Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 20
19 - Como partir um coração


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem com vocês?

Sei que demorei um pouquinho, mas realmente não consegui terminar o capítulo antes. Eu posso estar de férias da faculdade, mas ainda preciso trabalhar de manhã (o que não me deixa ficar acordada até tarde) e sem falar que eu fiquei doente. Ainda não estou 100%, mas fiz um esforço para terminar o capítulo. Espero que compreendam.

Ah! A fic (finalmente) chegou aos 100 comentários! Estou muito feliz ♥ ♥

Enfim... vamos ao capítulo. Tenham uma boa leitura e não queiram me bater (rsrs).

P.S.: No gif, (como eu imagino) o Nick.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572926/chapter/20

Prós e contra de Nicholas Crawford

PRÓS:

1- Ele é um cara muito legal! É gentil, educado, inteligente, humilde. E não é um idiota.

2- Ele joga beiseball. E esse era o meu 2ª esporte favorito (Vôlei em 1º, claro). Eu não sabia jogar, mas adorava assistir.

3-  Ele também não é fã de Hóquei. Diz que vai aos jogos só para dar uma força ao primo.

4- Temos bastante coisa em comum. Músicas, livros, filmes, séries e etc.

CONTRAS:

1- É muito insistente. (E é o único defeito dele que eu conheço até agora).

***

O baile estava chegando.  O time todo de vôlei estava muito ocupado com os preparativos. Com exceção da Treinadora Baxter, é claro. Ela disse que não moveria um dedo para ajudar, pois bailes eram uma besteira e nada disso importaria no futuro. Algo me dizia que ela não teve uma boa experiência com bailes no seu tempo de escola.

Cada uma ficou encarregada de uma coisa. E se eu não tivesse dito de brincadeira a Avery “Não coloque o repertório inteiro das músicas da Taylor Swift, hein?” ela não teria me colocado nessa função. Para se vingar, ela disse que eu deveria escolher as músicas para o baile e... Arrumar um DJ.

Acho que preciso aprender a hora certa de calar a boca.

Por causa disso, tive que me virar. O que era bem complicado, já que eu era nova na cidade e mal conhecia os lugares, quem dirá um DJ! Por sorte, alguém teve pena de mim e se ofereceu para me ajudar.

— Obrigada por ter ido comigo até lá — disse, quando já estávamos na lanchonete. Havíamos pegado uma mesa do fundo perto da jukebox, esperando a garçonete trazer nossos pedidos.   

Eu estava acostumada a ir na “Shake...pee!” por causa de Avery, mas essa lanchonete estilo anos 60 era muito legal também.

— Imagina, não custava nada. Além disso, você nem sabia onde ficava o estúdio do DJ — Nick respondeu. — Já pensou se você se perdesse? Eu me sentiria culpado.

Soltei uma risada.

— Até parece que eu iria me perder em um lugar tão pequeno. O máximo que iria acontecer é ficar rodando por várias ruas e não achar o endereço certo.

— É, acho que você tem razão — ele riu. Em seguida, catou algumas moedas no bolso e ergue na minha direção. — Escolha sabiamente. 

Não demorei muito para escolher algo na jukebox. Assim que bati o olho em “Twist and Shout”, a escolhi. É por isso que eu adoro essas máquinas antigas, elas sempre têm músicas boas.

— Ótima escolha, beatlemaníaca — ele disse quando eu sentei. — Sabe, toda vez eu escuto essa música eu lembro da performance do Ferris Bueller em cima daquele palco na parada.

— Eu adoro esse filme!

Eu nunca encontrava ninguém para dividir o meu amor por coisas antigas, seja livros, filmes ou músicas. Savannah só gostava de lançamentos, era só estrear algo que ela já queria. A única coisa antiga que ela gostava era moda, pois dizia que uma hora poderia voltar a ser tendência.

— Eu também! É muito bom! — ele respondeu.

Ficamos cantarolando a música, usando os tubinhos de molho que estavam na mesa como microfone. Nosso show foi interrompido pela garçonete, trazendo o pedido. Ela deu uma risadinha discreta e eu queria me enfiar de baixo na mesa de tanta vergonha. Nick apenas sorriu educadamente para ela e agradeceu.  

— É difícil ver uma garota com um apetite assim — ela apontou para o meu prato. — Normalmente vocês sempre pedem uma saladinha ou algo light.

Eu havia pedido um X-Burger e um milk-shake grande de Ovomaltine. Ele pediu o mesmo que eu, só que seu milk-shake era de chocolate.

