido comigo. E eu não podia culpá-lo por isso.

Pensei em algo para dizer, apenas para ter assunto, mas, quando abri a boca, Avery apareceu.

— Estou aqui! Estou aqui! — ele andou rápido na nossa direção com uma sacola na mão esquerda enquanto que com a outra terminava de abotoar o casaco transpassado. — Desculpe pela demora.

— Tudo bem, ainda está cedo. O que é isso? — ele apontou para a sacola na mão dela.

— Ah! São só alguns enfeites que eu achei no sótão. Para dar um toque a mais no salão! — Ela disse animada. Para Avery, enfeites nunca eram de mais. Aprendi isso da pior forma: ajudando ela a montar a nossa árvore.

— Hm... Certo — eu disse. — Acho melhor irmos.

Resolvi sentar na parte de trás, mas Avery acabou tendo a mesma ideia. Nick sentou no banco do motorista e olhou para nós.

— O que é isso? Virei chofer agora? — ele riu. — Ainda bem que não estou de terno.

Nós só rimos em resposta.

— Ok, senhoritas, próxima parada: baile de natal da Masterson High School.

***

Nós fomos os primeiros a chegar. Depois de uns 20 minutos, chegaram mais duas garotas.  Aquelas que tinham par para o baile não vieram, pois provavelmente esperariam o cara ir buscá-las.

O tema do baile era “Tudo que eu quero de natal é você” — sim, foi inspirada naquela música da Mariah Carey que era mais velha do que eu —, não entendo o motivo desses temas sempre terem algo romântico envolvido. As pessoas não podem vir sozinhas, não? Porque eu vim! E estou muito satisfeita com isso, afinal, não preciso de um cara para me divertir.

Cada uma recebeu uma tarefa e a minha era de bater as fotos. Normalmente é Maddie que faz isso, mas como ela não está no time de Vôlei e, logo, não está na comissão do baile, não podia. Mas ela me emprestou sua câmera e pediu para que passássemos as fotos depois, pois ela queria colocar algumas no jornal. Ah! Eu me esqueci de mencionar, Maddie me convidou para participar do Jornal da Escola, ela disse que seria bom para o meu currículo já que quero fazer jornalismo e, claro, eu aceitei na hora. Então agora faço parte da equipe.

A decoração estava bem... Natalina. Tinha uma árvore de natal, um boneco de “neve” — de plástico —, uma falsa lareira com meias penduradas e flocos de neve de isopor decorando o salão. Em cada mesa, havia um globo de neve em cima e as toalhas alternavam entre verde e vermelha. Além de muitas outras decorações de natal.

O DJ chegou um pouco depois e Nick foi falar com ele para saber se estava tudo certo. Conforme ia se aproximando o horário do baile, as pessoas começaram a chegar.

Eu vi os meninos em determinado momento. Logan estava com Kacey e James com uma garota que deveria ser a tal da Cindy. Ela tinha o cabelo tingido de loiro, o nariz empinado — provavelmente fez cirurgia nele —, usava um vestido tomara-que-caia vermelho, era bem alta e magra, como uma modelo, só que não tão bonita. Kendall e Carlos estavam sozinhos.

Andei pelo salão, batendo algumas fotos. De vez em quando, alguém me parava e pedia para bater uma foto deles, normalmente um grupinho de amigos.

Continuei andando enquanto olhava as últimas fotos que havia batido. Estava tão distraída que acabei esbarrando em alguém.

— Desculpe — disse, levantando a cabeça. Bufei ao ver quem era. — Oi, Kendall.

Ele ficou me olhando por alguns segundos com os olhos arregalados, mas logo voltou a si.

— Oi, Howard — ele deu um de seus sorrisinhos de lado. — Você está uma gata!

— Hã, obrigada — respondi, tentando não olhar para o seu rosto. — Você também não está nada mal.

Na verdade, ele estava lindo. Ele ficava muito bem de terno e gravata. Mas eu não ria admitir isso a ele.

— Vou considerar isso como um elogio — ele sorriu. Como os olhos dele conseguiam ficar tão brilhantes com todas essas luzes em volta?

— E-eu preciso ir. Tchau — e saí praticamente em disparada dali.

