As Mulheres de James Sirius Potter escrita por Lia Galvão, Miss Stilinski


Capítulo 11
Amber Hailee Skeeter


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo! Acho que nunca nos vimos com tanta frequência, certo? Bem, não deu para postar ontem mas aí está! Espero que gostem e não enrolarei vocês, enjoy! ~Lia G.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572348/chapter/11

A última carta que Teresa me mandaram estava quase se desfazendo em minhas mãos pelo simples motivos de eu não tê-la parado de ler desde que a coruja me entregou.

Ela dizia que estava com saudades e que o inverno europeu deixava o inverno brasileiro no chinelo, a temperatura mínima do dia havia sido 16ºC, o que para mim era bastante quente. Dizia também que o programa de intercâmbio a atrasou em relação a sua antiga turma e ela teria o restante do ano de férias até reorganizar seus horários para o sexto ano. E mandava-me um beijo.

Suspirei, dobrando-a e a guardando no bolso. Eu parecia patético e não estava nem um pouco feliz com isso.

— Hey. — Lily chamou me empurrando com o ombro. — Fica bem. — Pediu manhosa e eu sorri, a abraçando.

— Eu tô bem maninha.

— Não tá não. — Acusou e eu suspirei. — Você é James! Vamos lá. No fundo você devia saber que não iria dar certo.

— E por que não?

— Porque vocês dois são parecidos demais. Em algum lugar no percurso um iria magoar o outro.

— Eu a amo. — Afirmei e ela sorriu.

— Eu sei disso, mas pense que foi melhor vocês terem terminados como amigos do que como… sei lá, como aconteceu com a Clarisse.

— Vocês já tiveram papos melhores aí atrás. — Minha mãe intrometeu e Lily riu, eu suspirei, decidindo que minha irmã estava certa.

Além do mais, diziam que para superar um amor você deveria arrumar outro amor. Eu não seguia esse dito a risca, mas digamos apenas que outras garotas me ajudaram facilmente a superar Ruby.

Não que eu quisesse superar Teresa, pelo contrário. Mas seria bom não passar todo o meu dia sentindo falta de alguém que eu tenho certeza que não verei tão cedo e também não passar toda a manhã na janela esperando a chegada de alguma coruja.

O carro mal estacionara e eu pulei para fora dele, atraindo a atenção de todos os meus familiares e esbanjando um largo sorriso.

— Olha, o James veio conosco. — Albus caçoou e eu respirei o ar da manhã londrina.

— É sapinho, para sua alegria eu estou de volta. — Pisquei para ele e caminhei até o porta-malas, retirando minhas malas dali e caminhando para a estação.

Avisem aos navegantes: James Sirius Potter estava de volta e em uma versão bem… melhorada.

(...)

— Se você precisar conversar com alguém, você pode escrever para a mamãe ok? — Minha cara de pimenta dizia, prendendo-me em um abraço. — E qualquer coisa, qualquer coisinha mesmo…

— Eu sei mãe. — Resmunguei tentando me livrar de seus braços. — Você não tem que se despedir de Alvo? — Perguntei e ela beijou minha testa, finalmente me libertando e atacando meu irmão.

Respirei aliviado pelo simples fato de conseguir respirar novamente e peguei minhas coisas.

— Até mais, velho. — Acenei para meu pai e fui em direção a locomotiva.

— James. — Ele chamou e eu virei para encará-lo. — Você… — Pigarreou. — Han, você pegou aquela coisa que eu deixei no seu quarto? — Perguntou e eu sorri.

— Ah… peguei sim. — Percebi que ele suspirou aliviado e eu ri. — Fique tranquilo velho, Lily será a Potter mais nova por muito tempo se depender de mim. — Pisquei para meu pai e ouvi minha mãe gritar algo como “o que ele quer dizer com isso?” mas não pude responder, pois no minuto seguinte estava dentro do expresso de Hogwarts.

Antes da maria fumaça partir, entrei em uma cabine cheia de pirralhos e acenei para minha família até que eles desaparecessem. Sorri e balancei a cabeça.

— Boa sorte com a Seleção, molecada. — pisquei um olho e saí da cabine, deixando-os confusos.

Detestava admitir, mas eu estava perdido. Não sabia onde estava Fred e nem Dominique, então fui andando e cumprimentando as pessoas no caminho. Elas me olhavam como se faltava algum pedaço de mim e eu tentei ignorar aquilo. Não precisava ser lembrado que Teresa não estava mais aqui

Segui em frente, olhando para as cabines, tentando ver se algum dos meus amigos traidores estavam em uma delas. Segui, segui e não vi nenhum deles dentro delas

Bufando, passei por uma cabine com pressa. Franzi a testa e voltei, pois havia visto algo que fazia muito tempo que eu não via desde que Teresa se fora. Uma garota, de cabelos castanhos ondulados e compridos, estava abaixada, procurando algo na mala. Mas não fora isso que me fizera voltar. Foi sua saia e sua blusa

Por estar abaixada - de saia -, dava para ver um pouco de sua calcinha. E, a admirando melhor, ela tinha umas belas pernas. Olhei para sua blusa, que havia parado um pouco em sua cabeça por ser um tecido leve, e sua pele branca mostrava um belo dragão tatuado em suas costas.

Eu amava Teresa, nunca me esqueceria dela. Mas não resisti e abri a porta da cabine, encostando-me no batente.

— Isso é realmente uma bela visão. — comentei e ela se levantou abruptamente, dando com a cabeça no compartimento onde as colocava as malas

E, massageando a cabeça, a garota virou-se e eu quase caí para trás. Ok, eu perdi um pouco do equilíbrio

— Lisa

— Potter! — ela gritou ao mesmo tempo que eu. Nós nos olhamos de cima a baixo e, logo depois, fizemos uma careta. — Ecaaa! — exclamamos em uníssono

— Isso fica entre nós. — falei, sentindo um gosto estranho na boca. Fala sério, cara. Que nojo. Lisa!

— Nunca disse para falar algo. — respondeu ela, seca

— Suave como sempre. — dei um sorriso

— Por que está sorrindo, panaca

— Nada, não... como foi o Brasil? — perguntei e, antes que ela respondesse, Stephen Thomas apareceu ao meu lado.

— Tudo bem aí com vocês? — perguntou e nós assentimos. — Vamos, Fred e Dominique estão nos esperando na outra cabine.

— Amigos da onça! — exclamei e segui Lisa e Stephen, olhando para os dois... de mãos dadas. — Então, queridos, quando começaram a sair? — Os dois me olharam e eu ergui uma das sobrancelhas, esperando.

— Queridos? — Stephen perguntou pronunciando a palavra de maneira muito engraçada e eu sorri, tentando não me deixar levar pela melancolia.

— Minha garota me ensinou algumas palavras em português. — Dei de ombros e apontei o queixo para as mãos deles, ainda espera de uma explicação.

— Quando voltei, eu fui para os meus avós. Bem, Stephen mora lá por perto e... nos esbarramos e passamos o resto das férias tomando soverte. — Lisa deu um sorriso para Stephen, que retribuiu. Eu conhecia aquele sorriso. E doía saber que eu não poderia trocá-lo com Teresa.

Abanei a cabeça, afastando o pensamento. James Sirius Potter não se lamentava pelos cantos. James Sirius Potter era o fodão. E James Sirius Potter deveria parar de se referir a si mesmo na terceira pessoa do singular.

Stephen abriu a porta de uma das cabines, onde eu via duas cabeleiras vermelhas, e esperou que Lisa passasse. Mas, antes que ela o fizesse, eu passei à sua frente e ela me olhou, revirando os olhos.

— A propósito... belas pernas. — sussurrei ao passar por ela, que me deu um empurrão para dentro da cabine, me fazendo rir.

Sentamo-nos nos bancos e Lisa nos olhou. Dominique desviou o rosto, magoada. Bem, para quem fora apostada, Lisa parecia estar muito bem.

— Nique. — chamou Lisa e ela continuou a ignorá-la. — A gente pode conversar quando estivermos a sós? — Dominique não respondeu e Lisa suspirou. — Vou levar isso como um sim.

—- James, Fred e Teresa, que nem conhecia você, levaram uma detenção por defenderem você. —disse Dominique em voz baixa. — Sabia disso?

— Sim, Stephan me contou. Vocês deixaram o Malfoy na ala hospitalar? — Eu e Fred assentimos. — Obrigada. De verdade.

— Mas isso não significa que não nos deva uma explicação. — replicou Dominique, olhando a amiga. — Nenhuma carta, nenhum sinal de vida... Quero dizer... o que houve com você?

— Por favor, Dominique... — suplicou Lisa. — Eu estou bem.

— Pois eu não estou! — gritou minha prima. — Você se divertiu lá? Arranjou uma nova melhor amiga para contar o que sentia? Porque, quando eu soube, quis estrangular o Malfoy por você! James e Fred brigaram com ele duas vezes!

— Dominique…

— Aposto que sabia que a minha própria prima estava envolvida... que desgosto. — Lamentou-se Dominique. — Mas tudo bem, porque você está bem. Nem saber que você falava português eu sabia! Obrigada, Elisabeth.

Ela se levantou, mas Lisa a impediu.

