Capítulo 6 — O Cetro de Loki/Eureka

Stark fazia alguns ajustes no metal da armadura, enquanto Banner continuava tentando, com a ajuda de América e Jarvis, descobrir algum meio de fazer aquele pequeno pontinho de esperança em inteligência artificial funcionar. Apenas Tony estava obtendo sucesso.

— Senhor Banner, o senhor já pensou em...

— Eu já pensei em simplesmente tudo, Jarvis — Bruce respondeu, com um ar misto de cansaço e nervosismo. — Tudo.

O que Jarvis tinha a dizer era importante, mas ele preferiu deixar para depois.

— O senhor deveria descansar um pouco. — América comentou.

— Meris está certa, "bro". — Stark já estava acostumado em chamar Banner de "science bro". — Vá tomar um chá, sente e relaxe. Amanhã logo cedo vamos trabalhar juntos na inteligência artificial, só vou terminar de remendar algumas partes quebradas de lataria.

O cientista apenas bufou, concordou com a cabeça e andou em direção à saída. Porém, antes de realmente sair, um sentimento de "eureka" invadiu sua mente. Voltou a entrar no recinto e, abrindo uma das gavetas com registros de Stark, começou a procurar algum documento em especial.

— Como eu não pensei nisso antes? — resmungava para si mesmo, ainda revirando as gavetas.

— Hey "bro", vai com calma. — Tony andou até ele e parou de seu lado. — Qual sua ideia brilhante, afinal?

— Isso. — Bruce mostrou para o amigo uma pasta, aberta em uma página em especial: Tecnologia Chitauri. — Isso foi... A única coisa que não testei para finalmente ter a base da inteligência artificial que precisamos e...

Tony corou como quem havia se bronzeado, logo estampando um sorriso no rosto e fazendo uma de suas dancinhas. América dava leves risadas enquanto Banner, sem entender, ajeitou os óculos no rosto só para confirmar se realmente estava assistindo a uma dancinha de Tony Stark. Em seguida, o bilionário disse:

— Eureka, caro Banner. — ele parou e encarou o cientista. — Os equipamentos Chitauri podem nos ajudar, mas há algo que com certeza será ainda mais fundamental para a base.

— E o que seria, senhor? — a voz de Jarvis ecoou pelo laboratório, imaginando ser o que iria sugerir para o doutor Banner há alguns minutos.

— Jarvis, rastreie cada base da Hydra que conseguir, precisamos encontrar o cetro do tal "deus fraco", grandão. — Tony encarou Bruce com um sorriso esperançoso, sorriso o qual não dava há dias, e o cientista retribuiu. Banner acabou não resistindo em acompanhar Stark em uma dancinha divertida e descontraída, digna de um momento "eureka".

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— Então deixe-me ver se entendi: vocês dançaram juntos? — Clint zombou enquanto o resto dos presentes, exceto Tony e Bruce, riam. Até mesmo Steve deixou escapar uma risada.

— Foco, Legolas. Foco. — Stark retrucou no mesmo tom.

— Ok, vamos ser sérios. — Natasha cortou o clima irônico. [GIF] — Vocês estão, indiretamente, propondo uma missão de resgate ao cetro de Loki, estou certa?

— Certíssima, minha cara ruivinha. — Tony sorriu e olhou para os presentes em volta. — A questão é que, para ir até ele, teremos um pouco de trabalho. Só na última meia hora, Jarvis já rastreou cerca de 14 unidades da Hydra pelo mundo.

— 16. — Banner concertou. — Jarvis acaba de encontrar mais uma na Itália e outra em Sovena.

— Sovena? — Samuel se assustou. Não tinha sido fácil comparecer naquela reunião, mas Clint ajudou-o.se espalhavam pelo corpo, mas Clint o havia ajudado. — O que raios é Sovena?

— É uma pequeno bairro francês, senhor Wilson. — Jarvis afirmou. — Mas eles não gostam muito de americanos.

— Vamos começar por lá. — Steve se pronunciou e todos o encararam. — Se não gostam de americanos, é claro que a Hydra esconderia seus melhores bens onde não nos querem por perto. É uma questão de lógica.

— Exatamente o que eu tinha pensado, Capitão Rogers. — América se pronunciou, enquanto digitava alguma coisa no computador. — Segundo minhas pesquisas, já houveram protestos dos sovianos em relação aos americanos há alguns anos. — ela virou o monitor e algumas imagens e vídeos de protestos foram aparecendo. Quando um em particular apareceu, Samuel e Steve arregalaram os olhos ao mesmo tempo.

