As Mulheres de James Sirius Potter escrita por Lia Galvão, Miss Stilinski


Capítulo 12
Mia Patil Corner


Notas iniciais do capítulo

Hello, hermosas! Ok, primeiramente, não nos matem. Se matar, não vão saber quem é a mulher da vida de James kkkkk
Enfim, o capítulo demorou apenas por um simples motivo: não sabíamos o que colocar nele. Mas, graças a Deus, nós conseguimos (depois de mais de uma semana kkkk)! Tivemos uma ideia bem legal hahaha. E obrigada pelos 93 comentários! Sério, vocês são demais! Bem, vou parar de enrolar aqui e deixar vocês lerem ;) - Miss Stilinski (sim, mudei o nome porque eu estou viciada em Teen Wolf. Stiles ♥)



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Eu certamente tinha algum tipo de problema, considerando o tipo de mulher com a qual me envolvia. Teresa era exceção porém Clarisse e Amber poderiam ser consideras ótimos exemplos.

A revista foi publicada no dia seguinte e não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer em relação a isso.

Se eu tinha acreditado que Amber gostava de mim? Bem, sim. Mas quem não acreditaria? Ou ela estava mentindo sobre não-gostar ou era uma ótima atriz.

Eu sinceramente apostaria na primeira opção. Mas mesmo que fosse, não importava mais.

Dominique teria me matado se Fred não tivesse impedido e vamos dizer que nenhuma das garotas que me rodeava ficou muito feliz com a descoberta. Menos Luna e Maya, já que elas sabiam.

Os garotos ficaram impressionados e passaram a me ver como um tipo de herói, o que me fez concluir que eles tinham problemas.

Aos poucos a escola parou de comentar sobre meu caso com Amber, não que isso tenha diminuído a raiva de Dominique, mas em meados de janeiro já estava tudo na mais perfeita paz.

Teddy era um bom professor, a maioria de suas aulas eram práticas, não teóricas, o que apenas melhorava a coisa toda. Ele era divertido e por ter só 23 anos conseguia se entender melhor com os alunos do que os professores que tinham mais de cem. Então as aulas de defesa contra as artes das trevas eram mais uma diversão do que uma obrigação.

Infelizmente, naquele dia nem se ele quisesse poderia deixar a aula divertida, já que estávamos estudando as leis mágicas.

— Isso é impossível! — Uma garota morena e com vestes da Corvinal gritou, frustrada. Teddy riu.

— Não é não, Mia. Eu sei que é um pouco complicado, tive dificuldade para decorá-las quando estava no ano de vocês, mas não é impossível. — Disse e ela suspirou. — Vamos fazer assim... James? — Chamou e eu o encarei. — Você está lidando muito bem com esta matéria. Se importaria em auxiliar a senhorita Corner com isto? — Perguntou e eu ergui as sobrancelhas.

Corner me lembrava o panaca que fez Rose mostrar seus espinhos, infelizmente quando eu soube do acidente ele já estava fora da escola. Voltei a encarar a garota, observando o quão bonita ela era e então sorri, voltando a atenção para Teddy.

— Seria um prazer, professor. — Conclui e ele me analisou, balançando a cabeça em negativa.

— Tudo bem para você Mia?

— Se ele me ajudar a entender isso aqui está tudo ótimo. — Confessou.

— É para ajudá-la com aulas, James. — Teddy avisou ao ver o sorriso em meu rosto e eu ergui os braços em rendição. — Estão dispensados. — Disse e eu ri, começando a juntar meus materiais.

— Hey James. — Ouvi uma voz tímida e ergui os olhos para encará-la. — É ... quando você tem um horário livre? — Mia perguntou ajeitando os livros no colo.

— Acho que depois do almoço. — Comentei pensativo e ela sorriu.

— Tudo bem para você me encontrar na biblioteca? Eu não quero te atrapalhar nem nada...

— Tudo ótimo! Te vejo lá. — Garanti piscando um olho e ela concordou.

— Obrigada. — Disse antes de virar-se e sair.

(...)

Eu estava sentado, terminando de fazer um trabalho de Herbologia. Tinha um livro no meu colo e outro em cima da mesa, ao lado do meu pergaminho. Eu segurava a pena entre os dedos, pensando como eu faria esse trabalho.

Entretanto... eu tinha a estranha sensação de que estava esquecendo uma coisa muito importante e não conseguia me concentrar direito no que o professor Longbottom havia pedido.

— O que está fazendo aqui, James? — perguntou Daniel e eu o olhei.

— Como assim?

— Você ia ajudar aquela menina... A Mia Corner, lembra? Que o professor Lupin pediu...

Eu me levantei tão rápido, que eu derrubei a metade do meu material no chão, assustando Daniel e uma menininha do segundo ano.

— Não acredito! — exclamei, catando meus materiais e minha mochila, correndo para o quadro da Mulher Gorda. — Pega esses livros e coloca na minha cama, Daniel? Obrigado, de nada!

Saí correndo pelos corredores, desviando de uns, esbarrando em outros. Fui xingado e quase atropelado, atropelei e xinguei até que cheguei à biblioteca.

Entrei, olhando para as mesas, a fim de encontrar Mia em algum lugar. Madame Pince me olhou, com uma das sobrancelhas erguidas, mas eu a ignorei, pois havia achado Mia sentada à uma das mesas ao fundo, rodeada de livros.

Corri até ela e sentei à sua frente. Ela me olhou, observando o meu estado deplorável: cabelos mais bagunçados do que o normal, as roupas desalinhadas e metade da minha mochila aberta.

— Desculpe o atraso. Desculpe mesmo. — Pedi, tentando ajeitar o cabelo que não tinha jeito.

— Tudo bem, cheguei há pouco tempo — respondeu, mas eu senti que ela estava apenas dizendo aquilo para me fazer sentir melhor.

— Não, eu estou atrasado mesmo — disse, pousando a mochila na mesa. Respirei fundo, me concentrando e dando um sorriso. — No que você tem dúvida, gata?

— Bem... — Mia corou. Em todas as garotas que eu havia saído, Mia foi a única que corava quando eu falava alguma coisa ou estava perto dela. — Sabe, eu não tenho dúvidas. Só não que não consigo gravá-las.

Mordi o interior da minha bochecha, pensando em algo que pudesse ajudá-la a gravar as leis. Sinceramente, eu nem sabia como fazia aquilo. Eu simplesmente as entendia.

— Podemos usar algo como âncora - falei meio pausadamente e sentia que tinha toda a atenção dela em mim. — Algo que faça você se lembrar. Algo fácil. Tipo... uma música.