— Quer saber por que eu fui sem avisar ninguém? Sabe o que Rose e Scorpius fizeram com a minha auto-estima? — perguntou Lisa, de pé também. — Eles me magoaram tanto, que eu não conseguia ser eu mesma. E eu não queria que ninguém me visse assim. Especialmente vocês. — disse a leãozinho com os olhos marejados. Eu nunca a vira assim. — E sabe o que é pior? É ter sido avisada antes e não confiar na pessoa que me disse isso.

— Eu não ia falar nada. — sussurrei, levantando o meu olhar para encará-la.

— Talvez…

Começou porém não pôde continuar já que a porta da cabine foi aberta e um flash cegou todos que se viraram para ver o que acontecia.

— O que fica melhor? "A queda do quarteto fantástico." ou "Fim da paz na cabine 37.”?

Uma loira exuberante (Rose me deu a droga de um dicionário!) estava parada na porta, com o indicador sobre o queixo enquanto uma pena flutuava a seu lado e uma morena fuçava em uma câmera.

— Que tal: "Scorpius Malfoy provoca intriga entre leões e ainda consegue a garota." A outra, é claro. — Ela deu um sorriso venenoso na direção de Lisa.

— Seria uma boa, mas Malfoy já teve atenção demais. Quero novos rostos na minha capa. — A loira sorriu, encarando um por um e focando diretamente em Lisa. — E você, minha querida, é a sensação do momento. — Concluiu animada e invadiu a cabine, indo até onde Lisa estava e fazendo-a sentar.

— Skeeter, você não é bem vinda aqui. — Dominique rosnou e eu me lembrei de quem se tratava, Amber Skeeter, a filha adotiva da famosa jornalista Rita.

Amber analisou Domi e eu poderia jurar que ela silvou, mas não teria como provar pois no segundo seguinte ela estava cabisbaixa e com uma expressão tristonha.

— Oh, Weasley, eu não... — Então ela ergueu o rosto e riu. — Não dou a mínima. — Respondeu e voltou-se para a Lisa. — Mellany, fotos. — Chamou e segurou a pena que flutuava a seu lado, levando até a boca e sugando a pontinha.

E aquilo foi sexy.

— Então, conte-nos o motivo de ter partido para outro país sem se preocupar em dar um adeus. — Começou e o flash irrompeu pela cabine.

— Alguém me explica que droga é essa? — Exigi, esfregando os olhos e percebi que a atenção da loira agora vinha em meu encontro.

— James. Sirius. Potter. — Concluiu pausadamente e seu sorriso se alargou tanto quanto ao gato de cheshire (eu passara as férias vendo filmes da Disney para não pensar muito em Teresa, estava quase no nível de Luna). — Nunca fomos formalmente apresentados. — Concluiu e estendeu sua mão para mim, deixando-a próxima de meus lábios. — Amber Hailee Skeeter, enchanté.

Eu a observei e, como o bom cavalheiro que era, segurei sua mão, beijando seu dorso sem quebrar o contato visual.

— Acho que você já sabe meu nome. — Dei de ombros e ela riu.

— Quem não sabe, queridinho? Devo dizer que aquele seu namoro foi decepcionante, as vendas da revista caíram bastante, apesar de você ter compensado no dia dos namorados. Porém não faça mais isso, ok? Você não nasceu para namorar. — Ela deu um sorriso gentil e ergueu os ombros, voltando-se novamente para Lisa. — Então?

— Saia dessa cabine. — Lisa disse sem paciência e o sorriso desapareceu do rosto Amber.

— Eu estou tentando ser justa nesta história, senhorita Carter, essa matéria será publicada com ou sem seu depoimento. — Afirmou levantando e caminhando para a porta. — Tem até amanhã de manhã para me procurar. — Avisou e então voltou a sorrir como se nada tivesse acontecido. — Nos veremos mais rápido do que desejam. — Concluiu feliz e então seguiu pelo corredor, acompanhada de perto por Mellany.

— Eu odeio essa garota. — Dominique bufou.

— Correm boatos que ela é uma animaga como a mãe. Testemunhas afirmam que ela se transforma em uma cobra. — Luna surgiu antes que eu pudesse perguntar o motivo do ódio de Dominique. — Amber deu em cima de Fred em fevereiro. — Explicou se sentando aonde achou lugar, no chão.

— Se não fosse por mim, esse idiota teria falado muito mais do que falou. — Dominique resmungou, golpeando a cabeça de Fred com um tapa.

— Eu estava sob efeito de poções! — Defendeu-se.

— Se não comesse feito um trasgo…

— É melhor ela não publicar nada. — disse Lisa, com aquele tom de voz que ninguém deveria conhecer. — Se ela publicar... teremos um problema.

— Eu gostei dela. Muito gata. — comentei, sorrindo para a porta da cabine fechada. Quando eu voltei a olhar para os meus amigos havia cinco pares de olhos me encarando como se eu tivesse problemas.

Talvez eu tivesse, mas isso não vem ao caso.

— Muito cobra, isso sim. — rebateu Dominique. — E eu pensei que você estava apaixonado pela Teresa, idiota.

Mostrei a língua para ela, que balançou a cabeça em negativa para mim.

— Quem é essa Teresa? Todo mundo fala dela. — perguntou Lisa, encostando a cabeça no ombro de Stephen. — Quero dizer, sei que ela veio no meu lugar, mas não entendo…

— Ela era a namorada de James. — respondeu Luna, dando um sorriso. — Tinha que ver os dois! Não se separavam um minuto…

— Já chega, Luna. — pedi, sério. E Lisa percebeu.

— Não. Creio. — Disse ela, rindo. — James Potter realmente apaixonado! Isso é novo.

— Fiquei bastante surpreso quando eu os vi juntos. — disse Stephen, concordando com a namoradinha e eu me contive para não mandá-lo pastar.

— Como é a sensação? Não sair com outras garotas?

— Como é a sensação de não sair com outros garotos? — rebati e Lisa ergueu uma das sobrancelhas.

— É boa.

— Idem. — toquei o meu nariz e ela ficou quieta.

— Desculpe. — disse ela e eu ergui uma das sobrancelhas.

— Como é? O seu namoro está afetando seu cérebro?

— Não vai me ouvir falar isso de novo. — rosnou Lisa, voltando ao normal. Essa era a Lisa que eu conhecia.

O resto da viagem foi feita sem interrupções. Luna e eu começamos a falar sobre o filme da Cinderela, enquanto Dominique e Lisa choravam - não no sentido literal - e pediam desculpas uma a outra e Stephen e Fred começaram a falar sobre a temporada de quadribol.

É, era bom ter meus amigos de volta. Embora tivéssemos de acrescentar mais um em nossa cabine.

(...)

Eu ainda sentia falta de Teresa. Não importava o quão bem aparentava estar ou tentava demonstrar, ainda pensava muito nela.

— Bem vindos para mais um ano em hogwarts e sejam felizmente recebidos de volta nossos estudantes de intercâmbio. — Minerva saudou trazendo-me de volta para o salão principal. — Não tomarei muito o tempo de vocês, gostaria apenas de informar aos novos estudantes que, qualquer um que preze a própria vida deve manter distância da floresta proibida e apresentá-los nosso mais novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, o senhor Edward Lupin.

Demorei um momento para ligar o nome a pessoa mas, quando consegui fazê-lo, não tentei disfarçar a surpresa. Na mesa dos professores e funcionários Teddy se levantou, dando um breve aceno para todos e eu ri quando seus cabelos, até então castanhos, alternaram entre o turquesa e o roxo. Percebi que ele ficara envergonhado com o incidente, sentando-se imediatamente.

Eu sorri, ter Teddy como professor seria, no mínimo, interessante.

— Ela não desiste?! — Ouvi Dominique resmungar e acompanhei o olhar da minha prima, vendo que Amber estava sentada ao lado de Rose que encarava seu prato enquanto a loira tagarelava.

— O que ela quer, afinal? — Perguntou Lisa com um suspiro.

— Vender revistas. — Beth Finnigan disse a seu lado. — É o que ela faz desde que eu entrei nessa escola. — Respondeu com um dar de ombros.

— E por que eu? — Lamentou Lisa e a amiga riu.

— Eu sinto muito, Lisa, mas é porque você é o que estão todos comentando. Quero dizer, no trem, alguém disse para alguém que ouviu de alguém que estava falando com uma pessoa que Rose apostara com Scorpius que ele não ficaria com você. — Ela olhou para amiga como se estivesse lhe dando força. — A notícia se espalhou, chegou aos ouvidos de Amber, ela quer vocês na capa. — Finalizou e Lisa balançou a cabeça.

— Por que eu? — Tornou a perguntar e as garotas entraram em uma conversa só delas.

— Hey. — Chamei Fred me lembrando de algo que Dominique falou no trem e ele me encarou. — Amber falou que eu compensei os prejuízos ano passado no dia dos namorados e Luna disse que ela deu em cima de você em fevereiro. — Semicerrei os olhos. — O que foi que você falou, Fred? — Perguntei e ele engasgou.

— Eu nã… eu meio que disse que você e Teresa… bem, você sabe.

— Idiota! — Dominique disse batendo de novo em sua cabeça.

— Agredeço Mini. — Disse sorrindo para ela e Fred resmungou que não era culpa dele.

—O que o Fred fez dessa vez? — Lisa perguntou em um suspiro, se intrometendo. Não seria ela se não o fizesse.

— Espalhou que ele não é mais virgem. — soltou Luna e todos nós a olhamos, vendo que ela se sentara do outro lado de Stephen, já que Lisa ocupava um.