Só parei ao encontrar Maddie. Primeiro ela pediu para olhar as fotos e disse que eu levava jeito, e depois me convidou para dançar um pouco. E foi o que eu fiz. Não ficaria só vendo todo mundo se divertindo enquanto eu “trabalhava”. Sem falar que eu adorava dançar. Acabamos encontrando Avery na pista de dança e ficamos, nós três, pulando e dançando. Quem disse que garotas não podem se divertir sozinhas?

Algum tempo depois, meus pés começaram a doer e eu quis tirar o salto, mas Avery me proibiu, dizendo que era deselegante. Revirei os olhos, mas acabei não tirando. Em vez disso, resolvi descansar um pouco. Eu e Maddie pegamos um ponche, além de um prato com alguns salgadinhos, e andamos em direção à mesa onde estava Gabe e Hazel.

Percebi como Gabe ficou tenso ao nos ver. Ele e Hazel pareciam estar em um papo bem interessante quando chegamos — ele estava até com o braço apoiado na cadeira dela. Gabe deu um sorriso meio forçado e disse para sentarmos. Se eu estivesse no lugar dele, também me sentiria desconfortável ao ver minha antiga paixão na mesma mesa com a pessoa que estou saindo agora. Principalmente porque as duas se conhecem e se dão bem, tanto que logo começaram a conversar sobre a temporada de Hóquei.

Em um momento, Hazel disse que estava com sede e se levantou para pegar um ponche. Gabe se ofereceu para pegar, mas ela disse que não precisava.

— Parece que você dois estão se dando bem, hein? — Maddie disse assim que Hazel saiu.

— Sim, estamos — Gabe respondeu. — Muito bem.

— Que ótimo! — ela deu um sorriso. — Vocês fazem um casal tão fofo.

Aposto que ela não diria isso, assim com tanta felicidade, se soubesse da história toda...

Gabe me lançou um olhar, pedindo socorro. Eu estava pensando em algo útil para falar, quando Carlos surgiu e me salvou.

— Olá — ele disse, dando uma alongada no “a” por mais tempo do que o necessário.

— Oi, Carlitos — disse. — Quer se sentar um pouco conosco?

— Ah, obrigado, Stef, mas na verdade eu vou ser rápido — ele olhou para Maddie. — Você quer dançar comigo?

Ela foi pega um pouco de surpresa e soltou um “ah”. Mas logo sorriu e estendeu a mão direita na direção dele.

­— Claro! — disse animada, se levantando em seguida. — Até mais, gente!

Olhei para Gabe e contei mentalmente até 5.

— Você viu isso? — ele apontou furiosamente para a direção onde eles tinham ido.

Bingo.

— Vi. Qual o problema?

O problema? — ele indagou. — O problema é que a Maddie não convida ninguém para o baile, mas é só o Carlos convidá-la para dançar que ela vai toda feliz da vida! 

— Olha, o que a Maddie faz ou deixa de fazer, não é da sua conta. Então pare com essa “crise de ciuminho” porque você veio com outra garota para o baile, Gabriel.

Aquilo atingiu Gabe como uma facada. Ele ficou encarando a mesa.

— Desculpe — disse, me sentindo culpada. — Não deveria ter dito isso.

Às vezes eu era um pouquinho sincera demais.

— Tudo bem — ele levantou a cabeça e olhou para mim. — É verdade mesmo. Sei que Maddie é apenas minha melhor amiga, mas eu não consigo evitar ficar com ciúmes dela, entende? Ela é muito importante para mim.

— Eu sei disso — fiz uma pausa. — Mas você veio com a Hazel. E vocês estão se dando bem, não é?

— Sim — ele sorriu. — Hazel é muito legal. Gosto... Gosto de conversar com ela.

— E ela gosta muito de você — disse. — Dê uma chance para ela. Para vocês. 

Avistei Hazel voltando com o seu ponche.

— Obrigado, Stef — ele sorriu. — Sabe, você até que é uma boa conselheira amorosa. Mas não tente juntar outro casal novamente.

Tive que dar uma risada.

— Pode deixar.

— Nossa, a fila do ponche estava enorme! — Hazel disse se sentando. — Imagina se ele fosse bom então.