— Isso é a sua ideia de me ajudar?

— Tem outra melhor? Aceito sugestões — respondi a olhei. Mia fazia um biquinho. — Desculpe. Darei um jeito de te ajudar melhor.

— Não disse que era uma ideia ruim — disse ela.

Eu suspirei e a observei colocar o material em cima da mesa, sem olhar para mim. Reparando bem, Mia não olhava em meus olhos quando eu falava comigo.

Como que para confirmar, eu fiz mais uma pergunta:

— Queria saber... como você acha que decoraria?

—Ah, eu realmente não tenho ideia — respondeu, vasculhando a mochila.

—Gostaria que me olhasse quando eu falasse com você. - Mia me olhou, corando muito. — Assim está melhor - aprovei, sorrindo. —Já estava começando a achar que eu sou feio.

— Você não é feio. Não... mesmo — ela fez outro biquinho, como se tivesse tido besteira.

—– Adorei esse seu biquinho — comentei, sorrindo.

— Se não se importa, quero a sua ajuda. Não seus elogios — disse Mia e eu ri.

— Sei muito bem me concentrar em fazer ambos.

— Sei muito bem como você é. Sem ofensas.

Eu ri, gostando de como ela era. Geralmente, todas as garotas com quem eu me relacionava, eram difíceis. Mas Mia era um amor. Não era igual a maioria garotas da Corvinal. Era inteligente, mas era humilde. Eu gostava disso.

— Não ofendeu — respondi, ainda sorrindo. — Bem, não quero ficar te enrolando, vamos ver nesses livros se tem algo que nos ajude a te ajudar. — Pisquei um olho e Mia sorriu.

(...)

— Não progredimos em nada — disse Mia, cansada. — Detesto essas Leis Mágicas!

— Oh, calma aí, gata — ergui as mãos para fazer um gesto para parar. — Hoje foi o nosso primeiro dia. Eu não ficaria tão pessimista. Afinal, você está falando com James Sirius Potter.

Mia riu, colocando os cabelos curtos e ondulados atrás da orelha, assentindo.

——Vou confiar, hein.

— Pode confiar — garanti. — Vou dar um jeito de melhorar esses estudos.

— Ok — ela sorria. — Hã... acho melhor pararmos por hoje. Eu tenho aula agora.

Eu olhei para o relógio e acabei lembrando que eu ainda tinha treino de quadribol.

— Tudo bem — falei, sorrindo. Mia se levantou e eu a ajudei a colocar seu material dentro da mochila. Quando ela se levantou, eu lembrei de algo. — Mia!

— Sim?

—Você tem um irmão? Mais velho? — perguntei, sério.

— Tenho, sim. Por quê? — Mia franziu a testa, segurando a mochila nos ombros.

— Diga a ele que eu estou mandando um aviso: é melhor ele nem passar por perto da minha família. Nem Weasley e nem Potter — respondi, sentindo uma raiva borbulhar dentro de mim.

Mia assentiu lentamente.

— Ok... mas por quê? Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu e ele sabe o que é. — Mia me olhou por um longo tempo.

— Está bem. Direi a ele que não passe no Três Vassouras, então — concordou Mia e, vendo a minha confusão, explicou: — Ele vem me ver esse fim de semana.

Assenti e ela segurou o livro que eu pedi que ela lesse contra o peito, fazendo com que meus olhos se desviassem para eles e, depois, voltassem para seu belo rosto.

— Até amanhã?

— Até amanhã - repeti e ela sorriu, saindo da biblioteca.

Suspirei, passando as mãos nos cabelos. Eu realmente tinha de saber como ajudar Mia. Eu tinha ajudado Albus e até a Luna. Por que fora tão fácil com eles?

Talvez eu não sentisse atração por nenhum dos dois. Levantei-me da cadeira, fechando a mochila direito, e saí da biblioteca.

(...)

Antes de ir para o treino, passei na sala de Teddy. Ele encerrava uma aula para o terceiro ano da Lufa-Lufa e Sonserina quando cheguei lá. Esperei que ele finalizasse e, sentindo que ele acabava, o sinal tocou.

Vários alunos passaram pela porta, parecendo um bando de búfalos atrás de suas presas. Revirei os olhos e entrei na sala do meu meio primo.

— Hey, Ted — chamei e ele me olhou, sorrindo.

— Oi, James! A que devo a honra? Já que você só aparece nas salas depois das aulas para ficar com garotas? — cumprimentou ele e eu fui andando em sua direção.

— Não considerarei isso como uma boa recepção para com o seu primo favorito — respondi e Teddy riu, chamando-me com as mãos.

— O que quer?

— Por que raios todo mundo acha que eu quero alguma coisa? — perguntei e Ted me olhou, com uma das sobrancelhas erguidas, desacreditado. — Ok, ok. Mas não é nada demais.

— Então o que é?

— Como você faz o seu plano de aulas? Quero dizer, deve ser muito mais fácil ter um, do que ensinar à esmo - respondi, me sentando em cima de uma das mesas.

Teddy franziu a testa e me imitou, sentado-se na mesa do professor. Ele me observou, para ver se eu falava sério, e depois sorriu.

— Isso é para ensinar Mia? — quis saber.

— Eu quero ajudá-la. Mas tenho que saber por onde — respondi, dando de ombros.

— É para conquistá-la?

— Meu Merlim! Eu não quero levar a garota pra cama — Ted me olhou e eu suspirei. — Não vou seduzi-la desse jeito. Mia é... muito fofa para levá-la para cama assim — e estalei os dedos. — Nem sei se ela me quer.

— E todo mundo não quer James Potter?

— Eu as faço querer, é diferente — respondi e Teddy riu. — Ok. Agora pode ou não pode me ajudar com isso?

— Claro que pode. Passe aqui depois do jantar — respondeu, descendo da mesa. — Vejo que você ainda tem lugares para ir. Capitão do time, hein? Nunca fui bom em quadribol.

Desci da mesa também, coloquei a mão em seu ombros e, com uma expressão solidária, falei:

— Primo, nunca foi mesmo.

— Engraçadinho — e deu um tapa em minha mão, me fazendo rir.

— Desculpe, mas você disse isso primeiro.

— Vai para o seu treino, vai. E só volte depois do jantar — ele me empurrou para fora da sala, enquanto eu o impedia, colocando os pés para frente.

Teddy conseguiu me colocar para fora de sala, bem na hora em que vários alunos do sexto ano da Lufa-Lufa e Sonserina chegavam para a próxima aula. Todos viram o quanto a gente ria e ficaram olhando.