— Luna... — lamentei. — Cara, por que só eu não vi isso?

— Por que estava ocupado demais trasando com a Teresa. — respondeu Daniel, dando um tapa no meu ombro. Se a intenção dele era me consolar, não funcionou.

— Ótimo. Nunca reparei os outros falando de mim. — olhei para os lados, vendo todos comerem e sendo felizes. — Mas... quem liga? Teresa não está mais aqui. — Suspirei.

— Olha, não fica assim. — Luna me consolou. — Vai vê-la outra vez.

— Claro, claro. Vamos mudar de assunto? — perguntei, cansado demais para pensar em Teresa. Eu realmente sentia falta dela.

(...)

Havia uma coisa de bom no sexto ano: não havia N.O.M's. Não havia pressão, não havia professores fazendo discursos sobre o mesmo. Nem entrevistas, nas quais eu fui péssimo por não saber o que eu queria fazer da minha vida.

Entretanto, eu ainda tinha responsabilidades em minhas mãos. Como por exemplo, ser o capitão de quadribol da Grifinória. E havia muito o que ser feito.

Quando chegou a segunda semana de aula, também chegou os testes para o quadribol. Como eu havia enviado umas cartas para Victor nas férias, agora eu estava mais preparado para saber como guiar o time com palavras.

Fazia um sol ameno, enquanto eu ia para o campo de quadribol, quando ouvi a voz de Lisa atrás de mim. Suspirei e parei para que ela viesse até a mim.

— E aí, capitão? Vou ter de fazer o teste também? — perguntou.

— Direitos iguais para todos, querida. — respondi, voltando a andar com ela em meu encalço.

— Não gosto disso. — comentou e eu vi que ela fazia biquinho. Revirei os olhos e olhei para frente.

— O que foi? Está com medo de perder para alguém? Ou perdeu sua habilidade? — eu a olhei pela visão periférica e Lisa riu.

— No dia em que eu perder alguma coisa para alguém, saio pelo castelo apenas de calcinha e sutiã. — respondeu ela e eu parei, a encarando. Isso seria interessante.

— Quer apostar? — desafiei-a, sorrindo com malícia.

Lisa parou, virou-se para me encarar e apoiou-se em sua vassoura. Olhou-me da cabeça aos pés e depois deu um sorriso.

— Claro. — Concordou. — Se eu perder, eu ando pelo castelo de calcinha e sutiã. Se você perder... — ela olhou para cima, pensando. — Se você perder... — voltou a me olhar, com um sorriso sacana. — terá de dançar apenas de cueca no Lago Negro.

Não seria tão ruim quanto a parte dela, então concordei.

— Fechado. — e estendi a mão, a qual Lisa apertou.

— Isso vai ser impagável! — Ela deu uma gargalhada e saiu na minha frente, balançando os cabelos ondulados presos num rabo de cavalo.

— Ainda devo lhe chamar de leãozinho? — gritei e ela levantou o dedo médio. — Isso está virando hábito, hein!

(...)

Parei na frente dos alunos. Suspirei quando vi as mesmas garotas do ano passado entre eles.

— Por favor, queridas. Não é porque eu estou solteiro novamente que vocês devem fazer os testes. Estou disponíveis nas horas vagas. Agora... assistam das arquibancadas. A visão ainda é ótima de lá de cima. — falei e elas riram, saindo do campo. Já vi que todo ano seria isso.

Quando elas se sentaram, olhei para o grupo que ficara para fazer realmente os testes.

— Muito bem, pessoal! — bati palmas, olhando-os bem. — Quero começar avisando que as chances são iguais para todos aqui. Por isso que até os titulares do ano passado e quem não estava aqui no ano anterior... farão os testes. — Eles assentiram e eu continuei: — Montarei dos times para avaliar seu desempenho. Quero que façam filas de cada posição que queiram jogar e depois eu vou montar o time.

Eles fizeram o que eu pedi e eu os observei. Logo depois, eu os separei em dois times. Em um time ficou Fred, Stephen e Lily como artilheiros; Lisa e Gale Nolan como batedores; Daniel McLaggen como goleiro e Lauren Daniels (do quarto ano) como apanhadora. No outro time, Klaus, Elen Daniels (gêmea de Lauren) e Cory O'Conner como artilheiros; Rebecca Colton e Scott Tenner como batedores; Harry Silver como goleiro e Albus como apanhador.

Eu apitei e todos montaram e suas vassouras, ganhando altitude. Antes de dar início aos testes, gritei:

— Será uma partida de cinco pontos e, depois, irei escolhê-los por eliminatória! Boa sorte!

Soei o apito mais uma vez e todos começaram a se mover. Eu não participava, apenas olhava o desempenho de cada um ali. Eu havia dito para Hugo fazer os testes novamente, mas ele não quis. Esperava treiná-lo ano que vem.

Odiava admitir, mas Lisa era, sem dúvidas, boa demais. Eu, com certeza, perderia aquela aposta e dançaria de cueca em frente ao Lago Negro. Albus pegou o pomo na primeira oportunidade, finalizando o jogo, e Fred e Stephen estavam melhores do que ano passado. E nem se falava de Daniel. Acho que eu já sabia o que fazer.

Parei o jogo e desci da vassoura. Eu sentia, realmente, que alguém ia ficar muito puto comigo outra vez. Mas eu não ligava e nem iria ligar.

— Vocês foram ótimos! Parabéns. — Eles assentiram e eu os olhei atentamente. — Geralmente, os resultados são pregados no mural da sala comunal. Entretanto, eu sou rebelde e falarei quem continua e quem ficará na reserva. -— Eles ficaram em silêncio, aguardando. — Começando pelos artilheiros. Permanecem os titulares: Fred, Stephen e... Lily Potter. — Klaus me olhou furioso e eu apenas sorri. — Como goleiro, permanece Daniel McLaggen. Como apanhador, Albus Potter. E, como batedora titular, Lisa Carter.

Eu levei um susto quando Lisa deu um berro e logo depois caiu na gargalhada. Ela me pagava. Parecia que havia voltado para infernizar todo mundo; menos Stephen, já que ela o beijou depois que terminou a crise repentina de risos.

— Os reservas são: Harry Silver, como goleiro; Rebecca Colton e Scott Tenner como batedores; Klaus, Elen Daniels e Cory O'Conner como artilheiros e Lauren Daniels como apanhadora. —Terminei e os olhei. — Obrigado a todos. Faremos uma bela equipe esse ano!

Todos agradeceram, uns mais do que outros, e saíram no campo, deixando Fred e eu para trás para guardar as bolas dentro da caixa.

— Hey, Potter. — eu fechei os olhos e depois os abri para encarar aquela leãozinho, não tão leãozinho assim. — Prepare a cueca, hein. — deu uma risada e saiu de mãos dadas com Stephen.

— Eu juro que vai ter volta. — falei entredentes.

— O que vocês dois apostaram? — Fred veio para o meu lado, já sabendo do que se tratava.

— Eu disse que ela não sabia mais jogar quadribol. E apostei que dançaria de cueca em frente ao Lago Negro, caso eu perdesse.

Fred ficou um tempo em silêncio, parecendo pensar no caso.

— Bem, você perdeu. E muito feio. Eles tem quadribol no Brasil cara. — Informou e eu revirei os olhos.

Queria xingar, mas eu sabia que ele estava certo. Então eu apenas suspirei, fechando a caixa:

— Ah, eu sei.

(...)

— Como foi que você conseguiu sobreviver a isso? — Luna gritou, jogando os pergaminhos para o alto e eu ri.

— Você vai conseguir Frank, mas está enlouquecendo cedo demais. Esse é o problema de vocês ravinos. — Comentei e ela me fuzilou.

— Eu estou me esforçando, ok?!

— Continue assim querida. — Ouvi Amber e então ela puxou uma cadeira, sentando-se do nosso lado e sorrindo para mim. — Então, James. — Eu a observei, tentando descobrir o que ela queria. — É verdade que você vai dançar só de cueca no lago negro?

— O quê? Como foi que você ficou sabendo disso? — Perguntei e ela riu.

— Ah queridinho, eu sou Amber Skeeter. Nada passa despercebido por mim. — Explicou e eu balancei a cabeça.

— Isso é… não é da sua conta.

— Nunca é. — Ela deu de ombros. — Mas então, a que horas você vai fazer isso? Quero fazer a cobertura completa. — Comentou e uma Mellany atrasada chegou, parando atrás dela.

— Eu não vou fazer isso para vocês colocarem na revista de vocês. — Disse e ela suspirou.

— James, não dificulta, eu achei que já éramos am… — Como eu já devo ter dito um bocado de vezes, Amber era realmente bonita, mas ficava um pouquinho chata quando começava a falar demais. Então, eu coloquei a mão na beira de sua cadeira e a puxei para perto, fazendo os lábios de Amber irem de encontro aos meus.

— Você pode procurar notícias em outros lugar. — Aconselhei, me levantando e observando Luna fazer o mesmo enquanto eu caminhava para fora da biblioteca.

Quando estava quase na saída ouvi um grito e barulho de coisas caindo no chão.

— Acho que você despertou um dragão. — Luna comentou rindo e eu ri com ela.

— Gosto de brincar com o fogo. — Pisquei a ajudando com os livros. — Agora vamos, tenho que cumprir uma aposta. — Chamei tomando a dianteira.

