Enquanto as obras decorriam na fazenda, a algumas léguas dali, a tão sonhada escola de Edmundo estava em construção, não era um edifício grandioso, imponente, mas era o suficiente para o que o simples professor pretendia.

Catarina frequentemente visitava as obras para verificar se tudo estava nos eixos e se certificar de que iria estar tudo pronto no prazo estipulado.

Já na cidade, Bianca procurava incessante por um vestido, o vestido dos seus sonhos: que fosse comprido, imaculadamente branco e rodado. Estava muito ansiosa e feliz.

(…)

Alguns dias depois, a fazenda estava completamente diferente. As madeiras antes, velhas e quebradas, agora estavam restauradas e pintadas com um azul e branco, que tornava todo aquele ambiente campestre mais acolhedor e agradável.

Foram contratados novos empregados e a produção de queijos aumentou exponencialmente. Também foram comprados muitos animais e alimentação para alimentar os mesmo.

Catarina sem nunca esquecer a sua faceta moderna, mais uma vez contra vontade de Petruchio, comprou outro carro! E ainda contratou uma nova empregada. O que na opinião de Petruchio era uma era uma extravagancia.

No quarto dos meninos, o seu antigo quarto, agora também remodelado, com temas infantis, brinquedos, móveis e berços, Catarina conversava com a sua nova empregada.

"Estou de saída Rosa!"

"Sim dona Catarina."-Ela responde prontamente.

"Não quero que eles peguem muito sol... e nem muito frio, por isso não coloque eles muito na sobra, mas também não muito debaixo do sol, entendeu?!"- Pergunta Catarina.

A moça faz uma cara confusa.

"Sim dona Catarina."- Responde franzindo a sobrancelha.

"Não esquece de dar o leite deles de três em três horas, mude a fralda, e não fique um minuto longe deles, estou lhe pagando pra cuidar dos meus filhos, por isso vai ter que cuidar como eu quero, do meu jeito! Entendeu ?"- Diz com a sua voz autoritária.

"Sim dona Catarina."

"Hum... então seja eficiente, estou confiando em você!"

"Pode confiar dona Catarina."

"Catarinaaa! Catarinaaaa!"-Catarina se assusta ao ouvir Petruchio chamando por ela.

"Esse casca grossa, já tá gritando!"-Ela sussurra, nervosa.

"Diga dona Catarina?"-Pergunta a empregada.

"Não, não é com você! Eu vou embora que esse grosseirão fica ainda mais grosso quando espera muito tempo... e ainda me coloca surda."-Ela diz, dando uma ultima olhada nos meninos, beijando a testa de cada um deles.

"Fiquem bem meus queridos, não tenham medo, mais tarde a mãmãe volta, não vou demorar, prometo!"-Ela diz, acreditando piamente, que eles entendiam tudo o que ela dizia.

"Mais tarde eu volto, até mais ver! E siga as minhas ordens!"-Ordena Catarina mais uma vez, antes de sair pela porta.

Catarina passa apressadamente pela sala, agora pintada de branco, com mobílias mais modernas, sofás com temas florais, rendadas e tapetes chineses... com tudo, o ambiente não perdia aquela essência do campo. E sai pela porta principal.

Lá fora Petruchio esperava por ela dentro do carro.

"Arre éeegua!! Tava vendo que não vinha!"-Ele grita.

"Eu estava orientando a nova empregada, não precisa ficar impaciente como um touro bravo!"-Ela resmunga, entrando no carro, batendo a porta com força.

"Tem que fica impaciente sim, porque se eu deixasse você ia chegar naquela igreja depois da noiva!"-Ele grita mais uma vez, ligando o carro.

Ela olha pra ele com desdém.

"Que belo pai você me saiu, você nem se importa com quem você deixa os seus filhos... Aquela mulher uma desconhecia, que chegou aqui há uns dias, você já nem se importa se seus filhos ficam com ela. Impressionante, você nem se importa como eles vão ficar ... está mais interessado em chegar a horas...".-Afirma, atacando-o.

"Catarina, Catarina! Você não comece com esses seu bote pa cima de mim não, que eu sou um bom pai sim! E se ocê não confia nessa mulher, porquê botou pra dento de casa?"

"Você sabe muito bem! Eu não tinha com quem deixar os meninos hoje, com certeza não iam ficar com aqueles seus empregados todos soados e brutos!"-Afirma enquanto passavam pelas florestas e pelas estradas esburacadas, a toda a velocidade.

Catarina ainda responde.

"E se você acha que ser bom pai é nem se importar como e com quem você deixa seus filhos está muito enganado..."-Ela diz se virando pra ele.

Ele não responde, dando o seu melhor para ignorar Catarina. Ela se surpreende, ele nunca se calava perante as suas provocações. Ela olha para o volante do carro e lembra.

"...Mas... E porquê você está dirigindo, eu que vou dirigi pode sair!"

"Catarina agora eu já to já dirigindo..."-Ele responde.

"Pare o carro! Eu vou dirigir! Eu quero dirigir!"-Ela diz insistentemente.

"Catarina! Você fecha essa sua matraca porque ainda o dia mal começou e eu já to quase perdendo a paciência..."-Ele avisa.

"Que paciência, você alguma vez teve paciência na sua vida Petruchio?"-Ela pergunta sarcástica.

"Catarina não brigue comigo! Me respeita que eu sou seu marido"-Ele grita.

"Não brigue você comigo, seu grosseirão!"

"...E quer saber... Se você não me respeita, eu nunca te vou respeitar também!"

E como sempre, a viagem prossegue... animadíssima.

(...)

Na mansão de Batista...

Bianca encontrava-se em seus aposentos, com um sorriso encantador, já vestida com o seu longo vestido que parecia tirado de um conto de fadas. Mimosa que também lá estava se contia para não verter as lágrimas.

Catarina entra no quarto repentinamente. com aquele jeito atarefado e descontrolado.Se depara com Bianca no meio do quarto.

"Bianca você está linda!"-Diz Catarina com os olhos brilhantes.

Bianca sorri graciosamente.

De fato Bianca estava linda e mesmo que tivesse horrivelmente feia seu rosto iluminaria toda a sua aparência, seus olhos entusiasmados provavelmente iriam se destacar de tudo e de todos, pois naquele preciso momento ardiam na chama invisível que era o seu amor.

"Vá agora temos que ir embora estão todos esperando!"-Afirma ainda Catarina.

Bianca sorri, descem as escadas, Batista e Joana igualmente se deslumbram com Bianca...

E seguem para a igreja...