Percebendo isso, joguei beijo para todos, caminhando para as escadas, a fim de chegar até o campo de quadribol.

(...)

— Muito bem, meus queridos — falei, olhando para o meu time. — Amei todos nos testes; agora, é hora de treinar de verdade. — Eu comecei a caminhar de um lado para o outro, com as mãos para trás, mas sempre os olhando. — Lufa-Lufa, esse ano, conta com Ben Hudson. E, eu meio que tenho alguém infiltrado...

— Você quer dizer Maya — interrompeu Daniel e todos riram.

— Não era para expor nosso espião desse jeito, garoto - ralhei e ele riu ainda mais. — Enfim. Ele é goleiro e não deixou passar uma bola durante os testes e durante os treinos. Não quero saber, McLaggen. Ou você pega todas as goles ou a gente não vai deixar esse campo até você pegar todas. — Fiz uma pausa. — Mas sem pressão.

— Imagina se não tivesse — desdenhou Daniel e eu ignorei.

— O time da Sonserina ainda, por incrível que pareça, conta com Mellody como goleira — eu me virei para Albus. — Ano passado você deixou de pegar o Pomo por causa dela. Sugiro que você use seus ciúmes de Daniel para não deixá-la te seduzir. Acredite, eu tive muita concentração ano passado com Teresa ao meu lado.

Albus assentiu, com as bochechas vermelhas.

— Corvinal tem Jane Flynn e Sara Grey esse ano como batedores — eu olhei para Lisa, essa prestava atenção em mim. Pelo menos ela se concentrava enquanto eu falava. — Elas são boas. Eu vi isso quando estava infiltrado no treino...

— Você quer dizer que Luna te colocou lá — interrompeu, dessa vez, Stephen.

— Fiquem quietos, caramba! — falei, exasperado. — Elas não estão de brincadeira. Então, teremos de ver nossos passes, Carter.

— Falou, capitão - ela bateu continência e eu revirei os olhos. — Mas era para ela estar aqui? — E apontou para cima, onde Mia se sentava em uma das arquibancadas, se juntando com as minhas fãs.

Ela acenou timidamente para mim eu acenei para ela, surpreso com a sua aparição. Voltei para meu time e sorri.

— Porém, todos têm uma fraqueza. — Continuei. — Os batedores da Sonserina sãos uns trasgos, e não no sentido de brutamontes e sim no sentido de imbecis. Para nós, Lisa, eles estão no papo — falei e ela assentiu. — Os artilheiros da Lufa-Lufa estão contando com uma falta, Joe Trenton se acidentou nas escadarias e quebrou a perna. Então, Lily, Fred e Stephen, vocês se sairão muito bem. O substituto não faz ideia do que está fazendo. O time da Corvinal têm um péssimo apanhador. No jogo contra eles... Sapinho, você pegará o Pomo com facilidade. — Fiz uma pausa, olhando-os. — Agora, irei trabalhar com vocês esses pontos fracos, para que os adversários não tenham vez! Vamos treinar, meu povo!

Eles gritaram e subiram em suas vassouras. Eu sorri e subi na minha, enquanto leãozinho vinha para o meu lado. E, então, comecei o treino.

(...)

Eu não poderia estar mais orgulhoso do meu time. Eles eram sincronizados e nunca discutiam quando eu dava alguma ordem o que acabava nos tornando o que eu gostava de chamar de time perfeito.

Mais ou menos na metade do treino eu vi uma loirinha chegar nas arquibancadas com os cabelos completamente desgrenhados e vestes vermelhas e douradas.

— Tempo. — Pedi e voei até onde ela estava, franzindo o cenho ao me aproximar.

— Me dá um I, Me dá um A. Grifinória! — Ela fez uns movimentos estranhos com a mão e eu teria rido se não tivesse achado tão estranho.

— Luna?

— Ah. Oi, James. — Cumprimentou começando uma dança estranha a seguir.

— O que você tá fazendo?

— Liderando a torcida. — Explicou e eu continuei a encarando com cara de pastel. — Tá uma droga não tá? — perguntou frustrada.

— Não sei dizer. — Respondi ainda sem entender o que acontecia e ela suspirou.

— Vi em um filme trouxa. É uma tradição norte americana, estava tentando trazer para cá mas é mais difícil do que parece. — Confessou e eu ri.

— É só treinar mais um pouquinho. E me explica que cabelo é esse. — Perguntei e fora a vez dela de rir.

— É minha juba de leão. Literalmente.

— Literalmente. — Concordei e desviei os olhos sem perceber para o grupo de garotas aonde Mia se encontrava, ao perceber que eu a encarava ela olhou para o lado, mas recebi muitos tchauzinhos em compensação.

— Ah é. Queria mesmo te perguntar isso. Desde quando sai com as senhoras Potter? — Perguntou Luna chamando minha atenção de volta para ela.

— Eu sempre sai com elas.

— Achei que as dispensava por serem fáceis demais.

— Eu sou um homem Luna, não as dispenso, apenas não deixo render e mantenho em segredo.

— Não parece estar tentando manter em segredo agora. — Deu de ombros.

— Do que você está falando?

— Ah qual é. — Revirou os olhos. — Dava pra perceber a troca de olhares de vocês dois da torre da Corvinal. — Disse e eu desdenhei.

— Tá, mas o que uma coisa tem a ver com a outra? — Perguntei e percebi pelo canto do olho que o time já esperava com certa impaciência o tempo acabar.

— Ela é do fã clube. — Disse como óbvio. — Entrou duas semanas atrás, a revista da Skeeter te rendeu uma nova legião delas. Parece que ela falou bem de você... eu não li, era inapropriado para minha idade. — Luna sussurrou a última parte e eu ri.

— Então Mia é uma das senhoras Potter? — Perguntei interessado e surpreso, Luna assentiu.

— James! Não temos o dia todo! — Albus gritou ganhando altitude.

— Tô indo. — Gritei de volta. — Quero saber mais sobre isso, te vejo depois. — Avisei para Luna que deu pulinhos e voltou com os movimentos estranhos dos braços.

— Vaaaai, leões! — Gritou e eu ri. — Olha, assim ficou legal, só preciso arrumar a concordância. — Comentou e eu balancei a cabeça, voltando para o treino.

Olhei para as arquibancadas antes de voltar o treino. Mia havia acabado de me olhar.

Montei em minha vassoura.

(...)