— E eu tenho que estudar. — Ela me parou, pegando os livros de volta. — Boa sorte rebolando sua bunda. — Desejou virando-se e seguindo a direção contrária no corredor, enquanto eu ria e caminhava até o lago.



Malandro poderia ser meu nome do meio, apesar de quê Sirius era um sinônimo muito próximo.
Como Lisa não havia dado muitas coordenadas em relação a aposta eu estava sentado próximo a margem do lago, esperando o movimento de alunos ali diminuir para fazer o combinado.

Não era o que eu chamaria de um dia quente de sol, mas a temperatura parecia estar elevada o suficiente para a lula gigante nos conceder a honra de sua presença.
Vocês provavelmente devem estar se perguntando se eu não deveria estar em aula e a resposta é muito simples: deveria. Porém após um ano de N.O.M's não é nada mais do que justo um pequeno descanso. Principalmente quando esse descanso é de uma professora que não foi embora junto com o programa de intercâmbio.

Devo ter me distraído com os tentáculos da lula vindo a superfície e depois submergindo, produzindo pequenas ondas no lago que se quebravam próxima a margem pois percebi, tarde demais, a mão sobre meu peito e a cabeleira loira caindo de cada lado do meu rosto.

— Amber. — Conclui com um sorriso. — Se quisesse mais era só ter pedido, sem cerimônias. — Disse piscando um olho e ela riu.

— Ah James... — Ela suspirou colocando força na mão e forçando-me a realmente deitar na grama. Eu estava gostando daquilo. — Deixe-me lhe ensinar uma coisinha sobre garotas... mais velhas. — Ela piscou, com certeza sabendo sobre o que aconteceu entre Elena e eu.

— Estou ouvindo. — Disse em um ofego. Eu amava... qual o nome dela mesmo? Ah, sim. Teresa. Eu a amava, mas vejam bem, Amber era muito gostosa. E eu não estava exatamente raciocinando com a cabeça de cima.

Ela sorriu, parecendo satisfeita com minha reação e passou a apoiar somente o dedo em meu tórax, deslizando-o até o cós da minha calça e então subindo o toque para sua cintura.

— Está pronto? — Perguntou em um sussurro e aquilo era perigosamente excitante. Balancei a cabeça em concordância e ela sorriu.

Porém, eu havia antecipado seus movimentos erroneamente. Demorei alguns segundos até realizar que ela havia sacado a varinha e foram esses segundos que tornaram as coisas tarde demais para minha defesa.

O sorriso, segundos atrás sexy, carregava agora uma dose de maldade enquanto eu sentia minha língua se enrolar e grudar no céu da boca. Ela levantou abruptamente enquanto eu tentava perguntar o que era aquilo, mas só conseguia produzir grunhidos.

Seu sorriso se alterou para algo inocente e ela parou para bater a poeira das vestes, abaixando-se por mais um breve momento para sussurrar em meu ouvido.

— Aprenda a manter sua língua dentro da sua boca. — Disse ainda sorrindo. — E você não vai me quer como uma inimiga. — Avisou, erguendo-se e tirando o cabelo dos ombros. — A gente se vê.

Despediu-se caminhando para o ponto aonde Mellany a esperava e eu suspirei, temporariamente derrotado e com um novo desafio em mente.

(...)

— Você usa uma cueca do Super Homem? — Lisa perguntou do colo de Stephen às gargalhadas.

— É patético. — Dominique acrescentou e eu as olhei com tédio.

— Ela só está falando isso para não dizer perto do Fred o quanto minha bunda é gostosa. Eu sei que você a queria, Mini. Mas terá que se contentar com a do negão. — Disse piscando e ela tacou um livro em minha direção.

Depois de um tempo Dominique acabara chegando e lançando o contra-feitiço. Lisa a havia mandado como testemunha de que eu realmente cumpriria a aposta e ela esperou para assistir. Eu só havia esquecido que estava com minha cueca do Superman, e agora tentava contornar a situação.

— Hey! — Beth Finnigan surgiu na comunal ofegante e veio em nossa direção. — Nicole Clearwater desafiou Amber para um duelo na beira do lago. Agora. — Informou e respirou fundo, tentando recuperar o fogo.

— Nico... não é aquela garota do segundo ano? — Dominique perguntou com o cenho franzido.

— Exatamente. Alguns colegas dizem que ela tem uma fascinação peculiar com Artes das Trevas. Achei que deveriam saber. — Terminou e, com um sorriso, sumiu pela mesma porta que entrou.

— Ah! — Dominique exclamou, processando a informação que lhe fora passada. — Eu não perderia isso por nada nesse mundo. — Concluiu com um sorriso, deixando sua cadeira e indo para fora da comunal, sendo acompanhada de perto por mim, Fred, Lisa e Stephen. E mais um monte de outros grifanos.

A multidão que se reunia próxima ao lago era relativamente grande; aparentemente ninguém na escola tinha absolutamente nada para fazer.

A garota de cabelos castanhos e bem baixinha brincava com a varinha entre os dedos encostada em uma árvore, mas os cochichos só começaram quando Amber chegou, com mais guarda-costas dessa vez.

— Vamos acabar logo com isso, Clearwater. — Disse visivelmente com tédio e jogou sua capa de lado.

— Você parece confiante, Amber. — Ela resmungou e a resposta foi bem direta.

Um feixe de luz azul deixou a varinha da loira e voou diretamente até a mais nova que usou perfeitamente de seus reflexos para se defender.

— Isso não é justo! Amber já pratica feitiços não-verbais. — Dominique protestou mas não tinha ninguém muito interessado.

— Petrificus Totalus! — Nicole exclamou e Amber riu, jogando o feitiço de lado.

— Você é tão fofa. — Afirmou fazendo aquela voz que você usa para falar com bebês e outro feixe de luz tentou alcançar Nicole, dessa vez da cor vermelha.

— Eu não sou fofa! — A morena rosnou de volta. — Incarcerous Nerus.¹ — Berrou e no exato momento uma corda surgiu da sua varinha, voando rapidamente na direção de Amber que só conseguiu se desviar pela distância que mantinha da oponente.

— Você tá maluca? — A loira berrou de volta. — Isso é arte das trevas!

— Está amarelando? Sei que já aprendeu sobre eles, Amber. — Desafiou.

— Você. É. Uma. Criança. — Pontuou e isso pareceu enfurecer a mais nova.

— Asfixo Maladum². — Atacou novamente.

Desta, no entanto, o flash da câmera preencheu o arredor e Amber fechou os olhos para protegê-los da luz, o que foi o suficiente para que ela não conseguisse se defender a tempo e o feitiço a alcançasse.

No mesmo instante em que o feitiço a atingiu Amber abriu os olhos e também a boca, parecendo desesperadamente buscar por ar.

Isso ficou ainda mais evidente quando a varinha caiu das mãos da loira e seus joelhos foram de encontro ao chão, enquanto ela tateava o pescoço tentado assim forçá-lo a puxar o ar.

Não demorei muito para me recuperar do choque e ao fazê-lo, ao invés de ficar cochichando como os demais, corri na direção de Amber, ajoelhando ao seu lado já com a varinha em mãos.

— Finite Incantatém. — Disse torcendo para dar certo. Nas primeiras aulas de Teddy ele dissera que nem todos os feitiços das trevas podiam ser revertidos com esse contra-feitiço, então eu não tinha nenhuma garantia.

Porém pude respirar aliviado ao ouvir Amber sugando uma grande lufada de ar, fazendo seus seios subirem e descerem compulsivamente. Eu era um pervertido.

Também não tive muito tempo para apreciar a cena já que a loira mal voltara a respirar quando Mellany se aproximou as pressas, me empurrando para o lado e ajoelhando-se perto amiga.

— Amber! Você está bem? Eu sinto muito!! Katie pegou a câmera da minha mão e…

— Vamos James! — Ouvi a voz de Dominique e me levantei, batendo nas vestes e seguindo meus primos de volta para a comunal.

— Você não deveria ter ajudado. — Dominique disse com um sorriso largo enfeitando o rosto e ouvimos uma risada a nosso lado.

— O que foi Rosie? — Fred perguntou já que ele era um dos únicos presentes que voltara a falar com ela.

— Ah ... nada. — Comentou se jogando em uma poltrona mais distante. — Apenas apreciando o quanto nossa família pode ser hipócrita. — Disse de um modo mais venenoso encarando Dominique.

— Do que você tá falando? — A outra ruiva rebateu e Rose deu de ombros, folheando seu livro até encontrar a página aonde parou.

— Eu não sei se você presta atenção nas aulas de feitiço, Dominique, mas eu presto. E o feitiço que Nicole jogou na Skeeter pode até não ser fatal, mas deixa as pessoas em coma e se James tivesse demorado mais um pouquinho era isso que teria acontecido. — Explicou, virando violentamente mais uma página. — Mas eu sou uma pessoa tão terrível por desafiar um garoto a ficar com alguém que goste dele, certo? Eu provavelmente vou para o inferno. — Comentou irônica e Domi suspirou.

— Rose eu…

— Poupe suas palavras Dominique. Pelo menos eu nunca quis o real mal de ninguém. — Disse puxando seu livro e deixando a comunal na direção dos dormitórios.

(...)