— Cruzes! — fiz uma careta. — Se eu fosse seguir isso, morreria de fome. 

Ele deu uma risada.

— O que foi? — estreitei os olhos.

— Nada — ele balançou a cabeça. — Vamos comer.

***

Na hora de pagar a conta, eu procurei minha carteira dentro da bolsa, mas Nick colocou a mão no meu punho delicadamente.

— É por minha conta — ele piscou. Apenas assenti.

Nós saímos da lanchonete e ficamos andando sem rumo pelas ruas, apenas passeando e apreciando a vista. Por um milagre, hoje não parecia tão frio. Não sei se realmente estava mais quente, ou se eu estava começando a me acostumar com o clima daqui.

Eu estava vendo Nick com mais frequência agora. Depois daquele dia, ele acabou indo outras vezes nos ensaios. Achava legal ter alguém de fora, pois ele era uma espécie de plateia e sabia dizer o que precisávamos melhorar. Começamos a conversar mais também e, em uma dessas conversas, eu acabei tocando no assunto que estava no comitê do baile de natal e ele se ofereceu para ajudar.

Eu gostava de conversar com Nick. Ele sempre falava de assuntos interessantes, sabia a hora certa de fazer gracinhas e quando deveria conversar seriamente. Achava ele tão maduro que às vezes era difícil de acreditar que tinha só 18 anos. Em alguns aspectos, ele me lembrava muito o Logan. Não sei como não tinha percebido antes que eles eram primos.

Passamos por um parquinho. Os brinquedos estavam todos cobertos de neve. Acho que elas só conseguiam brincar mesmo no verão.

— Vamos sentar um pouco — ele disse, apontando para um dos bancos. Tiramos a camada de neve que tinha na madeira e sentamos. Minha luva preta ficou toda branca.

Por um tempo, ficamos apenas observando as crianças brincando de patins no laguinho congelado que tinha há poucos metros de nós. Para o tamanho deles, andavam muito bem. Eu tinha certeza que nunca conseguiria me equilibrar naquilo.

 — Fanie...

— Sim? — eu disse, ainda um pouco distraída com as crianças. Como aquela menina consegue rodar tanto e não ficar tonta?   

— Eu gosto de você. De verdade.

— O quê?! — olho para ele, um pouco perplexa.

— Isso pode soar um pouco clichê, mas você é diferente das outras garotas — ele começou, olhando para o laguinho e não para mim. — Você gosta de Beatles, de filmes antigos. Não se importa com dietas e essas outras frescuras das garotas. Eu gosto de ver você tocando violão, fechando os olhos e sentindo a melodia. Gosto ainda mais quando você canta enquanto toca. Gosto de como você é segura de si e parece não ligar para a opinião dos outros. Gosto de como você é naturalmente bonita, sem precisar de maquiagem. Gosto quando você sorri, principalmente se esse sorriso for para mim — ele olhou na minha direção. — Gosto de tudo em você, porque cada pedacinho de você lhe faz única.

 “Você deveria seguir os seus próprios conselhos”. A voz de Avery ecoou na minha cabeça.

Talvez ela estivesse mesmo certa. Eu tinha que seguir em frente. E por que não com o Nick? Ele era um cara legal e nos dávamos tão bem. Sem falar que ele é uma gracinha.

— Nick, eu... — comecei.

Mas ele me interrompeu quando se moveu na minha direção e me beijou. Seus lábios estavam frios por causa do frio. Por uns segundos eu retribuí.

Queria poder dizer que senti algo de especial, mas isso não aconteceu.

Eu devo ter feito uma cara muito estranha, pois ele recuou.

— Hm, acho melhor irmos. Eu te deixo em casa — ele se levantou e colocou as mãos nos bolsos do casaco. Apenas concordei e o segui.

***

Não conversamos durante o trajeto. Ele ligou o rádio e ficou cantarolando baixinho enquanto prestava atenção na estrada. Eu fiquei com a cabeça apoiada no vidro observando as casas.

Quando ele parou o carro em frente a minha casa, eu falei:

— Desculpe.

Ele não disse nada, só ficou me olhando. Sua expressão era indecifrável.  

— Você me pegou de surpresa — continuei. — Eu gosto de você, Nick. Sério. Você é um cara muito legal. É gentil, educado, tem um bom gosto para coisas antigas...

— ... Mas? — perguntou.