O sinal bateu e eu entrei na sala de Teddy. Eu havia conseguido algumas dicas para ajudar Mia e queria sentar ao seu lado antes que alguma das amigas malucas dela sentasse.

Não seria eu se não provocasse, não é mesmo?

Mia já estava sentada em seu lugar lá na frente - já que ela usava óculos - e eu corri para me sentar ao seu lado, esbarrando nos outros e nas cadeiras ao passar. Joguei-me ao seu lado e ela me olhou, assustada.

— Está tentando me matar de susto? — perguntou ela, colocando a mão no peito. Tentei não demorar meu olhar ali.

— De susto?, não. Beleza?, talvez — eu sorri. Mia balançou a cabeça, sorrindo.

— Ok, o que está fazendo aqui, então?

— O mesmo que você: assistir à aula de Defesa Contra As Artes Das Trevas - respondi rapidamente.

— É claro — Mia sorriu e assentiu.

—Então senhora Potter, eu estava pensando em maneiras de te ajudar e...

— Você me chamou de quê? — Perguntou visivelmente surpresa e eu sorri.

— Senhora Potter... é isso, não é? O fã clube? — Perguntei tocando o queixo e fingindo dúvida. Ela me encarou boquiaberta, abrindo a boca várias vezes e fechando.

— Como... como... você sabe? — Perguntou enfim e eu alarguei o sorriso.

— Digamos que gosto de manter minhas garotas... por perto. — Confessei a puxando para perto e ela arregalou os olhos, visivelmente incomodada com a aproximação repentina.

— Olha, James... — Começou mas não pode terminar.

— Boa tarde. — Teddy cumprimentou e eu me afastei de Mia, encarando nosso querido professor mas não por muito tempo.

— Estou olhando. — Disse a observando de soslaio e ela se mexeu desconfortável.

— Eu ... — Suspirou. — Eu meio que não estou lá por você. — Resmungou baixo, mas alto o suficiente para que eu ouvisse.

— E por quem mais estaria? — Perguntei ofendido e ela mordeu o lábio.

— Seu irmão... — Ergueu os ombros e me analisou. — Desculpe...

— Albus?! — exclamei, não conseguindo me conter.

— Não, Teddy Lupin, seu professor. Agora, James. Mia. Adoraria a atenção de vocês. — Teddy voltou a falar e eu mantive meus olhos nele, mas estava completamente abalado com o fato de ter sido "trocado" por Albus.

(...)

Duas horas mais tarde, eu fui à biblioteca encontrá-la. Não que eu quisesse — eu nunca havia sido "trocado" pelo Sapo —, mas eu fiz uma promessa de ajudar Mia. E eu cumpro o que eu prometo.

Mia estava sentada, já com vários livros abertos, tentando ler algumas coisas. Respirei fundo e coloquei minha mochila em cima da cadeira. Mia levantou os olhos, meio surpresa.

— Nunca vai conseguir o que quer aí — falei, indo em outras prateleiras e pegando o livro certo. — Nesse aqui você consegue — troquei o livro que ela lia. Mia ainda me olhava. — Desse jeito, vou pensar que você gosta de mim e do meu irmão.

— O que está fazendo aqui, James? — Mia suspirou e pegou o livro que eu lhe dera.

— Pode parecer engraçado, mas eu cumpro as minhas promessas — respondi, dando de ombros. Mia deu um sorriso e ficamos em silêncio. Eu sabia que tinha de ensinar, mas tudo o que vinha em minha cabeça era: — Você não sente nem um pingo de atração por mim?

Mia me olhou, novamente surpresa. Depois suspirou, largando a pena com a qual fazia anotações.

— James... não é que você seja feio...

— Mas...? — insisti e Mia respirou fundo.

— Albus tem algo diferente e eu... — Mia encolheu os ombros.

— Ele já viu você? — perguntei.

— Não.

— Você já falou com ele?¹

— Sim.

— O quê?

— Bom dia — respondeu Mia e eu ergui uma das sobrancelhas.

— Isso é... bem, isso não é falar com ele. — Observei e ela encolheu os ombros mais uma vez. — Bem... eu vejo você. — Mia me olhou e eu sorri. — Conseguiu alguma coisa aí? — apontei para o livro.

Mia desviou o olhar, colocando os cabelos atrás da orelha. Nossa, ela ficava tão... sexy fazendo aquilo! Como ela não gostava de mim? Todo mundo gostava de mim. E ela iria também.

Veja bem, eu sabia que Albus tinha um precipício pela Mellody (reparei nisso depois que ela beijara Daniel) e tinha ciência que Albus não ia querer algo com ela. Mas, pensando bem, ela iria se magoar de qualquer jeito. Eu não prestava, Albus também não. Porém, eu a via. Pelo menos agora.

Peguei um outro livro e comecei a ler, tentando ver se havia alguma coisa ali que me ajudasse a ensiná-la. Até que tive uma brilhante ideia.

— Mia — chamei e ela me olhou. — Sabe alguma coisa sobre quadribol?

— Nada, na realidade — respondeu ela, franzindo a testa. — Por quê?

— Porque agora você vai saber — me levantei, estendendo a mão para ela. Mia ficou me olhando por um longo tempo.

— Não é por nada não, mas como saber quadribol vai me ajudar com Defesa Contra As Artes Das Trevas?

— Vou lhe contar um segredo, Mia — falei, sentando-me novamente e me inclinando para frente para que meu rosto ficasse a pouco centímetros do dela. — Sabe qual foi as minhas notas nos N.O.M's?

— Não.

— Pois eu lhe contarei. — Sussurrei Mia assentiu. — Tirei O em Defesa Contra As Artes das Trevas; O em Transfiguração; O em Feitiços; O em Estudo dos Trouxas; O em Herboligia; E em Poções e E em História da Magia.

Mia ficou me olhando, boquiaberta. Eu sorri e voltei a me recostar na cadeira.

— Como consegue? — perguntou ela. — Quero dizer, você tirou mais O do que quase a metade do pessoal da Corvinal!

Dei de ombros:

— O que eu tenho de bonito, eu tenho de inteligência.

— Arrogância é uma característica de uma pessoa inteligente — Mia assentiu.

— Eu não sou arrogante!

— Você é que pensa isso — rebateu Mia e eu balancei a cabeça. — Já se ouviu falar?

— Para uma menina tímida, você está bem saidinha — estreitei os olhos e Mia riu, colocando os cabelos atrás da orelha.

— Às vezes faço algumas observações — ela deu de ombros, colocando novamente os cabelos atrás da orelha. — Posso fazer uma pergunta? Provavelmente você não vai gostar.