Na manhã seguinte estávamos novamente às margens do lago negro, aproveitando a visita tímida do sol para tentar afastar o frio. Como frio me lembrava Teresa, eu tentei me concentrar na crise moral de Dominique.

— Quero dizer, ela tem razão! Quem eu sou para julgá-la? — Repetiu pela centésima vez.

— Você estava me apoiando. — Lisa disse tentando animá-la mas ela balançou a cabeça.

— Veja bem, eu não estou a dando razão. Mas você realmente ficou com o Corner. Já a Amber só paquerou Fred e, quero dizer, não tem comparação. — Lamentou e eu puxei algumas graminhas da terra.

— Mudem de assunto. — Aconselhei ao ver a silhueta da dita Amber se aproximar.

— Potter. — Chamou. — E companhia. — Cumprimentou parando a nossa frente de braços cruzados, estranhamente sem Mellany em seu encalço.

— Meu nome. — Conclui sorrindo e ela alternou o peso de uma perna para a outra, visivelmente desconfortável.

— Eu só queria dizer... só queria... — Ela respirou fundo, tentando forçar as palavras virem à tona. — Eu queria agradecer por ontem. — Disse, enfim. — Você sabe, por…

— Está tudo bem. — Antecipei vendo que não era algo que ela costumava ou prezava fazer. — Qualquer um teria feito o mesmo. — Afirmei e ela gargalhou.

— Não, eles não iriam. — Afirmou completamente certa disso. — Por isso ... obrigada. — Voltou a dizer e eu assenti com a cabeça.

Ela me observou por mais um segundo antes de concordar e virar-se para ir embora.

— Hey, espera. — Chamei e ela voltou a me encarar. — Por que não senta um pouquinho? — Sugeri e observei quatro cabeças girando em minha direção, insatisfeitas.

— Eu não acho que seja uma boa ideia.

— Eu insisto.

— James! — Dominique sussurrou nada discreta e eu a encarei.

— Eu não estou aqui para servir de vela para vocês quatro 24h por dia. — Informei e ela rosnou.

— Estou na biblioteca. Fred, você vem. — Informou levantando-se e saindo dali batendo pé. Percebi pelo canto do olho que Amber tentava não rir.

— Eu vou com ela. Stephen?! — Lisa imitou os movimentos da amiga e assim que Stephen levantou voltei a encarar Amber.

— Então?
— Ainda não acho uma boa ideia.

— Você me deve essa. — Lembrei e ela me fuzilou, resmungando algo inteligível e sentando-se de frente para mim.

— Nunca mais salve minha vida. — Pediu meio rude e lhe ofereci meu mais charmoso sorriso.

— Eu tenho essa coisa de herói, é mais forte do que eu... — Comentei com um dar de ombros. — É de família. — Conclui e ela sorriu.

— Por que você me ajudou? — Perguntou parecendo intrigada com o fato de alguém não desejar seu mal.

— Porque quando eu te beijei, ao invés de agir como grande maioria, você me azarou. — Expliquei simplesmente e ela arqueou a sobrancelha.

— Esse seria um dos motivos para você fazer exatamente o contrário. — Observou.

— Eu gosto de agir contra as expectativas. — Pisquei um olho e ela revirou os seus. — Ou talvez eu só esteja... como se diz? A procura de um novo amor. — Conclui e ela riu seca.

— Eu não vou ser um dos seus trofeus, Potter. — Avisou e eu arqueei as sobrancelhas.

— É assim que chamam minhas garotas agora? — Perguntei e ela bufou. — É brincadeira.

— Tchau, Sirius. — Resmungou, apoiando-se nas palmas para se levantar.

— Amber! — Chamei e ela me encarou.

— E se for você? — Perguntei charmoso e ela revirou os olhos mais uma vez, voltando a caminhar para o castelo.

Respirei fundo e passei a observar sua silhueta rebolando no caminho de volta, até alguém pular ao meu lado.

— E você vai desistir fácil assim? — Ouvi Maya e virei para encará-lá.

— Me conta uma coisa, por que sempre você? — Perguntei e ela riu.

— Vamos apenas acreditar que eu estou destinada a te ajudar com essa coisa de coração partido. É minha sina. — Deu de ombros. — Agora vá domesticar aquela cobra. — Encorajou e eu sorri.

Não era como se eu gostasse de Amber ou coisa do tipo, mas ela era um desafio e se tinha algo que eu gostava mais do que garotas correndo atrás de mim, era quando elas me obrigavam a correr atrás dela.

Além do mais, e se realmente desse em alguma coisa?

— Hey, amber! — Chamei correndo atrás dela. — Você esqueceu uma coisa. — Avisei e ela parou, virando-se para me encarar.

— O quê? — perguntou sem muita paciência e eu sorri.

— Isso. — Disse e em seguida a puxei pela cintura, apoiando uma de minhas mãos em sua nuca.

Desta vez eu optei em ser mais ousado do que apenas com um selinho e a loira me deu a liberdade necessária para tal. Fiz exatamente o contrário do que ela aconselhou e invadi sua boca com minha língua, dessa no entretanto ela não pareceu achar ruim já que retribuiu.

Porém me empolguei rápido demais já que no instante seguinte ela me empurrou e fez questão de tatuar a mão no meu lindo rosto.

— Não sou um dos seus troféus. — Repetiu. — E só vou avisar mais uma vez James, mantenha sua língua dentro da sua boca.

Silvou, virando-se e continuando seu caminho.

(...)

— Eu. Não. Acredito. Nisso. — falei pausadamente, sentindo um misto de raiva e descrença.

— O que foi? — Fred perguntou, vindo para ao meu lado.

— Isso! — Eu apontei para a revista de Amber, mostrando uma foto minha nada sexy, dançando em frente ao Lago Negro. Ao fundo, Dominique aparecia, rindo.

—Fred inclinou a cabeça e tomou a revista das minhas mãos. A foto se movia, eternizando aquele momento constrangedor. E, sim, Fred ainda mantém uma cópia dessa foto, colocada em uma moldura - palavras dele - muito cara.

Ele riu e passou a foto para Dominique, que estava sentada em uma das poltronas, escrevendo alguma coisa em um pergaminho.

— Ah, cara, nunca vou me cansar de ver isso. Devia mandar essa foto para Teresa. — comentou Dominique depois de rir bastante da minha linda cara. Ou melhor: rir da minha super cueca do Super Man.

— Nem pensar! — exclamei, tomando a revista de suas mãos. — Ela tem que se lembrar da minha cueca preta e não essa. — E balancei a revista.

— Eu acho sexy. — comentou Daniel, arrancando a revista da minha mão mais uma vez. Ele deu uma risada e eu peguei a revista de volta.

— Engraçado, Daniel. — fingi uma risada. — Eu vou atrás dela.

— Vai levar outro tapa. — disse Dominique.

— E ela outro beijo, se reclamar muito. — retruquei, saindo pelo o retrato da Mulher Gorda.

Eu não sabia muito bem o que eu pretendia fazer com Amber quando eu a encontrasse. Mas só sabia que eu queria a minha bunda com o "S" de Super Homem fora daquela revista. Eu tinha que estar usando naquele dia.

Encontrar Amber era difícil, mas também não era impossível. Era só perguntar para as cobras certas, que eu a acharia. E não demorei muito para vê-la sentada à uma mesa em uma sala de aula vazia no quarto andar.

— Eu gostaria de saber por que a minha bunda maravilhosa está na capa da sua revista medíocre. — eu falei e Amber levantou os olhos para me encarar, com um sorriso maldoso naqueles lábios finos, porém gostosos de beijar. Teresa que me perdoe.

— A minha revista medíocre vende mais do que as histórias do seu pai. — rebateu ela e eu senti que ficava vermelho. Ao mesmo tempo que eu queria jogá-la na parede e fazer muito mais do que apenas beijá-la, eu queria esganar aquele belo pescoço branco.

— Meu pai não tem nada a ver com isso. — falei, sério. — Eu posso ter salvado sua vida, mas isso não quer dizer que você tem o direito de falar algo do meu pai. Eu sei ser mau quando quero; mexa com a minha família e você não saberá o que a atingiu.

— Engraçado... — Amber se levantou, vindo em minha direção. — Pelo o que eu vi.. — ela girou ao meu redor, passando a mão em meus ombros, fazendo-me estremecer. — você e sua família não é tão unida assim... Sabe, Rose Weasley? — Não respondi, comprimindo os lábios. — Vocês acabaram com a pobrezinha..

— Quieta. — mandei, girando meu corpo e pegando seu punho. Amber piscou os olhos para mim. — Nem mais um pio sobre isso.

— E o que fará comigo, Super... não-sei-o-quê? — desafiou e eu ri, levando sua mão até o meu peito e a mantendo ali.

— Eu a beijarei novamente. — sorri, passando sua mão para o meu ombro. Rocei meu nariz em seu pescoço, sentindo seu perfume adentrar minhas narinas. — E farei com que você sinta coisas. — passei meus lábios, sugando com força sua pele. — que nunca, jamais, sonhou em sentir.

Amber jogou a cabeça para trás, relutante. Ela resistia bravamente, mas ninguém era tão forte assim. Não quando se tratava de mim.

— Que tipo de coisas? — sussurrou e eu passei meu lábios para sua orelha e depois para sua bochecha, sentindo que eu estava começando a pensar com a cabeça de baixo.

