Capítulo 7 - Who We Are

Uma semana depois — Sovena

Para Wanda Maximoff, o caos era mais do que explícito.

Agentes corriam de um lado para o outro em seus telefones, enquanto outros mexiam em seus computadores teclando violentamente rápido. O pequenino salto dos sapatos sociais misturados com o som incessante das teclas digitadas e os tiros do lado de fora da sala eram irritantes para a feiticeira, mas era ainda pior saber que alguém estava vigiando cada movimento seu. E esse alguém era o Barão Von Strucker.

Os olhos esverdeados do homem queimavam Wanda, o que a deixava mais do que desconfortável, mas ela sabia que Strucker faria tudo o que Edgar mandasse. Os bons cães serão recompensados com ossos, pensou quando o irmão lhe cutucou. Pietro não saía de seu lado desde o reencontro de ambos, aproveitando o máximo enquanto aquilo lhes era permitido. A morena encarou os olhos azuis brilhantes do irmão.

— Até quando iremos ficar parados aqui? — cochichou no ouvido da irmã. O tom ansioso de Pietro era estranhamente cômico.

— Aprenda a ter paciência, irmão — ela respondeu no mesmo tom, abrindo um meio sorriso para o Maximoff. — Edgar irá aparecer a qualquer momento.

O forte intuito da garota nunca errava, e seu ego pôde inflar um pouco quando Edgar escancarou a porta e veio com passos brutos falar com Strucker.

— Como você pode ficar parado aqui enquanto estamos sendo atacados, seu inútil? — o Pierce disse com firmeza, arrancando um olhar surpreso do barão. — Ou irá me dizer que ainda não percebeu o tiroteio que está acontecendo lá fora?

— Juro-lhe que não percebi, senhor Pierce. — A devoção alheia é tão repugnante, ambos os gêmeos pensaram. É claro que, secando os gêmeos com o olhar, ele não teria escutado o caos vindo do lado de fora. — Mas contra o quê estamos lutando?

Edgar o empurrou violentamente, fazendo Strucker cambalear para trás. Olhou para Wanda e Pietro logo em seguida, mal-humorado e sem vontade de bater papo.

— Se preparem para o combate — seus olhos verdes pareceram brilhar ao dizer a palavra "combate". Ele queria guerra. — Não vai demorar muito para os Vingadores invadirem a sede, e quando invadirem, é a hora de vocês agirem. Vamos ver se os experimentos foram úteis o suficiente.

O loiro saiu em passos firmes enquanto Von Strucker o encarava com repulsa e ódio. Wanda encarou o irmão e pegou em sua mão, a apertando forte [GIF].

— Eu disse para ter paciência. — o sussurro vitorioso e confiante da Maximoff fez um sorriso aparecer no rosto de Pietro. Eles também queriam guerra.

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O sorriso de Natasha Romanoff estava estampado em seu rosto. Fazia tempos que não entrava em uma boa luta como aquela. Rolou pela neve e jogou seu equipamento de choque contra um agente, levantando-se e dando um chute bem desferido contra o rosto de outro homem, que foi ao chão.

— Espero que as botas estejam com um bom gosto. — a ruiva disse irônica, cotovelando um agente que vinha por trás.

Correu em meio a floresta nublada nocauteando agentes por onde passava, liberando caminho térreo enquanto Clint cuidava dos ares por ela, desferindo suas flechas contra os agentes enquanto Samuel Wilson se divertia pilotando a caminhonete que estavam. E, para Barton, não havia nada melhor do que entrar em guerra novamente. Era até saudável.

— Natasha. — a ruiva escutou a voz de Stark em seu comunicador. — O capicolé está precisando de ajuda perto de você. Alguns agentes de merda estão o cercando.

— Olha a língua, Stark. — a voz de Rogers soou no aparelho.

— Estou indo em sua direção, Cap. — Romanoff disse e correu para onde o loiro estava, pulando nas costas de um agente e o derrubando no chão, batendo a careca do agente na neve gelada. Steve logo se aproximou da ruiva e ambos ficaram de costas quando mais uma tropa de agentes havia chegado.

— Olha a língua? Sério mesmo? — Tony gargalhou enquanto Rogers desferia um golpe com seu escudo em um dos agentes e Romanoff atirava contra outro.

Um agente se aproximou em uma moto, mostrando uma oportunidade perfeita a Rogers, que lançou seu escudo e derrubou o homem. Montou na moto - novinha em folha, pensou - e encarou Natasha, fazendo sinal para que ela subisse. Ambos na moto, Rogers acelerou desviando dos tiros desferidos contra o automóvel.