Fiz um gesto com a mão, para que ela prosseguisse.

— Você acha que eu tenho alguma chance com Albus? — Mia perguntou, sem olhar nos meus olhos, colocando o cabelo atrás da orelha toda hora. Eu suspirei.

— Eu não sei. Sinceramente? Você tem chances com todos nesse castelo — respondi. — Pode até ter com ele... mas eu preciso ser honesto, Albus gosta de outra. Ele não diz, mas demonstra, ainda que seja de um jeito idiota. Mas todo mundo vê. Mia, você tem chance. Só quero que não crie expectativas... Olha para mim, Mia. — Pedi e ela me olhou. — Tudo bem?

Mia assentiu, respirando fundo.

— Você é bem sincero, hein — ela riu e eu ri junto a ela.

— É que... eu não gosto de mentir, de dar esperanças e, depois, ver alguém se estrepar por isso. É melhor contar a verdade. Vai magoar na hora? Sim. Mas vai curar e ninguém vai me odiar por muito mais do que dois dias.

— A não ser pela Clarisse — lembrou-me Mia e eu ri.

— E a Skeeter número dois - eu ri e ela me acompanhou.

— Afinal, por que ela fez aquilo tudo, hein? Sei que Dominique ficou um bom tempo sem falar com você.

— Bem, a gente saía. Mas havíamos concordado em ter uma relação sem comprometimento. — Comecei, batendo com os dedos levemente no tampo da mesa. — Mas ela começou a gostar de mim e... eu não. E, também, ela não me disse mais do que isso, então ela ficou com ciúmes ao ver Charlotte me beijar. E fez o que fez. Ela nunca vai admitir, é fato. Mas eu não ligo, honestamente. Desde que não fale da minha família. — Dei de ombros. — Ah, e Amber vai falar de nós dois, então não se assuste, ok?

— De vocês dois? Não. — Ouvi àquela voz venenosa se aproximar e então o rosto, infelizmente, lindo de Amber aparecer; com a pena flutuando a seu lado e Mellany logo atrás. — Sobre como James Sirius Potter está se rastejando por uma garota que gosta do irmão dele? Talvez. — Disse e um flash me cegou, assim como a Mia, Amber riu.

— O que você quer Amber? — Perguntei sem paciência e ela cessou a seca risada.

— Ah James... — Suspirou. — Você... — E esperou até que eu a encarasse, surpreso pela confissão. — Sabe que eu tenho olhos e ouvidos por todo esse castelo. Soube que anda dizendo inverdades sobre mim. — Continuou e eu ergui uma sobrancelha.

— Você não me engana, Skeeter, sei bem que me quer. — Desafiei e ela avançou contra mim, parando a pouquíssimos centímetros do meu rosto.

— É a última chance que eu te dou Potter, você não me quer como inimiga. — Silvou e me encarou por um longo instante, antes de se afastar e deixar a biblioteca rebolando.

— Essa é a diferença de Albus. — Mia comentou e eu a encarei com uma interrogação na testa. — Isso não aconteceria com ele. — Explicou e eu ri.

— Escute um sábio, bonitinha. Você sabe quem é Mellody Wood certo? Irmã de Clarisse e tudo mais. Eu ficaria longe de Albus. — Aconselhei e previ a pergunta que ela faria. — Porque ele gosta dela, e algo me diz que o sentimento é reciproco. Agora vamos! Tenho que te ensinar quadribol.

Chamei, levantando-me da mesa e deixando a biblioteca.

(...)

— Acontece que eu nunca quis aprender quadribol. — Mia disse ofegante, ao finalmente me alcançar nos jardins. — E como você tem tanta certeza que ele gosta dela? — Resmungou ajeitando a mochila no ombro.

— Você vai aprender sobre as leis mágicas aprendendo quadribol, amor. E ele é meu irmão, eu o conheço. — Esclareci ainda caminhando para o campo de quadribol.

— Certo. — Rendeu-se parecendo levemente chateada. — E como sabe sobre ela? —Desafiou.

— Bem... — Comecei pensando em como poderia a convencer disso.

— Bem? — Incentivou e eu a encarei, entrando no vestiário.

— Bem... não é óbvio? — Perguntei ainda sem argumentos bons o suficiente.

— Nops.

— Você não reservou o campo hoje Potter. — Como um presente divino, assim que virei para onde guardavam os kits, dei de cara com Mellody e sorri.

— Preste atenção. — Aconselhei a Mia. — Mellzinha, por que você se recusou a me beijar naquele jogo? — Perguntei e ela me encarou com nojo.

— Herpes. — Pontuou e eu ri.

— Viu? Ela se nega a ficar comigo porque gosta dele. — Conclui feliz. — E não será um treino, vou ensinar defesa contra as artes das trevas. — Expliquei para Mellody, passando por ela e pegando um kit e duas vassouras, mandando uma na direção de Mia.

— Do que você tá falando? — A loira perguntou e eu suspirei.

— Quando você aceitar a realidade, eu te conto. — Disse e deixei o vestiário, indo até o campo e esperando por Mia.

— Aquilo não prova nada. Por que só não aceita que nem toda garota nesse colégio quer você? — Perguntou e eu sorri.

— Mia, Mia, Mia... — Cantorelei e ela me encarou. — Vocês querem. Podem não saber disso, mas no fundo, todas querem.

— Você é tão prep...

— Hora da aula. — A interrompi e ela suspirou, prendendo os cabelos em um elástico. — Vamos começar pelo básico. — Disse abrindo o Kit e em seguida a portinha que guardava o pomo. — Você sabe voar? — Perguntei lembrando-me deste pequeno detalhe.

— Claro que sei, só não gosto de quadribol. — Comentou mas então mexeu-se desconfortavelmente. — Será mesmo necessário? — Lamentou e eu ri.

— Tentarei fazer que não seja. Agora escute; Essa bolinha dourada aqui é o pomo. — Disse balançando a citada bola em frente a ela. — A única pessoa que pode segurá-la no jogo é o apanhador. Se qualquer outro jogador, seja artilheiro, goleiro ou batedor, a segurar em qualquer momento será considerada uma falta grave. — Expliquei e ela ergueu as sobrancelhas. — Tão grave quanto... ?

— Usar uma Maldição Imperdoável? — Disse duvidosa e eu sorri orgulhoso.

— Muito bem! Eu como batedor não posso pegar o pomo, se fizer isso o juiz pode dar a vitória para outro time. Como bruxo não posso usar maldições imperdoáveis porque aí iria para Askaban. Nenhuma das opções parecem boas. — Expliquei e ela riu, assentindo.