— Prazeres, beijos e o privilégio de me sentir completamente... nu — falei e Amber estava prestes a ceder, quando eu me afastei. — Mas não abra a boca para falar da minha família e eu manterei meu corpo e minha língua dentro da boca.

Amber voltou a me encarar, vermelha. Ela estava ofegante e eu sabia que suas pernas estavam bambas.

— As garotas têm razão. Tão convencido e tão…

— Lindo e excitante? Sim, eu sou. E tenho a impressão de que você adoraria passear por esse meu corpo. — completei e ela bufou. — Quero que saiba que é a última vez que você publica algo assim. — balancei a revista. — Porque, senão... — Eu sorri.

— James Potter, o que te faz pensar que eu cairia em uma dessas suas taradas e… medíocres ameaças? — perguntou ela e eu dei uma risada.

— Porque você tem medo.

— Eu? Medo? — Ela gargalhou. — De quê?

— De gostar de ficar comigo. — respondi simplesmente e ela ficou me olhando. — De gostar de mim... — Eu me afastei da sala, sem me virar. — Que seja a última vez — larguei a revista em cima da mesa. — E é melhor esconder isso, vai ficar roxo. — E deixei a sala, batendo a porta em seguida.

(...)

Não sabia se eu gostava de me torturar ou se eu realmente queria provar que Amber não resistia a mim. Porque ela não cedia a mim, enquanto eu a via ceder para vários outros.

Mas era realmente bom vê-la ajeitar aquele cachecol para esconder o chupão que eu lhe dera. Um dos garotos lhe perguntou o que era aquilo e ela desviou do assunto. Eu balancei a cabeça, apenas observando.

Durante algumas semanas, eu saia da sala comunal em um determinado momento para saber o que Amber fazia. Aparentemente, ela não saía com qualquer um. Eles eram escolhidos a dedo e, na semana seguinte, havia algum artigo sobre eles naquela revista de quinta dela.

Vejam bem, eu não tinha nada contra Amber (como garota, com seios e tudo o mais). Mas eu tinha contra suas reportagens nada honestas sobre os outros. Pelo menos ela não havia espalhado sobre Rose e, portanto, nada sobre a aposta. (Lisa apareceu na revista como a namoradinha do ano.)

Eu odiava aquela revista e odiava a mãe adotiva dela. Rita Skeeter havia criado uma cobra igual a ela.

Um belo dia, eu estava saindo da sala comunal, quando algo estranho aconteceu. Dominique parara na frente de Rose, que estudava em um canto sozinha. Eu não estava indiferente com ela, mas também não estava tão próximo. Afinal, ela havia conseguido ficar com Scorpius, o que fez Lisa ficar realmente chateada (não que ela ainda gostasse do Malfoy Júnior).

— Rose. — chamou Dominique e e eu as observei. Rose levantou o rosto.

— O que é que você quer agora? — Perguntou, sem paciência, fechando o livro.. Até Daniel parara sua ronda (ele era monitor) para saber o que ia acontecer. Lisa não estava à vista, mas Stephen estava sentado, esperando-a.

— Ok, quero que escute bem. — Dominique disse e Rose riu. — Por favor. — Pediu e eu a ruiva pareceu ceder por um momento. — Eu só estou realmente pedindo desculpas, porque sei que todo mundo já errou. Quero dizer, não que eu e Fred sejamos um erro. Mas também não posso dizer que é normal — começou ela e eu fiquei ali, parado. — Entretanto, mesmo com raiva, por exemplo, de Amber por ela ter dado em cima de Fred, eu não apostei nada com ela.

— Mas desejou que ela entrasse em coma. — Rebateu.

— Escuta - mandou Dominique entredentes, interrompendo Rose. — Lisa não faz nada disso por mal, e tenho certeza disso porque eu sei o que você disse quando arrasou com ela nas férias. Lisa não teria sido capaz de dizer as mesmas coisas que você disse, porque ela também considerava você como amiga. Mas eu entendo sobre o seu coração partido. — Dominique balançou a cabeça. — Eu peço desculpas pelo modo hipócrita que eu tenho agido.

— Bem… isso é, inesperado. — Comentou analisando as palavras de Domi. — Eu não sei o que dizer…

— Sente muito pelo que fez à Lisa? — Dominique perguntou. — Sente de verdade? Pois, querendo ou não, ela minha irmã... mesmo de outra mãe.

— Não parece óbvio? — Perguntou. — Não estou a culpando pelo meu erro, mas graças a isso metade da minha família me virou as costas. Eu senti muito no momento que entendi o mal que eu tinha feito. — Disse sincera e eu sorri, orgulhoso da minha rosinha.

— Quero que saiba... — a voz de Lisa ecoou pela sala comunal silenciosa. Eu a olhei descer as escadas. — Que eu também sinto muito. Eu saí com aquele idiota, porque ele me disse que você não gostava mais dele. E isso foi realmente antes de saber que eu "gostava" — ela fez aspas com os dedos — de Scorpius. Se eu soubesse... teria prezado sua amizade do que apenas um beijo, que nem foi tão bom assim.

— Então você me perdoa? —Rose perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— Perdoar é uma palavra forte, porque o que aconteceu entre eu e Scorpius não foi apenas um beijo. E, depois, o que você disse para mim... realmente me magoou. — Respondeu Lisa, seriamente. — Se não fosse por Stephen e o McLaggen, cujo eu foi obrigada a contar o que havia acontecido, depois de me ver chorar, eu ainda estaria em cacos. Mas aceito suas desculpas. Um passo de cada vez e a gente chega lá.

Rose assentiu, pensando no que foi dito.

— Acho que é o suficiente. — Confirmou. — E quanto ao meu… namoro com o Scorpius. Não é para te atingir. Nunca foi. Eu gosto dele de verdade. —Confessou e o sorriso se desfez de meu rosto. Lisa concordou, cúmplice, apesar de eu ter certeza que, se um dia ela tivesse a oportunidade, ela mataria Scorpius.

— Que bom. — Sorriu e depois olhou para todos na sala comunal. — O que foi que estão olhando? Não têm o que fazer, não? Voltem para os seus afazeres porque o show terminou.

Depois dessa demostração de carinho, eu soube que tudo havia voltado ao normal e saí para ver Amber.

(...)

Já estava de noite, quando eu me escondi de Amber.

Eu a estava observando dar o bote, literalmente, em Greg Jenkis, da Lufa-Lufa. Entretanto, antes que o garoto abrisse a boca e sofresse com a edição seguinte de Amber, eu apareci.

Amber jogou os cabelos louros para o lado e sua expressão não era das boas quando seus belos olhos bateram no meu belo rosto.

— O que está fazendo aqui, Potter? — ela perguntou entredentes.

— Fazendo com que essa pobre alma não tenha, sei lá, quem sabe, o pinto dele na capa da sua revista. — dei de ombros e Greg me olhou assustado e Amber furiosa.

— Eu não publico uma revista pornô. — Informou mas Greg se intrometeu.

— O que eu quero dizer é que, se não deixar Greg em paz, eu conto para o castelo inteiro, e olha que eu conheço todos tanto quanto você, como você consegue suas matérias de quinta. — respondi com um sorriso maroto. Ai, como eu adorava ameaçar Amber! Era excitante ficar no limite com ela.

Amber largou o garoto que, depois de ver meu olhar tão ameaçador quanto o da Amber, correu mais rápido que Fred atrás de comida. Sério, não sei mesmo como ele não ficou obeso.

Ela veio até a mim, como uma cobra sorrateira, e eu permaneci parado, olhando-a. Amber achava mesmo que eu tinha medo dela. Se ela achava isso... estava muito enganada.

— Você. Me. Fez. Perder. Uma. Matéria. Importante. — Amber disse pausadamente, aproximando-se de mim.

— Awn, querida. — segurei seu rosto em uma das mãos, fazendo voz de bebê e depois voltando com a voz ao normal. — Toda matéria suja é importante para você. — mordi seu lábio inferior rapidamente e a soltei.

— O que você quer comigo, James? — Amber perguntou frustrada. — É sério. Não tem me deixado em paz nem por um segundo.

Eu ri, porque parecia que ela ia arrancar os próprios cabelos, e me encostei na parede, cruzando os braços.

— Se não tivesse ido até a minha cabine no trem no início do ano, importunando meus amigos, eu não saberia da sua existência e nem da existência da sua revista. — respondi e Amber pareceu ofendida. — Acredite, eu sei ignorar coisas que não valem a pena. — Eu me desgrudei da parede e me aproximei dela. — Porém, eu adorei esse seu rostinho quando eu o vi. Então ignorei apenas a parte das fofoca, já que a metade delas não é verdade.

— Argh! — ela gritou, me fazendo rir. — Eu fui avisada pela minha mãe que a represália talvez viria dos filhos da Hermione. Nunca imaginei que um Potter iria me irritar mais do que uma Granger Weasley.

— Ah, mas, Amber... — fiz uma pausa dramática. Fazer teatro não foi tão ruim assim, afinal. — Não quero que se esqueça que eu tenho sangue Weasley também, só que não no papel.

— Você se acha muito esperto…

— Não, querida. Eu sou esperto. — corrigi e ela bufou, levantando a mão e a dirigindo para minha cara. Como eu já esperava, eu segurei a mão dela e a puxei para perto de mim. — Ah, Amber, assim você me faz a querer ainda mais. — e a beijei.

Ela me empurrou, ofegante.