— Verdade — concordei. Realmente, já tinha tomado ponches melhores.

— Ué. Cadê a Maddie? — ela perguntou, tomando um gole do ponche em seguida.

— Ela...

— Ela foi dançar — Gabe me interrompeu e olhou para ela. — Quer ir também?

— Agora? — ela ergueu uma sobrancelha.

Por favor — Gabe colocou sua mão sobre a dela.

Hazel corou e olhou por alguns segundos para a sua mão.

— Cla-cla-claro, eu adoraria — ela deu um sorriso enorme para ele.

Em seguida, ela olhou para mim.

— Não se preocupem comigo — assegurei. — Divirtam-se.

Os dois foram para a pista de dança e eu fiquei sozinha na mesa. Resolvi olhar as fotos da câmera para passar o tempo.  

Você leva jeito.

Olhei para trás e vi Kendall.

— As suas fotos ficaram muito boas — explicou.  

— Obrigada.

Fiquei até um pouquinho feliz em vê-lo. Pelo menos, eu teria alguém para conversar. Ou brigar. Isso vai depender do humor dele hoje.

Ele se sentou a mesa, ficando bem na minha frente. Nem perguntou se podia... Folgado.   

— Você sabia que o Carlos convidou a Maddie para dançar? — perguntei, colocando a câmera em cima da mesma.

Ok, eu sei que não deveria estar puxando assunto com ele, mas eu queria muito saber disso.

— Não — ele franziu o cenho. Pela sua expressão, ele parecia mais surpreso do que eu.

— Será que ele gosta dela?

— Talvez. O Carlos se apaixona por qualquer garota que lhe dê um pouco de atenção — respondeu, dando de ombros.

— Ok... Então quer dizer que ele já se “apaixonou” por mim? — disse rindo.  

— Digamos que sim.

— Como assim? Conte-me essa história direito!   

— Você acha mesmo que vou te contar, Howard? — ele ergueu uma sobrancelha. Bufei em resposta. 

Antes que eu pudesse revidar, alguém parou em frente a nossa mesma.

— Oi, pessoal. Vocês viram a Cindy por aí? — James perguntou e, em seguida, olhou para os lados.

Não — respondemos juntos. Lancei um olhar para Kendall que dizia “não fale ao mesmo tempo do que eu”.

— Ótimo — James suspirou de alívio e se sentou conosco.

— Está tudo bem? — perguntei.

— Claro! Tudo ótimo! Maravilhoso! — ele deu uma risadinha nervosa e começou a mexer na gravata como se estivesse se sentindo sufocado.

— Deixe-me adivinhar: Você está fugindo da Cindy — Kendall disse.

— Ela não me largava um só minuto! Parecia um carrapato — ele fez uma careta. — Tive que inventar que iria ao banheiro para ela não me seguir. Olha, eu entendo que ela não consiga resistir ao meu charme, afinal, eu sou lindo demais...

— E muito modesto ­— ironizei. Kendall riu, concordando.

—... Mas ela não precisa ficar me bajulando todo o tempo. Quer dizer... Olá?! — ele apontou para o próprio rosto. — Eu sei que sou incrível!

Dei uma gargalhada. James era uma figura.

— Então por que você veio com ela? — perguntei.

— Simples: ela é bonita, loira e parece uma modelo — Kendall respondeu pelo amigo.  — Totalmente o tipo do James.

Ele apenas assentiu.

Revirei os olhos. Como os garotos podiam ser tão fúteis? Como se só a aparência física realmente importasse.

— E o que adianta tudo isso se você mesmo disse que ela é chata? — falei. — “Nunca julgue um livro pela capa”.  

Era até irônico eu estar falando isso. Afinal, quem foi mesmo que julgou Minnesota como “fim de mundo” só por causa do nome? Sim, eu mesma. 

— Eu nem gosto de ler! — James exclamou.

Bati na própria testa. Céus! Dai-me paciência com esse garoto.

— Hã, James, eu não queria ser estraga-prazer, mas acabei de ver a Cindy ­— Kendall apontou para um aglomerado de pessoas que dançavam na pista de dança. Olhei naquela direção, mas tinha tanta gente que não consegui achar ela.  