— Então nada de pegar o pomo e usar Maldições Imperdoáveis. — Concluiu.

— A não ser que você seja o apanhador. — Acrescentei e ela riu.

— Claro.

(...)

Para a tristeza de Mia depois de mais ou menos uma hora tivéssemos que praticar com a vassoura. Ela negava, mas tinha certeza que ela se divertia.

— Você fez parecer difícil! — Gritei para ela assim que ela mandou um balaço em minha direção, relacionando a jogada com mais uma das leis.

— Mas é! — Protestou agarrando-se ao cabo da vassoura e eu ri.

— Não estou achando isso. Mas vamos para finalizar. — Disse me aproximando dela, pegando o bastão e lhe mandando a goles.

— Aquele aro ali é seu. Eu sou do time rival. — Informei e ela assentiu. — Apenas o goleiro pode defender os aros, se outro jogador entrar em contato direto com a goles para desviá-la dos aros próximo a estes é considerada falta. — Expliquei e tentei não rir com a dificuldade que ela tinha em manter o equilíbrio na vassoura e segurar a bola ao mesmo tempo. — Porém meu time está sem goleiro, por qualquer motivo que seja. Agora tente acertar um dos aros.

— Por que você me odeia? É vingança por causa da coisa com o Albus? — Perguntou e eu ri.

— Só estou tentando te ajudar. Agora faça. — Pedi e ela respirou fundo, pegando impulso com a vassoura e avançando para os aros, até julgar estar perto o suficiente para lançar a goles em um deles.

No entanto, antecipei seus movimentos e tomei impulso com minha própria vassoura, voando em frente ao aro e rebatendo a goles para longe com o bastão.

— Hey! Você disse que só o goleiro pode fazer isso. — Protestou e eu sorri.

— Tinha um porém. Toda regra tem um exceção, como eu estava sem goleiro seu time ganharia fácil, é algo permitido em situações como a qual meu time se encontrava, assim como...? — Ela mordeu o lábio e pensou por um minuto.

— A lei de prática de magia perante à trouxas. É extremamente proibida, a não ser em casos extremos como por exemplo o ataque de um dementador.

— Ponto para a Corvinal! —Gritei, contente por ela e também por mim.

Mia vibrou e se eu não estivesse perto o suficiente ela teria caído da vassoura. Rimos e então fomos ao chão, ela não sabia se me agradecia ou se comemorava e, naquele momento, eu soube exatamente o que queria fazer.

Não importava se as notas de meus N.O.M's indicavam que eu teria um ótimo futuro como auror, não me interessei com o fato de me sentir bem voando e ter talento para seguir carreira no esporte, nem mesmo me lembrei em quão bom eu e Fred poderíamos ser administrando as Gemilialidades. Naquele momento nenhum dos meus planos de carreira foram considerados, porque enquanto Mia comemorava sua conquista, eu soube que queria ensinar.

(...)

Logo, a prova de Teddy estaria chegando. Eu ainda estava empolgado com essa coisa de querer ensinar. Quando eu havia ajudado Albus, eu sentira um prazer ao ver que ele tinha entendido e conseguido fazer certo. Era tão... satisfatório (o dicionário da Rose ainda presta).

O ruim é que as minhas desculpas para ficar perto de Mia estavam acabando. Eu queria que ela visse que eu podia ser não detestável; que meus olhos amendoados também eram tão brilhantes quanto os verdes de Albus. Entendam, eu nunca havia sido rejeitado. Envenenado? Sim. Odiado? Muitas vezes. Mas não ser o tipo de qualquer garota? Não. Isso nunca.

Certa noite, depois de ensinar Transfiguração à Lily, vi Albus sentado, enfiado com a cara nos livros. Ele tinha problemas de visão, como eu (lentes de contato são ótimas. Os trouxas também são bons em algumas coisas) e meu pai.

— Está difícil aí? — perguntei, sentando-me à sua frente.

— Eu decidi. Vou virar elfo doméstico — ele disse, empurrando o livro para o lado.

— Uma pena que para isso você precisa ser um elfo. — Brinquei e ele fez uma careta. — Isso nem é tão difícil. — Comentei analisando o que ele estava vendo.

— Fala isso porque já viu essa matéria. — Resmungou bagunçando os cabelos. — E já passou pelos N.O.M's. — Achou necessário acrescentar e eu lhe dei tapinhas nos ombros.

— Talvez se você deixasse essa coisa de estar bravo com Rose seria mais fácil. Você nunca teve problemas com os estudos até brigar com ela.

— Nem se eu quisesse poderia voltar a falar com ela. — Disse voltando a puxar o livro para perto e eu arqueei a sobrancelha.

— Por que não?

— Porque ela provavelmente mal quer olhar na minha cara. — Deu de ombros e eu revirei os olhos.

— Vocês são melhores amigos. Se Lisa conseguiu a perdoar você consegue fazer o mesmo e vice versa.

— Você acha?

— Tenho certeza. Agora venha aqui sapo. — Chamei e ele me encarou, esperando o que viria a seguir. — Você fica ou ficaria com alguma das garotas do fã clube? — Perguntei e ele me analisou.

— Não... — Disse lentamente.

— Por quê? — Estreitei os olhos e o observei fazer o mesmo.

— Porque elas são vulgares e atiradas e .. me assustam. — Eu ri.

— Nem todas são assim. — Fui a defesa delas com Mia em mente.

— Não fazem meu tipo. — Deu de ombros e então eu vi a oportunidade perfeita para atazaná-lo.

— Claro, esqueci que seu tipo são loiras, preferencialmente sonserinas, com irmãs malucas e nomes relacionados a alguma coisa com música.... o que é mesmo? Letra... Som... Melodia? — Brinquei e Albus se engasgou com a própria saliva, fazendo-me rir.

— Do que você tá falando? — Perguntou fingido-se de desentendido.

— Eu só estou agradecendo pelo passe livre com suas fãs. E fique tranquilo, manterei distância da Wood menos doida. Enquanto você gostar dela ela será a única garota deste castelo de quem eu aceitarei levar um não. — Comentei sorrindo mas ele não pareceu satisfeito com isso. — Sorte com a Rose, se não der certo me procure e eu te ajudo. — Pisquei para ele e então deixei a comunal, pensando em como poderia conquistar Mia Corner.

(...)