Ali perto, Thor bateu seu martelo no chão e levou vários homens ao chão, Hulk derrubava seu segundo tanque de guerra e Stark voava por entre as árvores, acertando agentes com seus raios. Ao chegarem no mesmo lugar, Natasha pulou da moto e partiu para o combate corpo a corpo com os agentes, enquanto Steve Rogers deu meia volta e foi auxiliar Thor em combate. Ao terminar o serviço com mais alguns agentes, a ruiva encontrou Sam e Clint, e não pensou duas vezes em entrar na caminhonete e pegar uma carona. Mais da metade da floresta já havia sido limpa por eles, mais alguns quilômetros e finalmente estariam na sede, e seus muros brancos já eram vistos de onde estavam. Mesmo sem combinar, a sincronia com a qual os Vingadores estavam lutando era visível e admirável. Wilson estacionou a caminhonete numa beirada e ambos agentes saltaram do veículo, sendo seguidos a risca por seus outros colegas de equipe. [GIF do Banner do Capítulo] Barton seguiu em frente enquanto Natasha parou para nocautear mais alguns agentes da Hydra, se escondendo sorrateiro por entre as árvores e lançando suas flechas explosivas em meio ao caos da guerra.

Dos muros da sede, Edgar posicionava sua sniper a procura de um alvo; seu treinamento como atirador de elite não poderia ser em vão. Encontrou a mira da cabeça do Gavião Arqueiro a tempo de ver o mesmo ainda mais perto da sede, e o Pierce não precisou piscar para que Clint Barton soltasse a flecha que mirava contra ele. O loiro teve apenas tempo de ver o escudo feito de aura vermelha o cobrindo quando a flecha explodiu, virando-se para trás e encontrando Wanda Maximoff, pronta para combate e fechando as mãos para desfazer o escudo.

— Por que fez isso? — Edgar perguntou encarando a morena.

— Bom, estamos quites — ela abaixou as mãos. — Peça para que abram os portões.

— Algum motivo específico para isso? — sua voz soou irônica.

— Abra-os ou eu abrirei. Precisa de mais algum motivo? — a Maximoff foi cínica e tinha um olhar debochado, além de um sorriso irritantemente confiante no rosto. — Abra os portões.

***

Ao ver os portões começando a se mover, Pietro sorriu orgulhoso e encarou o lado de fora, podendo contemplar a ação com seus próprios olhos: o campo nevado tinha tanques de guerra partindo a todo momento, junto com caminhonetes e motos. A Hydra estava bem equipada, mas o Maximoff já conseguia enxergar o gigante verde se aproximando lentamente da sede enquanto derrubava um tanque com as mãos. Era tão estranho rever tudo aquilo com o que já estava acostumado, barulho, depois de seis meses encarcerado. E ele queria correr. Finalmente correr.

O flash azul deixou os guardas do portão desnorteados, e era gratificante para o corredor sentir todas aquelas maravilhosas sensações novamente. Mal se deu conta de quando chegou no campo de batalha e encontrou sua primeira vítima; correu e puxou um dos pés do Gavião Arqueiro, o levando ao chão. Quando Clint o encarou, espantou-se, provocando um sorriso maldoso nos lábios do Maximoff.

— Não me viu chegando? — dito isso, disparou a correr.

Barton levantou-se rapidamente e mirou contra o corredor, mas antes que pudesse atingir a mira perfeita, o flash azul já tinha desaparecido.

***

Seguido por Steve e sua moto, Stark voou para dentro da sede e abateu alguns agentes com seus raios, abrindo caminho para o americano.

— Cap. — ele falou. — Procure pelos gêmeos, eu vou atrás do cetro.

— Entendido. — disse Rogers, acelerando e seguindo o caminho que Tony tinha liberado para ele.

Stark pousou e logo se viu cercado de agentes, lançando seus raios e se livrando facilmente dos inimigos, dando uma risada sutil e irônica, principalmente quando viu o resto dos Vingadores se aproximarem ainda mais da sede.

— Isso está tão divertido! — o bilionário disse.

Porém, ninguém havia percebido os Maximoff observando cada passo. Era a hora de agir.

— Cuide deles lá fora, irmão. Eu vou atrás dos outros dois. — Wanda sussurrou e o irmão assentiu.

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Steve batalhava intensamente com alguns agentes e estava prestes a ser ferido por um quando se defendeu com seu escudo, investindo o mesmo contra o agente e o derrubando. Ao terminar aquela remessa de homens, viu o Barão Von Strucker surgir por uma porta escondida nas sombras.

— Strucker.

— Steve. — o barão respondeu no mesmo tom amargo.

— Fazendo muitos inimigos? — Rogers e ele andavam em círculos pelo local, se encarando.

— Essa pergunta deveria ser feita para você, herói. — o homem falou. — Não se cansou de ser o querido da América?

— E você não se cansou de... — a fala do loiro foi interrompida quando ele foi lançado escadarias abaixo, sem poder ver sua oponente, Wanda Maximoff, o atacar.

A bruxa logo desceu as escadarias, aproveitando a desvantagem do americano, e estava prestes a lançar sua aura vermelha contra ele quando sentiu um choque invadir seu corpo, a fazendo cair no chão e se contorcer de dor por causa do equipamento que a havia atingido. Procurando ver quem o tinha salvado, Steve encontrou os olhos de Natasha Romanoff, que deu uma piscadela sutil. Porém, não foi o suficiente para deter a Maximoff, que investiu contra Rogers e o prendeu em mais uma de suas ilusões. Subiu as escadas antes que o tiro de Natasha a pudesse atingir, e sumiu como pó junto de Strucker. Rogers respirava aceleradamente e seu coração batia forte. Mal pôde ver Romanoff se aproximar antes de se entregar ao total delírio.