— Volta. — a holandesa voltou o vídeo e, quando a cena que Steve queria apareceu, ele continuou. — Pare. [GIF]

A imagem travada mostrava os gêmeos Maximoff no meio do protesto de Sokóvia, aparentemente normais. Pietro ainda tinha os cabelos escuros enquanto Wanda aparentava ser quase inofensiva.

— São eles, os Maximoff. — Wilson ainda estava pasmo. — O que eles faziam em Sovena?

— Pelos arquivos, parece que eles moraram lá há algum tempo. — Hill mostrou o tablet com a mesma imagem. — Parece que o governo americano tinha tomado posse de um terreno baldio onde eles e alguns sem teto moravam. Incendiaram tudo, só metade das pessoas sobreviveram.

— O que eu ainda não entendi sobre eles — começou Clint — é como a Hydra os encontrou.

— Há muitos meios. — Bruce falou. — Eles tem tecnologia, e se eles tem uma rede em Sovena, é provável que os tenham encontrado até na mesma época da gravação. Há quanto tempo isso aconteceu, Hill?

— Dois anos.

— Isso é só mais um motivo para irmos até Sovena. — Natasha disse. — A questão é: quando?

— Em alguns dias, quando Thor chegar. — Stark falou. — Ele tem um conhecimento mais amplo sobre o cetro do irmão psicopata, então será de grande ajuda. Mas antes, temos que nos colocar em forma. Principalmente o velhinho ali. — Tony apontou para Rogers, que apenas revirou os olhos.

— É, — Steve deu um sorriso irônico e se ajeitou na cadeira. — parece que Os Vingadores vão para Sovena.

— Os Vingadores e Os Intrusos, não é Hill? — Samuel brincou com a agente, e todos compartilharam sorrisos uns com os outros. Podia não ser de sangue, mas eles ainda eram e sempre seriam uma família.

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Andando pela nave¹ - a qual ela tinha se assegurado de roubar da S.H.I.E.L.D durante os incidentes em Washington -, a loira observava o trabalho de cada um dos agentes na sala principal e, na maioria das vezes, dizia para os "infelizes" trabalharem mais rápido. A localização do item que ela precisava estava quase completa. Bateu três vezes na porta do coordenador, e assim que escutou um "entre", abriu a porta e encontrou o barão Von Strucker sentado em sua cadeira e com os pés na mesa.

— Estamos deixando a Europa agora, capitã. — o homem disse.

— Então me deixe em New York, dê meia volta e vá para a França. — Camille dizia naturalmente com um olhar quase confiante, fazendo Strucker quase cair da cadeira.

— Como? — o olhar dele era incrédulo. — Você...

— Você, Strucker, é quem deveria ficar feliz. Considere essa viagem como um "teste" para sub-comandante no lugar do fresco do Edgar.

— Mas...

— Terei que resolver alguns problemas em New York por algumas semanas e meu irmão ocupará meu posto, sendo assim, você vai assumir o lugar dele durante esse tempo.

— E quanto aos gêmeos? E a França? — o barão perguntou, recebendo um sorriso debochado da loira [GIF].

— Os gêmeos e nossa unidade em Sovena não são seu trabalho. — sua expressão tornou-se séria novamente. —Meu irmão lhe passará as mesmas instruções que dei para ele. Agora, se me der licença, preciso fazer as malas.

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Dia seguinte

Torre Stark

Após a almejada chegada de Thor, a ideia inicial era uma espécie de banquete de carnes finas para comemorar a reunião dos Vingadores novamente, porém a votação unanime havia optado por simplesmente pedir uma pizza. Mas depois que Stark ofereceu bebidas alcoólicas para Thor, Steve foi o primeiro a deixar a grande mesa de jantar, e Natasha decidiu, meia hora depois, que também não queria estar ali para ver as piadas sem-graça que eles provavelmente começariam a fazer. A ruiva pegou uma caixa de pizza, dois refrigerantes e saiu, encontrando Rogers sentado na pequena escadaria que ligava a pista de pouso de Stark com o resto do edifício. Sentou-se ao lado dele e colocou a comida ali.

— Se importa? — ela perguntou, o acordando de seus pensamentos.

— Claro que não. — ele encarou a pizza ainda inteira e olhou curioso para Romanoff. — Tony já começou a contaminar Thor com suas besteiras?

— Mais ou menos. — a ruiva mordeu uma fatia de pizza e fez sinal para que o loiro comesse também, o qual não recusou e atacou uma fatia de queijo. Enquanto comiam, ambos encaravam as luzes de New York e as estrelas que brilhavam no céu. Ambos procuraram assunto por diversas vezes, até que Steve finalmente pensou em algo.