Eu a encontrei à beira do lago, fazendo um rabo de cavalo bem no alto da cabeça. Eu sempre admirei o jeito que as garotas faziam o cabelo (o meu não tinha jeito). Mia tinha os cabelos lisos e médios todo repicado; mas às vezes ela aparecia com os cabelos cacheados. Como naquele dia.

Fui até ela, observando-a colocar a ponta da pena na boca e segurá-la ali, enquanto sua varinha iluminava o local. Eu achava isso muito sexy. De verdade.

— Oi — cumprimentei, sentando-me ao seu lado. Mia me olhou e balançou a cabeça.

— Você não precisa mais me ajudar. Agora posso fazer isso sozinha. — Disse Mia, desviando o olhar do meu, mas, depois, pareceu se arrepender de algo e voltou a me olhar. — Mas... obrigada. De verdade.

— Poderia ter dito oi também — falei, tirando a gravata do uniforme. — O que está fazendo aqui à essa hora?

— Tentando ficar sozinha — respondeu, dando de ombros. — Depois que Amber publicou sobre nós, coisas erradas ainda por cima, ninguém me deixa em paz. Sua amiga, Luna, tem me mantido longe disso tudo. — Ela franziu a testa. — Não me leve a mal, passei a gostar mesmo dela. Mas Luna fala demais às vezes.

— Às vezes, não. Quase sempre — eu ri e Mia me acompanhou. — Mas você se acostuma.

Ficamos em silêncio e Mia começou a arranhar o pergaminho, mordendo o lado interno da bochecha de vez em quando. Eu não queria que ela achasse que eu estava ali só para atrapalhar. Queria que ela apreciasse minha ilustre companhia.

Depois de um certo tempo, Mia suspirou e largou a pena para me olhar. Não que eu estivesse cansado de olhá-la, mas eu havia decidido fechar os olhos. Quando percebi que ela havia parado, eu abri apenas um dos olhos.

Eu sorri.

— O que foi? — perguntei e ela balançou a cabeça. — O quê? — insisti.

— Por que gosta de atenção? Por que dá bola para todas aquelas meninas do fã clube?

Tentei pensar numa resposta plausível.

— Hum... eu não sei — dei de ombros. — Eu... eu acho que gosto da sensação de ser amado - falei, olhando para o lago escuro. — Não para o lado de me vangloriar. Eu só... gosto. — Eu a olhei, sorrindo e dando um leve empurrão em seu ombro. — Mas não é o seu caso, é?

— Não, acho que não — ela fez aquele biquinho. — Por que Albus não vê?

— Porque ele tem olhos para uma garota difícil de se agradar — respondi, pensativo. — Além de ser um idiota cego, por não ver você.

— Você também não me via. Antes de ter que me ajudar - rebateu ela e eu a olhei.

— Verdade. Mas uma hora eu ia olhar — falei e isso também era uma verdade. — Ninguém dessa escola escapa de mim. E, depois, eu sempre soube quem era você. Só não havia jogado meu charme ainda.

— Verdade?

— Eu não minto, lembra? — toquei a ponta do seu nariz.

Mia assentiu e eu pisquei um olho. Ela deu um meio sorriso, voltando a rabiscar o pergaminho. Voltei a fechar os olhos, com as mãos atrás da cabeça, escutando a pena arranhar. Era relaxante.

Eu estava, realmente, quase dormindo, quando a pena parou de arranhar outra vez. Tudo, de repente, ficou mais quieto. Eu só podia ouvir a respiração de Mia.

Estava prestes a abrir os olhos, quando algo aconteceu. Eu não esperava mesmo, mas eu senti o seus lábios pressionarem os meus. Abri os olhos e vi os de Mia fechados, realmente surpreso. Não que eu estivesse reclamando. Nunca havia sido pego de surpresa daquela forma. Apenas uma outra vez.

Tirei os braços detrás da minha cabeça e coloquei minhas mãos de cada lado de seu rosto, retribuindo o beijo. Mia se endireitou na grama, colocando uma mão em minha barriga enquanto a outra se agarrava em meus cabelos.

Mia estava curvada e eu a puxei mais para mim, fazendo seus seios encostarem na lateral do meu corpo. Seus lábios eram finos e tinham gosto de pêssego. Ela tinha uma mania de passar o nariz em minha bochecha e era boa a sensação.

Minha mão escorregou para seu quadril e a mão dela entrou pela minha camisa, arranhando minha barriga. Mia desgrudou os lábios dos meus e me deu vários selinhos demorados. Seu rosto escorregou para minha orelha, seus lábios encostando nela.

— Quando você vai amar realmente alguém? — perguntou, retirando a mão da minha barriga e arrumando suas coisas.

Aquela era uma boa pergunta, já que, mesmo pensando em Teresa, eu não conseguia pensar nela o tempo todo.

— Eu não tenho certeza se fui selecionado para sentir isso. — Pensei alto e Mia riu sem humor, eu a encarei.

— Todo mundo está apto para esse sentimento James. — Comentou jogando a mochila nas costas. —Você só precisa parar de lutar contra ele. — Avisou e então partiu, deixando-me com meus próprios pensamentos e dúvidas.

Quero dizer, eu não lutava contra ele, apenas garantia que ele ficasse a uma distância segura de mim para não causar problemas.

Eu havia, sim, amado Teresa, e não estarmos juntos hoje era apenas mais uma prova do porquê de eu não gostar desse sentimento: ele nunca era justo.

Suspirei, passando os dedos entre meus fios e observei o lago. Eu podia amar alguém de verdade, eu só preferia que isso não acontecesse.

(…)

No dia seguinte, eu vi Mia tomando café. Ela encontrou o meu olhar e, imediatamente, desviou. Antes que eu fizesse o mesmo a vi pegando suas coisas e sair do Salão Principal correndo. Fiquei parado ali apenas por alguns segundos, até decidir ir atrás dela.

Infelizmente ela era mais rápida do que aparentava e não tinha sinal de para onde ela havia ido assim que alcancei o corredor. Infelizmente para ela, eu tinha o mapa do maroto, ao qual eu tinha aprendido a sempre manter no bolso da capa.

Virei em um corredor menos movimentado mas não previ que outra pessoa fazia o mesmo, acabando por esbarrar nela.

— Olha por onde... Ah! Olá James. — Ela sorriu, colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha e mudando drasticamente o tom de voz ao perceber quem eu era.

— Hum... Oi.. é ... Amberly?

— Joanne. — Corrigiu.

— Claro, eu sabia. — Não sabia não. — Ér.. tudo bem? — Perguntei ao ver que ela não mudou de posição, apesar de seu sorriso parecer um pouco mais afetada.