James murmurou algum palavrão.

— Eu vou para o outro lado — ele empurrou a cadeira para trás rapidamente. — Vocês não me viram!  

Fiquei rindo, enquanto via James, um pouco desesperado, fugindo para a direção oposta. Sempre olhando para os lados, como se estivesse sendo perseguido.

— Então... — Kendall pigarreou, chamando minha atenção. — Cadê o seu par?  

Ergui uma sobrancelha. Do que ele estava falando?

— Nicholas, o sr. Perfeitinho — explicou.

— Eu não convidei o Nick. Ele veio para ajudar na decoração — respondi.  

— Sério? — perguntou. Eu assenti. — Então... Quer dizer que não está rolando nada entre vocês?

— Acho que isso não é da sua conta — respondi. Ele revirou os olhos. — Não, somos apenas amigos.

— Bem, sendo assim, acho que não teria problemas se eu te convidasse para dançar, não é?

— E quem disse que eu quero dançar com você? — ergui uma sobrancelha em tom desafiador.

— Qual é, Howard! Não banque a difícil.

— Eu não estou bancando a difícil!

— Está, sim — respondeu. Ele se levantou e me pegou pela mão. ­— Vamos, prometo que você vai se divertir.

Tentei puxar a mão de volta, mas ele era mais forte do que eu. Quem eu estava tentando enganar? Eu queria muito dançar.

— Certo, mas só um pouquinho — acabei cedendo. Ele sorriu, assentindo. — Só tem um problema:  Não posso deixar a câmera aqui, sozinha.

— Verdade... — ele torceu a boca, pensando em algo. — Já sei!

Ele pegou a câmera em cima da mesa com a mão livre e me puxou. Segui ele até a pista de dança, onde um grupinho de meninas estavam dançando.

— Ei! Avery! — ele cutucou o seu ombro.

— Ah, oi! — ela disse ao se virar.

— Será que você pode bater algumas fotos, enquanto eu e a Howard dançamos um pouco?  — ele gritou mais que a música.

Avery me olhou um pouco desconfiada. Sua expressão dizia “Você está concordando com isso?”. Dei de ombros, como se dissesse “Não se preocupe”.  

— Ah, ok... Acho que posso bater algumas fotos — respondeu por fim.

— Ótimo! — Kendall sorriu e olhou para mim. — Caso resolvido, Howard.

— Hm... Tome cuidado com ela! — avisei, entregando a câmera para Avery.  

— Pode deixar — ela deu uma piscadinha para mim, que eu sabia muito bem o que significava, e saiu saltitando pelo salão.

Dançamos algumas músicas bem agitadas e eu realmente estava me divertido. Só que para o meu azar, começou a tocar uma playlist de músicas mais lentas. Ou seja, não poderia evitar o contato físico com ele.

Encarei Kendall que não parava de sorrir. Parecia que ele se alegrava com o meu sofrimento.

Suspirei e deixei que ele entrelaçasse nossas mãos e colocasse a outra em minha cintura. Pousei a minha mão livre em seu ombro.

— Assim está bem melhor, não acha? — ele disse próximo ao meu ouvido. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo.

Não pude deixar de me lembrar do aniversário de Avery, quando dançamos aquela música dos Beatles. Parecia uma lembrança tão distante, mas havia ocorrido apenas há três meses. Muita coisa havia acontecido nesse curto espaço de tempo. Naquela época, eu não suportava Kendall e vivia fugindo dele sempre que podia.

Só que atualmente as coisas estavam diferentes. Tínhamos o mesmo circulo de amigos, fazíamos uma matéria juntos, estávamos na mesma banda por causa do Show de Talentos. Mesmo se tentasse, era difícil de evitá-lo agora.

E eu não o achava tão irritante como antigamente. Ele parecia estar mais... Amigável. Eu não sei se ele realmente havia mudado ou se fui eu que acabei me acostumando com o seu jeito. Acho que a segunda opção.

Olhei para Kendall e percebi que estava me encarando de um jeito meio estranho.

— Pare com isso — dei um soquinho no ombro dele.  

— Ai! Eu não estou fazendo nada!