— Já lhe disse que eu não sou nenhum troféu, James Potter.

— Quanta hipocrisia, Amber... — balancei a cabeça, fingindo descrença. — Quando tudo o que você faz é colecionar troféus com suas matérias fajutas. Você ama um troféu e eu aposto que você me quer como um.

Amber ficou em silêncio, estupefata. Eu sorri e a puxei de volta para mim, colocando seu cabelo para trás e passando minhas mãos em seu pescoço.

— Pare de resistir, Amber. — sussurrei. — Eu sei que você me quer... sob todos os efeitos. — Dei um sorriso.

Amber respirou fundo e eu juro que pensei que ela iria me dar outro tapa. Mas tudo o que ela fez, foi me girar, segurando-me pela gravata, de modo que ela ficou sentada no parapeito da janela e eu em frente à ela.

— Certo, garoto veneno. Chegou a sua vez de conhecer o gosto de um veneno real. — Ela sorriu. — O meu. —Informou, beijando-me com força.

Sorri entre seus lábios e fiquei entre as suas pernas, passando uma das minhas mãos em sua nuca enquanto a outra apertava sua coxa. Suas mãos agarraram a parte de trás do meu cinto, descendo para minha bunda. De leve, Amber passou as unhas por cima da minha calça, me fazendo ficar ainda mais excitado.

Eu adorava irritá-la, pedindo passagem para a minha língua acariciar a dela. Não estávamos sendo cuidadosos um com o outro; tudo com Amber era selvagem e eu adorava experimentar coisa novas.

Tirei minha mão de sua nuca e desci até a sua outra coxa - sério, eu tinha que agradecer quem havia criado o uniforme feminino de Hogwarts, subindo e chegando até seus quadris. Puxei para mais perto da minha ereção, fazendo Amber arfar e passar as longas pernas nas minhas.

Voltei a beijá-la, sentindo seu perfume se impregnar na minha camisa, passando a língua em seus dentes e depois em sua língua, com os dedos em sua calcinha. Amber se curvava enquanto eu a acariciava. Eu, então, a peguei no colo e a levei para uma daquelas salas vazias.

Fechei a porta, trancando-a bem com um feitiço não-verbal, sem desgrudar dos lábios de Amber, sentindo seus dedos irem para o cós da minha calça. Por Deus, eu sentia meu membro pulsar de desejo por aquela garota. Amber tirou minha calça e depois, eu rasguei sua blusa, segurando aqueles seios pequenos, porém convidativos. Puxei uma cadeira e sentei-me nela.

Peguei minha calça e achei o que meu pai havia me dado no início do ano, retirando meu membro da minha cueca e colocando a camisinha ali. Vi Amber se aproximar, apenas de sutiã e saia. Antes de fazer qualquer coisa, ela me lançou seu sorriso característico e tirou a calcinha com sensualidade. Eu quase infartei.

Ela jogou em algum lugar e veio até a mim, encaixando-se em meu colo. Eu senti um alívio assim que eu penetrei Amber. Tirei seu sutiã e chupei um dos seus seios, sentindo que Amber lançava a cabeça para trás. Peguei seus quadris e a ajudei a se movimentar em meu colo.

Não vou dizer que eu não lembrei de Teresa naquele momento. Eu só havia feito sexo com ela; mas com Amber era só físico. Era desejo de suprir a falta que eu sentia. Não que Amber fosse meu step.

Eu não me importei em qual sala estávamos, mas, no dia seguinte, eu soube que acharam uma calcinha perdida ali. Como o castelo era bem grande Teddy resolveu não contar para a diretora. Eu não disse nada.

(...)

O que eu e Amber passamos a ter a partir dali foi um relacionamento aberto-fechado. Se é que dá para chamar aquilo de relacionamento.

Aberto porque nenhum de nós estava ligando em "ser fiel", fechado porque também não estávamos nem um pouco interessados em mostrar para quem quisesse ver que estávamos ficando e relacionamento porque, no final do dia, sempre voltavamos um para o outro.

Abri a porta com uma das mãos e a tranquei. Amber se enroscava em meu corpo, beijando-me, arranhando-me, enquanto eu andava com ela até a mesa que havia ali. Depois do episódio da calcinha perdida, tomávamos cuidado para não deixar nada perdido por Howgarts.

Amber enganchou as pernas em minha cintura, segurando meu rosto nas mãos e me beijando com afinco. Eu sustentava seu peso sem nenhum problema, beijando-a na mesma intensidade.

— Sabe o que eu estava pensando? — ela perguntou, ainda em meu colo.

—Não. — respondi, beijando seu pescoço, seu busto.

— Quero te contar um segredo. — sussurrou, sugando a pele do meu pescoço. — Mas só se você me contar um.

Peguei seu rosto nas mãos, olhando-a bem.

— O único segredo que tenho é que eu saio com você. Agora o seu. — Toquei seu nariz, sorrindo.

— Acho que gosto de você. — Ela me olhou com intensidade. E eu realmente não esperava por isso.

Abri a boca para responder, mas um barulho do lado de fora nos fez sobressaltar. Eu havia esquecido de enfeitiçar a porta. Merda.

— Shhh. — ela sussurrou. — Acho melhor irmos. Você vai primeiro. A gente se vê, Potter. — Informou passando a mão pelos cabelos e me dando a passagem.

— Pode apostar que sim. — Garanti ao sair da sala.

Eu a olhei e sorri, beijando-a com força e saindo dali rapidamente.

Voltei para a sala comunal, ainda escutando a voz de Amber em minha cabeça. Se ela estava mesmo gostando de mim, o mundo estava acabando. Por que ela gostaria de mim? Amber não gostava de ninguém. Quero dizer, não que eu não gostasse de passar minhas noites com ela e, quando ela não estava sendo uma "repórter" vadia, conversar com Amber era legal.

Falei a senha para a Mulher Gorda e entrei, encontrando apenas duas pessoas se agarrando no sofá, nem havia reparado que estava de noite. Olhei bem para as duas e pigarreei. Stephen e Lisa se separaram e me olharam.

— Tem crianças que podem descer a qualquer momento. — ralhei com os dois. — Francamente, vão arrumar um quarto.

— Tem razão. — disse Stephen. — É um exemplo que daremos... acho melhor arranjar uma maquiagem para cobrir isso aí, James. Tá mais roxo do que um chupão normal.

Coloquei a mão no pescoço, fazendo uma careta. Bendita e excitante Amber!

— Pelo menos não foi em um local onde todos poderiam nos ver. — rebati, piscando um olho. Stephen riu e assentiu.

— Quem foi a bola da vez? — quis saber Lisa, acariciando os cabelos do namorado.

— Boa noite, Elisabeth. — falei, subindo as escadas para o dormitório masculino. — Continuem o que estavam fazendo num lugar mais privado, pombinhos.

(...)

As coisas começaram a desandar depois de mais duas semanas daquele jeito.

Por incrível que pareça, eu estava bem. Bem do jeito estranho que era estar com Amber. E eu estava gostando de ter um não-relacionamento. Era diferente e meu coração permanecia intacto.

Eu estava terminando uma carta para Teresa - ainda não conseguia deixar de me corresponder com ela -, contando que eu havia tido outra experiências, quando eu ouvi passos. Eu não tinha medo de dizer aquelas coisas para ela, já que Teresa também fazia o mesmo. Fiquei com ciúmes sim, mas eu não podia fazer nada. Isso ia acontecer de um jeito ou de outro.

Eu olhei para saber quem estava descendo as escadas e vi Daniel, rindo com Alice. Franzi a testa e finalizei a carta, sentindo que tinha... caroço naquele angu.

— Vocês estão rindo demais. — comentei e eles pararam para me olhar. Sim, eu era realmente um fofoqueiro de primeira.

— Quer saber o que é? — perguntou Daniel e eu assenti.

— Claro que quero. Até porque você está com uma menina do quarto ano, então... sei lá... vai levá-la para o mal caminho? — dei um sorriso brincalhão.

— Rá, engraçado. Não, é que Ginny teve uma ideia de juntar um grupo na orla da Floresta Proibida para um jogo de verdade ou desafio — respondeu Daniel. — E ela não explicou de que idade era, já que ela mesma é dois anos mais nova que eu — ele deu de ombros. — Vamos? Ginny vai adorar a sua presença.

— Claro! Deixa eu levar essa carta até o corujal e encontro vocês lá, está bem?

— Na verdade é só de noite. Quando os monitores estiverem dormindo, acho. — Ele deu de ombros e Alice surgiu na sala.

— Isso é estranho, já que ela é monitora E você também. — Comentou apontando para Daniel. — E ainda vai me forçar a concordar com isso. Não tem jeito de isso dar certo! — Protestou e eu ri.

Passava tanto tempo com Luna que quase esquecia que ela tinha irmãs. E essas irmãs poderiam ser mais legais do que aparentavam.

— Vai ser legal Alice. — Pisquei para ela. — Agora se me dão licença... — Pedi, balançando a carta em mãos e me retirando no segundo seguinte para o corujal.

(...)

A porta se abriu e Daniel entrou, observando meus demais colegas de quarto.

— Vamos? — Chamou por fim e eu concordei, deixando a cama e caminhando até a porta.

— Aonde você vai? — Fred perguntou e eu o encarei.

— Você não vai? — Perguntei e Edward Finnigan passou por mim.

— É só para solteiros. — Explicou.