— Mas eu não consigo pensar em você desse jeito. Eu sinto muito — aquilo doeu em mim também.

 Eu queria muito poder dizer que o sentimento era reciproco, mas estaria mentindo. Eu gostava sim do Nick. Só que como amigo.

— Tudo bem — ele forçou um sorriso. — Eu vou ficar bem, Fanie.

Eu esperava que ele ficasse.

— E eu não vou deixar de falar com você só por causa disso. Você é importante para mim. Fico feliz em ter pelo menos a sua amizade — concluiu.

Apenas sorri em resposta e tirei o cinto de segurança.

Será que eu deveria ter falado algo? Não sabia bem como reagir a essa situação. Eu sempre estava no outro lado. Estava acostumada a ser a rejeitada.

— Hm... Você vai mesmo assim ao baile nos ajudar? — sei que não deveria ter falado isso. Afinal, eu tinha acabado de dar uma fora nele. Mas Nick tinha prometido nos ajudar, ele falou isso até para a Avery.

— Não se preocupe com isso. Eu costumo honrar a minha palavra.

— Obrigada — falei. — Pela carona. Por tudo.

— De nada — ele sorriu. Percebi como estava se esforçando para não mostrar que estava triste.

— Ok, acho que vou entrar agora.

— Tchau, Fanie — ele respondeu. Pensei que ele se despediria de mim com um beijo no rosto, como sempre fazia, mas ele apenas batucou os dedos no volante.

— Tchau, Nick — e saí do carro.

Ele esperou até eu chegar a porta de casa para depois ir embora.

Abri a porta, já tirando a touca da cabeça. Eu só queria ir para o meu quarto agora e ficar sozinha para organizar os meus pensamentos.  

Escutei vozes, mas ignorei. Tirei as luvas e comecei a abrir o zíper do casaco enquanto andava.  

— Oi, Stef! — Avery disse quando passei na frente da cozinha.  

— Oi, Stef — disse outra voz familiar.

— Oi, Avery. Oi, James — respondi, indo em direção às escadas.

Espera um pouco... James?

Voltei alguns passos, andando de ré mesmo.

— O que você está fazendo aqui?

— Ah! Avery me convidou para tomar um pouco de chocolate quente e eu não consegui resistir — ele ergueu a xícara que estava saindo fumaça de tão quente que estava. — Nada melhor que uma recompensa como essa depois de tirar a neve.

— Ah, sim. Mas o que houve com o Kendall? — perguntei.  Avery havia me dito que ele sempre tirava a neve da nossa rua e região, era meio que a “área” dele.

— Ele não pode vir e me pediu para ficar no seu lugar. Depois ele retribui o favor quando eu precisar — explicou.

— Ele está na detenção de novo? — chutei. Hoje era sábado à tarde e do Kendall eu não poderia descartar essa hipótese.

Não. Ele está trabalhando.

Assenti. Virei-me para Avery.

— Sobrou um pouquinho para mim? — perguntei.

— Claro! — ela rapidamente pegou uma xícara no armário, enfeitando com uns marshmallows por cima.  — Aqui está.

— Obrigada — respondi, soprando para esfriar um pouco e me juntei a eles na mesa.

— Então... Como foi o encontro com o Nick? — Avery perguntou, com uma pitadinha de curiosidade na voz.

Não foi um encontro — rebati. — Ele só me acompanhou até o estúdio do DJ e depois fizemos um lanche.

— Ok... Mas ele pagou a conta?

— Bem, sim... só q-

— Com certeza foi um encontro! — ela bateu palminhas, mais animada do que o normal.

Não foi — eu insisti, mas era difícil de discutir com Avery. Acho que era melhor eu nem dizer a ela o que aconteceu depois.

James ficou apenas nos observando, sem proferir sequer uma palavra. Pelo jeito, ele sabia quando não devia se meter em “papo de garota”.

— Bem, acho melhor eu ir. — ele se levantou e colocou sua xícara na pia. — Muito obrigado pelo chocolate, Av. Estava uma delícia.

— Oh, claro — Avery parecia um pouco decepcionada por ele já estar indo embora. — De nada, Jay.

Ele se despediu de nós, dando um beijo na bochecha de cada uma e se dirigiu até a porta. Pegou as suas coisas no cabideiro e se vestiu para enfrentar o frio lá fora.

Quando ele saiu, me virei para Avery.

— E aí... Convidou ele para o baile?

Avery quase se afagou com o chocolate quente e começou a tossir.