— Não me olhe desse jeito, parece um psicopata planejando o que fazer com a sua vitima.

Ele deu uma gargalhada.

— Você tem uma imaginação muito fértil, Howard — ele balançou a cabeça e sorriu.

— Keeeeeendall! — uma garota surgiu do nada na nossa frente.

Se eu me assustei? Claro.

 — Oi, Cindy — ele não parecia feliz ao vê-la. — O que foi?

— Eu não encontro o James! Você o viu?

 Sabe aquele tipo de voz irritante que parece que a pessoa é fanha? Então, essa era a voz dela.

­— Claro — Kendall afirmou. — Muitas vezes.  

Ele murmurou um “tchau” para ela e me puxou para fora da pista de dança.

— Acho que o James está tendo uma missão bem sucedida ao fugir dela — eu ri.

— Pena que não tivemos a mesma sorte — respondeu.

Andamos rápido, mas logo tive que parar. Meus pés estavam doendo. Kendall parou também.

— Você está bem?

— Sim, só um pouco cansada.

— Imagino. Esses saltos parecem mesmo cansativos — disse, apontando para os meus pés.

— Você não imagina o quanto — eu ri, quando queria mesmo era chorar. 

Fiquei pensando se deveria tirar o salto. Avery havia dito que era deselegante, mas acho que ficar com os pés doendo era pior ainda. Sem falar que ela não estava por perto, poderia tirar um pouco e ela nem ficaria sabendo.

Howard... — ele cantarolou.  

— Hm? — murmurei.

Kendall apontou para cima. E foi então que eu vi aquele raminho verde, bem em cima de nossas cabeças. E eu achando que esse salto era o meu maior problema.

Droga! Eu havia esquecido que Avery espalhou vários viscos pelo salão.

— Ah — foi tudo que eu disse.

— É uma tradição — Kendall disse, dando um passo em minha direção.

Beije ele! Aproveite que você pode culpar o visco!

Quieta, consciência!

— Espere — coloquei a mão em seu ombro, mantendo a distância entre nós. — Hã... Feche os olhos! — pedi.

— Ok — ele concordou, dando um sorrisinho de satisfação.

Em seguida, fechou os olhos e fez biquinho, esperando. Tive que segurar o riso por causa da cena.

Certo, isso me deu alguns segundos para pensar. Eu precisava de um plano. Agora.  

Já sei! Ele queria um beijo, não é? Pois um beijo ele teria.

Cheguei mais perto dele e fiquei nas pontas dos pés — porque mesmo estando de salto, ele ainda era maior que eu —, e aproximei o meu rosto do seu, lhe dando um beijo em seguida.

Na bochecha.

— Ei! — protestou, quando eu me afastei.  

— O que foi? — perguntei, inocente.

— Isso não valeu — ele apontou para a bochecha.

— Claro que valeu. Um beijo é um beijo.

Ele suspirou e assentiu meio que contra a sua vontade. 

— Você é muito esperta, Howard.

— Obrigada. Agora, se você me der licença, eu preciso encontrar a Avery. — sorri, me sentindo vitoriosa com o meu feito.

E saí antes que ele pudesse dizer algo.

De repente, senti um aperto no coração. Um arrependimento.

E não foi pelo que fiz, mas pelo o que não fiz.


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Notas finais do capítulo

* Caso vocês não consigam abrir os links com os looks, eu fiz um post no blog com todos eles.
* Eu não coloquei ninguém para ser a Cindy, pois ela não vai aparecer novamente. Então a imaginem como quiserem.

Oi (de novo)!

E aí, o que acharam?

*SPOILER ALERT* No próximo capítulo, teremos o especial de Natal (Sim, em fevereiro rsrs. Mas lembrem-se que a linha cronológica da fic é diferente). Ele vai ser mais focado na família da Stefanie, principalmente na mãe dela. Mas os outros personagens serão mencionados, incluindo o Kendall.

Espero vocês nos comentários! (E, fantasminhas, apareçam!)

Bom feriadão de carnaval para todo mundo! (Eu não gosto de carnaval, mas aprecio muito esses dias em casa haha).

Até mais! õ/
XOXO

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