— Oh. — Balancei a cabeça. — Okay, até depois. — Despedi-me seguindo os outros dois. — Vocês tem certeza que Ginevra quem está planejando isso? — Perguntei mais ou menos na metade do caminho, concluindo que aquilo não era do feitio dela.

— Não tenho certeza se é ela, mas fiquei sabendo por ela. — Daniel deu de ombros e eu imitei o movimento.

Como o quarto estava cheio, eu não tive tempo para pegar o mapa do maroto, então estava como todo o resto jogado a sorte.

— Filch! — Ouvi a voz de Alice gritar e rapidamente me encostei na parede. — Você tem que vir aqui agora! Eu vi um casal entrando em uma das salas de aula, eles com certeza vão aprontar uma. — Avisou e ouvi o velho resmungar, começando a se arraestar.
Daniel fez um movimento com a mão e quando deixamos o esconderijo patético vi que Alice nos erguia os dois polegares, em frente aos portões destrancados. Eu ri, impressionado com a habilidade para o crime que elas tinham e caminhei ao lado de Edward e Daniel para a orla da floresta.

O local marcado já se encontrava apinhado de pessoas ao redor de uma fogueira de chamas verdes. Não chamava muita atenção e era o suficiente para manter todos aquecido

— Bem, acho que já podemos começar. — Informou uma garota ruiva se sobressaindo dos demais. — Acredito que todos aqui já conhecem o jogo. As regras são simples, não é para ser uma brincadeira de criança. — Ofereceu um sorriso malicioso e indicou com as mãos para que todos se sentassem. — O lado vermelho pergunta e o verde responde. Vamos brincar. — Sussurrou a outra parte também se sentando e fazendo o graveto enfeitiçado girar.

Na primeira parada o objeto indicou que Fred Booth deveria realizar a pergunta para Saphira Malfoy.

— Verdade. — A loira se antecipou, visivelmente incomodada por estar ali. Uma Mellody empolgada a seu lado poderia ser o motivo de sua presença.

— É verdade que você ainda é virgem? — Perguntou e Saphira o fuzilou.

— Mas é claro que é . — Rosnou em protesto.

— Você é tão fofa! — Charlotte Rosier, a reconheci por ela ser da turma de Amber e eu normalmente ter de espera-lá sair para... bem, vocês sabem, exclamou apertando bochechas no ar.

— Gire isso de novo. — Alguém mandou e o graveto rodou. Roxanne Weasley para Elena Brothback.

— Verdade. — Elena pediu com um brilho no olhar que Roxanne pareceu ter entendido.

— É verdade que Klaus tem o negócio pequeno? — Perguntou e a lufana gargalhou.

— Menor que um tronquilho. — Deu de ombros e eu não sabia se ria ou se começava a temer a capacidade de vingança dessas garotas.

Outro giro. Daniel McLaggen para Mellody Wood.

— Desafio.

— Eu desafio você a ficar com James. — Afirmou dando tapas em minhas costas.

— Eu achei que isso não era uma brincadeira de criança. — Rebateu com desprezo e dando uma rápida olhadela para Saphira.

— Vamos lá Mellody, eu sei que você me quer. — Pisquei e ela riu.

— Estou dispensando herpes. — Silvou e eu ri.

— Não vai cumprir? — A ruiva perguntou e Mellody negou.

— Então eu desafio você a beijar... — Daniel voltou a falar e olhou ao redor. Mellody revirou os olhos e cruzou a distância que os separava, segurando Daniel pelos cabelos e o forçando a virar a cabeça para trás.

— Se quer me beijar é só pedir. — Sussurrou antes de atacá-lo com sua boca.

— Ótimo! Gire de novo! — Ouvi uma voz conhecida e me surpreendi ao ver Alvo no meio da multidão.

Mellody se separou de Daniel e voltou para seu lugar enquanto o graveto indicava Ashlynn e o próprio irmão.

— Desafio. — Henry pediu.

— Desafio você a pular no lago negro. — Disse e todos soltaram uma exclamação de tédio. — Nu. — Acrescentou e a multidão então pareceu aprovar.

— Eu vou congelar. — Afirmou e a irmã deu de ombros. — Ashlynn, Matt, vocês vem de testemunha. — Chamou e então os três se levantaram e foram para o lago.

Josh Collins para Albus.

— Verdade.

— Quem foi a primeira garota que beijou?

— Agatha Chang. — Afirmou e eu o olhei estupefato.

— Como assim você consegue uma Chang e eu não?! — Perguntei realmente indignado.

— James! — Ouvi Elena e a encarei. — Eu não te ensinei nada? — Perguntou e eu ri, dando de ombros.

— Acho que são meus olhos. — Albus respondeu e eu quase arranquei os ditos olhos ali mesmo. — Além do mais eu não fui atrás da que é seis anos mais velha que eu. — Sorriu e o graveto voltou a girar.

Colbie Bones para Charlotte Rosier.

— Verdade ou desafio?

— Desafio.

— Faça o que quiser com James Potter. — Disse e Charlotte sorriu, dizendo um "obrigada" sem produzir som e caminhando em minha direção.

— Olá, Jamesito. — Cumprimentou se inclinando em minha direção e fazendo minha cabeça se inclinar para o lado, para passar a língua por ali. — Sabe o que eu mais gosto em garotos mais novos? — Perguntou sorrindo e eu neguei.

— Charlotte... — A voz de Saphira preencheu o silêncio momentâneo.

— O quê, Malfoy? — A morena virou-se sem muito humor.
— Tem uma víbora na sua perna. — Deu de ombros. — Achei que deveria saber. — Comentou tentando reprimir um sorriso e então Charlotte gritou.

— Acho que chega de jogos por hoje. — Comentei para Daniel que concordou de imediato e aproveitamos para sair a francesa enquanto 99% das pessoas ali se desesperavam com a cobra.

(...)

— Tinha uma cobra? Luna perguntou e eu perguntei, ela pareceu pensar por um momento. — Tenho certeza que era Amber! — Afirmou e eu franzi o cenho, ela suspirou. — Esqueceu que falam por aí que que Amber é uma animaga? Se transforma em cobra.

—Você tá dizendo…? — Não conclui a frase, tentando entender a lógica de Luna.

— Isso mesmo. — Concordou mesmo sem saber o que eu pensava.

— Potter! — Katie Snow surgiu a nossa frente, nos assustando. Ela sorriu ao ver nossa reação ao dar de cara com ela. — Sua presença é… exigida no cais do lago. — Informou e então analisou Luna com uma careta. — Só a sua. E a gora. Passar bem. — Terminou de dar o recado antes de sumir tão rápido quanto surgiu.

— Acho que tem alguém que ficou com ciúmes. — Luna riu e eu neguei com a cabeça. — Vai logo, eu tenho que passar na cozinha, o aniversário do Billy tá chegando. — Informou sorridente, me dando um beijo no rosto e saindo saltitante, enquanto eu ria e tomava o caminho do cais.

Amber estava sentada de costas, o vento batendo em seus cabelos e eu me aproximei sorrateiramente, agarrando-a pela cintura e passando o nariz em seu pescoço.

— Sentiu saudades? — Perguntei e ouvi uma risada rouca, parando o carinho para encará-la.

— Se divertiu ontem James? — Perguntou não se mostrando nem um pouco afetada com meu toque. Eu a encarei, analisando-a.

— O que foi? — Perguntei e ela sorriu.

— Eu só queria que você fosse o primeiro a ver. — Disse ainda sorrindo e tirou da capa uma revista, me estendendo.

Arrumei o papelete em mãos e li a manchete que brilhava em letras vermelhas:

“James Sirius Potter: traição à amigos e família.” Na linha de baixo, em letras menores mas igualmente chamativo ela continuava. O primogênito d’O eleito é visto pelos cantos do castelo com a jornalista que aqui vos fala, Amber Skeeter.”

Embaixo do anuncio se encontrava uma coletânea de fotos minhas com ela. Eu continuei encarando a revista, sem saber o que falar e ao me recuperar do choque a encarei, mas ela não me deu tempo de falar.

— Você não achou que eu gostava mesmo de você, achava? — Perguntou duvidando muito que eu tivesse acreditado naquela história e jogou seus longos e louros cabelos no ar. — Pode ficar com essa de brinde. Eu avisei para manter sua língua na sua boca. — Disse sorrindo e então saiu, me deixando parado no cais do lado com aquela revista medíocre em mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹: Efeito: Uma corda negra rompe da varinha, e se acertada no oponente, causa fortes queimaduras onde tocá-lo. As partes queimadas enegrecem e ficam doloridas, impossibilitando grandes movimentos físicos. A corda continua a prender o oponente se não soltada. A cor negra e a dor diminuem aos poucos, permanecendo no corpo da vítima por, no máximo, 2 a 3 dias.
Defesa: A corda é rápida, porém, se houver uma grande distância do atacante, a vítima pode desviar da mesma. Outro modo de se defender da corda é cortá-la ou, queimá-la, lembrando sempre que a corda é resistente. Se a corda acertar o alvo, será impossível que o mesmo se defenda, precisando da ajuda de outro bruxo.

²: Efeito: O alvo atingido sente grande falta de ar . Não pode levar a morte. A pessoa entre em coma e o feitiço acaba. Pode ser revertido com protego.

É isso girls, espero que tenham gostado e... comentem! Nos vemos em breve *-* ~Lia G.