— Sabe, — ele perguntou [GIF]. — eu estava pensando depois do ocorrido com Wanda. — Natasha deixou o refrigerante de lado e encarou Steve. — Ela não é o que nos falaram, eu... Quando eu senti a mão dela tocar meu coração, eu soube que eles não são simples aprimorados, Natasha. Eles são muito mais que isso. São como...

— Sei o que quer dizer. — ela suspirou. — Milagres.

— Exatamente. — alguns minutos de silêncio dominaram o local, até que Steve continuou. — E eles não vão parar tão cedo. Nos metemos em problemas maiores do que pensávamos.

— Bom, devemos permanecer firmes. — Romanoff e Rogers se encararam nos olhos alguns segundos, até que uma voz rouca e forte ecoou no local.

— Se juntem a nós, irmãos!

Ambos se viraram para encontrar o loiro asgardiano, aparentemente bêbado e com um grande sorriso. Em seguida, Natasha e Steve se olharam e riram juntos.

— Só uma. — a espiã se levantou e caminhou até Thor. — Até mais, Steve.

— Até. E não se esqueçam da reunião de amanhã!

— Não iremos, amigo! — Thor saiu rindo, enquanto Natasha deu um meio sorriso para Steve e acompanhou o asgardiano.

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Pietro acordou com uma grande dor de cabeça, tudo havia sido muito rápido: durante a conversa com Camille há poucos dias, as coisas tinham saído do controle e ele só se lembrava da dor que sentiu quando a seringa da mulher fora injetada em seu pescoço e tudo escureceu. Quando abriu os olhos, encontrou-se em um ambiente escuro, apenas com a luz do sol vinda da parede de vidro que mostrava o céu, e o garoto logo se tocou que estava em um avião.

Levantou a cabeça e olhou em volta. Um homem estava sentado ao seu lado, e ele se levantou quando viu o Maximoff acordado.

— Você finalmente acordou. — quando o rosto do homem foi iluminado pela luz, Pietro finalmente o reconheceu. — Levante-se, tenho notícias a dar.

— E por que é tão importante que eu saiba de suas notícias, Edgar? — o Maximoff se levantou e encarou o Pierce.

— Talvez porque sua irmã estará lá também.

Pietro arregalou os olhos e o encarou alguns segundos.

— E o que você está esperando? — disse o Maximoff.

***

Enquanto seguia Edgar, Pietro foi observando tudo o que havia sido privado por quase seis meses: o contato com as pessoas, a luz, os diferentes cheiros, as vozes, as cores. E agora, poderia finalmente rever sua irmã 9 minutos mais velha. Quase não se lembrava da doce voz de Wanda, de como ela sempre fez um maravilhoso papel de irmã e de como ela gostava de cuidar de sua proteção. Ele sabia que ela tinha muito mais vocação para ser irmã mais velha do que ele jamais teria. O irmão de Camille entrou por uma porta que dava para uma sala branca: duas camas, uma de cada lado, assim como cabideiros com algumas peças de roupa e sapatos. Também havia uma porta, provavelmente um banheiro. Porém, Wanda não estava ali.

— Tudo isso que está vendo é cordialidade minha, Camille queria que vocês apodrecessem em algum lugar imundo. Mas ela não vai saber mesmo. — o loiro cruzou os braços e encarou o garoto. — Strucker está trazendo sua irmã.

Assim que essas palavras foram ditas, Pietro ouviu passos atrás de si e se virou. Quando seus olhos se encontraram com os de Wanda Maximoff, a garota sorriu aliviada e correu para o irmão, o abraçando forte. Seus braços o envolveram, enquanto ele afagava os cabelos da garota.

— Pietro. — ela o encarou, sorrindo, e ele apenas a puxou para perto e a abraçou novamente.

— Aproveitem, mas cuidado. — Strucker disse e os gêmeos encararam o homem. — Se algum de vocês dois tentar passar por essa porta, não serão guardas que virão atrás de vocês, mas algo bem pior. — em seguida, ele e Edgar se retiraram da sala. Os Maximoff's suspiraram e se encararam.

— E o inferno continua... — Wanda comentou.

— Mas pelo menos estamos juntos, agora. — Pietro sorriu. — E ninguém vai separar os Maximoff de novo.

— Com certeza, irmão.

E os dois se abraçaram novamente.

¹ = Que nem aquela de Os Vingadores, gente!