— Responda-me uma coisa. Por que ela? — Perguntou com um suspiro e eu arqueei a sobrancelha, ela aparente leu minha expressão muito bem porquê continuou: — Estou falando de Mia. Caramba! Ela está no clube há duas, no muito três semanas! Por que fica correndo atrás dela? Você já conseguiu o que queria, por que não faz como fez com todas as outras? — Perguntou exaltada e eu pisquei algumas vezes.

— Sinto muito eu... não tô entendendo o que você quer. — Comentei e ela respirou fundo.

— Só quero saber o que ela tem de melhor que nós outras. — Confessou e eu não encontrei uma maneira delicada de dizer aquilo, mas sentia que ela não sairia sem sua resposta.

— Olha... não me entenda mal, ok? Não é como se eu fosse um irmão monstro nem nada do tipo, mas é que essa coisa de ser trocado pelo Albus é ... nova pra mim. — Comentei. — Precisava mostrar que eu era mais legal. — Dei de ombros e ela estreitou os olhos.

— Do que você tá falando? — Perguntou e foi minha vez de suspirar, porém impaciente.

— Que essa minha... fascinação por Mia... acho que é só por ela estar no time do Albus. — Dei de ombros outra vez. — Não estou acostumado a ser rejeitado, culpa suas.

— Mia não está no time de Albus. — Denunciou e eu a observei.

— Desculpe, como?

— As garotas que estão por seu irmão usam pulseiras verdes, por causa dos olhos. Nós usamos vermelhas. — Ela balançou o pulso em minha frente. — Você pode ver, a dela é tão vermelha quanto a minha, de Karlie e Stephanie. Ela está no clube única e exclusivamente por você. — Disse e me observou enquanto eu processava as informações.

— Então ela mentiu? — Perguntei mais para mim mesmo do que para Amberly, ela deu de ombros.

— É o que parece. Agora tenho que ir tomar café antes que me atrase. Se Mia for uma decepção muito grande eu posso te ajudar a superar. — Ofereceu, voltando com um outro tipo de sorriso e piscando para mim antes de sair.

Eu balancei a cabeça, sem conseguir entender as oscilações de humor das garotas e desistindo de tentar saber qual o problema delas para quererem ficar duas vezes comigo sabendo o final na história. Se bem que eu era muito bom no que fazia, então o meio compensava o fim trágico.

Sorri para mim mesmo após dar a dose necessária de ração para meu ego e continuei meu caminho em busca de um lugar vazio, eu ainda precisava encontrar Mia e, agora, ainda mais que antes.

O mapa indicou que ela estava a duas salas de distância de onde eu estava, mesmo assim eu precisava ser rápido pois as aulas já iriam começar.

— Você pode correr mas não pode se esconder. — Informei fechando a porta atrás de mim, Mia se sobressaltou e em seguida fingiu que não tinha me visto, eu ri. — Explica uma coisa. Primeiro você me seduz descaradamente.

— Eu não fiz isso! — Gritou, enfim, me olhando. Sorri satisfeito.

— Eu sabia que você tava aí. — Conclui e ela desviou o rosto novamente. — Depois você me ataca sem que eu esteja preparado e me beija, não que eu esteja reclamando. — Continuei e percebi que ela fechou os olhos. — Daí você começa a fugir de mim e, para finalizar, eu descubro que você mentiu esse tempo todo. — Terminei, sentando em uma cadeira em frente a dela.

— Do que você tá falando? — Perguntou me olhando pelo canto do olho e eu encarei seus pulsos.

— Você achou que eu nunca iria reparar que você usa pulseira vermelha? — Perguntei e ela pareceu surpresa e envergonhada. — Eu só quero saber por que mentiu. E por que está me evitando. — Dei de ombros e ela suspirou, encarando os dedos. Estava corada e tinha um brilho diferente no canto dos olhos que escorria pelas bochechas. Lágrimas!

— Eu... eu fiquei envergonhada quando você descobriu. Eu precisava da sua ajuda e não sabia como seria se você soubesse a verdade então menti. Pensei que indo para o outro time, mesmo que falsamente, eu estaria em uma zona de conforto e então minha estúpida paixonite por você jamais passaria disso. Mas não! Você correu atrás de mim, você me provocou e você, sim, me seduziu. — Acusou, quase aos gritos e com lágrimas rolando por seu rosto. — Por quê? — Perguntou fungando e eu me mexi desconfortável.

— Acho que só a Mellody habita minha zona impenetrável. — E essa foi a única idiotic que eu consegui falar. Sinceridade era uma ótima qualidade, mas na minha boca se tornava um terrível defeito.

A expressão de Mia se tornou mais dolorosa e fria, ela parecia diluir a informação que fora passada.

— Espera.. Então você só fez isso porque eu supostamente queria Albus e não você?

— Não é algo que acontece todo dia, não tô acostumado. — Disse na defensiva mas teria dado tudo para manter a boca fechada. Mia riu desacreditada e sem um pingo de humor. As lágrimas ainda marcavam presença.

— Me responda uma coisa, algum dia eu serei algo a mais do que mais uma de suas conquistas? — Perguntou e aquela foi uma péssima hora para eu ficar calado.

— Mia...

— Não — ela me encarou e agora as lágrimas rolavam com uma frequência maior. Eu realmente me senti mal ao vê-la chorar. — O silêncio fala por si só. — Balançou a cabeça, enxugando em vão uma das bochechas. — Agradeço mesmo por ter me ajudado. Você é bom nisso... mas, por favor, não me procure de novo. E, se me procurar, que seja para dizer que ama alguém de verdade.

Mia se virou e saiu correndo. Eu pude ouvir o eco de seu choro pelo corredor, o que me fez sentir mal. Engoli em seco, tentando tirar aquele peso de fazer uma garota chorar, e me virei para voltar ao Salão Principal.

Mia pediu que eu voltasse a falar com ela quando eu realmente amasse alguém. Muito tempo depois, eu falei com ela.

Ela podia não saber, mas algumas coisas que eu dissera eram as mais puras verdades. Verdades que eu jamais havia contado a alguém. E Mia também não sabia, mas ela fora importante em minha vida. Fora Mia que me fizera ver que eu queria ensinar. Que, se eu podia amar alguma coisa verdadeiramente, essa coisa era ensinar.


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Notas finais do capítulo

¹: diálogo baseado em fatos reais kkkkkk
Well, espero que gostem, que nos perdoem a demora e...
Comentem! - Miss Stilinski.