— O quê?! — ela disse com a voz um pouco rouca. — Não sei do que você está falando, Stef.

— Não se faça de desentendida. Ou você acha que eu não percebo o jeito que você olha para ele? — questionei, cruzando os braços para mostrar que estava falando bem sério.

Ela fechou os olhos e soltou o ar dos pulmões. Bingo! Acertei em cheio.

— Você é boa — admitiu. — Eu juro que tentei, mas quando perguntei sobre o baile, ele disse que iria com a Cindy Hawkins.

Eu não fazia a mínima ideia de quem era essa garota, mas provavelmente ela fazia alguma matéria comigo.

— Sinto muito — disse, sendo sincera.

— Tudo bem. Acho que não era para ser mesmo — ela forçou um sorriso, mas eu sabia que por dentro estava arrasada. — Sabe, eu conheço o James desde o jardim de infância. E, naquela época, ele não tinha muito amigos. Além dos meninos, só eu falava com ele. James era meio gordinho e as outras crianças não gostavam muito dele, ficavam rindo da sua cara, implicavam... Mas nas férias antes do 6ºano ele foi para um acampamento e voltou diferente. Estava mais alto, sua voz estava mais grave e havia emagrecido. De repente, todos queriam ser amigos dele. E com o passar do tempo, as garotas começaram a se interessar por ele também.

— E quando você diz “garotas”, isso inclui você?

— Sim... Só que eu não sabia naquele tempo. Eu achava que sentia ciúmes das amizades novas que ele estava fazendo, mas na realidade, eu sentia ciúmes dele.

— Por que você nunca disse nada para ele? — perguntei.

— Eu não queria ser mais uma na lista interminável de garotas que ele saia. Decidi que era hora de esquecer o que sentia por ele e seguir em frente. Foi quando o Hunter me convidou para sair. Ele era meu parceiro de laboratório naquela época e era sempre muito legal comigo. Então pensei “Por que não?” e aceitei sair com ele. Depois disso, começamos a namorar e eu realmente me apaixonei por ele. Achei que nada podia destruir o que tínhamos... Até o dia do Hockeyween. Não acha irônico que o garoto que eu gostava no passado me salvar do cara que eu estava namorando atualmente? — ela soltou uma risada amarga. — Foi aí que eu percebi que mesmo depois de termos nos distanciado um pouco e feito amizades novas, James sempre estaria disposto a me ajudar quando eu precisasse.

— Vocês parecem mais próximos agora — comentei.

— Sim, estamos. Mas ele só está preocupado comigo. Por causa de tudo que aconteceu. Daqui a pouco ele esquece isso e só vai me cumprimentar quando me ver, pois vai estar ocupado com outra coisa mais importante.

— Sabe, eu adoraria que vocês ficassem juntos — confessei. — Fariam um casal bem fofo.

— Obrigada — ela sorriu. — Mas eu prefiro não criar muitas expectativas, sabe? Assim dói menos.

Assenti.

— Eu vou lavar a louça antes que a minha mãe chegue — Avery levantou da cadeira em um pulo. — Você sabe como ela é toda organizada e não gosta de bagunça na cozinha.

— Quer ajuda? — ofereci.

— Não precisa — ela balançou a cabeça. — Tome o seu chocolate quente tranquilamente.

— Ok.

Avery não queria mesmo conversar. Afinal, ela dificilmente lavava louça porque dizia que ia descascar o esmalte da unha. Então eu lavava e ela enxugava. 

Eu queria muito poder ajudar ela e James, mas o meu histórico como cupido não era dos melhores. Acho que a melhor coisa a se fazer era esperar.

Quem sabe o destino não desse uma mãozinha a esses dois?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

>> Ferris Bueller é o personagem principal do filme "Curtindo a vida adoidado" de 1986. (Provavelmente vocês já viram, ele costumava passar muitooo na Sessão da Tarde. E eu ADORO esse filme).

Oi (de novo)!

E aí, o que acharam do momento Nick+Stef? (Não se preocupem, não vai rolar outro). E a Avery? Ficaram com pena dela? Me digam nos comentários!

*SPOILER ALERT* No próximo capítulo, teremos o tão esperado baile de natal. (É isso. Não vou falar mais nada haha)

Até mais! õ/

XOXO


BLOG: http://mari-fanfics.blogspot.com.br/
GRUPO NO FACEBOOK: https://www.facebook.com/groups/MariFanfics/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything's Better With You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.