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— Pessoal, — Barton escutou a voz de uma certa ruiva em seu comunicador. — temos problemas. Steve está em alguma espécie de alucinação por causa da Maximoff.

— O quê? — Clint se distraiu e parou de correr por um segundo, esquecendo que estava sendo perseguido. Logo, o tiro de um dos tanques passou raspando por sua perna e ele urrou de dor, caindo no chão.

— Barton! — as vozes de Natasha, Thor e Samuel ecoaram em uni-sono. Wilson, que sobrevoava o local, correu para ajudar o parceiro pássaro.

— Clint está bem. Bom, na medida do possível. Continuem o que estavam fazendo! Eu cuido dele. — Sam disse no comunicador alertando o resto da equipe. Encarou Clint, que sorriu.

— Pássaros devem se ajudar. — Barton sussurrou.

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A neblina era incessante. O local estava escuro, e só era possível ver a lua cheia iluminando a neve em meio a montanha em que estava. Nela, ele podia ver Bucky Barnes, Samuel Wilson, Peggy Carter e, surpreendentemente, Natasha Romanoff, ao lado das pessoas que ele mais amava. Todos pendurados em forcas de madeira, com os corpos cheios de sangue e com semblantes de dor.

Steve tentou correr para ajudar, mas seus pés estavam grudados no gelo. Ele estava congelando.

Abriu os olhos assustado, e a primeira coisa que viu foram os olhos de Natasha, que suspirou e sorriu.

— Eu já estava ficando preocupada, velhote. Ainda não é época de hibernar. — a ruiva brincou e Steve riu irônico, se levantando com ajuda dela. Pela grande janela ao lado, puderam encarar Thor tentando lidar com o ligeiro Maximoff. — Temos muito o que fazer. Vamos.

Ambos saíram juntos pela porta, mas a visão que Steve tivera ainda atormentava sua mente. Uma reflexão mais profunda daquilo pairava em sua mente e o conturbava enquanto ia para o campo de batalha. Talvez ele estivesse destinado a perder as pessoas que tanto ama. Talvez, ele ainda estivesse congelado no tempo enquanto os outros evoluíam, e talvez isso o atrasasse demais para salvar a humanidade. Talvez ele não merecesse o título de herói.

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A sala na qual Stark havia entrado há poucos minutos estava cheia de agentes, mas agora, todos já estavam no chão. Sua armadura estava em pé iluminando o local, enquanto Tony tateava as paredes em busca de algo em particular.

— Uma passagem secreta, uma passagem secreta, uma passagem secreta... — o Stark sorriu quando apertou um dos blocos e a parede começou a se mover. — Mandei bem.

Ao entrar na sala, não pôde ver seus olhos brilhando diante de tanta tecnologia. Uma das naves Chitauri ilustrava o centro da sala, enquanto armas e outras tecnologias se espalhavam pelo local. Mas o brilho dos olhos de Stark só aumentou quando encontrou o objeto que tanto almejava, andando até ele. Parou logo em frente do cetro de Loki, encarando a pedra azul que nele havia, sequer percebendo quando Wanda Maximoff colocou os dedos nas laterais do rosto de Tony e balançou seus dedos, fazendo com que sua aura vermelha magicamente se infiltrasse no herói e seu feitiço estivesse concluído. Ela logo se afastou para observar de longe os delírios que Stark teria em breve.

Não demorou muito para que ele se virasse de costas e visse a nave Chitauri se mover e voar por cima de sua cabeça. A seguindo com o olhar, virou-se e contemplou uma pilha de ossos ao seu redor. Nela, jaziam coisas valiosas para seus parceiros de equipe: um escudo quebrado, um martelo sozinho e um arco e flecha destruído. Em seguida, viu o corpo de cada um deles ensanguentado no chão, e bem no centro, estava Steve Rogers, que pegou de repente no pulso de Stark.

— Você. — a voz do Capitão saiu fraca e com um tom amargo. — Você não conseguiu nos salvar, Stark. Você nos destruiu.

Falecendo e soltando o pulso de Tony, o bilionário acordou de repente do delírio que tivera. O cetro continuava em sua frente e ele virou-se desesperado para trás, vendo a nave parada. Suspirou e encarou novamente o cetro.

Enquanto isso, Wanda observava das sombras, e quando o irmão surgiu atrás de si, o impediu de seguir até o Stark. Tony pegou o cetro firmemente e sorriu, ao mesmo tempo que a Maximoff abriu um largo sorriso também.

— O impeça! Ele levará o cetro. — Pietro tentou argumentar.

— Você não entende, irmão. Não fiquei seis meses à toa, sabe? — ela continuou encarando o Stark, que saia da sala secreta. — Esse é o plano.